TSE disponibiliza consulta ao financiamento das eleições 2016

Já está disponível no Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) consulta ao financiamento das eleições 2016. Com a edição da Reforma Eleitoral (Lei nº 13.165/2015), candidatos e partidos políticos são obrigados a enviar à Justiça Eleitoral o relatório financeiro de campanha, a cada 72 horas, contadas a partir do recebimento da doação.

A página de divulgação do financiamento eleitoral será atualizada diariamente com o recebimento do relatório financeiro de campanha, oportunidade em que os gastos eleitorais registrados na prestação de contas também serão divulgados.
Na página, podem ser consultadas informações detalhadas de receitas/despesas agrupadas, como, por exemplo, concentração de despesas e ranking dos maiores doadores e fornecedores do prestador de contas. E, ainda, o histórico de entrega dos relatórios financeiros de campanha. Quando disponíveis, os extratos eletrônicos de campanha e as Notas Fiscais Eletrônicas também serão publicados na mesma página.

As informações de receitas e despesas veiculadas na página do TSE são de exclusiva responsabilidade do prestador de contas, cabendo à Justiça Eleitoral tão somente divulgá-las.
O ministro Henrique Neves destaca como uma das alterações mais importantes para as eleições de 2016, que veio com a última reforma eleitoral, a necessidade dos candidatos informarem no prazo de 72 horas a origem de qualquer depósito feito na sua conta bancária.

“Então, se o candidato recebe uma doação, ele tem que informar à Justiça Eleitoral, em 72 horas, quem foi o doador, quem está financiando a sua campanha. Isso é fundamental para que o sistema democrático tenha plena transparência. Para que o eleitor tenha o direito, no curso das eleições, de saber quem são as pessoas que estão financiando os seus candidatos”, ressalta o ministro.

Mesmo com crise, taxa de filiações a partidos alcança maior patamar em 14 anos

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que a taxa de filiações de eleitores a partidos políticos atingiu seu maior patamar nos últimos 14 anos: chegou a 11,3%. Apesar da atual crise política, com fortes críticas por parte da população em relação aos representantes, historicamente as eleições municipais são marcadas pelo aumento do número de filiações. Segundo reportagem do jornal O Globo, com exceção de 2010, todos os anos de disputas municipais registraram crescimento acima da média no total de filiados.

Até julho, o total de brasileiros vinculados a algum partido político chegou a 16,5 milhões de eleitores. O “fenômeno” é explicado pela própria dinâmica das eleições municipais: os partidos trabalham para ampliar o número de filiados, uma vez que existem mais cargos em disputa, e os candidatos, por sua vez, se esforçam para aumentar sua base eleitoral dentro das legendas e mobilizam novas filiações até as convenções partidárias.

O maior número de eleitores filiados se concentra nas regiões Norte e em parte do Centro-Oeste, em contraste com estados da região Sudeste, que apresentaram os menores índices de filiações em comparação com os demais.

O PMDB, partido do presidente interino Michel Temer, não tem conseguido conquistar novas adesões. A participação da sigla no total de eleitores filiados variou de 20%, em 2002, para 14,5% este ano. O PT ampliou seu percentual de filiados de 2002, de 7,45%, em 2002, para 9,6%, em 2016.

No ano passado, no entanto, a legenda da presidente afastada Dilma Rousseff respondia por 10,3% das filiações em todo o país. Excluindo legendas como PT, PMDB, DEM, PDT e PSDB, o conjunto dos demais partidos conseguiu ampliar a participação no total de filiados de 45%, em 2002, para 53% este ano.

Janot suspende delação de Léo Pinheiro e executivos da OAS, diz O Globo

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mandou suspender as negociações do acordo de delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e de outros executivos da empresa. Segundo reportagem do jornal O Globo, a decisão foi motivada pelo vazamento de informações sobre o depoimento de Pinheiro, que citou o nome do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli.

O vazamento foi divulgado pela revista Veja, na última sexta-feira (19) e irritou os investigadores envolvidos na Operação Lava Jato. Para o Ministério Público Federal, houve quebra da cláusula de confidencialidade do acordo firmado há duas semanas. Janot sustenta, de acordo com o jornal carioca, que a divulgação de informações envolvendo o ministro seria uma estratégia para fazer com que a PGR aceitasse o acordo de delação tal como era de interesse dos investigados.

Essa foi a primeira vez, desde o início da Operação Lava Jato, em 2014, que Janot solicitou a suspensão das negociações de uma delação premiada. As revelações de executivos da OAS e da Odebrecht são as mais aguardadas pelos investigadores, uma vez que as empresas detinham os maiores valores contratados junto à estatal.

Na prática, a decisão de Janot prejudica Léo Pinheiro, que já foi condenado a mais de 16 anos de prisão pelo juiz Sérgio Moro, por fraudes em contratos na Petrobras. A delação permitiria a redução da pena do empresário.

Intitulada “Empreiteira delata ministro do Supremo”, a matéria de capa da revista Veja diz que teve acesso ao capítulo da delação de Léo Pinheiro. Embora ainda não homologado, o depoimento já teve alguns trechos devassados na imprensa. Na primeira rodada de vazamentos, a delação atingiu o senador Aécio Neves (PSDB-MG), informando que o presidente nacional do PSDB exigia propina de 3% dos contratos firmados para realização de obras da Cidade Administrativa, gigantesco conjunto de prédios em Minas Gerais.

Nesta edição da revista, a reportagem diz que Pinheiro teria se comprometido a falar sobre uma conversa que manteve com Toffoli, na qual o ministro reclamou de uma e infiltração em sua residência. Em seguida, a OAS mandou engenheiros para analisar o problema e sugeriu uma empresa para efetuar o serviço. A revista confirma que a empresa indicada foi contratada e a conta foi paga por Toffoli. Em nota, a assessoria do ministro defendeu: “O ministro conhece o sr. José Adelmário Pinheiro Filho, mas não tem relação de intimidade com ele, não tendo pedido ou recebido nenhum tipo de ajuda da referida pessoa”, diz o texto.

Professor Jorge Quintino assume Senac Garanhus


EXPERIÊNCIA – O caruaruense foi nomeado para dirigir a unidade de Garanhuns do SENAC. Jorge já tem experiência em gestão e em áreas administrativas

Wagner Gil

O professor Jorge Quintino assumiu há duas semanas a unidade de educação profissional do SENAC Garanhuns. Com mais de 500 alunos, a instituição oferece mais de 150 mil atendimentos por ano, tendo um papel fundamental no desenvolvimento social e econômico na Suiça Pernambucana. “Foi com grande orgulho e muita responsabilidade que aceitei esse convite. Espro ajudar o SENAC e Garanhuns a se desenvolverem ainda mais ao longo deste ano e nos próximos também”, disse Jorge Quintino.

Jorge Quintino é formado Direito e Histórias, tendo feito pós-graduação em Educação e Mestrado em Ensino de História pela Universidade Federal de Pernambuco. Professor Universitário há mais de 15 anos, ele  exerceu docência e cargos gerências na área. Teve experiência de Gestão Pública atuando na prefeitura de Caruaru como diretor de Feiras e Mercados, além de atuar em consultorias privadas.

Segundo Jorge Quintino, SENAC realiza mais de 150 mil atendimentos em educação profissionalizante e ações extensivas, distribuídos nos seguintes eixos tecnológicos: Ambiente, Saúde e Segurança, Apoio Educacional, Gestão e Negócios, Hospitalidade e Lazer, Informação e Comunicação, Infraestrutura e Produção Cultural e Design. “ A partir da trajetória histórica do Senac Pernambuco, pode-se demonstrar a preocupação constante da instituição em se colocar a serviço do desenvolvimento e qualificação para a vida produtiva, atingindo o aluno como um todo, sempre sintonizado com as mudanças temporais e a preparação para o futuro”, disse Jorge. Segundo ele,  sintonia que se traduz na Missão do Senac: educar para o trabalho em atividades de comércio de bens, serviços e turismo.


A Unidade de Educação Profissionalizante de Garanhuns tem como prioridade qualificação profissional e acompanhamento do egresso ao mercado de trabalho. “Neste momento de desafios a história nos leva a campos e canteiros educacionais para que possamos romper os paradigmas tradicionais e trazer o novo, a modernidade aos ares profissionalizantes. O SENAC em seu modelo pedagógico consegue unir teoria e prática com qualificados profissionais em educação no ambiente de inovadores laboratórios”, argumentou.

O diretor do Senac em Pernambuco, Josias Albuquerque, disse a nossa equipe de reportagem que Jorge Quintino foi convidado para administrar a unidade no Agreste Meridional pelo destaque que teve em várias áreas em Caruaru. “ A aquisição do professor Jorge Quintino foi um ganho para o Senac. Nós ganhamos um terreno da prefeitura de Garanhuns para aumentar a unidade, mas precisávamos de uma pessoa que desse a dimensão que o SENAC  tem. Acredito que acertamos em cheio”, disse Josias.

Expresso Empreendedor da Jucepe começa a aterder quem deseja abrir um negócio‏

A partir da próxima semana, os potenciais empreendedores e profissionais autônomos que têm interesse em formalizar seu negócio como Microempreendedor Individual (MEI) podem ser atendidos na unidade do Expresso Empreendedor na sede da Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe), de segunda a sexta-feira, no horário de 8h às 13h. A instalação da unidade na Jucepe é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Micro e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação (SEMPETQ).

“O percentual dos registros de Microempreendedores Individuais em Pernambuco tem aumentando anualmente. Apesar disso, a maioria das pessoas ainda desconhece as vantagens de se tornar um MEI. Por isso o Expresso Empreendedor da Junta Comercial, que responsável pela abertura e alterações contratuais de empresas, é fundamental para orientar e dar suporte a todos que planejam abrir seu próprio negócio como microempreendedor ou microempresário”, destaca a presidente da Jucepe, Taciana Bravo.

Inscrição, alteração e extinção voluntária de registro, orientação empresarial, emissão do Documento de Arrecadação Simples Nacional (DAS) e declaração de faturamento são alguns dos serviços prestados na nova unidade aos que já são ou desejam se tornar microempreendedores individuais.

No Expresso Empreendedor é oferecido, ainda, um serviço gratuito de consultoria contábil tanto para MEIs como para microempresários. Esse serviço, realizado todas as segundas-feiras, é prestado em parceria com o Conselho Regional de Contabilidade (CRC-PE). Nas sextas-feiras, em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae), será disponibilizada consultoria na área de gestão empresarial em diversos temas do dia a dia das empresas. Além disso, todas as quartas-feiras são realizadas palestras para quem deseja se informar sobre benefícios e obrigações dos profissionais que se registram como MEIs, legislação existente e oportunidades geradas com a formalização. Para participar, basta chegar antes do início da palestra e se inscrever na unidade do Expresso Empreendedor da Jucepe.

Já a partir de setembro, além da palestra nas quartas-feiras, as terças e quintas serão dedicadas às oficinas e cursos de qualificação também gratuitos. “Essa é uma ótima oportunidade para quem deseja aprender noções de como empreender, marketing de comercialização, contratação de empregados, entre outras questões”, completa Luiz Carlos, supervisor do Expresso Empreendedor da Jucepe. Para outras informações, ligar para 3182 2801/3182 2802.

Ministro defende “segurar” reajustes para servidores

Do G1

Responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, afirmou nesta segunda-feira (22) que é preciso “segurar um pouco” os reajustes para servidores públicos federais. Ele deu a declaração após ser questionado se a proposta de Orçamento para 2017, que será enviada nos próximos dias ao Congresso, irá prever reajustes salariais ao funcionalismo.

Geddel participou, no início da tarde, de uma reunião-almoço na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que contou com a presença do presidente em exercício Michel Temer e líderes da base aliada.

Ao longo dos três meses em que Michel Temer está no comando do Planalto, o Congresso aprovou reajustes a algumas categorias de servidores com o aval do peemedebista.

Apesar de ter proposto ao Legislativo um pacote de ajuste fiscal para tentar reequilibrar as finanças federais, que devem atingir um rombo de R$ 170 bilhões neste ano, o governo tem dito que apoiou os aumentos porque eram compromissos já assumidos na gestão da presidente afastada Dilma Rousseff.

Um dos reajustes aprovados pelos congressistas e sancionado por Temer concedeu aumento de até 41,47% nos salários dos servidores do Judiciário e aumento salarial de 12% para analistas e técnicos do Ministério Público da União.

“O que passou, passou. Agora, o momento é de segurar um pouco essa questão de reajustes. O país precisa aprovar suas reformas estruturantes, precisa sinalizar claramente o compromisso com o combate ao déficit público e com a austeridade fiscal. Esse é o nosso sentimento nessa hora”, disse o titular da Secretaria de Governo.

Orçamento 2017

Segundo Geddel, o Orçamento de 2017 não chegou a ser discutido no almoço entre Temer e os líderes da base governista.

Na reunião, contou o ministro, foram discutidos projetos de interesse do governo que o presidente em exercício quer aprovar nos próximos meses, como a Desvinculação das Receitas da União (DRU), que autoriza o governo a utilizar livremente parte da arrecadação.

Pelo relato do titular da Secretaria de Governo, Temer chegou a fazer um “apelo” aos deputados por “engajamento” da base aliada nas votações de interesse do Palácio do Planalto.

Conforme o G1 apurou, a equipe econômica deverá finalizar nos próximos dias a proposta de Orçamento para o ano que vem e a expectativa, segundo interlocutores do governo, é de que o documento não preveja aumento de tributos. A proposta, porém, poderá trazer corte de despesas em relação ao estimado anteriormente.

Para o próximo ano, o governo já anunciou a meta de que o déficit primário (despesas acima de receitas, sem contar juros da dívida pública) fique em até R$ 139 bilhões para as suas contas – o segundo maior da série histórica, que tem início em 1997.

Mulher de Cunha acusada em esquema criminoso

O Ministério Público Federal ligou a mulher do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao ‘esquema criminoso’ instalado na Petrobrás. Em manifestação ao juiz federal Sérgio Moro, procuradores da República da força-tarefa da Operação Lava Jato refutaram a alegação de Cláudia Cruz, de ‘inexistência’ de conexão entre os crimes a ela atribuídos com os fatos apurados no escândalo de corrupção, cartel e propinas na estatal.

Por meio da exceção de incompetência, a defesa de Cláudia pretendia tirar das mãos de Moro o processo em que ela é acusada da de evasão de divisas – por manutenção de não declarada de depósitos no exterior – e de lavagem de dinheiro.

“Ora, em se tratando do mesmo esquema criminoso, da mesma sociedade de economia mista vitimada, do mesmo diretor Internacional corrompido, do mesmo operador de propinas, de um deputado federal pertencente a um dos partidos políticos beneficiados pelo esquema e dos mesmos valores provenientes da Petrobrás que abasteceram a conta titularizada pela esposa do deputado, não é preciso muito esforço cognitivo e argumentativo para concluir que os casos são conexos e devem ser julgados pelo mesmo Juízo, já que assim têm-se um conhecimento integral dos fatos”, assinalou a Procuradoria da República. O relato foi publicado no blog do Fausto Macedo.

De acordo com as investigações, a mulher do ex-presidente da Câmara gastou no cartão de crédito mais de US$ 1 milhão em roupas de grife e restaurantes sofisticados na Europa. A ‘Lava Jato’ apontou que dinheiro usado por Cláudia era parte de propina que Eduardo Cunha teria recebido em 2011 na operação de compra pela Petrobrás de um campo petrolífero em Benin, na África.

Depois de oito meses, julgamento do impeachment chega à reta final no Senado

Na quinta-feira (25) desta semana terá início a última etapa do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O julgamento vai começar com a oitiva de oito testemunhas – duas indicadas pela acusação e seis pela defesa. Os senadores estimam que cada depoente levará horas para concluir o relato, o que indica que a sessão se estenderá pelo final de semana. Iniciado em 2 de dezembro de 2015, o processo consumiu oito meses de polêmicas e discussões acaloradas no Congresso. Esse é o segundo do gênero em 25 anos (hoje senador pelo PTB de Alagoas, Fernando Collor foi cassado em 1992).

“Impreterivelmente”, segundo o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, a fase de depoimento das testemunhas tem que estar encerrada a tempo de dar reinício à sessão de plenário na segunda (29), às 9h, reservada para a explanação de Dilma. A presidente afastada já confirmou que vai responder aos questionamentos dos senadores pessoalmente.

A maior divergência entre defensores de Dilma e aliados de Michel Temer ainda é sobre a realização de sessões no final de semana. Enquanto os senadores contra o impeachment sugeriram que os debates fossem encerrados todos os dias às 22h. Já os apoiadores do presidente interino estão dispostos a acelerar o processo e trabalhar no sábado (27) e no domingo (28).

A maioria dos parlamentares pró-impeachment deve, inclusive, abrir mão de fazer perguntas às testemunhas para adiantar o processo. O que não é o caso dos aliados da presidente afastada. “Os 22 senadores que compõem a base de apoio de Dilma farão perguntas”, adiantou o líder da Minoria, senador Lindbergh Farias (PT).

Após o depoimento de Dilma, os senadores voltam a discutir sobre o processo na terça-feira (30), em sessão marcada para 9h. Por fim, haverá o encaminhamento de votação e os advogados de acusação e defesa voltam a defender suas teses antes da votação final – etapa em que Dilma precisa de 27 votos para seguir no poder.

Atividade legislativa

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que pretende aproveitar os dias de quórum suficiente e a previsão de Casa cheia durante os dias que antecedem a votação final do impeachment, com objetivo de votar projetos relevantes da pauta econômica. Entre elas, a análise em plenário da Desvinculação de Receitas da União (DRU), que libera até 30% do orçamento para gastos livres. Hoje, mais de 80% das despesas do governo têm destino fixo.

“Nós temos que ter uma agenda, um norte para o Brasil. A próxima semana será fundamental para concluirmos o julgamento desse processo. Acho que temos que ter uma agenda suprapartidária, de interesse do Brasil, que aponte definitivamente para a retomada da economia, geração de emprego e renda”, destacou Renan.

A comissão mista sobre a medida provisória (MP 727/2016) que cria o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) vai votar o relatório sobre o texto nesta segunda-feira (22). O PPI foi criado nos primeiros dias do governo interino de Michel Temer e lista empreendimentos públicos de infraestrutura a serem executados pelo setor privado.

O objetivo da proposta, de acordo com a equipe do governo, é tornar as concessões públicas “mais ágeis” eliminando entraves burocráticos e excesso de interferência do Estado. O relatório de Wilder Morais (DEM-GO) destaca “o grave momento atual” que demanda “urgentes correções de curso” para tirar o país da forte recessão. O texto também reconhece a “incapacidade da União de fazer frente aos investimentos” para recuperar e aprimorar a infraestrutura nacional.

“Um país não pode almejar ao pleno desenvolvimento de sua economia sem contar com uma infraestrutura minimamente adequada a tais ambições. E o ritmo de investimento em infraestrutura nos últimos anos tem sido muito aquém do necessário não apenas para atender às necessidades de uma economia que precisa crescer, como até mesmo para repor a natural depreciação do capital”, ressaltou o senador em parecer.

Na terça-feira (23), outra comissão mista se reúne para votação de relatório final. Desta vez, será sobre a medida provisória (MP 733/2016) que autoriza a liquidação e a renegociação de dívidas de crédito rural. A MP recebeu 161 emendas.

O relatório do deputado Júlio Cesar (PSD-PI) avalia que a medida beneficia agricultores do Nordeste e aqueles inscritos em dívida ativa da União. A liquidação das dívidas pode atingir até 95% do total, a depender do valor originalmente contratado e do período de contratação. A repactuação dos débitos tem prazo de dez anos, carência até 2020, descontos diferenciados para quem pagar em dia e encargos financeiros variáveis de 0,5% a 3,5% ao ano, conforme porte e valor de contratação do financiamento. O texto também prorroga até 31 de dezembro de 2017 o prazo para inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Odebrecht cita repasse de R$ 100 milhões a Guido Mantega

Na tentativa de fechar o acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato, executivos da Odebrecht disseram que a empresa pagou pelo menos R$ 100 milhões em dinheiro ilícito para o PT. De acordo com os executivos, as negociações eram intermediadas pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

Os repasses teriam sido realizados por meio do Setor de Operações Estruturadas da holding, chamado pelo Ministério Público Federal (MPF) de “escritório de lavagem e pagamento de propina”. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo na manhã deste domingo (21).

Na negociação com os investigadores, funcionários da empreiteira detalharam os valores utilizados para abastecer o Setor de Operações Estruturadas, comandado pelo diretor Hilberto Silva. As contas usadas para ocultar e viabilizar pagamentos no Brasil e no exterior eram abastecidas pelas diversas firmas do grupo. Um levantamento prévio feito pela empresa mostrou que apenas a Braskem teria bancado entre R$ 450 milhões e R$ 550 milhões para o setor no período em que o departamento funcionou.

E-mails que já estavam em poder dos investigadores da Lava Jato mostram que a Odebrecht atuava junto ao governo para que medidas provisórias capazes de favorecer os negócios da empreiteira fossem aprovadas pelo Congresso, e um dos principais apoios era o de Guido Mantega. O jornal destacou que na aprovação da medida provisória (MP 647/2013), que tratava das regras para redução da alíquota do imposto de renda sobre lucros no exterior de empresas brasileiras, a Odebrecht encaminhou a um dos assessores de Mantega, Sérgio Eugênio de Risios Bath, as ponderações da empresa sobre o projeto. “Acho que conseguimos trazer praticamente todas as empresas para um acordo”, escreveu Odebrecht ao assessor do ministro.

Em mensagens no celular do ex-presidente do grupo Andrade Gutierrez Otávio Azevedo, o relator do projeto, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negocia diretamente pontos da medida com o executivo. O debate sobre o projeto foi acompanhado de perto pelo líder do PMDB no Senado, Eduardo Braga (AM), pelo então vice-presidente Michel Temer (PMDB) e por Guido Mantega. Com operação em 27 países, a Odebrecht foi uma das principais beneficiadas pelo projeto, que resultou em redução de 34% para 25% da alíquota de imposto de renda a ser pago sobre lucros obtidos fora do país.

Em abril, a esposa do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, também na tentativa de negociar acordo de delação premiada, afirmou em depoimento a procuradores da República em Brasília que o responsável por intermediar o pagamento de “caixa 2″ para a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff era o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

De acordo com Mônica, Mantega se reuniu com ela e indicou, mais de uma vez, executivos de empresas que deveriam ser procurados para que ela pudesse receber as contribuições em dinheiro, que não passaram por contas oficiais do PT e, por isso, não foram declaradas à Justiça Eleitoral.

Aprendiz de candidato

Folha de S. Paulo

O empresário João Doria quer ser prefeito de São Paulo. No segundo dia de campanha, ele passeou pelos Jardins e prometeu cortar sete secretarias municipais. Instado a nomeá-las, só conseguiu citar cinco. Duas delas não existiam.

A bravata se voltou contra o tucano. Uma deputada do partido dele disse que extinguir a pasta da Pessoa com Deficiência seria um retrocesso. Uma adversária o acusou de desprezar as minorias. O prefeito afirmou que o rival não conhece a máquina que pretende comandar.

Todos pareceram ter um pouco de razão, e o eleitor ganhou um motivo para desconfiar do aprendiz de candidato. Afinal, ele estaria preparado para trocar os reality shows pelo desafio de governar uma metrópole?

Doria tem se atrapalhado ao repetir clichês liberais sobre gestão. Em nome do “Estado mínimo”, já prometeu privatizar até faixas de ônibus. Ao propor cortes, inventou algumas secretarias e mirou outras de baixo orçamento, que atendem mulheres e negros. Não deve ser a melhor estratégia para quem tenta se livrar do rótulo de defensor dos ricos.

Alguém avisou ao tucano que a Secretaria da Pessoa com Deficiência foi criada pelo PSDB. Forçado a recuar, ele disse que não tem compromisso com o erro. O problema é que voltar atrás está se tornando uma constante na sua aventura eleitoral. Para surfar na rejeição a Fernando Haddad, o candidato já atacou o fechamento da avenida Paulista aos domingos. Como a população aprovou a nova área de lazer, ele mudou o discurso e passou a apoiá-la.

Agora Doria promete rever a redução da velocidade nas Marginais, apesar dos estudos que mostram a redução de acidentes. De quanto tempo ele precisará para desistir?