OPINIÃO: Dez anos de empáfia

Por MENELAU JÚNIOR

livroAs férias estão aí. Uma boa oportunidade para ler e se informar um pouco. Recomendo esta semana o livro “Década perdida: Dez anos de PT no poder”, do historiador Marco Antonio Villa. Lançado no início do dezembro, a obra já estava esgotada antes mesmo de chegar às livrarias. Agora, já está na segunda edição.

Em suas quase trezentas páginas, Villa reconstrói, didaticamente, ano a ano, o festival de empáfias perpetrado – e engolido por muitos brasileiros – pela máquina petista. Impecável em seus dados, o historiador com mestrado em sociologia e doutorado em história revela como foi construído o conto de fadas em que se transformou a história do “operário que virou presidente”. Tudo está nas páginas do livro: a cooptação das centrais sindicais, os escândalos sucessivos e a defesa dos criminosos, a criação de cargos para garantir emprego aos militantes – e a consequente mesada aos cofres do partido. Villa mostra o apoio incondicional de Lula a Sarney e a Fernando Collor, bem como o apoio aos crimes cometidos pela ditadura cubana e ao programa atômico do Irã.

“Década perdida” é um livro imprescindível àqueles que não veem como normal o fato de um partido “sacar, corromper, infiltrar, aparelhar o Estado desde dentro e de forma que, progressivamente, não mais se distinga do partido – de jeito que, afinal, sirva ao partido, seja o partido”. Para o autor, o crescimento econômico brasileiro – bem inferior ao de outros países emergentes – foi muito mais fruto de condições internacionais favoráveis do que da competência petista de gerir o Estado.

Como promete o título, o livro esmiúça dez anos de PT no poder, de 1º de janeiro de 2003 a 31 de dezembro de 2012. Mostra como a imprensa – mesmo aqueles órgãos hoje demonizados pelo petismo – se encantou, no início do primeiro mandato de Lula, com a história do operário que, diga-se de passagem, trabalhou apenas 9 anos na função, uma vez que fez do sindicalismo sua “profissão”. Quando esta mesma imprensa começou a denunciar os descalabros do governo, recebeu a alcunha de PIG (Partido da Imprensa Golpista). Villa diz que, com dinheiro público, o PT trouxe para si vários jornalistas e financiou uma infinidade de blogs com a finalidade de dar cores ao conto de fadas vermelho e agredir adversários, vistos agora como “inimigos”.

Villa também não poupa críticas à oposição – inclusive a Fernando Henrique Cardoso, que foi contra o processo de impeachment quando cogitado na época do mensalão, em 2005. Para o autor, essa foi a maior falha na carreira de FHC. O PSDB, principal partido da oposição, é pintado por Villa como incompetente em seu papel de opositor, medroso, conivente com as falácias de Lula.

Enfim, uma obra que revela os bastidores de um projeto de poder que se valeu da certeza da impunidade, da miséria econômica e educacional de muitos brasileiros e do carisma de seu mais importante membro para dar certo. Como escreve o autor, “O Brasil de hoje é uma sociedade invertebrada. Amorfa, passiva, sem capacidade de reação. É uma República bufa, uma República petista”.

Até a próxima semana.

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Menelau Júnior é professor de língua portuguesa. Escreve para o blog todas as quintas-feiras. E-mail: menelaujr@uol.com.br

Queiroz vistoria obra da praça do PEC

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O prefeito visitou a construção no feriado de Natal (Foto: Divulgação)

O prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), aproveitou o feriado de Natal e visitou, ontem, a construção da praça do Esporte e da Cultura que está sendo erguida no bairro Maria Auxiliadora.

No terreno de dez mil metros quadrados, o bairro poderá desfrutar de equipamentos para a prática de esportes, como quadra e pista de cooper, além de infraestrutura para eventos culturais como auditório e cineteatro.

Audiência pública da saúde acontece nesta quinta-feira

A Secretaria de Saúde realiza amanhã, a partir das 14h, na Câmara de Vereadores de Caruaru, a 1ª audiência pública da saúde. Durante o encontro, serão divulgadas as ações que a pasta desenvolveu ao longo de 2013, além da prestação de contas dos recursos financeiros aplicados no setor.

“Vamos apresentar o desempenho dos indicadores e onde estão sendo aplicados os recursos, tendo a possibilidade de esclarecer dúvidas da população com o corpo técnico presente”, explicou a secretária de Saúde, Aparecida Souza.

OPINIÃO: Geração Bar do Rock (Parte II)

Por DANIEL FINIZOLA

Meus primeiros acordes soaram ainda na escola. No meio de um intervalo, um colega chamado Victor me convidou para ver o ensaio de uma banda de rock na garagem de um outro colega, na Cohab I. Coincidentemente, eu também morava na Cohab. No segundo ensaio já cheguei sem convite e no terceiro, com a guitarra debaixo do braço.

Não demorou para que muitos que tiveram sua gestação musical naquela garagem conhecessem o Bar do Rock. Tocar no chão do bar, já que não existia palco, era algo que dava frio na barriga. Recordo de festas que eram organizadas pela galera do bar. A banda que tocávamos já tinha experimentado vários nomes e Nato nos cobrava um nome para colocar no cartaz e assim poder participar do evento. Até que Victor Hugo, aquele mesmo que me chamou para o ensaio na garagem, gritou: “Sobreviventes do I.D.R”. Surgia, assim, outra banda emblemática da geração Bar do Rock. Além do Sangue de Barro e Sobreviventes do I.D.R, também tocavam por lá o Cangaceiros do Rock, Sombra dos Anjos e Juninho Santana – que sempre deixava a guitarra por lá pra mandar aqueles clássicos do Barão Vermelho: “Mais uma dose…” – Era Massa!

Os garçons não cativavam pela qualidade do atendimento, mas pela fato de serem espontâneos, roqueiros e amigos de todos que frequentavam o bar. Com o tempo, o público foi adquirindo métodos para enfrentar aquele atendimento que sempre deixava a desejar. A tática clássica era: todos da mesa gritarem em um só coro o nome de garçom. Quando o bar estava cheio, no auge da madrugada, constantemente se escutava um coro que dizia: “CASSACO”. Esse era o apelido de um dos garçons, que ao ouvir o grito organizado, corria pra atender a mesa. Até hoje encontro Cassaco e não sei seu nome ao certo, mas sei que é um dos amigos que fez parte de um dos melhores momentos da minha vida. Além de Cassaco, fez parte da administração do bar: Peixamim, Bartô, Tiazinha, Nadnelson, Jr. Pintor, Rivelino. Esse são os que recordei com a ajuda do amigo Ivan Márcio, pessoa fundamental no desenrolar dessa geração.

O ensaio de algumas bandas passaram a acontecer no Bar do Rock. Sangue de Barro, por exemplo, era à noite e Sobreviventes à tarde. Curioso é que ensaiávamos em um quarto e as caixas de som ficavam em um corredor ao lado do quarto. Rolava todo tipo de criatividade e improviso nesse lugar, desde os nomes das festas ao baixo azul de três cordas de André Vela Branca, cuja quarta corda geralmente não fazia falta e servia a grande maioria das bandas que chegavam por lá pra tocar.

Atrás do Bar do Rock, havia uma grande área com estrutura para conserto e lavagem de carros. Algumas festas aconteciam nesse local e a galera fazia da plataforma onde se consertava carro o palco. Em um Halloween, colocaram em cima dessa plataforma uma gaiola enorme de ferro. É!!! Tocamos engaiolados e fantasiados. Era um visual e um comportamento “louco” e, até certo ponto, inocente. Só que queríamos mais…

Não perca, semana que vem, a terceira e última parte deste artigo.

Em tempo: o local onde funcionou o Bar do Rock é hoje uma loja de conserto de radiadores, não um posto de gasolina, como falei na primeira parte do artigo.

daniel finizola

 

@DanielFinizola, formado em ciências sociais pela Fafica, é músico, compositor e educador. Escreve todas as quartas-feiras para o blog. Site: www.danielfinizola.com.br

TJPE concede habeas corpus para vereadores de Caruaru

O desembargador Gustavo Lima, do TJPE (Tribunal de Justiça de Pernambuco), concedeu hoje habeas corpus para oito dos dez vereadores de Caruaru presos na Operação Ponto Final da Polícia Civil. Suspeitos de cobrar propina de R$ 2 milhões para aprovar projetos de interesse do Executivo, eles foram presos no último dia 18.

Receberam autorização para deixar o presídio os vereadores governistas Sivaldo Oliveira (PP), Cecílio Pedro (PTB) e Val das Rendeiras (PROS) e os oposicionistas Val (DEM), Louro do Juá (SDD), Jajá (PPS), Neto (PMN) e Evandro Silva (PMDB). A defesa de Eduardo Cantarelli (SDD) e Pastor Jadiel (PROS) tentava estender o benefício de relaxamento da prisão para seus clientes.

Segundo o defensor Maviael Peixoto, que representa seis dos oito vereadores que obtiveram habeas corpus, o desembargador Gustavo Lima entendeu, em seu despacho, que a soltura dos parlamentares não colocaria em risco a investigação policial – ainda em curso –, nem causaria perturbação à ordem pública. A decisão do TJPE foi mantida sob sigilo e apenas os advogados tiveram acesso.

“Os acusados são réus primários, possuem residência fixa e o crime supostamente cometido não envolveu violência”, argumentou Maviael Peixoto.

*Post atualizado às 16h20

Após recomendação do MPPE, Câmara estuda abrir processo de cassação

O presidente da Câmara de Caruaru, Leonardo Chaves (PSD), disse nesta terça-feira (24) que já repassou a recomendação do Ministério Público, que pediu ontem a abertura do processo de cassação dos dez vereadores presos na Operação Ponto Final, para a secretaria jurídica.

“Estou aguardando um parecer de nossos advogados. Diferentemente da decisão que determinou o afastamento dos vereadores, essa é apenas uma recomendação. Nesse momento temos que ter cautela e não agir por impulso. Além disso, existem trâmites que precisam ser seguidos dentro do regimento interno. Todas essas questões precisam ser avaliadas”, afirmou Chaves.

Ele também comentou sobre a decisão da 4ª Vara da Fazenda Pública de anular a sessão ordinária realizada no último dia 17, quando foi aprovado um empréstimo de R$ 250 milhões para a prefeitura implantar o BRT (Bus Rapid Transit) na cidade. “Em relação à votação do projeto do BRT, nossa intenção é convocar uma sessão extraordinária, mas só em janeiro. Os novos vereadores precisam de tempo para analisar o projeto e não votar sem saber. Estamos em recesso, mas dada a importância do tema, existe a possibilidade desse projeto ser votado logo no começo de janeiro”, informou o presidente.

Escolinha de Rozael do Divinópolis beneficiará jovens de baixa renda

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Vereador deu o pontapé inicial no projeto neste fim de semana, no Alto da Balança (Foto: Pedro Augusto)

Cerca de 200 jovens com idades entre 7 e 20 anos serão beneficiados com a Escolinha de Futebol Rozael do Divinópolis. O pontapé inicial do projeto, que tem como objetivo promover esporte e cidadania para os atendidos, foi dado na manhã do último domingo (22), no campo do Alto da Balança, em Caruaru. O ex-jogador do Central Neto Simpliano é quem ficará responsável pela execução das aulas.

“Acho que não só os atendidos, mas também os seus familiares sairão vencedores com essa iniciativa. Através do trabalho sério e comprometido do professor Neto, juntamente com a boa estrutura física que montamos, poderemos formar grandes campeões tanto dentro como fora de campo. Já fui jogador de futebol e sei do valor do esporte na vida das pessoas”, afirmou o vereador Rozael do Divinópolis.

Para colocar em prática a escolinha, Rozael precisou realizar alguns investimentos na infraestrutura do campo. Segundo ele, as obras giraram em torno de R$ 5 mil. “Fizemos reparações no local e compramos os materiais esportivos da meninada”, completou o parlamentar.

OPINIÃO: Você sabe o que é evicção?

Por ALEXANDRE BARBOSA MACIEL

O instituto da evicção é previsto no Código Civil brasileiro nos seus artigos 447 a 457. O termo traduz a ideia de perda de algo para alguém e é isso mesmo. A coisa é mais ou menos assim: você compra um bem, um imóvel, por exemplo, mas não se preocupa em transmitir a si o título aquisitivo, permanecendo apenas com a posse. Aí a pessoa que vendeu o imóvel a você, que é a proprietária de direito do imóvel que você comprou, mas não transmitiu o título de propriedade para si, escriturando a operação em um cartório de notas e registrando no cartório de imóveis e ainda sem verificar se quem vendeu o imóvel não possuía algum ônus ou impedimento, contrai uma dívida e é executada judicialmente para pagar o que deve.

Nisso o exequente nomeia entre os bens a serem executados o imóvel que você comprou do vendedor, mas não escriturou e nem registrou o negócio jurídico. Acho que deu para entender a situação que fica o comprador nesse caso. O ato público torna a operação de compra e venda segura, pois tem uma série de exigências para que não restem dúvidas quanto à lisura do negócio.

Existe uma frase que resume essa questão: “Quem não registra não é dono”. A única opção do comprador prejudicado pela perda do seu bem para um terceiro é a busca pela indenização na Justiça contra o vendedor, pois quem aliena deve garantir o uso, gozo e fruição sobre o bem alienado. Num mercado onde a cultura do não regularizar os imóveis é predominante, aumenta o risco de perda do bem para terceiro, além de crescer a demanda na Justiça envolvendo imóveis não regularizados.

Por essa questão, é sempre prudente verificar, antes mesmo de se fazer qualquer proposta, se os proprietários vendedores não possuem ações judiciais contra eles nas esferas estadual e federal, cível e trabalhista, protestos, dívidas, e se o imóvel não possui ônus ou gravame, débitos com a municipalidade ou com o condomínio, para que só depois se faça qualquer manifestação inequívoca da aceitação das condições do negócio.

Essas são obrigações éticas em cumprimento ao nosso Código de Ética profissional, objeto da resolução 326/92 do Cofeci, que no seu artigo 4º, incisos I, II e III, determina que conheçamos todas as circunstâncias que envolvem o negócio antes mesmo de oferecer e de prestar informações precisas sobre ele, além de não aceitar realizar transação que saiba ser injusta, ilegal ou imoral, evitando assim a aplicação de outro dispositivo legal. Agir em desacordo com essas determinações enseja a possibilidade de cair em erro e responder civilmente perante o cliente, tendo que indenizá-lo pelo dano causado em virtude da sua imperícia, negligência, imprudência, ação ou omissão.

alexandre barbosa
Alexandre Barbosa Maciel, advogado, é corretor de imóveis, conselheiro suplente do Creci-PE e diretor da Imobiliária ABM. Escreve todas as terças-feiras para o blog