OPINIÃO: Os vários tipos de poluição (II)

Por MARCELO RODRIGUES

Um dos grandes desafios das cidades é controlar a poluição sonora – trânsito, sons de carros, propaganda ruidosa, atividades comerciais e industriais, entidades religiosas; boates; nas residências por eletrodomésticos, TVs, instrumentos musicais e aparelhos de som que devem ser utilizados de forma adequada para não incomodar os vizinhos nem prejudicar a própria saúde, entre outros.

O que acontece geralmente é que os gestores, na “onda do desenvolvimento sem fim”, e por suas omissões de monitoramento e fiscalização, permitem instalações de boates e/ou bares em áreas residenciais, num total desrespeito ao Plano Diretor, ocasionando transtornos à vizinhança e à população. Da mesma forma, o aumento de automóveis e motos nas vias públicas usando buzina ou mesmo aparelhos de som de alta frequência, muitos deles também com escapamentos inadequados, acaba causando poluição atmosférica e sonora. Sem falar nas atividades comerciais e industriais, que podem trazer incômodos de diversas maneiras, e nas entidades religiosas e seus cultos, que emitem ruídos acima dos limites permitidos pela legislação, etc.

Os planos urbanísticos municipais devem atentar para evitar que certas atividades urbanas não sejam incompatíveis, tais como a localização de uma casa de shows e/ou bar no meio de uma área residencial ou, pior ainda, ao lado de um colégio, faculdade e/ou hospital. São também decisões com foco na qualidade de vida dos munícipes a restrição ao uso de buzinas em determinadas áreas e os horários e locais em que podem funcionar atividades naturalmente barulhentas, como espetáculos musicais e esportivos, bares, boates, construção, etc.

O disciplinamento do uso do solo e das atividades urbanas é estabelecido por meio das leis municipais de ordenamento urbano e por um código do verde e da sustentabilidade – no caso de Caruaru, infelizmente, nós não temos por conta dessas omissões –, já que a competência para legislar sobre poluição sonora é concorrente e comum, segundo nossa Carta Magna em seus artigos 23 e 24, podendo nossa cidade legislar no que diz respeito ao controle e ao combate à poluição em todas as suas formas, em consonância com o Conama.

Neste diapasão, pela ausência de leis e códigos em nossa cidade para prevenir e combater esse mal, ficam a saúde e o sossego público à mercê dos poluidores, sem nenhuma política pública real e eficaz no combate a esse tipo de poluição que, além dos males conhecidos (problemas auditivos, dificuldade de comunicação entre pessoas, dor de ouvido, insônia, aumento da pressão arterial, fadiga e distúrbios clínicos), pode levar alguém a óbito devido a discussões entre vizinhos.

Para se ter uma ideia, a Organização Mundial da Saúde afirmou que o Brasil será o “país dos surdos”, em razão da falta e do controle da intensidade dos ruídos produzidos nas grandes cidades. Tanto que São Paulo é hoje, segundo pesquisas, a segunda cidade mais barulhenta do mundo – só perde para Nova Iorque (EUA).

É pensando em melhorar a qualidade de vida das pessoas dos centros urbanos, no caso de Caruaru, que a sociedade civil organizada deve exigir do chefe do Executivo e da Câmara a criação de leis do silêncio para combater a poluição sonora. Essas leis partem da contravenção penal, conhecida como perturbação do sossego, dos direitos de vizinhança presentes no Código Civil até as normas estabelecidas pela ABNT e pelo Programa Nacional de Educação e Controle de Poluição Sonora, que estabelecem restrições objetivas para geração de ruídos.

Em cidades como a nossa, onde a legislação ainda não prevê limites e sanções, a solução para os problemas relacionados aos ruídos ainda depende do registro de boletins de ocorrência ou da intervenção do Ministério Público, que deve ser provocado por denúncias para sair da letargia e fazer o papel de fiscal da lei e de defesa da sociedade, uma vez que o artigo 3º da Lei 6.938/81 define poluição e degradação ambiental como algo que prejudica a saúde, o bem-estar e a segurança da população.

Por essa razão, os especialistas da área apontam a poluição sonora como um dos maiores males dos grandes centros urbanos a ser enfrentado. Para isso, porém, o Poder Público tem de ser pressionado pelos cidadãos para que os limites sejam estabelecidos em lei.

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Marcelo Rodrigues foi secretário de Meio Ambiente do Recife na gestão João da Costa (PT). É advogado e professor universitário

Campos chama procurador-geral de PE para discutir assassinato de promotor

Do Poder Online

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), está empenhado para que o caso do assassinato do promotor de Itaíba (306 km de Recife), Thiago Faria de Godoy Magalhães, 36 anos, seja esclarecido o mais rápido possível. Campos marcou uma reunião com o procurador-geral do Ministério Público de Pernambuco, Aguinaldo Fenelon, para discutir o caso.

Ele também mobilizou a a Secretaria de Defesa Social, que já pediu apoio da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. O promotor foi assassinado com cerca de 40 tiros na manhã desta segunda-feira (14) na rodovia PE-300, após ser seguido e bloqueado por outro veículo. Ele estava acompanhado da noiva, Mysheva Freire Ferrão Martins, prima do deputado estadual Claudiano Filho (PSDB-PE), que pulou do carro e sofreu apenas escoriações.

Área pública utilizada por lanchonete dará lugar a uma praça

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Wolney e José Queiroz  conferem trabalhos de equipe da URB (Foto: Rafael Lima/PMC)

O prefeito José Queiroz (PDT) acompanhou a demolição de uma edificação localizada numa área pública de Caruaru. O espaço dará lugar a uma praça.

De acordo com a URB, que comandou os trabalhos, a mudança visa melhorar a mobilidade e evitar acidentes de trânsito, uma vez que o prédio atrapalhava a visibilidade no cruzamento da João Cursino com a Visconde de Inhaúma.

A edificação existia há mais de 30 anos. No local, funcionava uma lanchonete.

José Queiroz participa de comemorações ao Dia das Crianças

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Prefeito distribui presentes para as crianças caruaruenses (Foto: Divulgação/PMC)

O prefeito José Queiroz (PDT) conferiu de perto a comemoração ao Dia das Crianças (12) em Caruaru. Houve festa nos parques das Rendeiras e Severino Montenegro, praça da Criança, Estação Ferroviária e Pátio de Eventos.

“Todas as atividades nos parques foram muito bem coordenadas pelas nossas secretarias. Fiz questão de dar um abraço nos pais e saudar as crianças que escolheram os nossos equipamentos para festejar a data”, disse Queiroz.

A programação foi organizada pela Fundação de Cultura, Secretaria de Políticas Sociais e Diretoria de Meio Ambiente.

Raquel Lyra diz que ainda é cedo para falar em ‘dobradinha’

A deputada estadual Raquel Lyra (PSB) participou, na última sexta-feira (11), do programa “Mesa Redonda”, da Rádio Cultura do Nordeste, em Caruaru. Durante duas horas, ela conversou com os entrevistadores José Almeida, Risoni Santos e César Lucena sobre vários assuntos, incluindo o cenário político para 2014.

Sobre as especulações para o ano que vem, a pessebista deixou claro que não pensa numa candidatura a deputada federal e disse que era muito cedo para falar com quem vai fazer “dobradinha” na cidade. “Eu tenho firme o propósito de ser candidata à reeleição”, afirmou.

“Tenho desenvolvido um trabalho para ajudar a população. Sobre com quem eu vou dobrar para federal, ainda é muito cedo. A gente precisa discutir o hoje”, completou Raquel, citando ainda a falta de diálogo quando indagada a respeito da manutenção do apoio a Wolney Queiroz (PDT).

Secretaria de Saúde de Altinho promove dia especial para professores

Em comemoração ao Dia do Professor, a Secretaria de Saúde de Altinho realizará nesta terça-feira (15) um dia de saúde para os docentes da rede municipal. Durante todo o dia, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos, dentistas e nutricionistas darão atendimento aos profissionais.

O evento acontecerá no Millenium Clube, das 8h ao meio-dia e das 14h às 17h. As comemorações pela Secretaria de Educação só ocorrerão na sexta-feira (18).

Irmãos Cantarelli distribuem brinquedos para crianças carentes

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Acompanhado do irmão Diogo, Eduardo abraça mãe de criança (Foto: Divulgação)

O Dia das Crianças foi marcado por muito trabalho para o vereador Eduardo Cantarelli (PSDB) e seu irmão, o pré-candidato a deputado Diogo Cantarelli (PRP). Os dois distribuíram brinquedos no último sábado (12), na cidade e zona rural.

Além do bairro José Carlos de Oliveira, os irmãos Cantarelli estiveram no São Francisco, Santa Rosa, Sítio Cipó, Sítio Encanto e Vila do Rafael.

“Esse não é o primeiro ato de solidariedade que fazemos no Dia das Crianças. Ficamos honrados em proporcionar um pouco de alegria a essas crianças carentes da cidade e da zona rural. Não fazemos isso por estar na vida pública, fazemos por uma questão de respeito e fraternidade ao ser humano”, pontuou Eduardo.

PT começa a entregar cargos no governo Eduardo Campos

Cinco tendências do PT anunciaram, na tarde deste domingo (13), a entrega de cargos que ocupam no Governo de Pernambuco. O grupo, que tem como principais lideranças o senador Humberto Costa e os deputados federais João Paulo e Pedro Eugênio, decidiu antecipar a decisão que está sendo debatida pelo partido e deixar de imediato os cargos que ocupam na Empresa Pernambucana de Transporte Intermunicipal e na Secretaria de Saúde.

“Estamos tomando essa posição para termos mais liberdade e autoridade para defendermos o partido no Estado. Desde a saída do PSB do governo da presidente Dilma, nós já estávamos propondo que o PT tomasse uma decisão sobre o assunto para que a gente tivesse mais autonomia para debater e defender nosso projeto político em Pernambuco”, explicou o senador.

As tendências que anunciaram a saída do governo são: CNB (Construindo um Novo Brasil), AE (Articulação de Esquerda), CS (Consciência Socialista/Mensagem), EPS (Esquerda Popular Socialista) e CPT (Coletivo PT Para Todos/Mensagem). Todas elas apoiam a candidatura de Bruno Ribeiro à presidência do PT estadual.

“Já havíamos visto nos posicionamentos do PSB e de Eduardo Campos uma clara declaração de guerra e de oposição ao PT e ao governo Dilma. Com a entrega dos cargos feita pelo PSB nacional, e o programa político socialista da última semana, inauguramos um novo momento político”, enfatizou o deputado João Paulo.

Até o fim desta semana, o PT deve anunciar a decisão definitiva do partido sobre a saída dos seus integrantes do governo Eduardo Campos. As cinco tendências citadas acima defenderão o mesmo posicionamento tomado ontem para todos os cargos ocupados pela legenda no governo e na Prefeitura do Recife.

OPINIÃO: Uma alternativa para o Brasil

Por EDUARDO CAMPOS*

O olhar atento à história recente do Brasil leva à conclusão de que os ciclos políticos coincidem com a ascensão, envelhecimento e substituição dos partidos no poder. A ausência de renovação impõe uma dinâmica de obsolescência das legendas.

Nos anos 1980, o MDB/PMDB foi vetor principal da redemocratização. Uma década depois, o PSDB cumpriu a tarefa de matar a hiperinflação e construir os alicerces da estabilidade econômica. No período seguinte, o PT, apoiado nos pilares da democracia e da estabilidade, pôde comandar um ciclo de inclusão.

Todas essas forças operaram apoiadas nas conquistas das etapas que as precederam, ainda que muitas vezes as tentações da política peçam a negação retórica do passado. Mas essa negação não resiste à análise. Sem 1985 não haveria 1994, e sem 1994 não haveria 2002.

Sem democracia, não haveria como o país superar um impeachment; sem estabilidade, não seria possível distribuir renda.

Toda força política momentaneamente hegemônica sofre a tentação de enxergar-se como o ponto final do bonde da história. Mas é ilusão. Hoje, por exemplo, assistimos ao enorme desejo de que se abra um novo ciclo na política brasileira.

É disso que tratarão as eleições do próximo ano. Como superar a velha política para que o poder possa ser mobilizado na construção do novo, na pavimentação dos caminhos necessários e possíveis para alcançar outro patamar – eis a questão.

Precisamos remover o velho arranjo político, ou nenhuma agenda inovadora será viável.

Cada um por sua própria estrada, o Partido Socialista Brasileiro e a Rede Sustentabilidade vinham tateando em busca do novo.

O PSB, que governa seis Estados e mais de 400 cidades, estava empenhado em construir gestões democráticas, inovadoras e sérias, lutando para valorizar a função primeira do Estado: servir à sociedade. A Rede, procurando compreender e reunir a imensa energia represada nas aspirações dos jovens, nas preocupações com o bem-estar das gerações futuras, na busca obsessiva por uma economia renovada e mais democrática.

Certamente teriam convergido num eventual segundo turno, se as circunstâncias perversas da política brasileira não tivessem antecipado esse desfecho. Quando alguns imaginaram que poderiam represar completamente o rio da história, foram surpreendidos pela água que jorrou das frestas do dique, até derrubá-lo.

Eis por que a convergência entre o PSB e a Rede Sustentabilidade aconteceu com tamanha e surpreendente naturalidade. Porque já eram dois vetores de uma única inquietação: romper com estruturas fossilizadas para abrir caminho ao futuro.

O desenvolvimento sustentável é a releitura contemporânea mais próxima do socialismo democrático.

Dois movimentos políticos que agiam taticamente na defensiva, lutando para sobreviver em terreno desfavorável, notaram que sua aliança transformaria a estratégia em possibilidade de ofensiva.

O Brasil, infelizmente, acostumou-se a debater eleições como se se resumissem a pesquisas, tempo de rádio e TV e palanques estaduais. Mas a política é muito mais do que isso. Sua beleza está em trazer para si o debate programático do futuro, sobre como romper as amarras da inércia, e avançar.

Pretendemos contribuir para que o processo eleitoral supere a tentação da mediocridade, para que os eleitores sejam contemplados com uma opção consistente, transparente e sincera, que lance luz sobre deficiências e aponte caminhos para atender as exigências da sociedade.

Como dissemos ao selar nossa aliança, a luta da sociedade brasileira tem alcançado importantes conquistas: a redemocratização, a estabilidade econômica, a redução das desigualdades sociais. A única forma de aprofundá-las é avançar. Por isso, unimos forças para apresentar ao Brasil uma alternativa.

* Eduardo Henrique Accioly Campos, 48, economista, é governador de Pernambuco desde 2007 e presidente nacional do PSB desde 2006. Texto publicado originalmente no jornal Folha de S. Paulo