Brasília sedia a 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participa da abertura da 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (CNSI)

Começou nesta segunda-feira (14), a 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (6ª CNSI) em Brasília. Até sexta-feira (19), mais de 1,7 mil participantes representantes dos povos originários em todo o Brasil vão ajudar a atualizar a Política Nacional de Saúde Indígena (Pnaspi), que irá redefinir as diretrizes e efetivar as particularidades étnicas e culturais no modelo de atenção à saúde dos povos indígenas dos próximos anos no Brasil. Tudo isso decidido com o voto direto de 1,3 mil delegados das aldeias e comunidades indígenas de todo o Brasil.

Na abertura do evento o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, relembrou visitas que fez a comunidades indígenas e citou o Posto Leornado, no Alto Xingu, como exemplo de local onde a atenção primária à saúde acontece com consultas oftalmológicas, procedimentos odontológico e até mesmo assistência com apoio de tele saúde.

“Essa política pública precisa ser ampliada e, para isso, cada centavo, recurso público que chega na Secretária Especial de Saúde Indígena (Sesai) tem que chegar para as comunidades indígenas brasileiras. A gente sabe que têm ameaças desses recursos não chegarem aos seus verdadeiros donos, os nossos indígenas”, ressaltou

Segundo o Ministério da Saúde, a 6ª CNSI é a etapa final de um trabalho que começou com 302 conferências locais e 34 distritais, realizadas entre outubro e dezembro de 2018. “Das conferências distritais saíram 2.380 propostas consolidadas em 252 proposições a serem analisadas nesta etapa nacional”, detalhou a pasta.

As propostas estão divididas entre sete eixos temáticos: a articulação dos Sistemas Tradicionais Indígenas de Saúde; criação do Modelo de Atenção e Organização dos Serviços de Saúde; Recursos Humanos e Gestão de Pessoal em Contexto Intercultural; Infraestrutura e Saneamento; Financiamento; Determinantes da Saúde; Controle Social e Gestão Participativa.

“As vozes dos parentes têm força e precisam ser ouvidas. A conferência é o momento do indígena se fazer presente e garantir uma saúde de qualidade para nosso povo”, diz William Uwira Xacriabá, Secretário-Geral da 6ª CNSI. Além disso, a 6ª CNSI tem como meta aprovar as diretrizes que subsidiarão as ações de saúde locais e distritais e a reformulação da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas.

Homenagem

A cerimônia de abertura do evento hoje foi marcada pela entrega da comenda Maninha Xukuru Kariri. A condecoração reconheceu três personalidades brasileiras cujas contribuições foram marcantes na luta por direitos e melhorias da saúde dos povos indígenas do Brasil. Os homenageados foram: Ailson dos Santos (Yssô Truká), no segmento usuário; Maria do Carmo Andrade Filha (Carmem Pankararu), no segmento trabalhador e Ubiratan Pedrosa Moreira, na categoria gestor.

Conhecida como Maninha Xukuru Kariri, Etelvina Santana da Silva, nasceu em 1966, na aldeia Xukuru-Kariri, em Palmeira dos Índios, interior do estado de Alagoas. Ela é reconhecida como uma das grandes lideranças indígenas ao combater o preconceito na condição de mulher e indígena, sendo a única mulher em meio a tantos caciques e líderes indígenas. Em 2000, foi indicada pelo Projeto “1000 mulheres” ao prêmio Nobel da Paz.

Ela morreu em outubro de 2006 por problemas de saúde. Em 2007, recebeu in memoriam, o prêmio Renildo José dos Santos, destinado aos que se dedicam à defesa dos direitos humanos. Maninha foi agraciada na categoria Defesa da Identidade Cultural.

Bichos de pelúcia ajudam a acolher animais silvestres resgatados

Filhotes de tamanduás, macacos, capivaras e preguiças, entre outras espécies, são resgatados todos os anos pelo Ibama. Longe das mães, os bichinhos também precisam de afeto no processo de recuperação e reintrodução à natureza. E o uso de bichinhos de pelúcia tem ajudado os animais que ficaram órfãos.

Por isso, o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetas) do órgão, está promovendo uma campanha para arrecadar pelúcias, além de toalhas, lençóis e meias, com ou sem par, que podem ser novos ou usados. Os objetos simulam o acalento materno e dão apoio emocional aos filhotinhos.

A chefe do Cetas no Distrito Federal, Marília Gama, explicou como são usadas essas doações no tratamento dos animais.

Bichos de pelúcia ajudam a acolher animais silvestres resgatados.
Divulgação/Ibama

“Os animais, quando chegam, eles precisam muito desse conforto térmico e emocional para se desenvolver bem. Então, como uma pelúcia é muito utilizada por um filhote, não podemos reutilizar. É como um insumo, que acaba muito rápido. Tem animais que precisam muito disso. Um tamanduá, por exemplo um tamanduá, precisa muito se agarrar a um ser fofinho, digamos assim, para se sentir aconchegado e se desenvolver direitinho.”

Todas as sedes do Ibama e do Cetas ao redor do país estão recolhendo as doações. Quem quiser ajudar os bichinhos pode verificar o endereço mais próximo de sua residência no site: gov.br/ibama

TJPE atua em regime de plantão nesta segunda e terça-feira (14 e 15)

Palácio da Justiça de PE

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) vai atuar em esquema de plantão judiciário nas próximas segunda e terça-feira (14 e 15/11), em razão do feriado da Proclamação da República, nas Comarcas da Capital e do Interior. Nas referidas datas, o Judiciário estadual prestará atendimento remoto voltado apenas para as demandas de urgências de 1° e 2° Graus de caráter cível e criminal, como habeas corpus, mandados de segurança e medidas cautelares, entre outros. O horário de funcionamento dos plantões será das 13h às 17h.

Para conferir o plantão de 1º e 2º Graus do TJPE, basta clicar nos seguintes links:

Plantão 1º Grau Capital

Plantão 2º Grau Capital

Comarcas da Região Metropolitana do Recife (RMR) e do Interior – Para conferir a lista de contatos das unidades judiciárias plantonistas da RMR e das comarcas do Interior que vão atuar em regime de plantão no referido período, bem como as suas respectivas áreas de abrangência, basta acessar a seção Plantão Interior – 1º Grau.

O esquema de plantão do Judiciário estadual, referente aos citados dias, foi publicado na Edição de nº 230/2021, do Diário da Justiça Eletrônico (DJe), através do Ato Conjunto 49/2021, que versa sobre os feriados e expedientes forenses do ano de 2022 no âmbito do TJPE. Para conferir o Ato Conjunto 49/2021 na íntegra, clique AQUI.

MPPE funciona em regime de plantão

Nesta segunda e terça-feira (14 e 15 de novembro), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) vai funcionar em regime de plantão, das 13h às 17h, em razão do Dia de Finados, conforme a Portaria PGJ nº 3.466/2021, posteriormente alterada pela Portaria PGJ nº414/2022. 

Dessa forma, os atendimentos devem ser realizados remotamente por e-mail e as demandas urgentes devem ser encaminhadas ao promotor de Justiça plantonista, que atua das 13h às 17h, nos termos da Resolução RES-CPJ nº006/2017.

Segue abaixo como contatar cada uma das Circunscrições e as unidades do MPPE na Capital.

Capital: plantaocapital@mppe.mp.br

Salgueiro: plantao1a@mppe.mp.br

Petrolina: custodia2circunscricao@mppe.mp.br

Afogados da Ingazeira: plantao3a@mppe.mp.br

Arcoverde: plantao4a@mppe.mp.br

Garanhuns: plantao5a@mppe.mp.br

Caruaru: plantao6a@mppe.mp.br

Palmares: plantao7a@mppe.mp.br

Cabo de Santo Agostinho: plantao8a@mppe.mp.br

Olinda: cpfd.olinda@mppe.mp.br

Nazaré da Mata: plantao10a@mppe.mp.br

Limoeiro: plantao11a@mppe.mp.br

Vitória de Santo Antão: plantao12a@mppe.mp.br

Jaboatão dos Guararapes: plantao13a@mppe.mp.br

Serra Talhada: plantao14a@mppe.mp.br

Ouvidoria – O cidadão também pode entrar em contato com o MPPE, para registrar denúncias, reclamações, sugestões, críticas e elogios, através da Ouvidoria, no site do MPPE, por meio do formulário https://bit.ly/ouvidoriamppe-manifestacao, e pelo assistente virtual Audivia: no site do MPPE ou pelo messenger do Facebook da Ouvidoria do MPPE.

Técnicos pedem vacinas para impedir que variantes sofram mutações

Vacinação de adultos contra covid-19 na Unidade Básica de Saúde - UBS Brás.

Diante do aumento de casos de covid-19, autoridades sanitárias internacionais estão em alerta. O registro de novos casos da doença tem a ver com o surgimento de novas subvariantes da Ômicron, BQ.1 e XBB. Segundo os primeiros estudos, elas podem ser mais transmissíveis e resistentes às barreiras vacinais.

O mais recente Boletim InfoGripe Fiocruz, divulgado na última quinta-feira (10), sinaliza para o aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com resultado laboratorial positivo para Covid-19 na população adulta do Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Segundo o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, ainda não é possível afirmar que esse crescimento esteja relacionado especificamente com as identificações recentes de novas sublinhagens identificadas em alguns pontos do país.

Em alguns estados, o sinal é mais claro nas faixas etárias a partir de 18 anos. A exceção é o Rio Grande do Sul, que apresenta essa tendência apenas nas faixas etárias a partir de 60 anos.

“Como os dados laboratoriais demoram mais a entrar no sistema, espera-se que os números de casos das semanas recentes sejam maiores do que o observado nessa atualização, podendo, inclusive, aumentar o total de estados em tal situação”, disse o pesquisador da Fiocruz.

Crianças

Quando o recorte foi feito por capitais, a Fiocruz identificou maior predominância em crianças. As exceções são Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, que apresentam crescimento nas faixas etárias acima de 60 anos.

Segundo o médico Werciley Júnior, coordenador da Infectologia da rede Santa, em Brasília, as crianças devem ser um foco de atenção importante. “Apesar da doença em crianças ser uma forma normalmente leve, a gente tem dois aspectos. O primeiro é que nelas, quando a forma é grave, há uma alta taxa de mortalidade. O outro é que as crianças são carreadoras do vírus para dentro de casa. Se elas estiverem imunizadas, vão diminuir muito sua capacidade de transmissão”, alertou.

Ainda segundo o médico infectologista, apesar de até o momento os casos no país serem leves, registros positivos preocupam especialmente entre os não vacinados. O especialista ressaltou que o grande medo da comunidade médica e de autoridades sanitárias é que essa variante sofra uma nova mutação e fuja totalmente da vacina causando doenças graves.

“A gente sabe que a taxa de vacinação mais ou menos estacionou com duas doses. As pessoas não estão fazendo a terceira dose que houve uma redução gigantesca”, observou, acrescentando que esse público pode desenvolver formas graves da doença.

Segundo o médico, a vacina tem dois pontos importantes. O primeiro deles é proteger as pessoas de modo que quem tiver a doença desenvolve a forma leve.

O outro ponto é que, com anticorpos trazidos pela vacina “mesmo que parcialmente funcionando”, o paciente infectado diminui a carga viral e não consegue transmitir o vírus para a mesma quantidade de pessoas que transmitia sem a imunização.

Proteção

Além da vacinação, o infectologista recomendou que pessoas com comorbidades voltem a usar máscaras de proteção facial, evitem aglomerações e, em caso de suspeita, façam o teste para evitar contaminação de outras pessoas.

Leões, tigres, cangurus, falcões, águias e canarinhos entram em campo

canarinho pistola, seleção brasileira

As seleções que disputarão a Copa do Mundo do Catar não são conhecidas apenas por suas conquistas em campo. No coração das torcidas, elas ganham apelidos de origens as mais diversas possíveis, que surgem de histórias curiosas, trágicas e que até se misturam com a do próprio país que defendem. Os times se transformam em simples cores, animais selvagens, pássaros e personagens celestiais. Das 32, 31 têm apelidos. Vamos conhecer?Grupo A

O Catar é o país-sede e sua seleção é conhecida como The Marron. Mas como uma seleção que tem a bandeira com as cores branca e vermelho-escuro é chamada de Marrom? A justificativa é histórica. O Catar é conhecido como o primeiro produtor de corante de marisco, e em especial de um corante roxo durante o domínio do Império Sassânida. Segundo a lenda, a bandeira original do Catar seria toda em vermelho-púrpura, exatamente para destacar esse papel de produtor de corantes. Mas a tinta usada era de baixa qualidade e, sob o sol, assumia a cor marrom. Em 2015, finalmente, foi adotado o tom exato da bandeira, chamado de Pantone 1955. Localmente a cor é chamada de Catar marrom.

A seleção do Equador é conhecida como La Tri, A Tricolor. A explicação é simples: a bandeira tem as cores amarelo, azul e vermelho.

Os Leões de Teranga é o apelido da seleção de Senegal. O felino é um dos símbolos da população senegalesa, enquanto Teranga é uma palavra proveniente da língua wolof, uma das mais faladas no país. Ela significa hospitalidade e acolhimento.

A Holanda completa o Grupo A e o apelido de Laranja Mecânica tem várias interpretações. A primeira, e mais óbvia, é a cor do uniforme. Outros dizem que o codinome surgiu na Copa de 74 em razão do sistema tático inovador, conhecido como carrossel. Por fim, o apelido seria uma homenagem ao filme “Laranja Mecânica”, lançado em 1971 e dirigido por Stanley Kubrick.

Grupo B

Os ingleses são bem criativos quando se fala de apelidos de sua seleção. O English Team é chamado de The Three Lions (Os Três Leões), em referência ao escudo da camisa, mas também de The Rose Team (O Time da Rosa) – a rosa é símbolo da casa real britânica. Os três leões também estão presentes no brasão do exército inglês e no escudo da federação de futebol do país.

A seleção iraniana adota apelidos variados também. No Irã, todas as seleções de qualquer esporte são chamadas de Team Melli, que em persa significa Time do Povo. Mas em 2006 a seleção ficou conhecida como Estrelas Persas. Na Copa Asiática de 2011 os iranianos também foram chamados de Os Leões da Pérsia, Corações de Leão e Príncipes da Pérsia. Vale lembrar que durante muitos anos o Irã foi confundido com a Pérsia, e a região é um dos últimos redutos do leão asiático, também conhecido como leão persa.

Os Estados Unidos adotam dois apelidos para sua seleção. Ela é conhecida como The Star and Stripes (time das Estrelas e Listras), numa homenagem à bandeira do país. Mas também utilizam o apelido Yankees, como forma de lembrar dos vencedores da Guerra da Secessão, que chegou ao final em 1865.

De uniforme predominantemente vermelho, a seleção do País de Gales é conhecida como The Dragons. Esta é a cor dos dragões da bandeira nacional e do escudo da Federação Galesa de Futebol.

Grupo C

A Argentina tem um apelido de fácil entendimento, Seleção Albiceleste, em razão do uniforme com listras verticais, em branco e azul-celeste.

A Arábia Saudita é conhecida como Al Akhdar, o Verde, cor predominante de sua bandeira. A seleção também carrega o apelido de Os Falcões Verdes, pois os falcões são uma ave popular entre os sauditas, que têm na falcoaria um esporte nobre, considerado até mesmo uma forma de arte, e que movimenta milhões de dólares. A falcoaria é considerada Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade, pela Unesco.

O México é outra seleção conhecida como La Tri, a Tricolor. A bandeira tem as cores verde, vermelho e branco.

Também é a bandeira que determina o apelido da seleção polonesa. Bialo-czerwoni é o codinome da seleção alvirrubra, que é o mais popular no mundo do futebol. Os poloneses também são chamados de Biale Orly (As Águias Brancas), em homenagem ao símbolo do país.

Grupo D

A seleção francesa até já foi chamada de Le Tricolore (A Tricolor), por causa das três cores da bandeira. Mas o apelido Les Bleus (Os Azuis) é o que predomina há muitos anos, até mesmo por conta da cor do uniforme da seleção.

O apelido da seleção da Dinamarca tem histórico esportivo. Surgiu na Copa do Mundo de 1982. Após bom desempenho nas Eliminatórias, os dinamarqueses venceram Escócia, Uruguai e Alemanha nas três primeiras rodadas do Mundial e o apelido Dinamáquina logo pegou.

A Tunísia adota um apelido com história em sua seleção. A equipe é chamada de Eagles of Carthage (Águias de Cartago). A águia é um dos símbolos da federação da Tunísia e Cartago era o centro comercial mais importante do Mediterrâneo Antigo. A cidade é a capital da antiga civilização cartaginesa e ficava próxima ao lago de Túnis, onde hoje é a Tunísia.

A Austrália tem um apelido curioso, sem tradução imediata. A seleção é conhecida como Socceroos, uma união das palavras soccer (futebol) e kangaroos (cangurus), animal nativo da Austrália. Aussies, gíria local que identifica os australianos, e Cangurus também são utilizados.

A história do país também serve de influência para um dos apelidos da seleção da Espanha. Por conta de uma das cores da bandeira e do uniforme, ela é chamada de La Roja (A Vermelha). Mas a Guerra dos 80 anos, entre 1568 e 1648, na qual os Países Baixos buscavam a independência da Espanha, registrou o trágico ataque à Antuérpia, em 1576, quando sete mil vidas foram perdidas. A crueldade em apenas três dias ficou registrada como a Fúria Espanhola, e o apelido La Fúria também foi aplicado à seleção nacional.

A Costa Rica adota um apelido carinhoso para sua seleção. Ao contrário dos demais países de língua espanhola, na Costa Rica os diminutivos usam o sufixo “ico” e não “ito”. Por isso, desde 1856, quem nasce na Costa Rica é chamado de Tico, e esse codinome foi herdado pela seleção: Los Ticos.

A poderosa Alemanha, até o último dia 29 de julho, tinha um apelido forte: Die Mannschaft (O Time). No entanto, para surpresa do mundo do futebol, a Federação Alemã aboliu o apelido sob a alegação de que, desde seu surgimento, dividiu a opinião dos torcedores, que viam também o apelido como um símbolo de comercialização da equipe. A Alemanha, portanto, é a única seleção da Copa que não tem um apelido oficial.

A bandeira do Japão é das mais conhecidas do mundo: branca com um disco vermelho no centro. No entanto, a seleção japonesa é conhecida como Os Samurais Azuis, que participam das Copas desde 1998. A origem do apelido é bem mais antiga, remonta à Copa de 1954, quando o Japão disputou pela primeira vez um jogo internacional pela etapa classificatória daquele Mundial. A única equipe de futebol que existia naquela época era da Universidade de Tóquio, que vestia azul. O uniforme foi adotado pela seleção e deu origem ao apelido. Os Samurais celebram a tradição dos guerreiros do Japão feudal.

Grupo F

Um dos apelidos mais antigos adotados pelas seleções da Copa é o dos belgas. Die Roten Teufel (Os Diabos Vermelhos) surgiu em 1906, quando a seleção da Bélgica venceu a da Holanda por 3 a 2 em Rotterdam. O nome também é uma referência à cor principal do uniforme.

A fauna marca presença na seleção de Marrocos. The Atlas Lions (Os Leões do Atlas) homenageia os leões daquele país, cuja espécie leão berbere, ou leão do Atlas, foi extinto da natureza no século XX. O Atlas é uma referência à Cordilheira do Atlas, que tem o pico mais alto, Toubkal, com 4.167 metros de altitude, dentro do Parque Nacional do Marrocos.

Uma Equipe em Chamas. Assim é conhecida a seleção da Croácia, ou a Vatreni, que significa Ardente. A inspiração para o apelido vem da paixão dos croatas pelo país e pelo futebol. A seleção, por conta do uniforme, também é chamada de Kockasti (Xadrez).

Os Vermelhos é o apelido da seleção do Canadá. The Reds e Les Rouges são outros codinomes. Há também The Canucks (Os Canadenses), também é utilizado.

Grupo G

A tão famosa Seleção Canarinho, cinco vezes campeã do mundo, só ganhou esse apelido após uma tragédia esportiva. Foi na Copa de 1950, em casa, na derrota para o Uruguai na final. O uniforme branco, até então utilizado, foi aposentado e, através de um concurso popular, a camisa amarela saiu vencedora. O apelido foi inventado pelo radialista Geraldo José de Almeida.

Uma águia branca de duas cabeças, no brasão da bandeira da Sérvia, é a referência do apelido da seleção: Águias Brancas. A ave refere-se à dinastia Nemânica, a mais importante da Sérvia na Idade Média.

A Suíça é pouco criativa quando falamos de apelidos. A Nati, diminutivo de Schweizer Nationalmannschaft (Equipe Nacional), em alemão, também é conhecida como La Nati e Sqaudra Nazionale, que têm os mesmos significados em francês e italiano, respectivamente.

O leão é o símbolo de Camarões. E o apelido da seleção faz essa referência: Leões Indomáveis.

Grupo H

A Seleção de Portugal é conhecida como Seleção das Quinas. E a explicação é dada com conhecimento histórico. O apelido tem origem na bandeira portuguesa, que, além das cores verde e vermelho, apresenta no centro o escudo português sobre uma esfera armilar, que vem a ser um instrumento de astronomia, aplicado em navegação (há quem chame a seleção lusa de Os Navegadores). Dentro do escudo português encontramos cinco emblemas azuis (durante a monarquia, as cores da bandeira eram azul e branco) chamados de quinas, que simbolizam os cinco reis mouros que D. Afonso Henriques venceu na batalha de Ourique, no século 12.

O principal apelido da seleção do Uruguai tem origem esportiva. Também conhecida como Charrúa, celebrando um povo indígena que foi massacrado por tropas uruguaias em 1831, a equipe é chamada de Celeste Olímpica, não só pelo azul de seu uniforme (que, além de estar na bandeira, faz homenagem ao extinto clube River Plate FC), mas também pela conquista de duas medalhas de ouro olímpicas, conquistadas em 1924 (Paris) e em 1928 (Amsterdã). A seleção uruguaia também dá nome ao gol marcado diretamente de uma cobrança de escanteio, pois em 1924 o argentino Cesáreo Onzari marcou o primeiro gol desta forma, em um amistoso contra o Uruguai, que meses antes havia sido campeão olímpico. Assim, os argentinos criaram a expressão gol olímpico para ironizarem os rivais.

A estrela negra de cinco pontas, que representa a liberdade da África, bem ao centro da bandeira de Gana é a inspiração para o apelido da seleção de futebol do país: Os Estrelas Negras.

A origem do apelido da seleção da Coreia do Sul é econômica. Entre as décadas de 1960 e 1990 quatro territórios do sudeste asiático se destacaram com um crescimento agressivo: Hong Kong, Singapura e Taiwan, ao lado dos coreanos, eram conhecidos como Tigres Asiáticos. Esse codinome foi levado para o futebol, e a Coreia do Sul o adotou. Vale lembrar que o tigre é um animal típico da Ásia.

Técnicos pedem vacinas para impedir que variantes sofram mutações

Diante do aumento de casos de covid-19, autoridades sanitárias internacionais estão em alerta. O registro de novos casos da doença tem a ver com o surgimento de novas subvariantes da Ômicron, BQ.1 e XBB. Segundo os primeiros estudos, elas podem ser mais transmissíveis e resistentes às barreiras vacinais.

O mais recente Boletim InfoGripe Fiocruz, divulgado na última quinta-feira (10), sinaliza para o aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com resultado laboratorial positivo para Covid-19 na população adulta do Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Segundo o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, ainda não é possível afirmar que esse crescimento esteja relacionado especificamente com as identificações recentes de novas sublinhagens identificadas em alguns pontos do país.

Em alguns estados, o sinal é mais claro nas faixas etárias a partir de 18 anos. A exceção é o Rio Grande do Sul, que apresenta essa tendência apenas nas faixas etárias a partir de 60 anos.

“Como os dados laboratoriais demoram mais a entrar no sistema, espera-se que os números de casos das semanas recentes sejam maiores do que o observado nessa atualização, podendo, inclusive, aumentar o total de estados em tal situação”, disse o pesquisador da Fiocruz.

Crianças

Quando o recorte foi feito por capitais, a Fiocruz identificou maior predominância em crianças. As exceções são Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, que apresentam crescimento nas faixas etárias acima de 60 anos.

Segundo o médico Werciley Júnior, coordenador da Infectologia da rede Santa, em Brasília, as crianças devem ser um foco de atenção importante. “Apesar da doença em crianças ser uma forma normalmente leve, a gente tem dois aspectos. O primeiro é que nelas, quando a forma é grave, há uma alta taxa de mortalidade. O outro é que as crianças são carreadoras do vírus para dentro de casa. Se elas estiverem imunizadas, vão diminuir muito sua capacidade de transmissão”, alertou.

Ainda segundo o médico infectologista, apesar de até o momento os casos no país serem leves, registros positivos preocupam especialmente entre os não vacinados. O especialista ressaltou que o grande medo da comunidade médica e de autoridades sanitárias é que essa variante sofra uma nova mutação e fuja totalmente da vacina causando doenças graves.

“A gente sabe que a taxa de vacinação mais ou menos estacionou com duas doses. As pessoas não estão fazendo a terceira dose que houve uma redução gigantesca”, observou, acrescentando que esse público pode desenvolver formas graves da doença.

Segundo o médico, a vacina tem dois pontos importantes. O primeiro deles é proteger as pessoas de modo que quem tiver a doença desenvolve a forma leve.

O outro ponto é que, com anticorpos trazidos pela vacina “mesmo que parcialmente funcionando”, o paciente infectado diminui a carga viral e não consegue transmitir o vírus para a mesma quantidade de pessoas que transmitia sem a imunização.

Proteção

Além da vacinação, o infectologista recomendou que pessoas com comorbidades voltem a usar máscaras de proteção facial, evitem aglomerações e, em caso de suspeita, façam o teste para evitar contaminação de outras pessoas.

Comunidades e povos tradicionais é tema da redação do Enem 2022

Indígenas de diversas etnias no Acampamento Terra Livre, no Eixo Monumental, em Brasília

O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2022 é “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”, conforme divulgado pelo Ministério da Educação. O tema vale para as duas versões do Enem: impressa e em computador.

Especialista em redação e mestre em literatura indígena pela Universidade de Brasília (UnB), a professora Ana Clara Oliveira avalia que o tema deste ano segue as tradições do Enem, com “uma pegada social muito forte” e tratando de um recorte muito específico: os povos e comunidades tradicionais.

“Mais do que se restringir a esses povos, o tema abrange os desafios que o resto da sociedade tem para valorizá-los”, disse à Agência Brasil a professora do cursinho de redação online Corujando.

Eternamente contemporâneo

“Como sempre, o Enem foi muito bem na escolha temática”, acrescentou a professora formada em Letras pela UnB. Segundo ela, trata-se de um tema “eternamente contemporâneo”, mas que ganha ainda mais força devido à situação atual do país – de luta de povos indígenas e tradicionais em defesa de suas terras e culturas – e também devido às recentes mudanças políticas, em um momento em que tão diferentes visões de sociedade se confrontam.

“É um tema contemporâneo a qualquer momento na história do nosso país. Sempre foi e continuará sendo cada vez mais contemporâneo, em especial com essa recente valorização [do tema, nacional e internacionalmente]. A academia tem prestado muita atenção no tema, e há políticas sendo anunciadas visando a valorização desses povos; para que as línguas nativas não morram e para que as comunidades sejam preservadas”, argumentou.

Problema social silenciado

Mestre em Linguística e fundadora do curso de redação @lumaeponto, a professora Luma Dittrich também não ficou surpreendida com o tema. “Foi exatamente o que esperávamos: um problema social silenciado; um tema-problema que segue a mesma tendência dos últimos anos”, disse ela à Agência Brasil.

Segundo Luma, o nível de dificuldade está, em geral, mais relacionado às habilidades esperadas do candidato do que propriamente com o tema. “O Enem não espera que o candidato demonstre conhecimento sobre o tema, mas sim capacidade de leitura e reflexão. Portanto, os candidatos que entenderam sobre o problema que está dentro do tema e argumentaram refletindo sobre ele se deram bem”, disse.

Estereótipos

A professora Ana Clara enumerou alguns argumentos-chave que podem ajudar nessa dissertação argumentativa. Ela alerta sobre algumas armadilhas que podem diminuir as notas dos candidatos, em especial relacionadas ao uso de estereótipos para se referir a povos ou comunidades tradicionais.

“Pode-se falar sobre reservas, leis de proteção, instituições formadas para garantir a proteção das comunidades. O problema é que, infelizmente, a parte específica da valorização desses povos não é muito abordada para os estudantes em suas rotinas acadêmicas. No caso dos indígenas, sempre vistos como entidade do passado. Nesse sentido, o que é mostrado aos estudantes, desde quando ainda crianças, são formas estigmatizadas, com cocares, bochechas pintadas e um barulhinho feito com tapinhas na boca, algo que ninguém sabe de onde foi tirado, mas que virou som característicos para designá-los”, disse.

Argumentações

“Infelizmente essas populações acabam não sendo vistas como pessoas que usam roupas, estudam, trabalham no cotidiano e estão inseridas na civilidade. São estigmatizadas e apresentadas necessariamente como aquela pessoa na floresta, nua, fazendo rituais. É uma visão muito destorcida que a população, de forma geral, tem e que a escola perpetua direta ou indiretamente. Sem falar nas situações em que, na rotina escolar, a cultura indígena é apresentada de forma generalizada, como se todos fossem iguais, e, por vezes, romantizada”, acrescentou em meio a sugestões sobre como trabalhar o tema.

Professor do curso de redação online Me Salva!, Filipe Vuaden disse que, por abrir possibilidades para a abordagem de diferentes povos e comunidades tradicionais, o tema do Enem deste ano abre um grande leque de argumentações.

“Em termos de dificuldade, é um tema bastante acessível porque abre a possibilidade de o candidato direcionar para diferentes povos ou comunidades tradicionais, como ribeirinhos, quilombolas, pantaneiros, caipiras, sertanejos, o que amplia as possibilidades de o candidato ter alguma referência para mobilizar o texto”, disse ele ao lembrar que a mídia tem noticiado largamente os povos indígenas por conta de serem alvos de conflitos com fazendeiros, madeireiros e grileiros.

Proposta de intervenção

“Há muito o que lembrar na hora da prova e levar para o texto, mas tendo como estratégia principal o domínio das competências de avaliação da prova. É preciso ter ciência de que, em algum momento do texto, é fundamental fazer referência a uma outra área de conhecimento ou disciplina, de forma a ajudar no embasamento da argumentação”, disse.

Vuaden acrescenta ser também aconselhável a apresentação de uma “boa proposta de intervenção para a abordagem que foi dada ao problema”. “No caso, como pensamos em desafios para valorização desses povos e comunidades, o candidato tem de pensar em uma maneira de valorizar ou superar esses desafios. Pode também usar informações históricas, porque desde o período da colonização brasileira os povos tradicionais vêm enfrentando problemas para manterem suas culturas e tradições vivas”.

Borboleta e mariposas

Entre as propostas de intervenção, a professora Ana Clara destaca a busca por representatividade no ambiente político. “Esta é uma questão vital, uma vez que a falta de representatividade é bastante explícita não só na política, mas também em novelas, livros. Sem representatividade, uma borboleta rodeada por mariposas continuará sendo mariposa, como dizia uma poetiza que adoro que é a Rupi Kaur”, argumentou a professora do Corujando.

Competências

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o texto apresentado deve ser, em regra, dissertativo-argumentativo. Ou seja, as ideias defendidas precisam estar embasadas por explicações fundamentadas e por argumentações sobre o assunto. Para tanto, é apresentada uma situação-problema, além de textos motivadores, a partir dos quais os conceitos devem ser desenvolvidos, em até 30 linhas.

“As redações são avaliadas de acordo com cinco competências. A nota pode chegar a 1.000 pontos. Por outro lado, há critérios que conferem nota zero, como fuga ao tema, extensão total de até sete linhas, trecho deliberadamente desconectado do tema proposto, não obediência à estrutura dissertativo-argumentativa e desrespeito à seriedade do exame”, informou, em nota, o instituto.

Festa do Flamengo tem correria e bombas

A festa que reuniu centenas de milhares de torcedores do Flamengo entre a manhã e a tarde deste domingo (13) terminou com tumulto e correria em ruas do centro do Rio de Janeiro. Os rubro-negros comemoravam os títulos na Libertadores da América e na Copa do Brasil na presença do elenco do clube, que animava a torcida de um trio-elétrico.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram que enquanto ainda havia milhares de pessoas ao redor do trio, bombas de efeito moral e gás foram usadas por forças de segurança para dispersar parte dos torcedores, que se concentravam na Avenida Presidente Antonio Carlos, na região do centro do Rio conhecida como Castelo.

A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar afirmou que policiais militares do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), do Batalhão Especializado em Policiamento em Estádios (BEPE) e do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (RECOM) precisaram conter confusões entre os próprios torcedores do Flamengo.

Durante o tumulto, cinco policiais se feriram e foram socorridos ao Hospital Central da Polícia Militar. Segundo a corporação, prédios públicos foram depredados, mas a situação era considerada estabilizada por volta das 16h. Ao menos dois homens foram conduzidos para a 5ª Delegacia de Polícia.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio informou que aproximadamente 30 pessoas deram entrada na emergência do Hospital Municipal Souza Aguiar neste domingo, com ferimentos diversos em decorrência do evento. Até o momento, não há casos graves.

Flordelis é condenada a 50 anos de prisão por assassinato do marido

Julgamento Morte Pastor Anderson do Carmo - 07-11-2022 - Foto- BRUNNO DANTAS-TJRJ (11 de 77)

A ex-deputada federal Flordelis dos Santos foi condenada na noite deste domingo (13) a 50 anos e 28 dias de prisão, em regime inicialmente fechado, pelo assassinato do ex-marido, o pastor Anderson do Carmo. O crime ocorreu em junho de 2019, na casa da família, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

O Tribunal do Júri de Niterói considerou a ex-deputada culpada pelo homicídio triplamente qualificado, que recebeu os agravantes de motivo torpe, emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Anderson foi morto a tiros ao chegar em casa de carro, na noite do dia 16 de junho.

O crime teria sido motivado porque a vítima mantinha rigoroso controle das finanças familiares e administrava os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado às pessoas mais próximas da ex-deputada em detrimento de outros membros da família, que somava mais de 50 filhos, entre biológicos, adotivos e afetivos.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro apontou Flordelis como a responsável por planejar o homicídio do então marido, convencendo o executor direto e os demais acusados a participarem do crime, pensado para parecer um latrocínio. As investigações indicaram que a ex-deputada financiou a compra da arma usada e avisou sobre a chegada da vítima no local em que foi executado a tiros.

Além do homícidio consumado, Flordelis foi condenada pelas tentativas anteriores de matar o marido, adicionando veneno em sua comida e bebida ao menos seis vezes. Nesse caso, o crime foi homicídio duplamente qualificado.

O caso envolve ainda condenações por associação criminosa armada e dois usos de documento ideologicamente falso, uma carta em que um dos filhos aponta um culpado sabidamente falso pelo homicídio.

Em nota, a defesa da ex-deputada afirma que a condenação ocorreu “apesar de não haver provas” e garantiu que recorrerá da sentença.

“Entendo que a condenação foi indevida, eis que certamente se deu pela pressão da opinião pública formada desde o delito. Considerando que ocorreram diversas nulidades absolutas no decorrer do julgamento, informo que recorrerei da sentença, buscando que ocorra, futuramente, um julgamento justo”, disse a defesa, que acrescentou estar muito satisfeita com a absolvição de outros acusados.

Julgamento

O julgamento da ex-deputada e outros acusados começou na última segunda-feira e se estendeu por sete dias, conduzido pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, titular da 3ª Vara Criminal da Comarca de Niterói. A sessão final, em que foi proferida a sentença, durou 21 horas, e atravessou a madrugada de domingo.

Inicialmente, havia a expectativa de que o julgamento se encerrasse em três dias, mas os longos depoimentos, tumultos e atrasos no início de algumas sessões estenderam essa previsão. Além disso, em momentos distintos, Flordelis e uma de suas filhas que também estava no banco dos réus passaram mal e demandaram paralisações para atendimento médico.

A filha de Flordelis, Simone dos Santos Rodrigues, também foi condenada a 31 anos, quatro meses e 20 dias de reclusão, em regime inicialmente fechado, por homicídio triplamente qualificado consumado, tentativa de homicídio qualificado privilegiado e associação criminosa armada.
Já os filhos André Luiz de Oliveira e Marzy Teixeira da Silva foram absolvidos, assim como a neta Rayane dos Santos Oliveira. Rayane é filha adotiva de André e Simone, que não têm laços sanguíneos apesar de serem ambos filhos de Flordelis – Simone é filha biológica, e André, filho afetivo.

Cantora gospel e pastora em seu próprio ministério, Flordelis se elegeu deputada federal em 2018 pelo Partido Social Democrático (PSD) com grande apoio dos fiéis, tornado-se a mulher mais votada no estado do Rio de Janeiro naquele pleito. Após a conclusão das investigações em torno da morte de Anderson, ela teve seu mandato na Câmara dos Deputados cassado. As investigações também implicaram parte de sua família, e cinco filhos da ex-deputada já foram condenados pelo crime.

Condenações anteriores

Em novembro de 2021, o Tribunal do Júri de Niterói já havia condenado Flávio dos Santos Rodrigues, um dos filhos da ex-deputada, a 33 anos 2 meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado por homicídio triplamente qualificado consumado, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada. Flávio foi denunciado como autor dos disparos de arma de fogo que provocaram a morte do pastor Anderson.

Na mesma sessão, Lucas Cezar dos Santos de Souza, outro filho de Flordelis, foi condenado por homicídio triplamente qualificado a nove anos de prisão em regime inicialmente fechado. Ele foi apontado como o responsável por adquirir a arma usada no assassinato do pastor.

Já em abril deste ano, o Tribunal do Júri de Niterói condenou outros quatro réus: Adriano dos Santos Rodrigues, que também é filho de Flordelis, a quatro anos, seis meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto por uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada; o ex-PM Marcos Siqueira Costa, a cinco anos e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado, e sua esposa Andrea Santos Maia, a quatro anos, três meses e dez dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto por crimes de uso de documento ideologicamente falso, duas vezes, e associação criminosa armada;

Também foi condenado na sessão realizada em abril Carlos Ubiraci Francisco da Silva, mais um fliho de Flordelis, pelo crime de associação criminosa armada, a dois anos, dois meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto. No dia 28 de abril, porém, a Vara de Execuções Penais do tribunal concedeu liberdade condicional a Ubiraci.