Como o cordel pode contribuir para a alfabetização?

Elisiany Leite Lopes de Souza

A literatura de cordel ganhou destaque no século XIX com a publicação de folhetos que apresentavam narrativas, poemas e dados sobre acontecimentos sociais e políticos da época, principalmente do Nordeste. Os escritores de cordel, os “cordelistas”, usavam uma linguagem clara e acessível, frequentemente empregando rimas e estruturas métricas, o que tornava mais fácil a memorização e a performance por repentistas.

Com o tempo, o cordel se firmou como uma importante expressão cultural brasileira por preservar tradições e promover a identidade regional. Atualmente, continua a ser uma valiosa forma de arte e educação, utilizado em escolas em diferentes etapas de ensino.

Isso acontece porque o cordel pode ajudar na alfabetização de várias maneiras. Em primeiro lugar, ele utiliza uma linguagem simples, o que facilita a compreensão dos leitores iniciantes. Além disso, as rimas do cordel tornam a leitura mais cativante e divertida, despertando o interesse pela leitura, especialmente entre as crianças e os estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

No Ensino Fundamental, os cordéis são uma ferramenta essencial para aprimorar a escrita por meio de projetos de leitura, recitação de poemas e saraus. Já na Educação Infantil, a proposta é garantir que as crianças tenham experiências significativas. Essas experiências devem envolver práticas discursivas de oralidade, leitura e escrita, além de análise e reflexão. As atividades devem levar em conta as interações e brincadeiras, eixos essenciais do currículo da educação infantil.

Outro aspecto importante dos benefícios do cordel na educação é que ele aborda temas do cotidiano e da cultura popular, ajudando os alunos a se identificarem com as histórias e personagens reais. Além disso, alguns cordéis podem ser recitados e trabalhados em conjunto com xilogravuras, transformando-se em histórias dramatizadas ou peças de teatro de fantoches.

Com a criação do Programa Leitura e Escrita na Educação Infantil (Pro-LEEI), visa-se implementar e promover a formação continuada de profissionais da educação infantil, fortalecendo o planejamento e a execução de práticas pedagógicas que desenvolvam a linguagem oral, a leitura e a escrita das crianças. O programa está integrado ao Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA) e adota princípios como a valorização das especificidades da educação infantil, a integração entre as etapas da educação básica e a promoção da equidade educacional. Assim, a literatura de cordel se apresenta como um importante aliado nesse processo de inserção da leitura e da escrita. 

Por isso, o cordel é uma ferramenta valiosa para estimular a criatividade e a expressão artística, incentivando os alunos a criar seus próprios textos e a explorar a literatura de maneira lúdica. É, portanto, umrecurso educativo que enriquece o processo de alfabetização, como também valoriza a diversidade cultural, promove a equidade educacional e mobiliza repertórios das diversas regiões do nosso país, ajudando a superar desigualdades educacionais.

* Elisiany Leite Lopes de Souza é pedagoga, professora e autora do livro de cordel infantil “Mãe, quero ser igual a você

Helinho Aragão reforça aliança e apoio político a governadora Raquel Lyra

O prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Helinho Aragão, do PSD, deu uma contundente declaração de apoio a governadora Raquel Lyra, do PSDB. A fala do gestor da Capital das Confecções aconteceu durante entrevista ao programa ‘Cidade em Foco’, da Rede Pernambuco de Rádios e ao Blog do Alberes Xavier, na manhã desta terça-feira, dia 18.

Perguntado sobre a participação do ex-governador Paulo Câmara, do PSB, na obra de cobertura e reestruturação da Central de Feiras e Mercados, que teve a sua primeira grande feira neste final de semana, Helinho foi direto: “Ele teve sua participação no comecinho desse projeto, quando só existiam as fundações da obra… Nesse momento eu falo da minha governadora, a quem eu apoio e de quem sou aliado. Estamos falando de uma grande obra, de mais de seis milhões de reais investidos”, disse ele.

Helinho falou também sobre a nomeação do ex-prefeito Fábio Aragão para um cargo na Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (Adepe). “Fábio é um grande companheiro, um amigo, um irmão. Tenho certeza que essa nova missão que ele assumiu trará conquistas para a nossa cidade”, falou, revelando ainda que nos próximos dias o ex-prefeito fará um importante anúncio para Santa Cruz do Capibaribe.

Cabo Cardoso quer delegacia especializada para combater roubos em Caruaru

O vereador Cabo Cardoso solicitou a implantação de uma delegacia de combate a roubos e furtos em Caruaru.

O parlamentar destacou a necessidade de uma delegacia especializada na investigação de crimes contra o patrimônio, além de roubos e furtos à veículos, muitos furtos tem acontecido através de arrombamentos à estabelecimentos comerciais e uma delegacia especializada direcionando investigações específicas muitos criminosos que praticam esse crimes seriam postos atrás das grades.

Juntos pela Segurança: Estado retoma obra de construção de três presídios em Araçoiaba

O Governo de Pernambuco retomou a obra de construção de três unidades prisionais masculinas, localizadas em Araçoiaba, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Paralisada há mais de dez anos, a conclusão do remanescente da obra será executada pela Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab) e faz parte da reestruturação do sistema prisional e do investimento na ressocialização, por meio do Juntos pela Segurança.

“A melhoria da segurança em nosso Estado passa pela reestruturação do sistema penitenciário. Por meio do Juntos pela Segurança, estamos criando mais unidades prisionais para garantir melhores condições de trabalho aos servidores e manter aqueles que estejam privados de liberdade isolados. Nos últimos dois anos já criamos mais de 1,8 mil vagas no sistema prisional e nomeamos mais de 660 policiais penais. Dentro de seis meses faremos mais esta entrega com a conclusão da obra em Araçoiaba”, destacou a governadora Raquel Lyra.

Nesta nova fase, a obra receberá investimentos de R$ 30,6 milhões, entre recursos federais e contrapartida estadual. O espaço conta com 388 vagas masculinas para cada unidade prisional, totalizando 1.164 nos três estabelecimentos penais. “Estamos empenhados em garantir dignidade às pessoas privadas de liberdade e isso passa diretamente pela criação de novas vagas e pela ressocialização dos reeducandos. Isso faz parte da política do Juntos pela Segurança e temos trabalhado para cumprir a missão dada pelo Governo do Estado”, enfatizou o secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, Paulo Paes.

A previsão é que a obra seja concluída em seis meses, a partir da data de assinatura da ordem de serviço, que ocorreu no dia 13 de fevereiro. Estão previstos serviços como instalações elétricas, hidrossanitárias, revestimentos, pintura e urbanização. “A expertise da Cehab em execução de obras e gestão facilita para que possamos cumprir o cronograma, fazer o acompanhamento e realizar uma fiscalização mais próxima, para que as obras possam ser entregues no menor prazo possível”, declarou Paulo Lira, diretor-presidente da Companhia.

A empresa vencedora da licitação, Planalto Pajeú foi definida em 2024, após um processo de distrato com a construtora anterior, com cerca de 65% do contrato executado. As unidades prisionais têm os seus contratos de repasse assinados junto à Caixa Econômica desde 2012, com ordens de serviço assinadas em 2014 e previsão de término em 2015.

“Nosso sistema prisional tem grandes deficiências. Temos o exemplo dos presídios de Araçoiaba e Itaquitinga, cujos projetos foram atualizados através da Secretaria Executiva de Projetos Estratégicos (SEPE). O Governo, em uma decisão assertiva, retomou esses projetos, com a maior qualidade possível”, afirmou o secretário de Projetos Estratégicos, Rodrigo Ribeiro.

Em 2023 e 2024, o Governo do Estado entregou 1.854 vagas, sendo 954 no Presídio Policial Penal Leonardo Lago (PLL) e 900 na unidade 2 do Presídio de Itaquitinga (PIT 2). A previsão é que até 2026 sejam entregues 7.950 vagas.

Mega-Sena acumula novamente e prêmio está estimado em R$ 105 milhões

22/06/2023 - Brasília - Mega-Sena, concurso da  Mega-Sena, jogos da  Mega-Sena, loteria da  Mega-Sena - Volantes da Mega Sena sendo preenchidos para apostas em casas lotéricas da Caixa. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil/Arquivo
© Rafa Neddermeyer/Agência Brasil/ARQUIVO

O concurso 2.830 da Mega-Sena, realizado nesta terça-feira (18), não teve nenhum acertador das seis dezenas. O prêmio acumulou e está estimado em R$ 105 milhões para o próximo sorteio.

Os números sorteados foram: 01 – 28 – 34 – 36 – 51 – 52.

Essa foi a décima vez seguida que o prêmio principal da Mega-Sena não tem vencedor.

A quina teve 55 apostas vencedoras, que irão receber  R$ 99.629,63 cada. Outras 5.431 apostas tiveram quatro acertos e faturaram R$ 1.441,36.

Para o próximo concurso, as apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) de quinta-feira (20), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal. A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 5.

Confira os 34 denunciados pela PGR por crime de golpe de Estado

O interventor federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro, general Walter Braga Netto, concede entrevista à Agência Brasil no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial.
© Fernando Frazão/Agência Brasil
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, detalhou a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais 33 acusados na denúncia do inquérito do golpe enviada nesta terça-feira (18) ao Supremo Tribunal Federal (STF).

No documento, Gonet afirma que o grupo criminoso agiu com violência e grave ameaça para impedir o funcionamento dos Poderes da República e para tentar depor o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Conforme a acusação, Bolsonaro contou com o auxílio de aliados, assessores e generais para “deflagrar o plano criminoso”, que teria ocorrido por meio de divulgação de desinformação contra urnas eletrônicas, afronta às decisões do Supremo e incentivo ao plano golpista, entre outras acusações.

>> Veja lista dos denunciados (por ordem alfabética):

1.    Ailton Gonçalves Moraes Barros
2.    Alexandre Rodrigues Ramagem
3.    Almir Garnier Santos
4.    Anderson Gustavo Torres
5.    Angelo Martins Denicoli
6.    Augusto Heleno Ribeiro Pereira
7.    Bernardo Romão Correa Netto
8.    Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
9.    Cleverson Ney Magalhães
10.  Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
11.  Fabrício Moreira de Bastos
12.  Filipe Garcia Martins Pereira
13.  Fernando de Sousa Oliveira
14.  Giancarlo Gomes Rodrigues
15.  Guilherme Marques de Almeida
16.  Hélio Ferreira Lima
17.  Jair Messias Bolsonaro
18.  Marcelo Araújo Bormevet
19.  Marcelo Costa Câmara
20.  Márcio Nunes de Resende Júnior
21.  Mário Fernandes
22.  Marília Ferreira de Alencar
23.  Mauro César Barbosa Cid
24.  Nilton Diniz Rodrigues
25.  Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
26.  Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira
27.  Rafael Martins de Oliveira
28.  Reginaldo Vieira de Abreu
29.  Rodrigo Bezerra de Azevedo
30.  Ronald Ferreira de Araújo Júnior
31.  Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros
32.  Silvinei Vasques
33.  Walter Souza Braga Netto
34.  Wladimir Matos Soares

STF

A denúncia será julgada pela Primeira Turma do Supremo, colegiado composto pelo relator, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Se a maioria dos ministros aceitar a denúncia, Bolsonaro e os outros acusados viram réus e passam a responder a uma ação penal no STF.

Pelo regimento interno da Corte, cabe às duas turmas do Tribunal julgar ações penais. Como o relator faz parte da Primeira Turma, a acusação será julgada pelo colegiado.

A data do julgamento ainda não foi definida. Considerando os trâmites legais, o caso pode ser julgado ainda neste primeiro semestre de 2025.

PGR denuncia Bolsonaro e mais 33 por tentativa de golpe de Estado

Brasília (DF), 18/10/2023, O ex-presidente Jair Bolsonaro, fala com jornalistas, na sede da Polícia Federal em Brasília. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta terça-feira (18) o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. A acusação também envolve outros militares, entre eles Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Confira a íntegra da denúncia: 

As acusações da procuradoria estão baseadas no inquérito da Polícia Federal (PF) que indiciou, em novembro do ano passado, o ex-presidente no âmbito do chamado inquérito do golpe, cujas investigações concluíram pela existência de uma trama golpista para impedir o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A denúncia será julgada pela Primeira Turma do Supremo, colegiado composto pelo relator, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Se a maioria dos ministros aceitar a denúncia, Bolsonaro e os outros acusados viram réus e passam a responder a uma ação penal no STF.

Pelo regimento interno da Corte, cabe às duas turmas do Tribunal julgar ações penais. Como o relator faz parte da Primeira Turma, a acusação será julgada pelo colegiado.

A data do julgamento ainda não foi definida. Considerando os trâmites legais, o caso pode ser julgado ainda neste primeiro semestre de 2025.

Conspiração

Na parte sobre Bolsonaro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o ex-presidente e o general Braga Netto, ex-ministro e vice na chapa com Bolsonaro – derrotada nas eleições de 2022, exerceram papel de liderança para realização de uma “trama conspiratória armada e executada contra as instituições democráticas”.

“A organização tinha por líderes o próprio presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o general Braga Neto. Ambos aceitaram, estimularam, e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e Independência dos poderes e do Estado de Direito democrático”, afirmou Gonet.

Gonet diz que a denúncia contra Bolsonaro narra os fatos cometidos por uma “organização criminosa estruturada” para impedir a concretização da vontade popular demonstrada com o resultado das eleições de 2022, quando Lula foi eleito presidente.

” O presidente da República [ Bolsonaro] adotou crescente tom de ruptura com a normalidade institucional nos seus repetidos pronunciamentos públicos em que se mostrava descontente com decisões de tribunais superiores e com o sistema eleitoral eletrônico em vigor. Essa escalada ganhou impulso mais notável quando Luiz Inácio Lula da Silva, visto como o mais forte contendor na disputa eleitoral de 2022, tornou-se elegível, em virtude da anulação de condenações criminais”, afirmou.

Vasco e Atlético-MG avançam na Copa do Brasil

O Atlético-MG derrotou o Tocantinópolis por 2 a 0, na noite desta terça-feira (18) no estádio Ribeirão, na cidade de Boa Vista (Roraima), na partida que abriu a edição 2025 da Copa do Brasil. Após este triunfo o Galo espera o confronto entre Independência-AC e Manaus, na próxima quarta-feira (19), para conhecer o seu adversário na próxima etapa da competição.

Mesmo diante de um adversário com menor qualidade técnica, o Atlético-MG teve muitas dificuldades. Em especial porque a equipe da casa optou por uma postura defensiva, oferecendo poucos espaços para a equipe comandada pelo técnico Cuca.

Assim, o Galo só garantiu a vitórias nos minutos finais do segundo tempo. O placar foi aberto aos 40 minutos, com gol de Hulk em cobrança de pênalti. Dez minutos depois Rony chutou de dentro da pequena área para dar números finais ao marcador.

Classificação do Vasco

Outra equipe a garantir a classificação para a próxima etapa da Copa do Brasil foi o Vasco. Jogando no estádio Kleber Andrade, em Cariacica (Espírito Santo), o Cruzmaltino superou o União Rondonópolis por 3 a 0 em jogo que contou com transmissão da Rádio Nacional.

O triunfo foi construído com gols de Vegetti, Rayan e Hugo Moura. Na próxima fase da competição o time de São Januário terá pela frente o vencedor do confronto entre Barcelona-RO e Nova Iguaçu-RJ.

Milei tenta minimizar crise gerada por apoio à criação de criptomoeda

Rio de Janeiro(RJ), 18/11/2024 - O presidente da Argentina, Javier Milei, participa da plenária sobre reforma das instituições no G20.  Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Alvo de uma série de denúncias por ter promovido o lançamento de criptomoeda por uma empresa privada, o presidente da Argentina, Javier Milei, rompeu o silêncio nesta segunda-feira (17). Em meio à mais ruidosa crise de seus 14 meses à frente do Poder Executivo, o mandatário argentino concedeu, ontem à noite, uma entrevista ao canal TN (Todo Notícias).

Sabatinado pelo jornalista Jonatan Viale, Milei tentou minimizar o impacto do episódio que parte da imprensa argentina batizou como o “criptogate” – a suspeita de envolvimento de funcionários do governo federal, incluindo o próprio presidente, em supostas irregularidades na criação da $Libra, uma criptomoeda que, conforme Milei anunciou em seu perfil no X (antigo Twitter), ajudaria a financiar pequenas empresas e empreendimentos argentinos.

“Não tenho nada que ocultar, portanto posso falar tranquilamente”, disse Milei no início da entrevista de pouco mais de uma hora de duração, na qual tentou explicar que não agiu de forma a promover a $Libra e o projeto Viva La Libertad, do qual o lançamento da criptomoeda faz parte. “Eu não a promovi. Eu a difundi”, afirmou Milei. Na última sexta-feira (14), ele publicou um texto no qual divulgava o projeto privado, associando-o ao crescente liberalismo da economia argentina.

“Não fiz nada de mal. Sou um superentusiasta da tecnologia. E diante da possibilidade de uma ferramenta para [supostamente] financiar projetos de empreendedores [argentinos], eu decidi difundi-la”, argumentou Milei, reconhecendo que a repercussão que se seguiu a seu tuíte o levou a “correr”, apagando a postagem.

Tão logo o presidente argentino tornou público seu apoio à iniciativa, o valor do ativo digital disparou, valorizando-se exponencialmente. Os poucos detentores da criptomoeda começaram a vendê-la, com lucros altíssimos.

Especialistas e oposicionistas a Milei começaram então a apontar o risco de fraude no empreendimento e, consequentemente, o valor da $Libra voltou a cair, com prejuízos para um número ainda incerto de investidores.

“São pessoas hiperespecializadas nesse tipo de instrumento. E que entraram nisso voluntariamente, sabendo muito bem o que estavam fazendo. São operadores de volatilidade que operam com o risco”, afirmou Milei, minimizando o alcance do episódio.

No domingo, representantes de duas organizações sociais (Observatório do Direito à Cidade e Movimento A Cidade Somos Nós Que A Habitamos) e de um partido político (Unidade Popular) ingressaram na Justiça com uma denúncia contra o presidente argentino, a quem acusam de ter prejudicado a mais de 40 mil pessoas ao se associar a um esquema que teria causado um prejuízo de US$ 4 bilhões.

“É falsa a [informação de] que 44 mil pessoas tenham sido prejudicadas. Havia, entre elas, muitos robôs [bots] e, no melhor dos casos, se trata de nada mais que 5 mil pessoas. E, com isso, eu, seguramente, diria que a chance de haver argentinos entre eles é muito remota. A maioria [dos que perderam dinheiro com o investimento] é estadunidense e chinesa”, comentou o presidente argentino, classificando o ocorrido como “um problema entre privados [particulares]”.

O presidente garantiu que não houve perdas ao Estado argentino. No último sábado (15), o governo anunciou duas medidas: que o Gabinete Anticorrupção da Presidência da República apure se algum membro do governo, incluindo o próprio Milei, agiu de forma imprópria, e a criação, no âmbito da própria presidência, de uma força-tarefa composta por representantes de vários órgãos e organizações para avaliar o projeto Viva La Libertad, a $Libra e todas as empresas ou pessoas envolvidas com a iniciativa.

“Agi de boa fé. Olhando agora para as repercussões políticas, admito que tenho algo a aprender [com o ocorrido]. Tenho que ter filtros”, finalizou o presidente, dizendo aguardar pelas conclusões da Justiça para saber se algum funcionário do governo obteve benefícios pessoais para promover a $Libra.

Dólar cai para R$ 5,68 e fecha no menor nível desde novembro

dólar Reuters/Mike Segar/Proibida reprodução

Apesar de oscilações ao longo do dia, o dólar caiu e voltou a fechar abaixo de R$ 5,70, no menor nível em mais de três meses, influenciado por um leilão do Banco Central (BC) e pela valorização de commodities (bens primários com cotação internacional). A bolsa de valores teve pequena queda e fechou praticamente estável.

O dólar comercial encerrou esta terça-feira (18) vendido a R$ 5,689, com queda de R$ 0,016 (-0,41%). A cotação iniciou o dia em alta, chegando a R$ 5,72 por volta das 11h, mas caiu após o BC leiloar US$ 3 bilhões das reservas internacionais e de o Tesouro anunciar a emissão de títulos de dez anos no mercado externo.

A moeda norte-americana está no menor nível desde 7 de novembro, quando era vendida a R$ 5,67. Em 2025, a divisa cai 7,93%.

O mercado de ações teve um dia mais volátil. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 128.532 pontos, com queda de apenas 0,02%, após três dias seguidos de alta. O indicador chegou a subir 0,58% às 12h46, mas recuou num movimento de realizações de lucros, quando os investidores vendem papéis para embolsarem ganhos recentes.

No exterior, o dólar subiu perante a maioria das moedas, mas caiu em relação aos pesos colombiano e mexicano, além do real. A valorização das commodities estimulou a entrada de recursos no Brasil, além do leilão de linha do BC.

Nesta terça-feira, a autoridade monetária vendeu US$ 3 bilhões em leilão de linha, quando o dinheiro sai das reservas internacionais com o compromisso de ser recomprado pelo BC daqui a alguns meses. Essa foi a quarta intervenção cambial desde o início do ano, quando o Banco Central passou a ser comandado por Gabriel Galípolo.

A emissão de US$ 2,5 bilhões em títulos do Tesouro Nacional no exterior também ajudou a impulsionar a confiança no Brasil. O governo obteve juros de 6,75% ao ano, a maior taxa em 20 anos, mas conseguiu spread (diferença em relação aos juros norte-americanos) de 2,2 pontos percentuais, o menor desde 2019.