Chelsea vence Palmeiras na prorrogação e leva o Mundial de Clubes

O Chelsea, da Inglaterra, derrotou o Palmeiras neste sábado (12) por 2 a 1 na prorrogação e conquistou pela primeira vez o título de campeão do Mundial de Clubes. A partida foi disputada no Estádio Mohammed Bin Zayed, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Esta foi a terceira vez que o time paulista competiu no Mundial. A primeira foi em 1999, quando os brasileiros foram vice-campeões para o Manchester United, da Inglaterra, por 1 a 0. Neste ano, a taça ainda era disputada no antigo formato de apenas um jogo, envolvendo os campeões sul-americano e europeu.

Já em 2020, o Palmeiras foi o quarto colocado, perdendo na semifinal para o Tigres, do México, por 1 a 0 e, na sequência, sofrendo revés de 3 a 2 contra o Al Ahly, do Egito, após empatar de 0 a 0 no tempo regulamentar da decisão pelo terceiro lugar.

O jogo

No primeiro tempo, apesar da maior posse de bola do Chelsea, o Palmeiras foi a equipe que mais se aproximou de abrir o placar. Em contra-ataque, aos 26 minutos, o atacante Dudu recebeu de Zé Rafael e bateu à esquerda do goleiro Édouard Mendy. Com pouca criatividade, os ingleses assustaram aos 46 minutos, em uma cabeçada para fora do brasileiro Thiago Silva.

Após o intervalo, os Blues foram mais assertivos, saindo à frente no marcador em uma cabeçada do belga Lukaku, aos 9 minutos. Em seguida, seis minutos depois, o zagueiro Thiago Silva colocou a mão na bola em uma disputa com o paraguaio Gustavo Gómez e o árbitro australiano Chris Beath marcou pênalti após ser acionado pelo árbitro de vídeo. O atacante Raphael Veiga bateu e deixou tudo igual.

Na prorrogação, o Chelsea continuou com mais volume de jogo, mas somente aos 9 minutos assustou. Após troca de passes, o atacante Werner acertou a trave, quase recolocando o time inglês à frente.

Na etapa complementar, os ingleses continuaram pressionando sem converter o volume de jogo em gol. Até que o zagueiro Luan, aos 11 minutos, colocou a mão na bola dentro da área após chute de Azpilicueta, e o árbitro marcou o segundo pênalti do jogo, desta vez para o Chelsea. O atacante Havertz, camisa 29, cobrou, balançou a rede e fechou o placar. Chelsea 2, Palmeiras 1.

Expulsão de Luan

Nos acréscimos da prorrogação, aos 20 minutos, o zagueiro Luan fez falta em Havertz, que estava quase penetrando na grande área. Como o zagueiro era o último jogador de linha, acabou tomando o cartão vermelho e consequentemente sendo expulso.

Rússia afugenta submarino dos EUA de suas águas do Extremo Oriente

Um navio da Marinha russa afugentou um submarino dos Estados Unidos em águas russas no Pacífico depois que o submarino ignorou uma ordem russa de emergir, disse a agência de notícias Interfax citando o Ministério da Defesa neste sábado (12).

O ministério russo chamou o adido de Defesa dos EUA depois de reclamar que o submarino havia entrado em suas águas, informou a agência de notícias RIA. As tensões entre Moscou e Washington já estão altas devido a uma escalada militar russa perto da Ucrânia.

O submarino foi visto perto das Ilhas Curilas no início do sábado, enquanto a Rússia estava realizando exercícios navais com sua frota do Pacífico e recebeu ordens para emergir imediatamente, segundo o ministério russo.

Ele disse que a ordem foi ignorada pela tripulação do submarino dos EUA, levando a tripulação da fragata russa Marechal Shaposhnikov a usar “meios correspondentes” não especificados para fazer a embarcação partir.

“O submarino dos EUA deixou as águas territoriais russas em velocidade máxima”, disse o Ministério da Defesa.

Não houve comentários imediatos dos Estados Unidos.

O ministro da Defesa da Rússia conversou por telefone com seu colega norte-americano no sábado, enquanto os Estados Unidos e outras nações ocidentais alertavam que a guerra na Ucrânia poderia começar a qualquer momento. O presidente dos EUA, Joe Biden, e seu colega russo, Vladimir Putin, iniciaram uma ligação.

Protesto em São Gonçalo pede justiça por homem morto ao chegar em casa

Manifestantes se reuniram na manhã deste sábado (12) em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, para protestar por justiça no caso do assassinato de Durval Teófilo Filho, de 38 anos, que foi morto a tiros por um vizinho ao chegar no condomínio em que morava com a família, em 2 de fevereiro.

O ato contou a com a presença de familiares e amigos de Durval, que morava na cidade, a segunda mais populosa do estado do Rio de Janeiro. Os manifestantes levaram faixas e cartazes que pediam justiça e repudiavam o racismo e caminharam por ruas do centro da cidade fluminense. Muitos vestiram camisas com a foto de Durval, que era negro.

Entre as frases erguidas em protesto estavam pedidos de “Justiça para Durval!”, “Somos todos Durval”, “Basta de racismo”, “Racismo mata!” e “Parem de nos matar!”.

Os disparos que mataram Durval foram desferidos pelo sargento Aurélio Alves Bezerra, de 41 anos. Ele foi preso e alegou que confundiu o vizinho com um assaltante e atirou três vezes de dentro do seu automóvel. O caso chegou a ser registrado como homicídio culposo, sem a intenção de matar, mas o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro pediu que o homicídio fosse considerado doloso, proposital, o que foi atendido pela Polícia Civil.

O caso foi remetido para a 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, que possui atribuição para instaurar um Tribunal de Júri. Durval deixou a mulher Luziane Teófilo e uma filha de 6 anos.

Litoral cearense tem 64 praias com manchas de óleo

Manchas de óleo encontradas no litoral cearense

Já são 64 praias do litoral cearense com registro de manchas de óleo, segundo levantamento da Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Semace), dessa sexta-feira (11). Novo levantamento será divulgado na segunda-feira (14).

A Marinha do Brasil e o Instituto de Ciências do Mar, da Universidade Federal do Ceará (UFC), coletaram amostras para analisar a origem do óleo. Já se sabe que não é o mesmo material encontrado na faixa litorânea do Nordeste em 2019, segundo estudo da Universidade Federal da Bahia (UFBA) com a Universidade Estadual do Ceará (Uece).

Na sexta-feira (11), a Coordenação Geral de Emergências Ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) enviou uma aeronave, a Poseidon, ao estado para monitorar a costa cearense e identificar óleo na superfície do mar. Serão observadas as plataformas da bacia Ceará-Potiguar e a região litorânea. O Poseidon é equipado com diversos sensores especializados para detecção de óleo no mar.

O governo do Ceará informou que, até o momento, foram recolhidos das prefeituras 4 mil litros de óleo coletados nas praias de Aracati (16 tambores de 200 litros), Fortaleza (um tambor), Caucaia (dois tambores) e Trairi (um tambor). O material é enviado pela Semace a partir da confirmação das manchas nas praias para que seja feita a limpeza. Na segunda-feira, deve ser retirado o óleo recolhido em Aquiraz e Fortim.

A secretaria alerta que a limpeza das praias deve ser feita o mais rapidamente possível, pois esta é uma época de desova de tartarugas. O governo pede ainda que, caso a população encontre tartarugas vivas, mortas ou em ninho, que elas não sejam devolvidas ao mar. A orientação é para contactar o Instituto Verdeluz. Em caso de tartarugas oleadas, deve-se procurar a organização não governamental Aquasis.

Apesar de os registros de óleo em Fortaleza e no litoral leste estarem diminuindo, o informe pede que os municípios da costa oeste e extremo oeste monitorem a ocorrência de manchas neste fim de semana, pois “pode haver mais resquícios de óleo sendo levado pelas correntes em direção aos municípios litorâneos da região metropolitana de Fortaleza, da costa oeste e costa extremo oeste”.

Novo planeta na órbita da estrela mais próxima do sol é descoberto

Astronomers Discover New Planet Around Star Closest To The Sun

Uma equipe de astrônomos encontrou evidências da existência de outro planeta em órbita de Proxima Centauri, que é a estrela mais próxima do nosso Sistema Solar. Proxima Centauri está situada a apenas pouco mais de 4 anos-luz de distância. Este candidato a planeta é o terceiro detectado neste sistema planetário e o mais leve descoberto até agora em órbita desta estrela. Com apenas um quarto da massa da Terra, o planeta também é um dos exoplanetas mais leves já encontrados.

“Esta descoberta nos mostra que a nossa estrela vizinha mais próxima parece ter em sua órbita uma quantidade de planetas interessantes, ao alcance de mais estudos e futuras explorações”, explica João Faria, pesquisador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, em Portugal, e líder do estudo publicado hoje na revista Astronomy & Astrophysics.

A descoberta só foi possível com o auxílio do Very Large Telescope (VLT), do Observatório Europeu do Sul (ESO), localizado no Chile e dedicado justamente à pesquisa de exoplanetas, como são denominados os planetas fora do Sistema Solar.

O planeta recém descoberto foi batizado com o nome Proxima d. Ele orbita a estrela Proxima Centauri a uma distância de cerca de 4 milhões de km, o que é menos de um décimo da distância entre Mercúrio e o Sol. O planeta orbita entre a estrela e a sua zona habitável — a região em torno da estrela onde pode existir água líquida à superfície de um planeta — e demora apenas cinco dias a completar uma órbita em torno de Proxima Centauri.

Além de Proxima d, já se sabia da existência de outros dois planetas na órbita de Proxima Centauri: um é Proxima b, planeta com uma massa comparável à da Terra que orbita a estrela a cada 11 dias e que se encontra na sua zona habitável, e o planeta candidato Proxima c, que executa uma órbita mais longa de cinco anos em torno da estrela. Todos eles têm características rochosas.

Proxima b havia sido descoberto há alguns anos com o auxílio do instrumento HARPS montado no telescópio de 3,6 metros do ESO. Esta descoberta foi confirmada em 2020 quando os cientistas observaram o Sistema Proxima com um novo instrumento de maior precisão montado no VLT do ESO, o ESPRESSO (Echelle SPectrograph for Rocky Exoplanets and Stable Spectroscopic Observations, que em português significa Espectrógrafo Echelle para exoplanetas rochosos e observações espectroscópicas estáveis).

Foi durante essas observações mais recentes do VLT que os astrônomos detectaram os primeiros indícios de um sinal correspondente a um novo objeto com uma órbita de cinco dias. Como o sinal era tão fraco, a equipe teve que realizar observações de acompanhamento com o ESPRESSO para confirmar que era devido a um planeta, e não simplesmente resultado de mudanças na própria estrela.

“Após a obtenção de novas observações, pudemos então confirmar que este sinal correspondia a um novo candidato a planeta”, diz Faria. “Fiquei muito entusiasmado com o desafio de detectar um sinal tão fraco e descobrir um exoplaneta tão perto da Terra”.

Com apenas um quarto da massa da Terra, Proxima d é o exoplaneta mais leve já medido usando a técnica de velocidade radial, ultrapassando um planeta recentemente descoberto no sistema planetário L 98-59. A técnica funciona captando pequenas oscilações no movimento de uma estrela criada pela atração gravitacional de um planeta em órbita. O efeito da gravidade de Proxima d é tão pequeno que só faz com que Proxima Centauri se mova para frente e para trás a cerca de 40 centímetros por segundo (1,44 km/h).

“Este resultado é extremamente importante. Isso mostra que a técnica da velocidade radial tem o potencial de revelar uma população de planetas leves, como o nosso, que devem ser os mais abundantes em nossa galáxia e que podem potencialmente hospedar a vida como a conhecemos”, diz Pedro Figueira, cientista do instrumento ESPRESSO do ESO, Chile, e também pesquisador no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, em Portugal.

A procura de outros planetas por parte do ESPRESSO será complementada pelo Extremely Large Telescope (ELT) do ESO, atualmente em construção no deserto do Atacama, que será crucial para descobrir e estudar muitos mais planetas em torno de estrelas próximas.

A descoberta foi documentada no artigo A candidate short-period sub-Earth orbiting Proxima Centauri, publicado na revista Astronomy & Astrophysics.

Casos de covid-19 chegam a 27,4 milhões no Brasil

Testes de covid garantem segurança após festas de fim de ano (03.01.2022)
Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF

O número de mortes em decorrência de complicações associadas à covid-19 chegou a 638.048, no Brasil. Em 24 horas, o país registrou 896 óbitos. As informações estão no balanço diário do Ministério da Saúde.

Ainda há 3.160 mortes em investigação. Nesses casos, são necessários exames e procedimentos posteriores para determinar se a causa da morte foi covid-19.

De sexta(11) para ontem (12), foram registrados mais 140.234 diagnósticos positivos de covid-19. Desde o início da pandemia, foram  27.425.743 casos.

Estão em acompanhamento 3.102.223 pacientes. O termo é usado para designar casos notificados nos últimos 14 dias que não tiveram alta, nem evoluíram para morte.

Segundo o boletim, 23.685.472 pessoas se recuperaram da covid-19. O número corresponde a 86,4% dos infectados desde o início da pandemia.

Balanço da covid-19 de 12 de fevereiro de 2022
Divulgação/Ministério da Saúde

Estados

Conforme a atualização do Ministério da Saúde, São Paulo é o estado com maior número de mortes por covid-19 (161.441), seguido por Rio de Janeiro (70.773) e Minas Gerais (58.411). Os estados com menos óbitos resultantes da doença são Acre (1.917), Amapá (2.078) e Roraima (2.112).

Vale a pena manter os hábitos de limpeza adquiridos na pandemia? Ferreira Costa explica

A rotina de limpeza e higiene das casas ganhou novos contornos desde o início da pandemia. São quase dois anos limpando as compras do supermercado, lavando as mãos com frequência, utilizando álcool 70% e retirando os sapatos antes de entrar em casa.

A intensificação de limpeza da casa foi notável no dia a dia e se refletiu no setor: a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene e Limpeza (Abipla) aponta que, só no primeiro semestre de 2021, o aumento na comercialização desses itens foi de 5,6%. Mas, nem sempre, temos acertado a dose: ainda utilizamos produtos de forma incorreta diminuindo, inclusive, a eficácia de alguns deles.

O álcool 70% é um desses itens que precisa de esclarecimento. A orientação é sempre, primeiro, remover qualquer sujeira visível e, quando a matéria orgânica é eliminada, aí sim, pode ser feito o uso do álcool. Segundo o Home Center Ferreira Costa, a limpeza mais efetiva deve sempre ter início com água e sabão neutro.

Desinfetantes, produtos multiuso e água sanitárias são mais eficazes para limpar superfícies de alto toque, como maçanetas de porta, o botão da descarga do vaso sanitário ou o pegador da geladeira e do micro-ondas.

Para as compras de supermercado, a Ferreira Costa orienta utilizar uma solução com água sanitária a 10% (uma parte de água sanitária para 10 partes de água) e deixar frutas e verduras de molho por 10 minutos. Também é possível deixar de molho embalagens que não absorvem água e, depois, enxaguar. Outra opção é lavar as embalagens com esponja e detergente ou sabão. O que não for lavável, como pacotes de pão ou bolacha, a orientação é borrifar álcool líquido 70% e passar um pano seco e limpo na sequência.

Para a limpeza do chão, a dica do Home Center é começar retirando a poeira e outros resíduos com o aspirador de pó, esfregão, MOP ou vassouras. Depois da remoção, o ideal é usar desinfetantes para pisos frios, aplicado com pano e rodo. Para pisos de madeira, devem ser utilizados produtos específicos.

E que tal criar uma “área de higienização” na entrada da casa? Basta reservar um espaço para uma cestinha com álcool em gel, para as mãos, e spray específico para a limpeza do celular e das chaves. Outra orientação do Home Center é ter sempre um porta-máscara na bolsa para guardar a máscara suja e as limpas para as trocas ao longo do dia.

A Ferreira Costa percebeu o aumento na importância que o consumidor vem dando ao mercado de limpeza e está promovendo uma campanha exclusiva com esses itens, nas lojas e no site ferreiracosta.com.

Sobre a Ferreira Costa

Com 137 anos de história, a Ferreira Costa, o maior Home Center do Nordeste, está presente nos estados de Pernambuco, Bahia, Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte, levando ao consumidor mais de 80 mil itens para casa, construção e decoração. Além de suas oito lojas físicas, a Ferreira Costa possui a loja online, www.ferreiracosta.com, com entrega para todo Brasil.

Senado aprova projeto que facilita mudança na função social de imóveis

O Senado aprovou nesta quinta-feira (10) projeto de lei (PL) que permite alterar a função social de um edifício ou unidade imobiliária com a aprovação de dois terços dos condôminos. Assim, caso dois terços dos condôminos aprovem, a mudança da destinação de um imóvel de residencial para comercial poderia ocorrer. Atualmente, isso só é possível com aprovação unânime dos condôminos. O projeto segue para análise da Câmara.

Segundo o autor do projeto, o senador Carlos Portinho (PL-RJ), o regulamento atual prejudica a vontade da maioria em prevalência do desejo de apenas um condômino. Na justificativa, Portinho diz que tal poder de veto “afetaria não apenas os interesses particulares dos condôminos, mas igualmente os interesses públicos relativos ao urbanismo. A alteração de uso seria uma decorrência natural das oscilações do mercado imobiliário, permitindo que a oferta acompanhe a demanda”.

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) ponderou no sentido oposto, mostrando-se mostrou preocupado com os condôminos que, minoritários, possam ver o imóvel que adquiriram mudar de destinação contra sua vontade, de residencial para comercial, ou vice-versa. “Daqui a pouco, os prédios podem alterar a destinação, complicando as pessoas que compraram em outra condição”, disse Izalci.

Na tribuna, o autor do projeto esclareceu a Izalci que a vontade dos condôminos não se sobreporá aos planos diretores das cidades, nem às leis de zoneamento, que restringem determinados usos para os imóveis urbanos — por exemplo, vedam comércio em bairros exclusivamente residenciais.

Tanto o autor do projeto quanto o relator, senador Carlos Viana (MDB-MG), citaram a pandemia de covid-19 para reforçar a necessidade de adaptação da destinação dos imóveis para o enfrentamento da nova realidade.

“A adoção do home office como instrumento de trabalho acabou por esvaziar muitos edifícios de escritórios, ao mesmo tempo em que aumentou a demanda por áreas residenciais. Nesse contexto, a mudança de uso de edifícios como um todo, ou de determinadas unidades de um único edifício, é medida que atende a um novo equilíbrio entre oferta e demanda e viabiliza o aproveitamento eficiente tanto da edificação quanto da infraestrutura urbana existente na região”, afirmou Viana em seu relatório.

Mulheres cientistas revelam desafios da carreira

Rebecca Stival  ela estuda os impactos e tratamentos de enfisema na doença pulmonar obstrutiva crônica.

Desde menina, ela já dava aulas às bonecas sobre a estrutura do átomo e como dominar a transformação da matéria. Sonhava em ser professora, mas primeiro se formou em medicina, porque acreditou que esse era o caminho de unir as aptidões.

“Eu sempre quis ser professora, talvez pelo fato de minha mãe acreditar que esse é o ofício mais honrado, e também por acreditar que tenho necessidade de cuidar e orientar. Fazer medicina foi o meio. Sempre me interessei pela ciência da vida e do indivíduo, e na minha cabeça de 18 anos, além de ser desafio para uma pessoa comum como eu, iria me trazer experiências humanas extraordinárias, dignas de Tolstoi, mas em campo de batalha hospitalar, em que o oponente e companheiro seria a doença”.

Foi assim que a cientista Rebecca Stival, pneumologista dos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, em Curitiba (PR), e mestranda em medicina interna pela Universidade Federal do Paraná, conta como iniciou a carreira. Atualmente, estuda impactos e tratamentos de enfisema na doença pulmonar obstrutiva crônica.

No Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado nesta sexta-feira (11), a Agência Brasil conversou com duas cientistas para apresentar panorama sobre o mercado de trabalho na área e como as meninas de hoje podem se tornar cientistas.

Papel da mulher na ciência

As contribuições que as mulheres podem oferecer à ciência, tecnologia e inovação são inúmeras, a começar pela resiliência, diz Rebecca. “A mulher tem como prerrogativa a resiliência. Por isso, o seu olhar para a ciência se torna importante. Acredito que por termos enorme capacidade de adaptação, que inclusive é biológica – basta olhar para uma mulher gestante, todas as variações hormonais e modificações corporais que ocorrem ao longo de nove meses – enfrentamos adversidades e geramos soluções práticas rapidamente”.

Ela cita uma das mais famosas cientistas da história, Marie Curie, como exemplo de resiliência às frustrações e resposta rápida e prática às adversidades. “Basta lembrar de sua contribuição para a realização de radiografias durante a Primeira Guerra Mundial, que beneficiou muitas pessoas em campo de batalha. Ela conseguiu transformar conhecimento de bancada em ferramenta de utilidade pública, outra característica importante de um cientista.

No entanto, o caminho para conquistar esse espaço não é fácil, e os homens ainda são maioria na área. De acordo com o relatório “A Jornada do Pesquisador pela Lente de Gênero”, publicado pela empresa holandesa Elsevier em 2020, a participação de mulheres nos mais diversos campos da ciência oscila entre 20%.

O Brasil figura entre os mais próximos do equilíbrio na proporção entre homens e mulheres na autoria de artigos científicos, com 0,8 mulher por cada homem. O desempenho é superior ao do Reino Unido, com 0,6, e ao dos Estados Unidos e da Alemanha, ambos com 0,5.

Para a professora e coordenadora de pós-graduação na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Cristina Baena, os desafios podem ser resumidos na questão da produtividade. “Se você olha, a produtividade anual das mulheres é a mesma, mas ao longo da carreira elas produzem menos, porque ficam menos tempo que os homens em papel de liderança na produção acadêmica e científica. Isso ocorre por causa da dificuldade da mulher de se manter nessa carreira juntando todas as responsabilidades que acumula”.

Para a professora Cristina Baena os desafios das mulheres podem ser resumidos na questão da produtividade

Na opinião da pesquisadora, há como incentivar a carreira da mulher cientista. “São questões básicas: por exemplo, a bolsa da pesquisadora deve levar em consideração a maternidade. Hoje, a gente não tem estrutura para acolher os filhos das pesquisadoras nem em eventos científicos, o que dificulta a presença delas. É preciso dar condições para essas mulheres continuarem na carreira, porque quando conseguem, há impacto muito importante na formação de recursos humanos e na produção científica”, defende Cristina, que passou por esse desafio e dividiu o tempo entre a criação de um filho enquanto fazia mestrado, doutorado e pós-doutorado.

Muito antes da pandemia, Cristina tinha rotina muito comum à das mães que trabalharam e ainda trabalham em tripla jornada em casa, devido ao distanciamento social. “Houve período em que tive que fazer muitas escolhas difíceis, sobretudo financeiramente, porque vivia com a bolsa de doutorado. A minha receita diminuiu muito porque a bolsa no Brasil hoje tem valor muito pequeno, e me lembro claramente de um período em que tinha de responder e-mails em inglês para líderes internacionais. Ao mesmo tempo, precisava cozinhar o feijão, tinha que terminar a limpeza da casa e tinha que escrever um artigo, ir à reunião da escola do meu filho, então fui muito desafiada em todos os sentidos. Acho que se a gente não tem muita persistência, não tem ajuda, apoio, é natural que acabe desistindo mais cedo da carreira científica.

Hoje, Cristina Baena é coordenadora do ambulatório pós-covid montado pelo Hospital Universitário Cajuru, em parceria com a PUCPR, em Curitiba (PR), e coordenadora do Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação dos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru. Ela participou de dezenas de estudos para compreender o comportamento da covid-19. O ambulatório que Baena coordena estudas as sequelas da doença e práticas para reverter esses problemas.

Equidade na ciência

O último relatório do Fórum Econômico Mundial mostrou que a desproporção de gênero no trabalho aumentou, e apenas daqui a 267 anos o equilíbrio será alcançado. Ou seja, a atual geração de mulheres cientistas ainda não verá equidade na área, mas indica os caminhos para chegar lá.

Para Rebecca Stival, salários iguais são o primeiro passo. “Buscar equiparação salarial nas funções que a mulher representa. Em 1928, [a escritora] Virginia Woolf já nos contou que só há possibilidade de criação depois de garantido o pão, a independência financeira. E é fato que a pesquisa no Brasil recebe pouco ou nenhum financiamento. Pesquisadores de dedicação exclusiva são raros”.

A segunda medida, completa a cientista, é garantir equidade de acesso às mulheres, considerando seu papel intrínseco na perpetuação da espécie. “Apesar de direitos já adquiridos, mas ainda não completamente respeitados, o período de gestação e criação de uma criança, mesmo nos dias atuais – pasmem – ainda pode significar retrocesso profissional. E digo isso, pois já fui questionada, em entrevista de acesso a uma das minhas especializações, sobre o meu relacionamento conjugal e o meu desejo de ser mãe. Isso foi pelo menos uns 50 anos depois de minha mãe conquistar o seu CPF”.

Já Cristina Baena, considera a longevidade na carreira um dos pontos para alcançar equidade. “Acho que vai haver certa equidade na ciência quando tivermos a mesma longevidade de carreira. E também quando a gente aqui no Brasil, principalmente, parar de ouvir que a formação acadêmica científica não é considerada trabalho. São mudanças culturais que a sociedade deve resolver antes de termos essa igualdade”.

Pandemia

Mulheres cientistas, até então conhecidas somente no meio acadêmico, ficaram famosas no país pelo papel relevante na pesquisa sobre o novo coronavírus e na divulgação, destaca Cristina. “No Brasil, a gente pode citar a Ester Sabino, a Jaqueline de Jesus, que decodificaram o genoma dos primeiros casos de covid-19 em tempo recorde – informação que ajudou o mundo inteiro a combater a doença. Tivemos na mídia também algumas cientistas que fizeram papel muito importante de comunicadora, como Natalia Pasternak e Margareth Dalcolmo que são ótimos exemplo. A Mellanie Fontes Dutra é excelente exemplo no Twitter. A Luana Araújo, com formação científica, também se colocou de forma muito firme contra onda de fake news que estava tomando conta do país naquele momento”.

Ela acredita ainda que outros exemplos servirão de inspiração. “Em níveis individuais e dentro dos hospitais, na produção de conhecimento rápido da pandemia, tivemos mulheres com papéis fundamentais. Tenho a impressão de que isso ajudou a inspirar algumas meninas que vêm na mulher cientista a contribuição que pode ser dada à sociedade”.

Rebecca Stival reforça: “As mulheres representam a maioria dos profissionais dedicados ao cuidado das pessoas, cuidar é uma prerrogativa da mulher. Somos aproximadamente 79% da força de trabalho na área da saúde. Apesar de o Ministério da Saúde ser ocupado por um homem, as batalhas na pandemia foram lideradas, em sua grande maioria, por mulheres cientistas”.

Conselho

Rebecca dá um conselho às meninas que têm o sonho de ser cientista. “Resiliência. Outras vieram antes para garantir o que conquistamos até agora, temos que persistir para assegurar plena equidade às que virão depois”.

Sônia Baena dá a mesma sugestão feita às alunas que orienta em pesquisas na universidade. “Sobretudo no Brasil hoje, a formação e a carreira científica devem ser plano quase familiar. Porque vai haver ausências na família. É bom que alguém possa cobrir esse papel, um parceiro ou equivalente, que ajude na criação e na presença com os filhos. É uma sensação de recompensa muito grande quando a gente percebe que conseguiu produzir conhecimento, que é aplicado na ponta e tem impacto na vida das pessoas”, afirma.

Austrália classifica coala como espécie em perigo

Urso Coala australiano

O coala (Phascolarctos cinereus) foi colocado na lista de animais em perigo de extinção depois de o governo australiano ter negligenciado fazer um plano para protegê-lo nos últimos nove anos. O número de coalas têm diminuído em alto ritmo, especialmente por desmatamento e incêndios que devastam o habitat natural do animal.

Sussan Ley, ministra australiana do Ambiente, aceitou a recomendação do comité de espécies ameaçadas, de que as populações de coalas de Queensland, Nova Gales do Sul e o território da capital da Austrália deveriam ser catalogadas de forma diferente.

A inclusão na listagem de espécies ameaçadas mostra que a luta contra a redução do número de coalas é urgente. A espécie é considerada vulnerável desde 2012.

A medida aconteceu após o Governo australiano ter anunciado que vai investir para ajudar a espécie.

A ministra do Meio Ambiente anunciou também que o Governo está prestes a criar um plano nacional para recuperar as populações de coalas. “Hoje vamos aumentar a proteção para coalas em Nova Gales do Sul, ACT e Queensland, colocando-os na lista de espécies ameaçadas ao invés da listagem como vulnerável”, declarou.

“O impacto prolongado da seca, seguido de incêndios florestais, impactos cumulativos de doenças, urbanização e perda de habitat nos últimos 20 anos levaram a esta decisão”, continuou Sussan Ley.

Grupos ambientalistas há muito pedem a catalogação de conservação para os coalas na Austrália. “O coala passou de não ser listado para agora ser declarado como espécie em perigo na costa leste da Austrália na próxima década”, disse Dermot O’Gorman, da WWF-Australia.

“O declínio na população é chocante para um dos animais mais icónicos do planeta. A decisão de listá-lo como espécie em perigo é sombria, mas muito importante por parte da ministra Ley. Ainda há tempo para salvar esta espécie icónica a nível global se a listagem for um ponto de virada para a conservação. Precisamos de leis mais fortes e incentivos aos proprietários de terras para proteger as florestas perto das suas casas”.

Quando é adotado um plano nacional de recuperação, ministros australianos têm a obrigação de tomar decisões que não são contrárias à iniciativa. No entanto, os governos não são obrigados a implementá-lo.

O coala está sob pressão devido a várias ameaças, que vão desde a urbanização que tira espaço e habitat até às alterações climáticas, que têm levado a um nível de calor maior e a incêndios violentos.

Em 2020, um inquérito parlamentar em Nova Gales do Sul concluiu que a espécie estaria extinta no estado por volta de 2050, a menos que fossem tomadas medidas urgentes por parte do governo para proteger a população de coalas.