Banda pernambucana Jorge Cabeleira se une a Tagore para novo single

O ano está quase terminando, mas a banda pernambucana Jorge Cabeleira e o dia em que seremos todos inúteis já se prepara para o que está por vir e apresenta o primeiro single do seu terceiro disco, a música “Talismã”. Ela é uma releitura da dupla de conterrâneos Geraldo Azevedo e Alceu Valença, que lançaram a canção em 1972 no primeiro disco da carreira, “Quadrafônico”, no meio da efervescência psicodélica da época. Para a nova versão, Jorge Cabeleira convidou o também pernambucano Tagore, da banda de mesmo nome.

Segundo o vocalista e guitarrista, Dirceu Melo, a união foi muito natural e a versão influenciada pelo canadense Neil Young e a australiana Tame Impala, com ares experimentais foi uma desculpa perfeita para tal, já que a versão original é um dueto.

“Tagore é um artista da nova geração que admiro muito e há tempos que temos um contato próximo. Nossas músicas também são bastante influenciadas pelo baião e por essa cena da música psicodélica pernambucana de onde surgiram artistas como Alceu, Geraldo, Zé Ramalho, Lula Côrtes, Ave Sangria e outros”, conta Dirceu.

A união também faz sentido musicalmente, porque o grupo Tagore seguiu seu frontman na sofisticação de sem som, trazendo a nordestinidade para o contemporâneo, elemento que mostra em seu eleogiado último disco “Pineal” (2016).

Para a música, Dirceu explica que “bolou as primeiras frases e levadas de guitarra” e levou as ideias para Tagore no Casona Estúdio, em Candeias, onde a faixa foi gravada e no mesmo dia já registraram a base da canção.

“É uma música muito bacana! Um clássico do disco ‘Quadrafônico’. Curto essa música há muito tempo e sempre tive vontade de fazer uma versão para ela”, revela Dirceu.

“Talismã” é, portanto, uma pérola do cancioneiro nacional e fará parte do álbum “Jorge Cabeleira III” previsto para sair em janeiro de 2019. O disco é um marco para a banda, que se separou após o lançamento de seu segundo álbum “Alugam-se Asas Para o Carnaval” (2001), retomando a carreira no carnaval de 2013 em convite do famoso festival Recbeat que acontece durante o carnaval recifense.

Jorge Cabeleira é hoje Dirceu Melo (vocal e guitarra), Rodrigo Coelho (baixo) e Pedro Mesel (percussão e vocal) remanescentes da formação original, Everton Belisca (bateria) e Ricardo Leão (guitarra).

Mais sobre Jorge Cabeleira

Surgida no Recife, em 1994, no auge do movimento manguebeat, a banda pernambucana Jorge Cabeleira e o dia em que seremos todos inúteis mistura rock, blues, baião e piscodelia à música nordestina. O primeiro disco homônimo saiu em 1995 pela Sony Music e lá já mostraram versões como “O cheiro da Carolina” (Zé Gonzaga e Amorim Roxo), lançada por Luiz Gonzaga (em 1956), que virou hit na MTV Brasil e “Os Segredos de Sumé” (Lula Côrtes/Zé Ramalho), presente no clássico álbum “Paêbirú: Caminho da Montanha do Sol”. O segundo disco saiu em 2001, “Alugam-se asas para o Carnaval” e acabou culminando na parada da carreira. Em 2013 a banda retornou aos palcos no festival Recbeat e não parou, tendo no currículo duas turnês pelo Sudeste e inúmeros eventos no Nordeste. O terceiro disco sai 18 anos depois e mostra a banda pronta para novos desafios.

Redes Sociais

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Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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