Barão Vermelho é uma das atrações do Caruaru MotoFest 2019

A Prefeitura de Caruaru, através da Fundação de Cultura e Turismo (FCTC), realiza o Caruaru MotoFest 2019, que conta com a correalização do Movimento Motociclístico do município. O evento acontecerá entre os dias 10 e 12 de outubro, no Pátio de Eventos Luiz “Lua” Gonzaga, e terá a participação já anunciada de Barão Vermelho, Renato Marinho, Zé do Estado e Joanatan Richard, além de Cambapé, Funk Monks, Uptown Blues Band, RockMan, Máquina do Tempo e Sombra dos Anjos. Os shows começarão a partir das 19h.

O Caruaru MotoFest 2019 também terá exposição, palestras, passeios, manobras, café da manhã, stands, foodpark e outros momentos. Este ano completam 27 edições do encontro, fazendo com que a cidade se firme ainda mais no calendário de eventos motociclísticos do Brasil.

O Barão Vermelho, uma das principais atrações do evento, apresentará ao público o seu 18º disco. ‘VIVA’ é um contundente grito de paz e amor diante de tantas exaltações à guerra. O novo álbum é o primeiro desde 1986 sem a voz de Roberto Frejat. Em seu lugar, o escolhido foi Rodrigo Suricato, guitarrista mirabolante e cantor atrevido, claramente influenciado por seus antecessores no grupo.

Mais do que o som, o Barão tem uma voz própria, agora pela garganta do Suricato”, destacou o baterista Guto Goffi, que fundou o grupo com Maurício Barros, em 1981. “Nada mais rock’n roll do que seguir, mesmo depois da saída de nomes como Cazuza e Frejat”, disse Suricato que, além de guitarras e voz, é autor de diversas composições no álbum. “Suricato é um guitarrista absurdo. Acho que jamais vi um cara tocar tanto”, elogiou Fernando Magalhães, no Barão desde 1985.

‘VIVA’ marca, ainda, a volta do tecladista, produtor e cantor Maurício Barros, que havia deixado de ser membro oficial em 1988, embora tenha produzido, tocado e composto para o grupo desde então. “Maurício sempre esteve conosco nos shows e produzindo discos. Mas havia deixado de ser integrante em 88. Não havia escolha. Ele tinha que voltar ou o Barão acabava”, celebrou Guto Goffi.

Incrivelmente, ‘VIVA’ soa como um primeiro disco. Transborda identidade e provocação. Não seria absurdo dizer que trata-se do melhor álbum de inéditas do Barão desde o premiado ‘Na Calada da Noite’ (1989), que marcava a acolhida de público e crítica ao grupo após a saída do inconfundível Cazuza.

“A gente não começou a compor agora”, reforçou Barros, co-autor de tantos sucessos do Barão, como ‘Por Você’ (com Frejat e Mauro Santa Cecília), a mais tocada na história da banda. “A primeira música do grupo, ‘Billy Negão’, foi escrita por Cazuza, Guto e eu. Depois fizemos juntos, por exemplo, ‘Puro Êxtase'”, completou. Barros e Goffi são co-autores de canções como ‘Menina Mimada’, ‘Blues do Iniciante’, ‘Torre de Babel’, ‘Declare Guerra’, ‘Pense e Dance’ e ‘Tão Longe de Tudo’.

Nos discos que se seguiram à saída de Cazuza, nomes como Arnaldo Antunes, Renato Russo, Luiz Melodia, Wally e Jorge Salomão, Dulce Quental, o poeta Mauro Santa Cecília e o eterno produtor Ezequiel Neves estiveram entre os parceiros de composição. “No passado, buscamos letristas de fora, mas dessa vez decidimos que seríamos apenas nós”, contou o guitarrista Fernando Magalhães.

O grupo não gravava um disco de inéditas desde 2004. ‘VIVA’ abre com a faixa ‘Eu Nunca Estou Só’, com raízes no blues, que sempre orientou a banda e é referência também para Suricato. A canção foi feita pelos quatro integrantes em cerca de 10 minutos.

‘Eu Nunca Estou Só’ também absorve referências da cultura hip hop – por que não, outro filho do blues e suas muitas transas. “Chamamos o rapper BK, porque queríamos esse diálogo. O hip hop traz na sua essência a mesma contestação libertária do rock”, disse Suricato. “Os dois gêneros são vizinhos de porta”, diverte-se BK, que escreveu os versos do rap da canção.

Em seguida, vêm ‘Por Onde Eu For’ (Barros/Suricato) e ‘Jeito’ (Barros), um hino à diversidade composto pelo tecladista. “O disco celebra a vida, mas atento à realidade. Essa canção fala de tolerância. A gente é o que é, cada um de um jeito”, afirmou Barros. Esta não é a única faixa de ‘VIVA’ a desafiar as ameaças às liberdades. ‘Tudo Por Nós 2′ (Barros/Goffi), um pancadão roqueiro com riff aliciante, reforça a verve rebelde da liturgia baronesca. “Todo esse bagulho é pra nos confundir/Nada vai nos dividir/ Será?”, atacou Barros nos vocais.

Canções de amor não faltam, portanto. Vão da balada esfumaçada ‘Castelos’ (Barros) à inebriante ‘Um Dia Igual ao Outro’ (Suricato), passando por ‘Pra Não Te Perder’ (Goffi/Suricato), com participação de Letícia Novaes (Letrux). “Essa música tem uma coisa quase genética, maternal”, comentou a cantora sobre a poesia de Guto Goffi.

A ‘Solidão Te Engole Vivo’ (Goffi/Magalhães/Barros) conecta a sonoridade já conhecida do Barão e o que a banda quer para o futuro. “O melhor disco tem que ser sempre o próximo. Estamos olhando pra frente”, reforçou Goffi. ‘Vai Ser Melhor Assim’ (Suricato) completa o disco e não deixa dúvida: o Barão está vivo, elétrico e atiçado como fio desencapado.

Programação

10 de outubro (quinta-feira), a partir das 19h
Renato Marinho
Cambapé
Funk Monks

11 de outubro (sexta-feira), a partir das 19h
Barão Vermelho
Zé do Estado
Uptown Blues Band

12 de outubro (sábado), a partir das 19h
Joanatan Richard
RockMan
Máquina do Tempo
Sombra dos Anjos

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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