Bolsonaro acerta filiação ao PEN para disputar a Presidência

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Do Congresso em Foco

Pré-candidato à Presidência, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) acertou sua transferência para o Partido Ecológico Nacional (PEN). Os três filhos dele com mandato político – o também deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP), o deputado estadual Flávio Bolsonaro e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro – devem seguir o mesmo caminho. A filiação deve ser assinada em duas semanas, segundo dirigentes da legenda.

Para se adequar ao perfil mais conservador do eleitorado de Bolsonaro, o PEN prepara mudança de nome. A tendência é que ressuscite o Prona, partido do recordista de votos na Câmara, Enéas Carneiro (SP), eleito em 2002 com o apoio de 1,57 milhão de eleitores. Enéas também disputou a Presidência três vezes (1989, 1994 e 1998). Outras denominações são estudadas pelo PEN, como Partido da Defesa Nacional ou Pátria Amada Brasil.

A saída de Bolsonaro do PSC foi antecipada em novembro do ano passado pelo Congresso em Foco. A relação do parlamentar com o presidente da sigla, Pastor Everaldo, que disputou a eleição presidencial em 2014, estava desgastada. Everaldo resistia a garantir ao deputado legenda para concorrer ao Planalto em 2018. Bolsonaro também estava contrariado com a coligação do PSC com o PCdoB e o PT em alguns municípios em 2016.

O deputado confirmou o acerto com o PEN em entrevista ao site O Antagonista. “Houve (o acerto). É verdade”, declarou. “É igual a um noivado. Você marcou a data do casamento. Em 99% das vezes, você casa”, emendou. Os números do PEN, por enquanto, são discretos: tem três deputados federais, 14 prefeitos e 13 deputados estaduais. Como mostra a nova edição da Revista Congresso em Foco, o deputado também tem produção legislativa pífia em seus 26 anos de mandato na Câmara.

Registrado em 2012, o PEN tem forte ligação com os evangélicos e chegou a oferecer abrigo à ex-senadora Marina Silva quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou a criação da Rede a tempo de ela disputar a eleição presidencial de 2014. Marina optou pelo PSB, em aliança com o então candidato Eduardo Campos (PSB), falecido em agosto daquele ano em um desastre aéreo. Com a morte de Campos, ela deixou a condição de vice para assumir a vaga dele e terminou a disputa na terceira colocação.

Há duas semanas Bolsonaro disse que namorava alguns partidos e que seu provável destino seria o PSDC, presidido por José Maria Eymael, que disputou a Presidência da República quatro vezes (1994, 2006, 2010 e 2014). Mas o flerte não foi correspondido. Por meio nota, a Executiva do Diretório Nacional da legenda negou que tivesse interesse na filiação do deputado: “Não existem esses entendimentos e não há interesse da Democracia Cristã”. Além disso, o partido afirma que terá candidato próprio nas eleições de 2018 e que a escolha se dará “entre os seus atuais filiados”, que será indicado no 7º congresso nacional da sigla a ser realizado em agosto.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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