Bolsonaro defende investimento em educação básica sem ‘cooptação ideolológica’

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Do R7

Pré-candidato à Presidência, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) é descrito pelos seus assessores mais próximos como um homem simples, educado e obcecado com a pontualidade. Ele recebeu a coluna em seu gabinete na Câmara dos Deputados pontualmente, cordialmente e tomando um café com leite e um pão na chapa.

Ao ser questionado sobre o assédio que vem sofrendo nas ruas, nos aeroportos e na porta do seu gabinete nas últimas semanas, presenciados pela reportagem, mostrou a decoração do gabinete: toda semana chegam canecas e camisas. Na parede também estão penduradas as fotos de todos os presidentes que o País teve durante o regime militar: Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo.

Bolsonaro tem defendido que quer ser o próximo presidente militar, mas eleito democraticamente pelo voto. Para chegar lá diz estar se preparando. Questionado sobre saúde, educação e economia, defendeu na saúde o foco na gestão, na educação o foco no ensino básico sem viés ideológico e na economia a manutenção do tripé macroeconômico.

— Todas as áreas são interligadas. Sem segurança não tem economia. Com economia se alivia as questões de Saúde e Educação. Então é tudo interligado. Agora a questão de saúde é gestão. Se você coloca um ministro pra negociar com os seus amigos não tem como dar certo. Na universidade tem que se investir em pesquisa. Mas o ensino básico é o mais importante. O Pisa está aí pra mostrar. Hoje a molecada na 9ª série do fundamental, 70% não sabe fazer uma regra de três. Se a gente não resolver essa questão não dá para pensar no Ensino Superior.

Apesar do foco no ensino básico, o pré-candidato não pretende aumentar os recursos destinados à Educação.

— Não pode investir mais, os dados estão aí para mostrar. Quem for partir para mais investimento está simplesmente mentido para conquistar votos ou de quem não tem profundo conhecimento orçamentário. Você tem que mudar bastante o Ensino Fundamental. Colocar a molecada para ser instruída no Ensino Fundamental. E não para ser cooptada para essa ou aquela matiz ideológica.

Questionado se irá manter o tripé macroeconomico, disse que sim, mas não quis adiantar quem pode ser o seu ministro da Fazenda ou do Planejamento.

— Isso tem dado certo até o momento. Você não pode mudar o que está dando certo. Quem irá tratar da economia são os futuros ministros do Planejamento e da Economia.

A disputa

O deputado evitou comentar sobre seus possíveis adversários, Lula, Doria, Huck, mas disse que acredita que alguns nomes estão sendo testados para se contrapor a sua candidatura. Seguindo o estilo que o fez conhecido no País, não fugiu de assuntos assuntos polêmicos: voltou a defender a ampliação do acesso às armas pela população, falou do processo que sofre por ter falado à deputada Maria do Rosário que ela não merecia ser estuprada e defendeu algumas de suas propostas.

Questionado se aceitaria o apoio do PT ou do PSDB em um eventual segundo turno, disse que não aceitará se o apoio for feito como é hoje, com trocas por ministérios ou na política de ‘cooptação no Congresso’.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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