Bruno Araújo: “O programa do PSDB não me representa”

BRUNA

Renata Bezerra de Melo, da Folhape

Após veiculação, na quinta (17), do programa partidário do PSDB, cujo teaser já anunciava que o partido “errou”, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, em nota, registra que o vídeo não lhe representa, denotando o mal-estar instalado internamente na legenda, após estratégia adotada pelo presidente interino, Tasso Jereissati.

“Seguimos um caminho de compromisso e recuperação do País. Por tudo isso, esperamos da presidência interina que se conduza dentro dos limites das decisões tomadas na legítima instância do partido, a Executiva Nacional. O programa não me representa”, crava o ministro pernambucano, alfinetando o atual dirigente.

O tucanato tem quatro ministros no governo Michel Temer e o programa partidário enaltece o parlamentarismo e critica um “presidente sem força para governar e sem apoio popular”, enquanto ataca o que chama de “presidencialismo de cooptação”, descrevendo um sistema onde o “presidente negocia individualmente com políticos que, quando o apoiam, cobram caro”.

No início do texto, Bruno Araújo faz a seguinte análise: “A mudança na Executiva do PSDB, ocorrida em maio deste ano, tinha como objetivo levar o partido a uma transição consensual até a realização de novas convenções. O programa partidário exibido hoje não se enquadra nesse espírito. Tampouco o programa é justo com a história do partido”.

Além de Bruno, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes também criticou o VT. “Tenho 30 anos de vida parlamentar e nunca recebi dinheiro ou pedi vantagens para apoiar agendas em que acredito. De quem o programa está falando?”, reagiu. Ministro da Articulação Política, Antônio Imbassahy afirmou que o programa “ofende fortemente o PSDB”. A roupa suja acabou sendo lavada em público.

Segue a nota na íntegra: “A mudança na Executiva do PSDB ocorrida em maio deste ano tinha como objetivo levar o partido a uma transição consensual até a realização de novas convenções. O programa partidário exibido hoje não se enquadra nesse espírito. Tampouco o programa é justo com a história do partido. Após o impeachment da ex-presidente, o PSDB tomou uma série de decisões no sentido de repactuar a agenda de reformas necessárias e consertar os erros do governo anterior.

Os parlamentares do PSDB têm votado em ideias em que acreditam. Por outro lado o partido tem ajudado a tirar o Brasil da crise criando novos programas sociais ou recuperando ações que estavam paralisadas.

Seguimos um caminho de compromisso e recuperação do País. Por tudo isso, esperamos da presidência interina que se conduza dentro dos limites das decisões tomadas na legítima instância do partido, a Executiva Nacional.
O programa não me representa.

Bruno Araújo, deputado federal licenciado (PSDB-PE) “

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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