A taxa média de juros do cartão de crédito caiu de 453,74% ao ano em dezembro para 441,76% em janeiro, de acordo com a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). A ação faz parte do conjunto de mudanças que visa incentivar o consumo. Para o consumidor, portanto, o momento é de cautela.
A partir de abril, o rotativo do cartão de crédito só poderá ser usado pelo consumidor por 30 dias, ou seja, até o vencimento da fatura seguinte. Depois disso, caso o cliente não pague a dívida em seu valor total, o banco deverá oferecer uma nova linha de financiamento, com parcelamento feito a juros menores.
Além disso, recentemente o Governo autorizou a cobrança de preços diferentes para o mesmo produto ou serviço de acordo com a forma de pagamento, visando estimular a competição entre os meios de pagamento. Para especialistas no setor, contudo, novas mudanças com o cartão de crédito devem acontecer, visando atender os interesses de todos os envolvidos – consumidores, bancos, emissores de cartões e empresas.
Para o consumidor, as mudanças são positivas, pois devem eliminar a “bola de neve” dos juros do rotativo. Entretanto, não devem ser incentivos para o consumo descompromissado e para o pagamento do valor mínimo da fatura. Estar endividado no cartão de crédito não é um problema desde que haja condições de honrar o pagamento mensal; do contrário, há grande risco de entrar na inadimplência.
Caso isso aconteça, é preciso traçar um diagnóstico para conhecer o comportamento financeiro e diminuir ou eliminar gastos supérfluos. É preciso conhecer todas as dívidas e despesas mensais, iniciando um planejamento de pagamento, aliado a mudança comportamental. Se necessário, é válido buscar linhas de crédito com juros menores.
O cartão de crédito é uma excelente ferramenta para quem sabe aproveitar seus benefícios, como serviços de milhagens e prêmios. Porém, se não for utilizada com consciência pode promover compras por impulso, é preciso ter responsabilidade na hora de consumir. É importante que as dívidas no cartão de crédito não ultrapassem 30% do salário ou ganho mensal, justamente para evitar o descontrole financeiro.