Campanha começa a ganhar fôlego nas ruas

Wagner Gil

A propaganda de rua começa a ganhar fôlego, com cabos eleitorais entregando material e candidatos intensificando caminhadas, porta a porta e visitas a estabelecimentos, como fábricas, lojas e indústrias de confecções. Apesar da movimentação ter aumentando, em relação às últimas semanas, vários fatores são apontados para que os postulantes façam uma campanha tímida, entre eles a proibição das doações por empresas e limitação por parte de pessoas físicas, bem como redução na publicidade de rádio e TV, além, é claro, da conclusão de procedimentos burocráticos, como abertura de contas bancárias e CNPJ da campanha.

Rubens Júnior, um dos coordenadores da coligação ‘Caruaru Pode Mais’, que tem como candidata majoritária a deputada estadual Raquel Lyra (PSDB), é um dos mais experientes em relação à campanha municipal, pois atua desde 1972 nas eleições de prefeito e vereador. “Realmente este ano as campanhas estão limitadas pela nova legislação. Foi uma minirreforma eleitoral, porém que trouxe profundas mudanças”, disse Rubens Júnior.

Ele lembrou ainda que todos os candidatos estão tendo que viver essa realidade. “Não é que a campanha esteja fria. O trabalho está sendo feito de outra forma”, disse Rubens Júnior.

Adjar Soares, coordenador da campanha da coligação ‘A Força do Povo’, que tem como candidato Tony Gel (PMDB), disse que as restrições são muitas, como, por exemplo, a proibição de pinturas de muro, redução nas doações e no tempo da propaganda. “Também tem a questão da sustentabilidade, e as pessoas estão vendo isso. Não tem lambe-lambe, material que provocava poluição visual. Existe ainda uma maior dedicação das ações nas redes sociais. É uma eleição com dimensão diferente”, afirmou Adjar.

Os candidatos de coligações menores também sentem essa mudança na legislação eleitoral, mas já estavam acostumados a trabalhar nas eleições com poucos recursos. Eduardo Guerra (Psol) e Jefferson Abraão (PCB) são alguns dos exemplos que é possível fazer campanha para prefeito quase sem dinheiro.

Eduardo Guerra já foi candidato em 2004, pelo PCdoB, e as limitações de gastos se refletiram também nas urnas, já que ele obteve pouco mais de 700 votos naquela ocasião. “Agora o jogo parece mais justo, mas, mesmo assim, os partidos menores ainda são prejudicados, principalmente pela divisão da verba partidária que as legendas recebem. Temos que ter criatividade e coragem para fazer uma campanha sem recursos”, disse o comunista Jefferson Abraão.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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