Caso Marcolino Junior: MPPE acata inquérito

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Pedro Augusto

Novidades sobre o caso Marcolino Junior foram divulgadas no início desta semana na Capital do Agreste. O Ministério Público de Pernambuco confirmou, na última segunda-feira (23), que acatou as denúncias feitas através do inquérito elaborado pela Polícia Civil, tanto que já encaminhou o processo para o Tribunal do Júri de Caruaru. Segundo a assessoria de imprensa do MPPE, o documento se encontra na 1ª Promotoria Criminal da cidade. Lá, em entrevista à TV Asa Branca, o advogado do acusado Davi Fernando, José Cordeiro, explicou de que forma irá defender o seu cliente.

“Estamos arregimentando documentação probatória da não participação do Davi e iremos apresentá-la no momento exato à Justiça apontando os pontos falhos do inquérito. Hoje (segunda-feira) estamos apresentando a defesa prévia contestando as denúncias que foram feitas. Quanto às possíveis solicitações de liberdade provisória, de relaxamento de prisão ou de habeas corpus, elas ocorrerão no seu tempo.” Davi Fernando, de 22 anos, era funcionário de Marcolino Junior e, segundo as investigações da Civil, teria arquitetado a morte do jornalista.

Ele está preso juntamente com o seu suposto comparsa Rafael Leite, de 32 anos, desde o último dia 18 de abril. Este último, de acordo também com a polícia, teria sido responsável por executar a vítima. Não há informações de quem seja o seu advogado. O corpo de Marcolino foi encontrado na mesma data no distrito de Insurreição, na zona rural de Sairé. Jogado em um local de difícil acesso, com vasta vegetação nativa, o cadáver já se encontrava em estado avançado de decomposição. Nele, a equipe do IC identificou logo de cara algumas perfurações no pescoço do jornalista.

Na apresentação da conclusão do inquérito, no último dia 2, a Polícia Civil acabou retirando a dúvida que ainda restava a respeito do local, onde o colunista do VANGUARDA foi morto. “Confirmamos que Marcolino foi assassinado na noite do dia 16 de abril, num motel de Caruaru. Câmeras de videomonitoramento captaram quando ele chegou até ao local juntamente com o Rafael”, destacou, na ocasião, o delegado Márcio Cruz. Lá, de acordo ainda com o policial, Rafael Leite teria aplicado um golpe de jiu-jítsu e desferido em seguida os golpes de faca peixeira no pescoço da vítima.

Para atrair o colunista até o motel, o suspeito teria contado com a intermediação de Davi Fernando. “Como o Davi sabia que Marcolino possuía interesse no Rafael, ele acabou intermediando o encontro. Eles chegaram até o motel por volta das 16h50 com Marcolino dirigindo e Rafael como passageiro do automóvel. Mais de uma hora depois, precisamente às 18h, as câmeras de videomonitoramento registraram quando o veículo deixou o local sob a condução do executor. Assim como suspeitávamos, o corpo de Marcolino foi colocado mesmo no porta-malas do carro. Isso ficou comprovado através da perícia do IC. O cadáver foi levado pelo próprio Rafael até o distrito de Insurreição”, acrescentou Márcio Cruz.

De acordo com o gestor do Núcleo de Homicídios de Caruaru, delegado Bruno Vital, que também participou da apresentação do inquérito, o jornalista teria sido vítima de latrocínio. “O crime se deu em decorrência do interesse dos suspeitos em se beneficiarem de alguma forma dos bens e das quantias em dinheiro os quais a vítima possuía. Apuramos que o Davi também se sentia injustiçado por conta da suposta má remuneração a que lhe era repassada semanalmente pelo colunista. Por isso, fez o convite ao Rafael, que aceitou a execução.”

Marcolino Júnior, além de assinar a coluna Gente de VANGUARDA, também era editor da revista Festas, bem como era responsável pelo programa Agenda Social, da TV Asa Branca.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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