O deputado federal Tadeu Alencar (PSB) disse hoje (02), em entrevista à Rádio Folha FM 96,7, que o seu partido precisa fazer uma autocrítica sobre os resultados, segundo ele, insatisfatórios, na eleição deste ano.
“Autocrítica é sempre bom ser feita. A gente tem obrigação de fazer no momento certo, sem açodamento, sem visões unilaterais. Esse é um processo de discussão rico que eu espero que o meu partido consiga ter”, afirmou.
Segundo o deputado, o PSB vinha em um processo de crescimento partidário desde quando o ex-governador Eduardo Campos assumiu a presidência da legenda. Ainda de acordo com ele, Campos expandiu a sigla, atraiu novos quadros, aumentou o número de prefeitos, de vereadores, de deputados estaduais e de federais.
Na opinião de Alencar, o deputado Danilo Cabral foi um bom candidato ao governo do estado. “Ninguém pode dizer que Danilo foi insuficiente como candidato, pelo contrário; acho que ele teve uma luta desafiadora e difícil. Tivemos fatores interferentes e inesperados também na eleição, mas acho que ele cumpriu bem”, analisou. Ele acredita que há necessidade de uma reflexão sobre esses acontecimentos. “A gente deve aprender com eventuais equívocos que tenham sido praticados por nós próprios do PSB”, afirmou.
Tadeu Alencar disse que, mesmo com o tempo longevo de governo do PSB, com os acontecimentos inesperados, o partido não conseguiu traduzir as ações do governo Paulo Câmara.
Se você reparar, tem ativos importantes na educação, no Pacto Pela Vida, na atração investimentos, numa governança republicana que o governador foi exemplar. No enfrentamento de crises sucessivas na economia, na política, no Zika vírus e na própria pandemia do coronavírus”, disse, referindo-se à gestão de Câmara.
O deputado afirmou que talvez o PSB não tenha tido a capacidade de demonstrar esses feitos à sociedade, e o debate político também foi muito radicalizado.
“O voto bolsonarista, inclusive responsável pela eleição de representantes desse campo para o Congresso Nacional, e com votações expressivas de representantes da Assembleia Legislativa, monstra que é um conjunto de fatores”, acrescentou.
Governo Raquel Lyra
Quanto à gestão da governadora eleita Raquel Lyra (PSDB), o deputado reafirmou que a postura do PSB será de oposição, mas feita com responsabilidade. “O papel que nos cabe, por escolha do povo de Pernambuco, é o de oposição, mas faremos uma oposição construtiva, propositiva”, prometeu. Ainda com relação à gestão de Raquel, Alencar se mostrou otimista.
“Passada as eleições, desejamos que Pernambuco vá bem, que o Brasil vá bem. Por isso, tenho uma boa expectativa no governo da primeira mulher que foi eleita para essa função tão importante, que é de governar Pernambuco, a governadora Raquel Lyra, auxiliada pela deputada Priscila Krause”, afirmou.
Trabalho na transição
O deputado Tadeu Alencar, que não foi reeleito, também falou sobre o trabalho que vem desenvolvendo na equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No grupo temático de Justiça e Segurança Pública, comandado pelo senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), Alencar disse, entre outras coisas, que na área de segurança pública, os retrocessos foram estarrecedores com o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Uma das questões abordadas pelo deputado foi o armamento crescente durante o atual governo e as consequências negativas para a sociedade.
“O número de clubes de tiros e de CAC (Caçador, Atirador e Colecionador) criados nos últimos anos mostram que se utilizou desse subterfúgio para flexibilizar o porte e a posse de armas no Brasil”, explicou.
Para o deputado as consequências da política armamentista resultaram no que se viu recentemente no estado do Espirito Santo, quando um adolescente invadiu uma escolha e matou professores e estudantes utilizando uma arma de fogo. “Aquilo é a resultante direta de uma política pública que acha que deve armar a população”, afirmou.
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