Rocco Morabito, conhecido como “rei da cocaína” e considerado um dos chefes da temida máfia calabresa, a ‘Ndrangheta, chegou à Itália nesta quarta-feira (6), após ser extraditado pelo Brasil – anunciaram a Interpol e as autoridades italianas.
A ‘Ndrangheta tem tentáculos espalhados por toda América Latina, assim como Morabito, de 56 anos, com fluidas relações com organizações criminosas latino-americanas.
Ele é procurado desde 1995 pela Justiça italiana por associação ilícita e por tráfico de drogas. Foi preso em maio de 2021 no Brasil.
Morabito desembarcou escoltado por agentes do corpo dos Carabineiros italianos ao aeroporto de Roma-Ciampino e transferido para uma prisão.
Condenado à revelia a 28 anos de prisão, pena que depois foi ampliada para 30 anos, ele foi detido em maio do ano passado junto com outro membro da ‘Ndrangheta, Vincenzo Pasquino, originário de Turim.
Ele era “um dos fugitivos mais procurados do mundo”, disse a Interpol em um comunicado à imprensa.
Com sua extradição, “envia-se uma mensagem forte: demonstra-se que nossa rede policial é mais poderosa do que a rede criminosa criada por grupos mafiosos”, declarou o promotor antimáfia da Reggio Calabria, Giovanni Bombardieri.
Morabito havia sido preso em um hotel em Montevidéu, no Uruguai, em 2017, após viver por 13 anos com identidade falsa no balneário de Punta del Este.
A Justiça uruguaia aprovou sua extradição para a Itália em 2018, mas, em junho de 2019, ele protagonizou uma notória fuga pelo telhado do Presídio Central de Montevidéu junto com outros três estrangeiros. Permaneceu foragido até ser preso em 2021, em João Pessoa, no nordeste do Brasil.
Ele é acusado de ter introduzido em torno de 592 quilos de cocaína em 1992, e 630 quilos, em 1993, na Itália.
Morabito evitou sua prisão em 1994 em Milão. Lá, foi apelidado de “rei da cocaína” por dirigir, dessa cidade, a distribuição da droga na Europa.
Originário de Africo, uma cidade da Calábria, foi um dos líderes mais importantes do clã “Africo Nuovo”.
AFP