Por mais que possa ter direito a contratar um funcionário, o Microempreendedor Individual (MEI) costuma ser o principal responsável pelo seu negócio. Por conta disso, muitos empreendedores têm dificuldade em se planejar para curtir as merecidas férias. No entanto, a pausa é necessária para todos os profissionais, benefício que independe do porte da empresa.
“Um momento de descanso é crucial para o sucesso do negócio, principalmente quando se trata dos MEI, que geralmente não contam com o apoio de colaboradores e tanto produzem quanto comercializam seus produtos, ou prestam diretamente o serviço”, explica o gerente de Relacionamento com o Cliente do Sebrae, Enio Pinto.
Para tanto, o especialista do Sebrae recomenda que o MEI identifique quais períodos do seu negócio têm baixa demanda ao longo do ano. A partir disso, ele consegue planejar quando é o melhor período para fazer uma pausa e se organizar para sair de férias, sem causar uma frustração nas expectativas dos clientes.
Outro ponto em que é preciso ficar atento é se essa pausa não vai prejudicar as finanças do negócio. “Aconselho que o empreendedor tenha uma pequena reserva para esses dias de descanso. Porque quando você para, o empreendimento deixa de ter entradas. E é importante lembrar que, nas férias, pode haver uma intensificação das saídas de recursos financeiros”, lembra Enio Pinto.
Decisão tomada, é hora de avisar o cliente a data prevista das férias, para que ele não pense que o negócio está desativado ou acabou. “Com uma certa antecedência, comunique o período em que você vai paralisar as atividades e quando deve retomar ao atendimento. Deixe claro que é uma pausa curta para recarregar as energias, para atendê-lo ainda melhor na volta”, recomenda o gerente do Sebrae.
Todo empreendedor deve saber delegar as tarefas mesmo que seja um MEI ou tenha um pequeno negócio familiar, visto que, além das férias, imprevistos também podem acontecer, aconselha o gerente Enio Pinto. Se o microempreendedor individual não tiver alguém a quem possa repassar as suas atribuições, uma alternativa é criar um ambiente onde o cliente consiga enviar as suas demandas. Depois, ao retornar das férias, o empreendedor entra em contato para atendê-lo.
Uma outra dica é que o MEI atue em um segmento com o qual ele tenha afinidade para que o nível de estresse seja equilibrado. “É mais fácil lidar com um negócio quando você consegue ter prazer e trabalhar ao mesmo tempo. Alguém que transformou um hobby em negócio geralmente tem mais chances de sucesso, porque vai ter menos estresse na condução do seu empreendimento. Por exemplo, quem gosta de cozinhar e abre um restaurante. Ou alguém que gosta de treinar e opta por dar aulas de ginástica”, ressalta Enio Pinto.