Pesquisa do Sebrae aponta que bancos estão negando crédito a pequenos

Rio de Janeiro – Lojas de material de construção reabrem, autorizadas pela Prefeitura a funcionar durante o período de isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus (covid-19). (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Seis em cada dez donos de pequenos negócios que já buscaram crédito no sistema financeiro desde o início da crise provocada pelo novo coronavírus (covid-19) tiveram o pedido negado, segundo levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Há também, de acordo com a entidade, bastante desconhecimento dos empresários a respeito das linhas de crédito que estão sendo disponibilizadas para evitar demissões: 29% não conhecem as medidas oficiais e 57% apenas ouviu falar a respeito.

Os dados são da segunda pesquisa O impacto da pandemia do coronavírus nos pequenos negócios, realizada pelo Sebrae entre os dias 3 e 7 de abril com 6.080 empreendedores de todo o país.

De acordo com o levantamento, além da dificuldade de acesso a crédito, as pequenas empresas também enfrentam queda no faturamento. Cerca de 88% dos empresários consultados viram seu faturamento cair, 75% em média, e a estimativa é que as empresas consigam permanecer fechadas e ainda assim ter dinheiro para pagar as contas por mais 23 dias. A situação financeira das empresas já não era considerada boa mesmo antes da chegada da pandemia: 73% disseram que era razoável ou ruim.

A pesquisa mostrou também que mais de 62% dos negócios interromperam temporariamente as atividades ou fecharam as portas definitivamente. Entre os 38% que continuam abertos, a maioria mudou o seu funcionamento, passando a fazer apenas entregas, atuando exclusivamente no ambiente virtual ou adotando horário reduzido. Nos últimos 15 dias, cerca de 18% dos empresários entrevistados demitiram funcionários.

No final do mês de março, o governo anunciou uma linha de crédito emergencial para ajudar pequenas e médias empresas a quitar a folha de pagamentos. O setor está entre os mais afetados pela crise gerada pela pandemia da covid-19. A estimativa é de liberação de R$ 40 bilhões, para 1,4 milhão de empresas, que devem assumir o compromisso de que não vão demitir o funcionário nesse período.

Do total, R$ 34 bilhões são recursos do Tesouro Nacional e R$ 6 bilhões de instituições privadas. Em contrapartida, os bancos que aderirem à linha de crédito recolherão 5% menos dos depósitos compulsórios ao Banco Central (BC) até o fim do programa. A dedução deixará os bancos com mais R$ 6 bilhões em caixa.

Prorrogação de dívidas
No mês passado, os cinco maiores bancos do país também anunciaram a prorrogação por até 60 dias dos vencimentos de dívidas para clientes pessoas físicas e micro e pequenas empresas. Entretanto, empresas e pessoas físicas têm enfrentado dificuldades para ter acesso a essa pausa e ainda reclamam de juros mais caros em novas operações de crédito. Para o BC, isso acontece pela maior demanda das empresas por determinadas linhas de crédito e também pelo maior risco de inadimplência.

Em nota, o Sebrae informou que vai destinar pelo menos 50% da sua arrecadação para ampliar o crédito aos pequenos negócios. Os recursos vão fortalecer o Fundo de Aval para as Micro e Pequenas Empresas e, segundo a entidade, vão permitir um aumento nas operações de microcrédito com taxas mais baixas, maior prazo e melhor período de carência.

O direcionamento desses recursos está previsto na Medida Provisória 932/2020, encaminhada pelo governo ao Congresso no dia 1º de abril. A MP reduz pela metade as contribuições obrigatórias das empresas para o Sistema S, por um período de três meses, exceto para o Sebrae.

De acordo com a entidade, um dos maiores obstáculos no acesso dos pequenos negócios ao crédito é a exigência de garantias feita pelas instituições financeiras. Nesse sentido, medida de socorro deve começar com R$ 1 bilhão em garantias às micro e pequenas empresas, o que viabilizará a alavancagem de aproximadamente R$ 12 bilhões em crédito para pequenos negócios.

O fundo de aval disponibilizado pelo Sebrae pode alavancar empréstimos no valor de 8 a 12 vezes o seu patrimônio. Ele conta com aproximadamente R$ 470 milhões em recursos disponíveis aos pequenos negócios e, a partir da MP, contará com mais R$ 500 milhões.

Agência Brasil

Covid-19: Saúde libera mais R$ 4 bilhões para estados e municípios

Health Minister Luiz Henrique Mandetta gestures during a press conference regarding the COVID-19, coronavirus pandemic at the Planalto Palace, Brasilia on March 18, 2020. (Photo by Sergio LIMA / AFP)

O Ministério da Saúde liberou mais R$ 4 bilhões a estados e municípios para ações de combate à covid-19. O valor é um adicional ao que já recebem para custeio de ações e serviços relacionados à saúde e pode ser utilizado para compra de materiais e insumos, abrir novos leitos e custear profissionais. A Portaria nº 774/2020 com a liberação foi publicada ontem (9) em edição extra do Diário Oficial da União. O valor corresponde a uma parcela mensal extra do que cada estado ou município já recebe para ações de média e alta complexidade ou atenção primária.

Em mensagem nas redes sociais, o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, disse que os recursos já foram depositados nas contas dos fundos estaduais e municipais de saúde. “A gente acha que, com isso, eles [os gestores de saúde] podem adquirir os equipamentos de proteção individual (EPIs) que a gente começa a trazer da China. Está começando o mercado chinês a se organizar, estamos conseguindo trazer”, disse.

De acordo com o ministro, a primeira carga com 40 milhões de máscaras vinda da China, de uma compra de 240 milhões de máscaras, deve chegar ao país na terça-feira (14). O esforço da equipe do Ministério da Saúde é de trazer 40 milhões por semana. Um edital será aberto para que empresas interessadas em ofertar esses insumos possam se cadastrar.

“Com isso a gente pacifica o mercado brasileiro. E isso, doravante pacificado, a gente já repassa os recursos para que os estados e municípios comprem, a iniciativa privada já está comprando. O mercado está começando a se normalizar, o de EPIs”, explicou o ministro.

Já sobre os respiradores, Mandetta disse que ainda há dificuldade. Segundo ele, foi feito uma acordo com a indústria nacional para elevar de 800 para 15 mil a produção de respiradores mecânicos em 90 dias.

O ministro da Saúde reforçou a orientação da pasta para manter o isolamento social. De acordo com Mandetta, na próxima semana “vamos colher os frutos da difícil redução da mobilidade social”, determinada por estados e municípios nas últimas duas semanas. “Hoje eu vi que o pessoal começou a andar mais, vamos pagar esse preço ali na frente. Esse vírus adora aglomeração, adora contato, adora que as pessoas achem que ele é inofensivo. E aí, as cidades podem pegar a transmissão sustentada [ou comunitária]”, ressaltou.

Agência Brasil

Casos de coronavírus aceleram em três capitais, e governo envia respiradores

Em meio ao avanço de casos do novo coronavírus, o Ministério da Saúde começou a distribuir na sexta-feira (10) um conjunto de 60 respiradores para atendimento de pacientes com quadro grave da doença em três capitais: Fortaleza, Manaus e Macapá.

Os equipamentos devem ser distribuídos pela Força Aérea Brasileira. Em nota, a pasta diz que a distribuição leva em conta a situação de “espiral” da epidemia, ou seja, um cenário de aumento acelerado de casos.

Isso significa que, nestas cidades, há “mais doentes indo aos hospitais ao mesmo tempo e ocupando toda a capacidade de assistência do sistema de saúde”. Atualmente, as regiões de saúde de Fortaleza, Manaus e Macapá estão entre as cinco do país com maior incidência de casos de Covid-19.

Um primeiro avião, com uma carga de 30 respiradores, estava previsto para sair às 15h do aeroporto de Guarulhos para Fortaleza, região cujo coeficiente de incidência do novo coronavírus já atinge 43,9 casos a cada 100 mil habitantes. O volume da carga dos equipamentos é de 1,5 tonelada.

A previsão é que o material chegue ao Ceará às 20h50 desta sexta. O equipamento deve ser distribuído ao hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, referência para atendimento de casos da doença.

Outros 30 respiradores -20 para Manaus e 10 para Macapá- devem ser enviados em outro voo, cuja decolagem é prevista para a manhã de sábado (11).Em Manaus, os equipamentos devem ser destinados ao Hospital Delphina Abdel Aziz, que entrou em colapso na madrugada desta sexta, segundo funcionários de plantão ouvidos pela Folha de S.Paulo.

Segundo o ministério, a rápida ocupação de leitos na capital do Amazonas tem sido verificada desde a última semana. Atualmente, o estado tem 899 casos confirmados do novo coronavírus, com 40 mortes.

Quando observado o coeficiente de incidência, que engloba o total de casos pela população, a região de saúde de Manaus está em terceiro lugar, com 28 casos a cada 100 mil habitantes. Já os respiradores destinados a Macapá irão para a Maternidade Dra. Euclélia Américo, que fica na zona norte da cidade. Lá, o índice é 16,8 casos a cada 100 mil habitantes.

Para o ministério, o sistema de saúde do local “já começa a chegar a um nível de alerta”. Antes de iniciar a distribuição, os equipamentos estavam no aeroporto de Guarulhos, sob controle da Receita Federal. Desde o início de março, o governo determinou que cargas de empresas e destinadas a exportações seriam retidas. Ainda segundo o ministério, esta é a segunda carga de respiradores enviadas a Manaus em menos de uma semana. No último domingo, uma carga de 10 destes equipamentos foi enviada a pedido da secretaria de Saúde.

Inicialmente, o plano de contingência havia reservado 69 leitos de UTI na rede pública para atendimento de casos do novo coronavírus. Em nota, o ministério diz que as cidades precisam ampliar “com urgência” o número de leitos de UTI para tratamento de doentes.

Folhapress

Nova York fica otimista com 1ª queda diária em pacientes na UTI

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, disse na sexta-feira (10) que o número de pacientes com coronavírus em unidades de terapia intensiva UTIs) em todo o estado caiu nessa quinta-feira, em um sinal de esperança de que o aumento das internações em UTIs esteja diminuindo.

Cuomo afirmou que havia 17 pacientes a menos nas unidades de terapia intensiva do estado ontem do que no dia anterior. Foi a primeira queda diária desde o início da epidemia e um indício de que as medidas de distanciamento social estão reduzindo com sucesso a propagação do vírus.

Nova York, epicentro da epidemia nos Estados Unidos (EUA), registrou 7.844 mortes por covid-19, a doença respiratória causada pelo novo coronavírus, quase metade do total no país.

“O que fazemos afetará, literalmente, a vida e a morte de centenas de pessoas”, disse Cuomo a jornalistas, acrescentando que as autoridades estaduais estavam “cautelosamente otimistas” com a redução de algumas tendências de hospitalização.

“Continuem fazendo o que estamos fazendo. Fiquem em casa porque isso funciona. Estamos achatando a curva”, declarou.

Houve 290 novas internações hospitalares em um dia, acima das 200 do dia anterior, mas muito menos do que uma semana atrás, quando mais de 1.400 nova-iorquinos foram hospitalizados por causa do coronavírus em um dia, segundo Cuomo.

O número diário de mortes em Nova York por coronavírus continua por volta dos 700, com 777 mortes registradas no último dia em comparação a 799 no dia anterior.

Embora Nova York tenha testado cerca de 390 mil pessoas para o coronavírus, mais do que qualquer outro estado dos EUA, Cuomo disse que a disponibilidade limitada de testes pode atrasar a reabertura de empresas e viagens.

O governo federal deveria usar a Lei de Produção de Defesa para aumentar a capacidade de exames nos EUA, disse ele, acrescentando que Nova York, Connecticut e Nova Jersey se unirão a qualquer esforço para ampliar os testes.

“Precisamos de uma mobilização sem precedentes, em que o governo possa produzir esses testes na casa dos milhões”, afirmou Cuomo.

Agência Brasil

Coronavírus pode levar 500 milhões de pessoas para a pobreza

A crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus pode levar mais de 500 milhões de pessoas para a pobreza, a menos que ações urgentes sejam tomadas para ajudar países em desenvolvimento. O alerta é da Oxfam, entidade da sociedade civil que atua em cerca de 90 países com campanhas, programas e ajuda humanitária.

A organização pede que os líderes mundiais aprovem um plano emergencial de resgate econômico para impedir que países e comunidades pobres afundem. Para a Oxfam, isso pode acontecer já na próxima semana, quando está prevista reunião entre ministros de Economia dos países do G20 (o grupo dos 20 países mais desenvolvidos), o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

De acordo com a entidade, os US$ 2,5 trilhões que as Nações Unidas estimam ser necessários para apoiar os países em desenvolvimento durante a crise do coronavírus vai requerer um adicional de US$ 500 bilhões em ajuda externa, incluindo o financiamento dos sistemas públicos de saúde dos países pobres. “Impostos emergenciais de solidariedade, como taxas sobre lucros excessivos e pessoas muito ricas, poderiam mobilizar recursos adicionais”, avalia a Oxfam, em nota.

Para a entidade, apesar de urgentes e necessárias, as medidas de distanciamento social e de restrição do funcionamento das cidades agravam a situação dos trabalhadores, com demissões, suspensão de pagamento de salários ou inviabilidade do trabalho informal.

O novo relatório da Oxfam, “Dignidade, não Indigência”, mostra que entre 6% e 8% da população global, cerca de 500 milhões de pessoas, poderão entrar na pobreza conforme os governos fecham suas economias para impedir que o coronavírus se espalhe em seus países. “Isso pode representar um retrocesso de uma década na luta contra a pobreza. Em algumas regiões, como a África subsaariana, o norte da África e Oriente Médio, essa luta pode retroceder em até 30 anos. Mais da metade da população global poderão estar na pobreza depois da pandemia”, destacou a entidade.

O relatório, publicado ontem (9), utiliza estimativas elaboradas pelo Instituto Mundial para a Pesquisa de Desenvolvimento Econômico, da Universidade das Nações Unidas, liderada por pesquisadores do King’s College de Londres e da Universidade Nacional da Austrália.

Para a Oxfam, as desigualdades já existentes evidenciam o impacto econômico da crise do coronavírus. “Como os trabalhadores mais pobres, tanto nas nações ricas quanto nas pobres, atuam mais no mercado informal, eles estão descobertos de diversas formas. Eles, por exemplo, não têm proteções trabalhistas e nem conseguem trabalhar de casa”, diz a entidade.

Globalmente, apenas um em cada cinco desempregados tem acesso a benefícios como seguro-desemprego. Dois bilhões de pessoas trabalham no setor informal pelo mundo – 90% nos países pobres e apenas 18% nos países ricos.

Situação no Brasil

No Brasil, para a Oxfam, a situação é ainda mais preocupante devido às moradias precárias, à falta de saneamento básico e de água e aos desafios no acesso a serviços essenciais para os mais pobres. O Brasil tem cerca de 40 milhões de trabalhadores sem carteira assinada e cerca de 12 milhões de desempregados. A estimativa é que a crise econômica provocada pelo coronavírus adicione, ao menos, mais 2 milhões de pessoas entre os desempregados.

“O coronavírus coloca o Brasil diante de uma dura e cruel realidade, ao combinar os piores indicadores sociais em um mesmo local e na mesma hora. E é neste momento que o Estado tem papel fundamental para reduzir esse impacto e cumprir sua responsabilidade constitucional tanto na redução da pobreza e das desigualdades quanto na garantia à vida da população”, afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil, em comunicado.

Para a entidade, a renda básica emergencial de R$ 600, por três meses, para trabalhadores informais não será suficiente para amenizar o impacto, e o governo deverá, entre outras medidas, ampliar o número de pessoas atendidas e estender o período de concessão.

Mulheres

De acordo com a Oxfam, as mulheres precisam de atenção especial, pois estão na linha de frente do combate ao coronavírus e sofrerão o impacto mais pesado da crise econômica. “As mulheres representam 70% da força de trabalho em saúde pelo mundo e fazem 75% do trabalho de cuidado não remunerado, atendendo a crianças, doentes e idosos. As mulheres também são maioria nos empregos mais precários”, diz a entidade.

“Os governos precisam aprender as lições da crise financeira de 2008, quando a ajuda a bancos e corporações foi paga pelas pessoas comuns. Elas perderam seus empregos, tiveram seus salários achatados e serviços essenciais, como os de saúde, sofreram profundos cortes de financiamento”, destaca Katia Maia. “Os pacotes econômicos de estímulo têm que apoiar trabalhadores e pequenos negócios. A ajuda a grandes corporações tem que estar condicionadas a ações para a construção de economias mais justas e sustentáveis”, completou.

O relatório completo, em inglês, está disponível no site da Oxfam

Agência Brasil

PT decide não aderir ao ‘fora, Bolsonaro’ em meio à pandemia

Após reunião de sua cúpula na quinta-feira (9), o PT definiu que não é o momento de aderir ao “fora, Bolsonaro”. O foco do partido continua na pandemia do coronavírus, com defesa do isolamento social e cobranças para que o governo federal aja na proteção aos mais vulneráveis.

O grito de “fora, Bolsonaro” já é adotado por parte da esquerda – nesta quarta (8), as frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular passaram a defender a saída do presidente. “Derrotar Bolsonaro é fundamental para enfrentar o coronavírus”, escreveram em nota.

Já o Partido dos Trabalhadores vê esse movimento como legítimo, mas não endossa o coro. “O PT tem o sentimento de apoiar manifestações do campo popular, se solidariza, entende por que as pessoas fazem panelaço”, afirma o ex-deputado Jilmar Tatto, secretário de comunicação da sigla.

Segundo Tatto, os petistas também querem Bolsonaro fora, mas a questão da pandemia se impõe atualmente. “Bolsonaro não serve para o país, não tem mais condições de governar, está isolado. Mas agora o povo não está na rua, porque não pode. O Congresso não está se reunindo.”

Dirigentes do partido entendem que as condicionantes para um impeachment não estão presentes neste momento: um crime de responsabilidade caracterizado por juristas, vontade e mobilização popular, além de maioria no Congresso.

Pesquisa Datafolha revelou que 59% dos brasileiros dizem ser contra a renúncia de Bolsonaro. E que 17% dos seus eleitores estão arrependidos do voto.

Em relação ao crime de responsabilidade, embora petistas vejam atitudes de Bolsonaro que se enquadrem nessa categoria, a avaliação é a de que falta materialidade jurídica, ou seja, que entidades do mundo jurídico caracterizem precisamente esses crimes.

A posição majoritária da cúpula do PT em relação ao impeachment é endossada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou da reunião. Uma minoria presente foi a favor de que o partido adotasse a defesa do “fora, Bolsonaro”.

Também há a avaliação, já expressada por Lula em entrevistas, de que o PT não deve buscar agora construir politicamente a viabilidade do impeachment e que as energias devem estar a serviço de conter a pandemia.

“Temos que cobrar que o governo implemente as propostas do Congresso. Que dê crédito às pequenas e médias empresas. Salvar vidas é a maior preocupação. E que as pessoas tenham o mínimo para comer”, diz Tatto. Ele afirmou ainda que o PT vai intensificar uma rede de solidariedade, junto com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, para ajudar os vulneráveis durante a crise.

Os partidos de esquerda e centro-esquerda PT, PSOL, PDT, PSB, PC do B e Rede já assinaram um manifesto em que afirmam que Bolsonaro não tem condições de seguir governando e deveria renunciar. A tese do impeachment foi abraçada por parlamentares do PSOL, que apresentaram um pedido à Câmara.

Nesta quinta pela manhã, durante parte da reunião transmitida pela internet, Lula evitou falar sobre saídas ao governo Bolsonaro, como renúncia ou impeachment. O ex-presidente afirmou que iria esperar as discussões internas sobre isso, feitas à tarde e sem transmissão, para dar sua posição.

Na semana passada, em entrevista à veículos de esquerda, Lula também evitou defender o impeachment, afirmando que é preciso ter um crime de responsabilidade. Ao mesmo tempo, porém, o petista afirmou que Bolsonaro não tem condição de continuar.

“Ou esse cidadão renuncia ou se faz o impeachment dele com base nos crimes de responsabilidade que ele já cometeu”, afirmou no dia 1º. Na ocasião, Lula também exaltou o manifesto pela renúncia e deu a entender que isso seria o começo. “Da renúncia para o impeachment, é um pouco. Da renúncia para o ‘fora, Bolosnaro’, é um pouco. Na hora que tiver manifestação de rua, o ‘fora, Bolsonaro’ ganha força.”
Lula vem fazendo reiteradas críticas a Bolsonaro. Nesta quinta, afirmou que o pronunciamento do presidente na véspera não teve “nenhum critério de responsabilidade” e voltou a defender o isolamento social.

“Bolsonaro tem duas táticas. Ele precisa passar para sociedade a ideia de que ele tem o remédio, que se der certo, ele será beatificado. E ele tem que passar a ideia de que ele é único cara que está preocupado com o Brasil, que quer fazer o Brasil voltar a trabalhar”, disse o petista.

PIB pode recuar até 4% se isolamento passar de julho, diz Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou em videoconferência com senadores da bancada do Podemos na noite da quinta-feira (9) que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil poderá recuar em até 4%, caso passe de julho o isolamento social proposto como forma de reduzir o contágio pelo coronavírus. A reunião foi realizada por meio virtual.

“Questionado de cenários para a economia, ele fez um cenário otimista, onde admite que o Brasil pode chegar até o final do ano com PIB de queda de até 1%. No cenário negativo, acha que tudo depende da curva do coronavíus, As previsões são que até maio e junho vamos estar no pico da curva, mas que em julho ela deva cair. Agora, se ela não cair, o cenário mais pessimista é, se passar de julho, até poderia chegar a 4% de queda. Ele disse pode cair 3%, 3,5% ou 4% o PIB, foi o que disse a nós”, afirmou o senador Oriovisto Guimarães, (Podemos-PR).

A reunião desta quinta foi a quarta da semana entre o ministro e senadores. Paulo Guedes escalou o núcleo duro de sua equipe econômica para as conferências virtuais, que se estenderam madrugada adentro, na grande maioria.

Segundo a assessoria do ministro, a reunião desta quinta foi proposta pelo ministro para que pudesse ser explicado aos senadores a necessidade de apreciação da PEC do Orçamento de Guerra, que tem sua votação prevista para segunda-feira (13).

Parlamentares divergem da medida, especialmente por dois motivos: a forma da votação, que seria feita por meio de voto aberto em reunião virtual, e não em sessão presencial com voto secreto, e um artigo que trata da autonomia do Banco Central. Sobre os índices da economia, a assessoria afirma que os cenários dependem do avançar da pandemia do coronavírus, e que estão sendo acompanhados diariamente pela equipe.

A com os senadores do MDB, na segunda-feira (6), terminou já na madrugada de terça. Demorada também foi a reunião com os senadores do DEM, no último domingo (5) e na terça (7) com os integrantes do PSDB no Senado. Em nenhuma delas, porém, havia sido relatado números específicos.

Um parlamentar do MDB chegou a narrar a preocupação com que Paulo Guedes se referia ao cenário econômico, mas afirmou que ele não citou números. Já na audiência desta quinta, as perguntas foram mais enfáticas, e fizeram com que Guedes admitisse a possível queda do PIB aos parlamentares.

“Ele estava sendo muito perguntado. Não teve como ele evitar de traçar cenários negativos”, afirmou o senador.

Folhapress

Parceria reúne Exército, UFRGS e fabricante de armamentos na produção de EPIs contra Covid-19

Município de São Leopoldo, Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, uma parceria reúne frentes de diversas áreas públicas e privadas na produção de escudos faciais, equipamentos de proteção individual fundamentais para profissionais de saúde que estão na linha de frente de combate contra a pandemia de Covid-19.

Liderados pelo Comando Conjunto Sul, militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, trabalham em três turnos, executando o projeto desenvolvido por profissionais do Departamento de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS, tendo a fabricante de armamentos Taurus, como sede em São Leopoldo. Juntos, deverão produzir até 60 mil unidades dos escudos, que serão distribuídos em pontos de atendimento de saúde a possíveis pacientes infectados pelo novo coronavírus.

“A Taurus é a maior fabricante de armamentos do Brasil, produzindo pistolas, revólveres e fuzis, e com o projeto da UFRGS, eles se dispuseram a colocar o material e o equipamento. Nós mobilizamos os militares para fazer a montagem em cerca 3 mil unidades por dia, em 3 turnos”, detalhou o general de Exército, Miotto, que atua como comandante do Comando Conjunto Sul.

Segundo o general Miotto, são utilizados cerca de 30 militares especializados para atuar na linha de produção das máscaras, sobretudo pelo local da produção exigir controle de segurança. “São oito a dez militares por turno, no total de cerca de 30 por dia, trabalhando nos três turnos, atuando dentro de uma área sensível de segurança. É mais uma missão das Forças Armadas.”

Diario de Pernambuco

Polícia Federal alerta para golpe do ovo de Páscoa grátis

Circulam em redes sociais, como WhatsApp e Facebook, mensagens que prometem a distribuição de 5 mil ovos de páscoa gratuitos, em que a pessoa é induzida a clicar em um link e preencher dados para poder receber um deles. A mensagem é falsa e trata-se de mais um golpe virtual, em que criminosos utilizam os nomes das empresas Nestlé, Cacau Show e Kopenhagen para pegar dados pessoais. Segundo a Polícia Federal (PF), mais de 560 mil brasileiros já foram afetados pelo golpe.

A mensagem que aparece na tela é tentadora: “Estamos doando e entregando 5.000 ovos de páscoa inteiramente grátis #Fique em Casa”. O texto diz que as doações estão sendo feitas por causa dos supermercados terem cancelado compras do material diante da pandemia do novo coronavírus. Ao clicar no link malicioso, a pessoa é induzida a responder perguntas como qual tipo de chocolate prefere e se realizou compras de marcas famosas nos últimos 3 meses.

“É comum que os cibercriminosos se aproveitem de períodos e situações específicas, como épocas festivas, promoções comerciais, liberação de dinheiro do governo ou situações que envolvam calamidades para aplicar golpes, para roubar dados pessoais e financeiros das vítimas, acessar os aplicativos de contas de banco, ou levá-las à páginas falsas para visualizar publicidades”, diz a PF, em nota. Ao menos seis links maliciosos foram reconhecidos pela polícia, circulando nas redes ao longo desta semana.

Em nota publicada em seu site oficial, a Nestlé também desmente a história. “Pelo respeito que a Nestlé tem por seus consumidores, esclarecemos que trata-se de uma falsa notícia. Eventuais dúvidas podem ser esclarecidas pelos canais tradicionais de atendimento da empresa, disponíveis em www.nestle.com.br/fale-conosco”.

Dicas para se proteger e não cair no golpe
1. Ao receber uma mensagem deste tipo, desconfie sempre antes de clicar nos links compartilhados no WhatsApp ou nas redes sociais.
2. Cuidado com o imediatismo e sensacionalismo de mensagens tais como: ”promoção durará até hoje”, “faça seu cadastro agora”, “urgente, não perca essa oportunidade”, quase sempre tais conteúdos querem fazer com que as pessoas não averiguem a veracidade do conteúdo nas páginas e órgãos oficiais.
3. Certifique-se no site oficial da empresa sobre a veracidade, através do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), se a promoção está sendo oferecida, principalmente quando se tratar de supostas promoções, ofertas de dinheiro, brindes, descontos ou até promessas de emprego. Nesse caso, as empresas já se manifestaram alertando e esclarecendo que são falsas as informações sobre as promoções de ovos de páscoa grátis sendo entregues na residência das pessoas.
4. Não compartilhe links duvidosos com seus contatos sem antes saber se são autênticos – você pode estar sendo usado por bandidos para espalhar o golpe e prejudicar outras pessoas.
5. Jamais preencha nenhum formulário fornecendo ou repassando informações sobre senha de banco, conta bancária, dados financeiros, benefícios, dentre outros.
6. Preste atenção nos erros de português dos anúncios e veja sempre a terminação dos links se tem a grafia .com.br ou ,gov.br
7. Nunca baixe programas piratas para o celular ou computador, tais sites costumam ter a maior concentração de vírus;
8. Instale um bom antivírus em seu celular ou computador e tenha o sistema operacional do seu celular e computador atualizados.

Diario de Pernambuco