Riacho das Almas registra primeira morte causada por Covid-19

A Secretaria de Saúde de Riacho das Almas informa com muito pesar que neste domingo (14), morreu a primeira paciente de Covid-19 no município. A vítima foi uma idosa de 80 anos, que estava internada no Hospital Mestre Vitalino. Ela tinha histórico de comorbidades.

A Secretaria de Saúde Riacho das Almas esclarece que no boletim diário da pasta, o caso da idosa estava notificado como “em investigação”, uma vez que o município não havia recebido o resultado dos exames da mulher indicando a confirmação da doença.

A Secretaria de Saúde de Riacho das Almas lamenta profundamente o ocorrido, e presta total solidariedade aos familiares.

Prefeitura de Caruaru ganha reforço do Projeto Vamos Aprender

Os estudantes da rede municipal de ensino de Caruaru contarão, a partir da próxima segunda-feira (15), com os conteúdos do projeto Vamos Aprender nas aulas exibidas pela TV Câmara, canal 22.2. O material chega para reforçar a estratégia oferecida pela Secretaria de Educação (Seduc), agora direcionadas também para os alunos do 1º ao 5 ano do Ensino Fundamental. A iniciativa faz parte dos esforços da Seduc para mitigar os impactos da pandemia na educação pública e oferecer aos estudantes alternativas de aprendizagem não presencial.

De acordo com a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, a parceria é de grande valor para os estudantes do município. “Só temos a agradecer a todos que estão nos ajudando neste momento de pandemia. Estamos conseguindo levar conteúdos de alta qualidade para os nossos alunos”, comemora. As aulas para os estudantes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental também serão exibidas no turno da manhã. Todos os conteúdos também podem ser conferidos no canal oficial da Prefeitura no YouTube: https://www.youtube.com/PrefeituradeCaruaruOficial

O projeto Vamos Aprender foi desenvolvido pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), com apoio da Fundação Lemann, Fundação Roberto Marinho, do CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira) e da Unesco. Disponibiliza, gratuitamente, programas educativos para redes de ensino com conteúdo dirigido a estudantes de todos os ciclos escolares: Educação Infantil, anos iniciais e finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. O conteúdo conta com a parceria de várias instituições, como Futura, Khan Academy, MultiRio, entre outras, que disponibilizaram gratuitamente seus materiais pedagógicos.

No total, são 320 programas pedagógicos disponíveis, que envolvem desde vídeos interativos, com conteúdo didático e exercícios, até textos e orientações. Todas as áreas de conhecimento são contempladas no conteúdo. “Essa é uma estratégia que os municípios podem adotar neste momento que estamos vivendo, no qual as aulas estão suspensas em função da pandemia. A televisão tem um potencial muito grande: nos municípios maiores sabemos a força que tem e, nos municípios menores, muitas vezes é o veículo mais utilizado. Em meio ao isolamento social e suspensão das aulas presenciais, essa é uma maneira de criar momentos para que as crianças tenham uma rotina e continuem sendo estimuladas a aprender”, comenta Luiz Miguel Martins Garcia, Dirigente Municipal de Educação de Sud Mennucci/SP e presidente da Undime.

O diretor executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne, destaca a importância de oferecer alternativas de ensino não presencial na pandemia: “É um importante passo para que o ensino remoto alcance todos os estudantes, como aqueles que não têm acesso à internet. É importante que os alunos brasileiros continuem aprendendo e se desenvolvendo durante o isolamento social”, diz Mizne.

A presidente do CIEB, Lucia Dellagnelo, reforça a necessidade de utilizar a tecnologia neste momento. “É muito importante apoiarmos as redes de ensino na oferta de conteúdos educativos que possam ser disponibilizados aos estudantes por TV e/ou plataformas digitais. Diversas tecnologias devem ser utilizadas para viabilizar a continuidade do processo de ensino-aprendizagem durante a pandemia. As escolas podem estar fechadas, mas a aprendizagem deve continuar!”, diz Lucia.

“Temos que garantir o apoio à educação a todos sempre, especialmente neste cenário. Vamos Aprender será disponibilizado para que crianças e jovens de todos os segmentos escolares, suas famílias e educadores tenham acesso a recursos educacionais de qualidade pela TV e plataformas digitais das Secretarias de Educação. A TV está ao alcance da maioria e aqueles que tiverem internet poderão acessar conteúdos complementares”, diz Mônica Pinto, gerente de desenvolvimento institucional da FRM

1.091 confirmações para a Covid-19 em Caruaru

A Secretaria de Saúde de Caruaru informa, neste sábado (13), que até o momento foram realizados 3.770 testes, dos quais 1.325 foram através do teste molecular e 2.445 do teste rápido, com 1.091 confirmações para a Covid-19.

Em investigação estão 215 casos e já foram 2.464 descartados.

Também já foram registrados 7.336 casos de síndrome gripal, dos quais 1.325 foram orientados a ficar em isolamento domiciliar.

A secretaria informa ainda que 877 pacientes já foram recuperados do novo coronavírus.

Brasil registra 25.982 casos da Covid-19 nas últimas 24h

A government health worker shows a Covid-19 test at the Roli Madeira riverside community in the southwest of Marajo Island, in the state of Para, Brazil, on June 1, 2020. – Residents were tested amid concern over the spread of the COVID-19 coronavirus. (Photo by TARSO SARRAF / AFP)

O aumento crescente dos números da Covid-19 no país chegou ao registro de 828.810 casos totais da doença, 25.982 registrados apenas na sexta-feira (12). O boletim do Ministério da Saúde também atualizou o número de mortes pela Covid-19 no país, que agora é 41.828. Nas últimas 24h foram 909 brasileiros perdidos para a doença. O país já registra mais mortos pelo novo coronavírus que vítimas fatais de acidentes de trânsito no país em todo ano de 2019.

No boletim também foi registrado o número de curas, que chegou a 365.063 recuperados e 4.003 casos em investigação.

Folhape

Prefeitura de Sanharó inaugura sala de Raio-X

A Prefeitura de Sanharó inaugurou, na sexta-feira (12), a sala de Raio-X da Unidade Mista João XXIII, primeira unidade de saúde a prestar este tipo de serviço na história do município. Agora, os sanharoenses poderão fazer exames radiológicos com toda comodidade, sem precisar sair da cidade. O equipamento também é mais uma ferramenta importante no combate à pandemia do novo coronavírus.

De acordo com o prefeito Heraldo Oliveira, o novo serviço é um grande passo para a melhoria e modernização da saúde no município e representa a concretização de um sonho antigo da população. Eles destacou que esse investimento se soma a muitos outros realizados recentemente na Unidade Mista João XXIII, que também recebeu outros equipamentos, entre eles uma lavadora industrial de grande porte.

“É um momento de alegria muito esperado e mostra o nosso compromisso com a saúde da população e com as próximas gerações. É mais uma ferramenta no combate à Covid-19 e fortalece o nosso sistema de saúde”, acrescentou Heraldo Oliveira.

Artigo: No “novo normal” teremos um novo homem?

Por Ayrton Maciel*

Esperança e crença não são sinônimos. A crença mora no cérebro, a esperança vive no tempo. A verdade é que vida num mundo com uma pandemia sem precedente, em mais de um século, robustece a fé e a esperança. Do próximo mundo, o pós-coronavírus, diz-se que surgirá o “novo homem” que conviverá com os outros em um “novo normal”. Solidariedade, fraternidade, justiça social, direitos humanos, harmonia entre o ser humano e o meio ambiente e entre as nações. Eis o novo mundo, o mundo do novo normal. Espero, não creio.

Mais vale ter esperança que nada esperar do mundo. Do futuro, o mais realista sobre o ser humano é que o “novo normal” dure o tempo do vírus circulando, que será o tempo da chegada da vacina. Porque o novo normal já existe, desde que o novo coronavírus se instalou e abalou o sistema no qual gira a humanidade. Água e sabão, álcool e máscaras, distanciamento e isolamento são armas para enfrentar o vírus que desnudou as estruturas sanitárias da maior parte do mundo e o muro social que segrega os ricos dos pobres.

Quando todos estiverem imunizados por uma vacina, o vírus desaparecerá, mas seremos capazes de preservar o “novo homem”? É ser realista acreditar que um novo homem virá pós-pandemia? Prefiro a esperança. A indiferença de governantes – como Trump, Lukashenko e Bolsonaro – com o ser humano inibe o otimismo. O comportamento das pessoas, como que desafiando a ciência e negando o conhecimento, por ignorância ou ideologia, aborta as chances de ser mais que esperançoso.

O policial que aperta o gatilho do fuzil nas costas do adolescente, o outro com o joelho sufoca o pescoço de um ser humano; a mãe que não protege a criança da morte porque não é seu filho, o homem que dispara a bala em uma mulher grávida; o governante que desdenha do vírus e das mortes – aos milhares – porque “esse é o destino de todos”, o líder que – para aliciar os seguidores – vê o vírus como encomenda de laboratório de um inimigo político. E tantos são os maus governantes e os indiferentes, no mundo, que a esperança é uma teimosia.

Vale lembrar o realismo de Ariano Suassuna: “Não sou nem otimista, nem pessimista. Os otimistas são ingênuos, e os pessimistas, amargos. Sou um realista esperançoso…”. É como o momento precisa ser visto: não estamos diante do fim do mundo. Passada a pandemia, não vamos começar do zero. Vamos retomar de onde paramos. Mas, as injustiças, as indiferenças e as segregações, na humanidade, serão vencidas? Prefiro ser realista.

Quando passar (ou o novo normal signifique conviver com o vírus nos assombrando), a relativização do novo corona terá cobrado uma conta grande a muitos povos. Os maus senhores do poder ficarão impunes. Porque assim tem caminhado a humanidade. A ignorância – no saber e na força bruta – termina sendo a mãe da razão, a um custo alto. Ainda que o novo coronavírus não seja uma criação de laboratório – a ciência tem dito -, alimenta o discurso da nova guerra fria da geopolítica ideológica. A terra não é plana, com certeza.

Se me perguntarem se acredito num “novo homem” no novo normal, prefiro dizer: esperança não é crença.

Ayrton Maciel é jornalista.

Crimes violentos aumentam 18,2% neste mês em comparação com o mesmo período do ano passado

As estatísticas criminais de maio de 2020 apontaram registro de 350 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) no mês em Pernambuco, um aumento de 18,2% em relação ao seu equivalente em 2019, quando houve 296 vítimas. Considerando o total dos cinco primeiros meses deste ano, a variação é de 10,7%, tendo subido de 1.503 para 1.664 mortes violentas no Estado. Nesse mesmo período do ano atual, as forças de segurança pública estaduais já conseguiram prender 866 acusados desse tipo de crime.

Para reforçar o combate aos CVLIs, os setores de inteligência e de investigação de homicídios das operativas da Secretaria de Defesa Social (SDS) estão empenhados no trabalho de desarticular grupos criminosos. [UTF-8?]“Nossos esforços são para frear o aumento dos CVLIs, que vem acontecendo em todos os estados brasileiros este ano, e retirar de circulação organizações criminosas que ameaçam a vida dos pernambucanos. Já conseguimos prender 866 acusados de homicídio este ano, 160 deles somente em maio passado. Esse é um trabalho incessante, que continua ao mesmo tempo em que desenvolvemos operações em outras frentes, como a de garantir o respeito às medidas sanitárias contra a Covid-19. Em todos os casos, nosso objetivo é um só: proteger a vida da população do nosso [UTF-8?]Estado”, afirma o secretário titular da SDS, Antonio de Pádua.

Em algumas Áreas Integradas de Segurança (AIS), foi possível alcançar os níveis mais reduzidos de criminalidade em meses. Um exemplo é a AIS-17, cuja sede fica em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste, e engloba mais cinco municípios vizinhos. Essa região teve o mais baixo índice de mortes violentas dos últimos 142 meses, quase 12 anos. Com 4 vítimas de CVLI em maio, ficou acima somente dos 3 casos notificados em julho de 2008. Já na AIS-8, que inclui Paulista, Abreu e Lima, Igarassu e mais três cidades da Região Metropolitana Norte, o número foi o mais baixo em 46 meses. As 12 vítimas de CVLI de maio foram superiores apenas às 9 registradas em julho de 2016.

Vendas para o segmento PME crescem exponencialmente na Central Nacional Unimed

Apesar dos desafios impostos pela crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19, a Central Nacional Unimed supera metas de vendas para o segmento de pequenas e médias empresas (PME) e tem boas perspectivas de crescimento para os próximos meses. Os resultados fundamentam o cenário de otimismo para a operadora nacional dos planos de saúde empresariais da marca Unimed.

Em São Paulo, praça na qual a Central Nacional Unimed passou a atuar com exclusividade há pouco mais de um ano, a cooperativa registrou um crescimento exponencial na carteira de PME no ano de 2019. “Nosso crescimento de vendas em PME no ano passado, em relação a 2018, foi superior a 1.500%”, afirma a gerente comercial PME e Adesão de São Paulo, Patrícia Ponciano. “Mesmo neste período de quarentena, São Paulo tem um ritmo crescente, e nós estamos reinventando soluções para esse público e experimentando novas estratégias de vendas”, explica.

A Central Nacional Unimed fechou o ano de 2019 com um total de 25.532 vidas no segmento PME, em 2018 eram 1.620 vidas. A meta, superada, era de 23 mil vidas.

Gustavo Knupp, superintendente Comercial responsável pelos produtos PME e de adesão da operadora, explica que o grande resultado no estado que tem a maior economia do Brasil foi o fortalecimento da marca Unimed, hoje associada à qualidade e credibilidade. “Crescemos a carteira expressivamente em 264%. Isso só foi possível graças à um grande trabalho de reposicionamento de marca para a sociedade que fizemos ao longo de 2019, e a parceria sólida que construímos com os corretores. Ampliamos o diálogo e lançamos canais de venda online que visam facilitar as atividades das corretoras. Criamos com esse público uma relação próxima e que queremos que seja duradoura”, resume.

O diretor comercial e de marketing da Central Nacional Unimed, Dr. Sizenando Campos, ressalta que os planos de saúde da operadora oferecem a segurança necessária para as PMEs. “Neste momento, a saúde é um ponto sensível para o empresário, que precisa ter tranquilidade nesse aspecto e quer dar segurança para seus colaboradores. Um dos motivos que nos faz acreditar nas perspectivas de crescimento da carteira”, afirma.

“Eu sempre vejo o copo meio cheio, e a Central Nacional Unimed está pronta para participar da reconstrução e do reerguimento da economia brasileira, com soluções de saúde que atendem as demandas do mercado”, finaliza.

Sobre a Central Nacional Unimed – A Central Nacional Unimed é a operadora nacional dos planos de saúde empresariais da marca Unimed. Sua carteira de clientes é composta por cerca de 1,7 milhão de clientes de grandes corporações brasileiras. Também trabalha com PME e foco regional em Salvador, Feira de Santana, Santo Antônio de Jesus, Itabuna, Ilhéus, São Luís, Brasília e São Paulo. Em 2018, a Central Nacional Unimed registrou receita de R$ 5,6 bilhões (+9,3% em relação a 2017). É considerada uma das melhores empresas para se trabalhar e uma das melhores para se iniciar a carreira. Faz parte do Sistema Unimed, composto por 345 cooperativas médicas presentes em todo o território nacional, que compartilham os valores do cooperativismo e o trabalho para valorização dos médicos e da medicina.

Hospital de Campanha de Caruaru inaugurou 20 leitos de enfermaria

Na sexta-feira (12), o Hospital de Campanha, instalado no pátio do Hospital Mestre Vitalino (HMV), no Agreste de Pernambuco, passa a disponibilizar 20 (vinte) leitos de enfermaria para atender pacientes com Covid-19. Na última segunda (08), 10 leitos de UTI foram entregues e estão em funcionamento nas dependências do HMV. Desta forma, até o momento a unidade dispõe de 30 leitos, sendo 10 de UTI e 20 de enfermaria.

O Hospital de Campanha já registrou cinco pacientes positivos para o novo coronavírus. Eles estão internados nos leitos de UTI e são das cidades de Sanharó (51 anos), Arcoverde (75 anos), Toritama (80 anos), Caruaru (72 anos) e Agrestina (59 anos). “A partir de hoje o Campanha de Caruaru passa a contar com 20 leitos de enfermaria, essa entrega de leitos é um passo muito importante para a nossa região que ainda apresenta um crescimento no número de casos da doença”, explica o diretor do HMV, Dr. Marcelo Cavalcanti.

Proporção da população com anticorpos do novo coronavírus aumenta 53%

Estudo coordenado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) revelou um aumento de 53% em apenas duas semanas na proporção da população com anticorpos para o novo coronavírus nos principais centros urbanos brasileiros. O dado é resultado da segunda fase da pesquisa “Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil: Estudo de Base Populacional (Epicovid19-BR)”, financiada pelo Ministério da Saúde.

Os pesquisadores avaliam que esse aumento de 53% foi estatisticamente significativo e é inédito em estudos similares. Na Espanha, um estudo semelhante indicou aumento de apenas 4% entre as duas etapas da pesquisa. Para chegar a este resultado, a pesquisa considerou as 83 cidades em que puderam ser testadas e entrevistadas pelo menos 200 pessoas nas duas fases da pesquisa para estabelecer uma base de comparação.

“Esse aumento lança um alerta sobre a velocidade com que a doença continua se espalhando pelo Brasil. Somos, hoje, o país em que a Covid-19 se expande de forma mais acelerada em todo o mundo”, disse o coordenador geral do estudo e reitor da UFPel, Pedro Hallal.

A proporção da população com anticorpos nesses 83 municípios aumentou de 1,7%, na primeira fase, para 2,6%, na segunda fase. A pesquisa testou se as pessoas tinham anticorpos para a doença, o que significa que já foram ou estão infectadas pelo novo coronavírus, podendo se tratar de casos assintomáticos. As estatísticas oficiais incluem pessoas que foram testadas, em geral, a partir da apresentação de sintomas.

No total, a segunda fase da Epicovid19 realizou 31.165 testes e entrevistas de 4 a 7 de junho. Os dados foram coletados em 133 municípios do país. Em 120 dessas cidades, incluindo 26 das 27 capitais (com exceção de Curitiba), foi possível testar ao menos 200 pessoas, todas selecionadas por sorteio. A primeira fase foi realizada duas semanas antes, de 14 a 21 de maio, com 25.025 testes e entrevistas, sendo que em 90 cidades foi possível testar ao menos 200 participantes.

“Esse avanço metodológico talvez seja o grande destaque da segunda fase da pesquisa. Com um maior número de entrevistas realizadas e de cidades incluídas nas análises, aumenta a nossa
capacidade, enquanto epidemiologistas, de interpretar os dados sobre coronavírus no Brasil”, disse Hallal.

Subnotificação
A partir da proporção de infectados identificado pelo estudo, a estimativa é que haja seis vezes mais casos de covid-19 do que o dado oficial registrado nesses municípios, que representam grandes centros urbanos. O resultado anterior, na primeira fase, considerando 90 cidades testadas, a pesquisa estimou que havia sete vezes mais casos do novo coronavírus do que registraram as estatísticas oficiais. Segundo explicou Hallal, essa variação não significativa, mas pode ser explicada por uma melhora na notificação dos casos oficiais pelo aumento da testagem.

No conjunto de 120 cidades com mais de 200 pessoas submetidas aos testes, a proporção de pessoas identificadas com anticorpos para covid-19 foi estimada em 2,8%. As 120 cidades correspondem a 32,7% da população nacional, totalizando 68,6 milhões de pessoas. Com isso, chegou-se à estimativa de 1,9 milhão de pessoas infectadas.

Na véspera do início da pesquisa, em 3 de junho, essas 120 cidades somadas contabilizavam 296.305 casos confirmados e 19.124 mortes. Ou seja, para cada caso confirmado do novo coronavírus nessas cidades, existem 6 pessoas que já foram ou ainda estão infectadas na população. O estudo concluiu que há uma grande disparidade entre o número estimado pela pesquisa e a estatística oficial de infectados.

A Epicovid19 abrange um total de 133 cidades selecionadas, chamadas sentinelas. Elas são os maiores municípios das subdivisões demográficas intermediárias do país, de acordo com critérios do Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE).

Os pesquisadores alertam que esses resultados não devem ser extrapolados para todo o país, nem usados para estimar o número absoluto de casos no Brasil, já que essas são cidades populosas, com circulação intensa de pessoas e que concentram serviços de saúde. A dinâmica da pandemia pode ser distinta se observadas cidades pequenas ou áreas rurais. Apesar dessa ressalva, os pesquisadores voltaram a afirmam que a contagem de pessoas com anticorpos no Brasil certamente já está na casa dos milhões, e não mais dos milhares.

Regiões do país
Houve grande diferença na proporção de infectados por regiões do Brasil, assim como na primeira fase. As 15 cidades com maiores prevalências incluem 12 da Região Norte e três do Nordeste (Imperatriz, Fortaleza e Maceió).

Na Região Sul, nenhuma cidade apresentou prevalência superior a 0,5%, e, na Região Centro-Oeste, apenas três cidades superaram esta marca (Brasília, Cuiabá e Luziânia). Segundo os pesquisadores, esse resultado confirma que a Região Norte tem o cenário epidemiológico mais preocupante do Brasil, o que também já tinha sido revelado na primeira fase do estudo.

As diferenças entre as capitais do Brasil foram marcantes, ainda segundo os pesquisadores. Em Boa Vista (RR), a proporção da população que tem ou já teve coronavírus foi estimada em 25%, ou seja, um de cada quatro habitantes da cidade está ou já esteve infectado.

Foi possível testar ao menos 200 pessoas em 26 das 27 capitais. Entre essas, seis apresentaram resultado superior a 10%: Boa Vista (RR), Belém (PA), Fortaleza (CE), Macapá (AP), Manaus (AM) e Maceió (AL). Das 10 capitais com percentuais mais altos da população com anticorpos, de 5,4% até 25,4%, quatro são da Região Norte (Boa Vista, Belém, Macapá e Manaus), cinco são da Região Nordeste (Fortaleza, Maceió, São Luís, João Pessoa, Salvador) e uma da Região Sudeste (Rio de Janeiro).

Em algumas cidades, as diferenças entre os resultados da primeira e da segunda fase foram acentuadas e o Rio de janeiro, a segunda cidade mais populosa do Brasil com 6,7 milhões de habitantes, foi uma delas. Lá, a proporção estimada de pessoas com anticorpos para o novo coronavírus aumentou de 2,2% para 7,5%, ou seja, 503 mil pessoas têm ou já tiveram o coronavírus. Em Maceió, o aumento foi de 1,3% para 12,2%. Em Fortaleza, o aumento foi de 8,7% para 15,6%.

A Agência Brasil solicitou posicionamento do Ministério da Saúde sobre os resultados do estudo, mas não obteve resposta até a conclusão da reportagem.

Agência Brasil