Congresso Nacional aprova uso obrigatório de máscaras para toda a população

Após a aprovação pelo Congresso Nacional, vai à sanção presidencial o projeto de lei (PL 1.562/2020) que obriga a população a usar máscaras de proteção facial enquanto durar o estado de calamidade pública.

A obrigatoriedade do uso das máscaras para cobrir a boca e o nariz se aplica às ruas, espaços privados de acesso público (como shoppings) e transporte público, por exemplo. O texto também estabelece o uso em serviços de transporte, estabelecimentos comerciais e industriais, templos religiosos, escolas e todos os locais em que haja reunião de pessoas.

De acordo com o texto, pessoas com autismo, deficiência intelectual, sensorial ou quaisquer outras que impeçam o uso do item, estão dispensadas da obrigação, assim como as crianças menores de três anos. O PL prevê multa para quem descumprir a norma. O valor será definido por cada estado e município.

Pessoas que recebem dinheiro de algum programa social estão isentas da multa, bem como a população de rua e outros grupos especificados no projeto. Para essas pessoas, os parlamentares determinaram que o governo distribua máscaras gratuitamente.

Os setores público e privado serão obrigados, também, a disponibilizar álcool em gel nos locais onde houver circulação de pessoas. Todo o valor arrecadado com multas será investido em ações relacionadas aos serviços de saúde.

Fonte: Brasil 61

Nota de pesar

A Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos recebeu com muita tristeza a notícia do falecimento de Dona Etelvina “Celebridade”, nesta sexta-feira feira (12).

Dona Etelvina era muito conhecida por ter 108 anos e sempre participar de festas do município. Ano passado, ela foi homenageada pela SDSDH, no Polo Inclusão na Folia, durante o carnaval.

Candidatos ao Enem poderão votar para escolher a data de realização das provas

Brasília – Acontece no Teatro Ulysses Guimarães, o Aulão Solidário ENEM 2017. organizado pelo colégio Olimpo (Wilson Dias/Agência Brasil)

Os candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderão votar para escolher a data de realização das provas. O Instituto Anísio Texeira Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pelo exame, fez uma enquete com os participantes para que eles possam dar a sua opinião sobe a questão.

O objetivo é dar oportunidade aos interessados de sugerirem o melhor período para a realização das provas e garantir transparência no processo. As votações podem ser feitas entre os dias 20 e 30 de junho.

Os inscritos deverão acessar a Página do Participante – enem.inep.gov.br – com CPF e senha utilizados no cadastro do portal único do governo federal, o gov.br, e escolher um dos períodos sugeridos.

A prorrogação nas datas de realização do Enem deste ano foi determinado pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Inep. O motivo para o adiamento foi o impacto da pandemia do novo coronavírus. O Enem impresso estava previsto para os dias 1º e 8 de novembro, e o digital, para 22 e 29 do mesmo mês.

Fonte: Brasil 61

Violência e o idoso: Dia Mundial de Conscientização

Há projeções que no ano de 2025 o Brasil será o sexto país do planeta com o maior número de idosos, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Esses dados só reforçam a necessidade de darmos atenção especial cada vez maior a essa faixa etária. E um dos graves problemas que os idosos enfrentam são a violência e suas diversas faces.

A enfermeira e docente do curso de Enfermagem da Faculdade UNINASSAU Caruaru, Laryssa Grazielle, destaca que existem formas para a população tentar combater essa violência: “Temos o Disque 100, por exemplo, que deve ser repassado como meio importante de não perpetuar esse problema de saúde pública”.

E a enfermagem também atua diretamente nesse combate. “Desde a atenção primária de saúde até a alta complexidade. “Dispõe-se de um instrumento denominado “Ficha de Notificação Individual”. É notificação compulsória, que é registrada no sistema VIVA-SINAN do Ministério da Saúde”, explica.

E no próximo dia 15 de junho, é vivenciado em todo o mundo o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, instituída em 2006, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa (INPES).
“O objetivo é sensibilizar a sociedade para o combate das diversas formas de violência cometidas contra a pessoa com idade igual ou superior a 60 anos. Todos podem fazer nossa parte!”, conclui Laryssa.

Bolsonaro:’Escolhi Faria pela vida que ele tem junto a Silvio Santos’

Na quinta-feira (11), após recriar o Ministério das Comunicações, o presidente Jair Bolsonaro declarou, no Palácio da Alvorada, que entregou a pasta ao deputado federal Fábio Faria (PSD-RN) devido à relação de Faria com Silvio Santos, dono do SBT. O novo ministro é casado com a filha do empresário, a apresentadora Patrícia Abravanel.

“Vamos ter alguém que, ele não é profissional do setor, mas tem conhecimento até pela vida que ele tem junto à família do Silvio Santos. A intenção é essa, é utilizar e botar o ministério pra funcionar nessa área que estamos devendo há muito tempo uma melhor informação”, disse o presidente.

Foi publicada na quarta-feira (10), a medida provisória que dividiu o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, administrada pelo ministro-astronauta Marcos Pontes.

O Ministério será comandado por Faria e terá a distribuição de controle a verba de propaganda do governo. Fábio também irá assumir a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), estatal que reúne emissoras de televisão, rádios e agência de notícias. O objetivo é privatizar a empresa.

“Ele (Fábio Faria) entra a todo vapor na segunda-feira (15), trabalhando já com a equipe própria. Vai aproveitar a maioria do pessoal comissionado que estava ali nesses outros órgãos. E o objetivo é, logicamente, colocar a EBC, que nós temos, pra funcionar. Também devemos privatizar a EBC num primeiro momento, assim que for possível também”, disse Bolsonaro.

As informações são da Agência Estado.

Ciro Gomes comenta o atual cenário político no país em entrevista

Principal nome do PDT, o ex-ministro Ciro Gomes, 62, diz que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prepara uma milícia armada para se manter no poder e que o ex-presidente Lula (PT) só se movimenta se ele próprio for a estrela central.

Em entrevista à reportagem, o ex-presidenciável defende o impeachment de Bolsonaro e afirma que “a parte jurídica está dada, mas a política ainda não”. Ele faz coro com seu partido ao desestimular protestos de rua agora, durante a pandemia. “Mas a hora chegará.”

Ciro está lançando o livro “Projeto Nacional: O Dever da Esperança” (ed. LeYa Brasil, 274 págs., R$ 49,90), no qual expõe e analisa algumas das propostas que levou ao eleitorado em 2018. Ele ficou em terceiro lugar, com 12,4% dos votos válidos.

De casa, em Fortaleza (CE), ele tem feito lives (transmissões ao vivo na internet), dado entrevistas a jornalistas e influenciadores digitais e postado em redes sociais durante a quarentena. Falou com a reportagem por telefone, na quarta-feira (10).

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Pergunta – O PDT, seu partido, não apoia os protestos de rua contra Bolsonaro, por causa da pandemia. O sr. concorda?

Ciro Gomes – Tenho respeito e gratidão por aqueles que se propõem a correr o risco de se contaminar e de ser ferido por uma parte da polícia arbitrária que está a serviço do bolsonarismo. Mas, como homem público, tenho responsabilidade. Não está na hora de ir para a rua, mas a hora chegará.

Tudo o que o Bolsonaro quer é distrair a opinião pública da pandemia e do desastre econômico sem precedentes. Ele pretende criar um campo de batalha, para coesionar a turma radical que o segue. Criar um caos para que amanhã a classe média, que hoje é crítica a ele, comece a se assustar e peça ordem.

P – Qual será, a seu ver, a hora de ir às ruas?

CG – Ali por agosto ou setembro, vamos precisar todo mundo ir para a rua. Agora, o povo, desorientado por esse debate absolutamente irresponsável feito pelo Bolsonaro, precisa fazer isolamento social. As fotografias do contágio são assustadoras. Estou apavorado.

P – Cidades e estados estão reabrindo comércio, retomando atividades.

CG – É uma irresponsabilidade genocida, do senhor [João] Doria, do senhor [Wilson] Witzel. Fizeram inclusive a retórica do isolamento social, politizando também o debate com Bolsonaro, e se equalizaram com ele.

P – O sr. defende ir para as ruas em nome de quê? Impeachment?

CG – Na minha opinião, essa é a saída que a democracia brasileira infelizmente terá que tentar mais uma vez. Impeachment não é remédio para governo ruim, é punição para presidente criminoso. As condições jurídicas estão evidenciadas nas representações do PDT e de outros partidos. Há crime de responsabilidade quando ele atenta contra o regular funcionamento das instituições, confronta a autonomia da federação, aparelha órgãos públicos.

P – Seria possível avançar sem pressão das ruas?

CG – A parte jurídica está dada, mas a política ainda não. Bolsonaro ainda conta com apoio de parte da população, o que não nos permite ter ilusão de que o Congresso dará os votos. Por isso, ir para a rua será fundamental. Por enquanto, temos que fazer militância virtual.

P – O sr. não assinou os recém-criados manifestos em defesa da democracia, como o Estamos Juntos e o Basta!. Por quê?

CG – É fundamental que a sociedade civil brasileira se liberte, faça esse exercício sem estar sendo cobrada de estar alinhada a este ou àquele grupo. No período recente em que a esquerda esteve no poder, tudo o que era expressão organizada da sociedade foi cooptado. Mas eu elogiei e estimulei [os manifestos], a campanha Somos 70%.

P – Na sua visão, políticos que assinaram os documentos, como Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Fernando Haddad (PT), se apropriam de uma pauta que deveria ser da sociedade?

CG – O Fernando Henrique, não. Ele é um ex-presidente da República que empresta peso e prestígio.

Já o Haddad está numa situação delicada, porque assinou e no dia seguinte o Lula disse que não será “maria vai com as outras”. O Lula cuida de destruir qualquer possibilidade de o Haddad adquirir uma personalidade política necessária para liderar uma nação. É um desastre.

P – Lula disse que os manifestos exprimem uma visão da elite e desconsideram o trabalhador.

CG – Isso é uma bobagem. O que explica o Lula é que, se ele não for a estrela central, nada presta. Nós já perdoamos essas baboseiras do Lula a vida inteira. Isso encheu. Nunca mais.

Ele falou também que não vai assinar um papel já assinado por gente que pecou pelo golpe [impeachment de Dilma Rousseff]. Ora, o Lula se esqueceu que naquela caravana ele estava com [os senadores] Renan Calheiros e Eunício Oliveira? Não foi o Senado que fez o impeachment?

P – O sr. afirmou na GloboNews que é preciso “defender a democracia, e quem não vier é traidor”. Referia-se a Lula?

CG – Na construção da democracia brasileira, pessoas com diferenças políticas irreconciliáveis foram capazes de deixar as discordâncias para a hora própria e construir consenso, o que fez a roda da história andar. O que o Lula está fazendo agora é atrapalhar a roda da história.

Para o lulopetismo, é preciso que o Brasil sangre e pague o preço de não ter descido em Curitiba, destruído a Polícia Federal e tirado o Lula de lá e levado ele incensado para o poder. O Lula se corrompeu e está destruindo o PT.

P – Os manifestos terão efeito prático para o impeachment, que é a sua bandeira?

CG – Produzirão um efeito prático, mas não são uma bala de prata. A política é sofisticada. O que vai acontecer é um processo muito lento de desconstrução da base social de Bolsonaro.

P – O sr. tem falado sobre a politização dos quartéis, com agentes de segurança nos estados alinhados a Bolsonaro. O motim no Ceará, em fevereiro, foi um prenúncio?

CG – Enfrentamos no Ceará o passo seguinte do que vai acontecer no Brasil, que é a milícia armada. Jovens violentos, mascarados, armados, botaram os seus comandos para correr de dentro dos quartéis. Saíram nas viaturas atirando para cima, mandando fechar comércio e escola. E deram dois tiros no peito de um senador da República [Cid Gomes, irmão de Ciro, que avançou com uma retroescavadeira contra o portão de um quartel].

P – Há risco de instrumentalização dessas forças por Bolsonaro?

CG – O risco é real e iminente. Estou vendo um cenário de distopia ali por setembro, com uma mistura do saldo de cadáveres e da implosão da economia. Nós estaremos ocupando as ruas pelo impeachment. E o Bolsonaro está preparando essa milícia.

Ele revogou as portarias de rastreamento de armas e munições pelo Exército. O filho dele está fazendo lobby desgovernado para atrair uma fábrica de armas [parceria com uma marca americana].
Bolsonaro confessou que tem um serviço de informações particular. Ele está facilitando a importação, sem tributos, de fuzil. Isso não é para armar o povo, é para armar a milícia dele. Isso está sendo sistematizado.

P – E como combater?
CG – Quando eles deflagraram aquilo no Ceará, havia 12 estados engatilhados para fazer o mesmo. Nós sabíamos que nossa tarefa era por nós e pelo Brasil. Unimos todos os poderes e tomamos uma série de providências. O combate tem que ser federal. Precisamos transformar, na Constituição, o crime de motim em crime federal e estabelecer os procedimentos de investigação e julgamento.

P – Nesse cenário distópico, como as Forças Armadas ficariam?

CG – Divididas. Acho que a estrutura de comando está vendo essa aberração.

P – Como o sr. vê a narrativa de que a desunião da esquerda facilitará a reeleição de Bolsonaro?

CG – Isso é um mecanismo que o PT utilizou ao longo dos últimos 30 anos para matar o trabalhismo do Brizola, abafar o socialismo do Arraes, destruir o PC do B e, agora, atingir o PSOL.

Eles não tiram nenhuma lição do fato de que uma população que votou em massa no PT nos últimos anos tenha eleito Bolsonaro, um picareta, politiqueiro, ligado à milícia, que nunca produziu nada de útil?

Virou todo mundo fascista, manipulado, gado, como eles chamam? O PT sustenta essa narrativa que não guarda conexão com a vida real. O Brasil viu a crise econômica da Dilma, mas o PT não faz a autocrítica por nada. Então vai ter que ouvir a crítica. Se quiser ouvir respeitosamente, vai ouvir. Se não quiser, vai na canela.

P – Se não é pela unidade da esquerda, a superação do bolsonarismo passaria por qual arranjo?

CG – Passa pela percepção das urgências. E hoje há três urgências, no psicológico popular, que pedem unidade máxima: a de enfrentar o genocídio, a de proteger empregos que estão sendo destruídos aos milhões e a de assegurar as liberdades da democracia.

P – Alguns setores defendem que a polarização entre Bolsonaro e Lula depende de um nome de centro para ser rompida. O sr. se coloca nesse lugar?

CG – Tenho uma formação de esquerda moderada, esquerda democrática. O projeto que eu advogo reúne o centro político com a esquerda democrática.

P – Sergio Moro é apontado como uma opção eleitoral de centro, por se contrapor ao petismo e agora ao bolsonarismo. O sr. se vê disputando a eleição com ele?

CG – Esse é um dos cenários. Agora, eu acho que até lá o Sergio Moro estará carbonizado. A centralidade da ‘monoagenda’ do Moro está sumindo.

A corrupção não terá mais centralidade na vida do povo. Será emprego, educação, saúde pública. Moro está sendo testado por todo o mainstream brasileiro, assim como o Doria e o [Luciano] Huck. Vamos ver qual deles vai dar no couro. Mas eles não rivalizam conosco. Rivalizam entre si.

P – O sr. até hoje é cobrado por ter se ausentado do segundo turno de 2018. Uma das críticas é que isso abriu caminho para Bolsonaro vencer. Faz alguma autocrítica?

CG – Quem fala isso é o lulopetismo bandido. No primeiro turno, todas as pesquisas já indicavam que a força dominante no país era o antipetismo. Aí vai o Lula e mente dizendo que é candidato, quando o que se tinha que fazer era produzir uma alternativa.

Números não mentem jamais. Se todos os meus votos fossem para o Haddad, ainda assim seriam insuficientes para ele vencer. Eles [petistas] queriam que eu fizesse campanha para afundar junto com eles. O que eu fiz, com o meu partido, foi declarar apoio crítico e não participar da campanha.

P – O sr. escreve no livro, referindo-se ao Brasil, que “o país que mais cresceu entre 1930 e 1980 ignorou a ignorância”. Que paralelo faz com o país de hoje?

CG – O que vivemos hoje é o fundo do poço. O Bolsonaro é a última consequência do esgarçamento estratégico da nação, com a explosão de miséria, de desigualdade, de informalidade inédita e de absoluta falta de perspectiva para todos, especialmente para os jovens.

P – O sr. também fala na obra sobre a necessidade de um projeto nacional de desenvolvimento. Existe algum hoje?

CG – Não, nada. Qual é o projeto de educação? De defesa? De infraestrutura? De distribuição de renda?

RAIO-X
Ciro Ferreira Gomes, 62
Formado em direito pela Universidade Federal do Ceará
Foi prefeito de Fortaleza, governador do Ceará e ministro dos governos Itamar Franco e Lula
Já foi filiado ao MDB, PSDB, PPS, PSB e PROS. Atualmente está no PDT
Candidatou-se à Presidência em 1998, 2002 e 2018. Na última eleição, ficou em terceiro lugar, com 12,4% dos votos válidos

Diario de Pernambuco

Covid-19: Brasil se aproxima do Reino Unido no total de mortes

A member of the medical staff tides up blood samples before analysing them on June 9, 2020 at a clinical laboratory, in Hazbrouck, northern France, as part of serological test operation launched to detect the COVID-19, novel coronavirus as the country eases eases lockdown measures taken to curb the spread of the pandemic. – Jerome Darques, Mayor of Morbecque, near Hazebrouck, offers to the 2,558 inhabitants of his city to receive a serological test to detect traces of the COVID-19 in their blood. Morbecque is the first French town to propose this service. (Photo by DENIS CHARLET / AFP)

Sem capacidade de testagem em massa, taxas de ocupação de leitos de UTI perto do limite e explosão de casos e mortes, o Brasil supera, há dias, as atualizações diárias de todos os países. Nesta quinta-feira (11), somou mais 1.239 óbitos e 30.412 casos no balanço, acumulando 40.919 vítimas fatais e 802.828 pacientes diagnosticados. Mesmo assim, o país vive um momento de flexibilização do isolamento social, com a abertura de comércios, algo que, consequentemente, faz com que o vírus se espalhe mais facilmente.

O alto aumento diário coloca o Brasil cada vez mais perto de se tornar o segundo do mundo com mais mortos pelo novo coronavírus. Com faixa de 1,2 mil óbitos diários, a previsão é que ainda hoje os números brasileiros superem os do Reino Unido, que acumula 41.364 fatalidades. Na frente do ranking da Universidade Johns Hopkins continua os Estados Unidos, com 113.561 mortes.

Somente em São Paulo foram contabilizados, até ontem, um total de 10.145 óbitos –– ou seja, mais do que o dobro de fatalidades da China, país onde se originou a doença e que, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), soma 4.634 vítimas fatais desde o começo da pandemia. Nas últimas 24 horas, o estado somou mais 283 óbitos e 6.204 novos casos, chegando a 162.520 infectados.

Em seguida, e também próximo de alcançar o dobro de mortes na China, aparece o Rio de Janeiro, com 7.363 pessoas mortas. O Ceará, que ontem ultrapassou o total de chineses mortos, reportou mais 183 perdas, somando 4.663. Outros cinco estados superaram a marca das mil mortes: Bahia confirmou 1.013 perdas pela doença; Pará (4.030), Pernambuco (3.633), Amazonas (2.400), Maranhão (1.360) já haviam quebrado a barreira anteriormente.

Os números, que são altos e chamam atenção, podem ser ainda maiores por causa da sub-notificação. Pesquisadores responsáveis pelas análises do portal Covid-19 Brasil estimam que o total de infectados chega a ser 10 vezes maior do que o revelado pelos dados oficiais. Desta forma, o Brasil teria, na verdade, uma média de mais de 6,39 milhões de pessoas infectadas. Esse cálculo colocaria o país no topo da lista dos mais contaminados, com números três vezes maiores do que o dos EUA, que têm 2,01 milhões de confirmados com a doença.

Na visão dos especialistas, o afrouxamento das medidas de distanciamento social, sem as informações necessárias para saber quem está infectado e qual a velocidade em que a doença se espalha, levará o sistema de saúde ao colapso.

Intransigência

No manhã do dia em que se registraram 40.919 vítimas fatais no país, uma instalação montada na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, que homenageava as vítimas do novo coronavírus e protestava contra a condução da crise sanitária pelo governo federal, foi vandalizada. O tributo às vítimas da covid-19, organizado pela ONG Rio de Paz, era composto por 100 covas rasas cavadas na praia e cruzes pintadas de preto fincadas na areia.

Três homens e uma mulher, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, agrediram verbalmente os manifestantes e repetiram que a ação estava apenas criando pânico social. Um deles xingou os organizadores de “seus merdas” e invadiu o cenário, derrubando, ao menos, 20 cruzes.

“Nós estávamos ouvindo muitas expressões de ódio, provocação. Mas um senhor decidiu derrubar as cruzes, mesmo sem que nós tivéssemos reagido”, contou Antônio Carlos Costa, presidente da Rio de Paz.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais da ONG, é possível ver o homem gesticulando e empurrando as cruzes na areia. Na sequência, o taxista Marco Antônio do Nascimento Silva, de 55 anos, que perdeu um filho para a doença, pediu respeito e, irritado, recolocou os objetos arrancados.

“Meu filho morreu com 25 anos. Ele era saudável. Vocês têm que respeitar a dor das pessoas. O mesmo direito que ele tem de tirar eu tenho de botar”, esbravejou. O homem que violou a instalação não foi identificado.

Houve um princípio de bate-boca, mas o grupo bolsonarista se afastou, apesar de continuar gritando para atrapalhar a entrevista que os responsáveis pela ação concediam.

A ONG Rio de Paz esclareceu que é um movimento suprapartidário e que não recebe verbas públicas de qualquer espécie. Os organizadores do protesto pediram mudanças na postura do presidente da República e acusam a “sucessão de erros” cometida pelo governo federal no combate ao novo coronavírus.

Correio Braziliense

Bolsonaro fala sobre o risco de endividamento público em live

Na próxima semana, deve ser divulgado o calendário de pagamento da terceira e última parcela prevista de R$ 600 para o auxílio emergencial. A possibilidade do anúncio foi feita pelo presidente Jair Bolsonaro em sua live semanal pelas redes sociais.

Bolsonaro também disse que está em discussão a hipótese de pagamento de novas parcelas do auxílio emergencial. Ele descartou a manutenção do atual valor. “A gente não pode gastar mais R$ 100 bilhões. Se nós nos endividarmos muito, a gente extrapola nossa capacidade de endividamento. Estamos com a taxa Selic [taxa básica de juros da economia] a 3%, o juro a longo prazo baixou bastante, se nós não tivermos cuidado a Selic pode subir. Cada vez mais o que produzirmos de riqueza vai para pagar dívidas.”

O presidente estima que com gastos com o auxílio emergencial, mais as despesas de saúde e o socorro a estados e municípios, entre outras iniciativas, o Tesouro Nacional já tenha gasto R$ 1 trilhão.

Durante a transmissão, o presidente explicou a recriação do Ministérios das Comunicações fundindo com as atribuições da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República. “Vamos tentar melhorar as comunicações do governo, mas o grande trabalho é as comunicações como um todo no Brasil”, salientou.

“Temos uma questão pela frente que é [a rede de banda larga móvel] 5G. Nós faremos o melhor negócio levando em conta vários aspectos não apenas o econômico. Vamos atender os requisitos da soberania nacional, da segurança das informações, segurança de dados, e também [de] política externa.”

Como já havia informado no Twitter, o presidente disse que sancionou com oito vetos o Projeto de Lei 1.179/2020 que, segundo ele disse na rede social, dá “poderes aos síndicos de restringir a utilização de áreas comuns e proibir a realização de reuniões e festividades inclusive nas áreas de propriedade exclusiva dos condôminos.”

“Se algo parecido tiver que ser implementado no condomínio, na convenção o pessoal [conjunto de moradores] vota e decide o que bem entender”, explicou na live.

Governo de Pernambuco barra antecipar reabertura de shoppings

O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Bruno Schwambach, informou, na noite desta quinta-feira (11), que a reabertura dos shoppings centers para o público em Pernambuco não vai ser antecipada, como havia solicitado a Associação de Lojistas de Shopping de Pernambuco (Alshop). O pedido era para que essa reabertura ocorresse já na próxima segunda-feira (15), o que foi vetado. “Vamos manter a previsão dos itens que estavam previstos, então é o varejo de rua (lojas de até 200 metros quadrados nos bairros e no centro), salões de beleza e serviços de estética, lojas de veículos e o retorno dos treinos dos times de futebol profissional. Para essa semana que começa no dia 15, são essas as medidas”, disse Schwambach.

Os shoppings e demais lojas de comércio não essencial de Pernambuco estão fechados desde o dia 21 de março, por determinação do governador Paulo Câmara, em uma medida de prevenção à disseminação do novo coronavírus. Na última segunda (8), foi autorizada a reabertura das lojas dos shoppings para a venda de produtos com retirada em sistema de drive-thru, nos estacionamentos dos centros de compras. Esse passo, inicialmente, seria dado somente no dia 15, mas foi antecipado já a pedido do setor, um dos que mais promove a aglomeração de pessoas.

A reabertura dos centros de compras para o público, por sua vez, está programada para a fase 3 do Plano de Convivência das Atividades Econômicas com a Covid-19, que ainda não tem data estabelecida para ser posta em prática. A retomada das atividades está sendo programada para acontecer de forma gradual, ao longo de 11 semanas. As fases podem ser antecipadas, adiadas ou até mesmo haver um retrocesso de acordo com os dados epidemiológicos da Covid-19 nas regiões do Estado. Um exemplo é o caso das matas Norte e Sul e do Agreste, que não avançarão para a fase 4.3 do plano, a partir do 15, por conta do aumento do número de casos da doença e na sobrecarga no sistema de saúde dessas regiões.

Folhape