Coronavírus e o imaginário brasileiro sobre países como a China

Alper Tadeu Alves Pereira

“Chinês é tudo porco. Não é à toa que as doenças vêm de lá”, advertia um indivíduo em altos brados em uma mesa povoada de funcionários de alguma empresa de tecnologia com seus crachás à mostra. Não houve discordância, pelo contrário. Todos balançaram a cabeça efusivamente sincronizados com o noticiário que veiculava as últimas notícias da China. Imagens mudas, apenas com as legendas que enfatizavam o número de mortos e hospitalizados.

Algumas pessoas que saiam do restaurante também paravam diante da televisão com um ar de perplexidade, como se estivessem à beira do precipício. A tragédia humana, quando se transforma em show midiático, amplifica os pensamentos mais lúgubres, do tipo será que é dessa vez que eu vou embarcar?

Otto Friedrich tratou do tema de forma brilhante ao escrever O Fim do Mundo, no qual descreve as catástrofes que se abateram sobre a humanidade, desde os tempos bíblicos ao holocausto nuclear, cujo medo ancestral é ressuscitado a cada vez que os bárbaros forçam os portões e teme-se que as muralhas não resistam a cada tempestade, terremoto ou epidemia, seja a peste negra ou a Aids. (Editora Record, 2000)

Enquanto esperava na fila parta pagar a conta, já com certo mal-estar pelas reflexões, outros crachás com seus celulares a tiracolo chegavam para ocuparem as mesas recém esvaziadas, em uma dança ininterrupta e frenética. Naquele instante, quando o silêncio se tornou absurdo, da matilha uma voz de barítono ecoou: “os chineses só servem para fazer pastel e encher os camelôs de bugigangas”. Risadas generalizadas planando pelo salão.

Pronto! Uma epidemia que vem se espalhando, segundo os meios de comunicação, em progressão geométrica, transformou os chineses em inimigos públicos número 1. O bom selvagem ficou para trás, desde que Edgar Allan Poe nos mostrou com A Narrativa de Arthur Gordon Pym (Editora LP &M, 2002) a faceta sinistra dos nossos antípodas. É isso!

Como a maioria desconhece e jamais irá viajar pela Ásia, é preferível imaginar o modelo ancestral, em que milhares de bicicletas se espremem entre carros e ônibus, em uma verdadeira alegoria dos horrores. Essa é a visão, creio eu, que deve vigorar no imaginário coletivo. A escola de Maniqueu deu frutos!

Essas elucubrações foram interrompidas quando a moça do caixa insistia em me perguntar se era no crédito ou débito, embora eu fosse pagar em dinheiro. O meu celular recebeu uma mensagem. Os crachás resolveram sair na mesma hora, se acotovelando na fila, paralisada por mim, visto que não havia troco. Com o impasse resolvido ganhei as ruas, entrei em uma cafeteria para recuperar o fôlego a fim de retornar ao escritório.

Para minha surpresa, a mensagem que havia recebido era um alerta de um amigo meu sobre os últimos acontecimentos na China em primeira mão, pois o Governo estaria impedindo que a verdade fosse divulgada. “É para evitar pânico!”, alegava a narrativa, acompanhada de um vídeo no qual as pessoas, como em um filme do M. Night Shyamalan, sem qualquer motivação aparente, de súbito caiam no chão, como se fossem abatidas em um jogo de videogame.

Se eu fosse imprudente ou mecânico, trataria de imediatamente disparar as mensagens a todos aqueles que eu reputasse importantes para compartilhar o fim do mundo. Mas antes de disparar o gatilho, preferi fazer uma busca rápida na internet. E voilá! O vídeo era uma farsa e não guardava nenhuma relação com o vírus demoníaco.

Pedi ao amigo que me enviou que fizesse uma crítica antes de replicar mensagens de cunho apocalíptico. Ele resumiu com um emoji, gargalhando. Fiquei sem entender se ele estava reconhecendo o vacilo ou se escarnecia, porque o fim estava próximo, e eu era um incrédulo. O fato é que viajo para Ásia há mais de 20 anos e, ao longo desse tempo, pude acompanhar a evolução dos países, nos seus diversos aspectos, e a verdade é que estão a passos largos a caminho do século XXI, enquanto o nosso País estagnou.

O gigantismo da China é realmente impressionante, e os amigos chineses com quem mantenho contato me asseguraram que estão bem, e que a histeria coletiva é passageira. Não será dessa vez que o mundo irá acabar. A lucidez do diálogo com pessoas que nasceram e vivem lá me tranquilizou. Afinal, somos produtos do meio.

Lembro que em um encontro com chineses, sabedores da minha residência no Rio de Janeiro, queriam entender como bandidos sorriam impunementes nas favelas portando fuzis de última geração, e porque eu não tinha medo. Que eu saiba, não fizeram nenhuma piada com a minha origem e nacionalidade, atestando que o “brasileiro serve somente para o futebol, samba e caipirinha”.

No último gole de café, olhei ao redor para me certificar que todos estavam absortos em seus celulares, inclusive os atendentes. Sísifo está no meio de nós! Fui para o escritório a fim de ouvir Leonard Cohen cantar Everybody Knows.

É possível combater o câncer sem perder o cabelo

O diagnóstico de câncer quase sempre vem acompanhado por uma série de fortes e contraditórios sentimentos. Além do medo inicial e dos impactos emocionais, surgem dúvidas sobre as formas de tratamento e seus efeitos colaterais. Especialmente no caso das mulheres, um dos aspectos mais temidos é a perda de cabelo ocasionada por alguns medicamentos quimioterápicos.

“Essa aflição, muitas vezes, se sobrepõe aos resultados positivos das terapias e pode significar uma derrota na batalha pela autoestima. Estresse e depressão são consequências não raras entre as pacientes. Por isso, é preciso garantir não apenas que seja realizado o acompanhamento da condição patológica, como também atentar aos aspectos psicológicos e oferecer ao paciente um olhar complementar sobre os diferentes impactos que a doença traz para a sua vida”, explica Dr. Jean Pereira, do CPO Paraíba, unidade Oncoclínicas no estado.

Uma boa notícia é a utilização, cada vez mais frequente, da crioterapia capilar. O procedimento consiste no uso da chamada Touca Inglesa, sistema de resfriamento controlado do couro cabeludo que reduz o fluxo sanguíneo nos folículos capilares e diminui a absorção dos fármacos na região. Desta forma, ele aumenta as chances de preservação dos fios durante a quimioterapia e tem sido considerado importante aliado na manutenção do equilíbrio emocional de pacientes com câncer.

“Quando a quimioterapia é aplicada, pode acontecer um dano no folículo capilar, dependendo da ação da droga indicada para cada caso, o que faz o cabelo cair. A técnica da crioterapia capilar – que não pode ser confundida com terapia, uma vez que previne única e exclusivamente a queda dos cabelos – consiste no uso de uma touca refrigerada automaticamente, que resfria o couro cabeludo, levando à contração dos vasos sanguíneos e cria uma espécie de capa protetora que preserva esses folículos capilares”, diz o médico.

Ainda de acordo com o especialista, o tratamento com a Touca Inglesa pode ser aplicado em pacientes diagnosticados com todos os tipos de tumores sólidos. A taxa de sucesso depende do tipo de medicação administrada, 50% para as mais fortes e até 92% nas menos agressivas e a sensação de frio foi tolerada por 98% dos pacientes. Mas há restrições. “A contraindicação é para pacientes com câncer hematológico (que afeta o sangue), como leucemia e linfoma. Pessoas que apresentam alergia no couro cabeludo também não devem passar por esse processo”, ressalta.

No Brasil, desde 2013, já foram realizadas cerca de 80 mil sessões nos principais centros de referência e hospitais de 15 estados brasileiros, além do Distrito Federal. O sistema, criado no Reino Unido pela empresa Paxman, é o único no Brasil com certificação da FDA (agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA) e registrado na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Uma importante novidade foi divulgada pela NATIONAL COMPREHENSIVE CANCER NETWORK — NCCN, com impacto direto para pacientes de câncer de mama. O uso da crioterapia capilar, por meio da Touca Inglesa, agora faz parte das Diretrizes de Prática Clínica em Oncologia da NCCN para pacientes que vão iniciar o tratamento para câncer de mama. A inclusão foi publicada na atualização 2019.1 da NCCN. A novidade reforça a importância e consequências da possibilidade de manutenção dos cabelos durante a quimioterapia.

“Pacientes oncológicos experimentam no dia a dia todos os tipos de dor, física e psicológica. Assim, ao evitar a perda total dos fios, a crioterapia devolve qualidade de vida a pacientes, impactando positivamente no tratamento. Nos consultórios, é notável a melhora física e psicossocial de pacientes que conseguem manter os fios, o que gera mais confiança e segurança em relação ao tratamento e melhora os resultados. A crioterapia tem sido considerada, portanto, uma verdadeira aliada no tratamento oncológico”, pontua o Dr. Jean.

Vale lembrar que a cada ano são registrados cerca de 600 mil novos casos de câncer no Brasil, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Na Paraíba, a expectativa é que até o final de 2019 sejam registrados mais de 9 mil novos casos da doença.

O passo a passo da crioterapia

Cerca de 30 minutos antes da infusão dos medicamentos, o paciente veste uma touca anatômica que fica conectada diretamente ao sistema de resfriamento.O processo de resfriamento do couro cabeludo possui temperatura em torno de 4ºC negativo e é mantido durante toda a sessão de quimioterapia e continua até uma hora e meia após o termino dela, dependendo do protocolo adotado. “Esse resfriamento do couro cabeludo permite menor absorção dos medicamentos nessa região, já que diminui o fluxo sanguíneo nos folículos capilares e assim evita – ou reduz – a perda dos fios”, analisa o oncologista do CPO PB.

A resposta, mesmo em pacientes que fazem uso de medicamentos com alto potencial de agressão, é observada como sendo altamente positiva pelo especialista. “Para nós, sucesso é quando não há necessidade de usar uma peruca, lenços ou de raspar a cabeça”.

Unimed Caruaru oferece curso gratuito para gestantes clientes e não clientes

A gravidez é, sem dúvida, um dos momentos mais marcantes na vida das mulheres. É uma fase que vem acompanhada de dúvidas e inseguranças para as gestantes e familiares, mas que pode ser melhor aproveitada quando conta com acompanhamento especial. Foi pensando nisso que a equipe de Medicina Preventiva da Unimed Caruaru criou o Curso para Gestantes, que agora segue para a sétima edição. A iniciativa é voltada para as clientes da cooperativa médica, mas também abre espaço para as gestantes que não são atendidas pelos planos da Unimed. Para todas, curso é oferecido de forma gratuita.

Os encontros foram formulados com o objetivo de passar orientações relacionadas à gestação, parto, puerpério e amamentação, além de promover o compartilhamento de experiências e oferecer mais confiança e segurança às mamães e suas famílias. Para isso, a formação conta com palestras, oficinas e atividades práticas oferecidas por uma equipe multidisciplinar, composta por nutricionista, educador físico, fisioterapeuta, médico obstetra e pediatra, além de fonoaudióloga e enfermeiros neonatal e obstetra.

O curso é dividido em dois módulos e os encontros acontecerão aos sábados no auditório da Unifavip Wyden, das 08h às 12h, nos dias 14 e 28 de março. As gestantes poderão levar um acompanhante e ao final da formação receberão um kit maternidade. As vagas são limitadas. Das 100 oferecidas, 30 estão sendo destinadas às gestantes não clientes da Unimed Caruaru. As inscrições devem ser feitas através do telefone (81) 2103-5099 (opção 3) ou pelo WhatsApp (81) 99238-7719.

Serviço:

. O quê? 7º Curso para Gestantes da Unimed Caruaru

. Quando? 14 e 28 de março de 2020.

. Onde? Auditório da Unifavip Wyden – Av. Adjar da Silva Casé, 800, Indianópolis, Caruaru.

. Horário? Das 08h às 12h.

. Inscrições? Através dos contatos: (81) 2103-5099 (opção 3) / WhatsApp (81) 99238-7719.

Cientistas fazem avanço rumo à vacina contra o coronavírus

Pesquisadores da Universidade do Texas (UT) em Austin deram um passo crítico em direção ao desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus, o COVID-19. Eles anunciaram nesta quarta-feira (19), na revista Science, a criação do primeiro mapa 3D em escala atômica da parte do micro-organismo que se liga às células humanas e as infecta. O mapeamento dessa região, chamada proteína spike, é uma etapa essencial para que cientistas de todo o mundo possam desenvolver imunizações e medicamentos antivirais para combater o vírus. A equipe também está trabalhando em um candidato a vacina viável, com base nos resultados da pesquisa.

Jason McLellan, professor-associado da UT Austin, que liderou o estudo, conta que ele e os demais pesquisadores passaram muitos anos estudando outros coronavírus, incluindo SARS-CoV e MERS-CoV. Eles já haviam desenvolvido métodos para adequar a proteína spike em um formato que tornou mais fácil a análise dessa parte do vírus, com objetivo de usá-la no desenvolvimento de uma vacina. De acordo com McLellan, a experiência lhes deu uma vantagem sobre outras equipes que estudam o novo micro-organismo. “Assim que soubemos que era um coronavírus, sentimos que tínhamos que nos voltar o mais rápido possível para ele porque poderíamos ser um dos primeiros a obter essa estrutura. Sabíamos exatamente quais mutações usar”, diz o pesquisador.

A maior parte da pesquisa foi realizada pelos coprimeiros autores do estudo, o estudante de pós-doutorado Daniel Wrapp e o pesquisador associado Nianshuang Wang, ambos da UT Austin. Apenas duas semanas após receber a sequência genômica do vírus de pesquisadores chineses, a equipe projetou e produziu amostras de sua proteína estabilizada. Foram necessários mais 12 dias para reconstruir o mapa em escala atômica 3D — chamado estrutura molecular — da proteína spike e enviar um manuscrito para a revista Science, que acelerou o processo de revisão por pares, quando outros cientistas passam um pente-fino nos artigos. As muitas etapas envolvidas nesse processo normalmente levam meses para serem concluídas.

Resposta imune

Crítica para o sucesso foi a tecnologia de ponta conhecida como microscopia eletrônica criogênica (cryo-EM), disponível no novo Laboratório Sauer de Biologia Estrutural da UT Austin. O equipamento permite que os pesquisadores criem modelos 3D em escala atômica de estruturas celulares, moléculas e vírus. “Acabamos sendo os primeiros, em parte devido à infraestrutura do Sauer Lab”, afirma McLellan. “Isso destaca a importância de financiar instalações básicas de pesquisa.”

A molécula que a equipe produziu e para a qual os cientistas obtiveram uma estrutura representa apenas a porção extracelular da proteína spike, mas é suficiente para provocar uma resposta imune nas pessoas e, assim, servir como vacina. Agora, a equipe planeja usar a molécula para buscar outra linha de ataque contra o COVID-19, usando o conjunto atômico como uma “sonda” para isolar anticorpos produzidos naturalmente de pacientes que foram infectados com o novo coronavírus e se recuperaram.

Em quantidades suficientemente grandes, esses anticorpos podem ajudar a tratar uma infecção por coronavírus logo após a exposição. Por exemplo, os anticorpos poderiam proteger soldados ou profissionais de saúde enviados para uma área com altas taxas de infecção em um prazo muito curto para que a imunidade de uma vacina tivesse efeito.

Não participante do estudo, o infectologista Benjamin Neuman, da Texas A&M University-Texarkana, avalia que o trabalho da equipe de McLellan é um grande avanço no enfrentamento contra o COVID-19. “É uma bela e nítida estrutura de uma das proteínas mais importantes do coronavírus, um verdadeiro avanço para entender como o coronavírus encontra e entra nas células”, diz à agência France-Presse de notícias.

Correio Braziliense

Vazamento de óleo em praias do Nordeste ainda é mistério para autoridades

Seis meses depois do aparecimento das primeiras manchas de óleo na Região Nordeste, a Marinha segue sem respostas sobre a possível origem do material que apareceu nos litoral brasileiro em setembro do ano passado. O último balanço feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) revela que 1.009 localidades, de 11 estados, foram afetadas. Além disso, aproximadamente 5,3 mil toneladas de resíduos foram recolhidas. A investigação, conduzida pela Polícia Federal e pela Diretoria Geral de Navegação da Marinha, ainda está em andamento.

Para o coordenador e fundador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Humberto Barbosa, a probabilidade de ficar sem uma resposta sobre a origem do óleo é alta. “À medida que o tempo passa, é muito difícil fazer uma progressão retroativa para apontar uma possível causa. Nossa expectativa é que, com mudanças nos ventos e nas correntes marítimas, dê para identificar alguma mudança que possa nos ajudar a traçar uma linha diferente para achar essa origem”, avalia.

Segundo o professor da UFAL, as condições climáticas desde o final de novembro mudaram e facilitaram a dispersão do óleo que chegava à costa. “A partir de abril, poderemos ver outra alterações. As correntes podem estar favoráveis e podem trazer alguns resquícios do óleo para as praias. Ou ainda parte dos resíduos que está no fundo do mar pode ganhar flutuabilidade, e os ventos podem trazer para a costa”.

O Correio questionou a PF, que informou, em nota, que “como as investigações continuam em andamento, a PF não irá se pronunciar sobre o tema”. Em novembro do ano passado, um petroleiro de bandeira grega, o Bouboulina, foi apontado pela autoridades como suspeita de ter derramado óleo próximo ao litoral nordestino. Na época, a PF informou que a parte da localização da mancha inicial, cujo derramamento teria sido no final de julho, foi possível identificar um navio que passou pela área suspeita.

Já a Marinha, apesar de ainda não saber qual é a origem do óleo, continua com a Operação Amazônia Azul na costa brasileira. Nesta quarta-feira (19), a terceira fase da operação foi encerrada no Rio de Janeiro.

Para buscar uma resposta, na última terça-feira a CPI sobre o Derramamento de Óleo no Nordeste, da Câmara dos Deputados, retomou os trabalhos. De acordo com o deputado federal João Campos (PSB-PE), relator da comissão, o grupo começou a receber os primeiros documentos sigilosos na volta do recesso. O prazo para envio da documentação deve se encerrar em cerca de 10 dias.

“A gente não teve acesso aos documentos oficiais, como os ofícios de instalação do Plano Nacional de Contingência, e as ações das autoridades responsáveis. Só teremos uma confirmação quando tivermos acesso a documentos oficiais, para ver o que foi feito ou não, se foi fora de prazo ou não. Antes de toda a documentação oficial, a gente não pode fazer suposição”, afirmou.

Correio Braziliense

BNB anuncia recorde de lucro em 2019 ao apresentar seu balanço anual

Um total de 12 meses de lucro recorde, inadimplência mínima e alta concessão de crédito. Assim pode ser definido o período de 2019 para o Banco do Nordeste do Brasil, de acordo com o balanço financeiro do período divulgado ontem pela instituição. São quatro milhões de clientes ativos em 292 agências. O detalhamento do balanço operacional inclui dados referentes a Pernambuco. No estado, o banco aplicou R$ 4,05 bilhões, distribuídos em 359,8 mil operações. Com recursos do FNE, Pernambuco alcançou R $ 3,2 bilhões em 64,1 mil contratações.

Em nível nacional, o lucro líquido do BNB ao ano foi recorde: R$ 1,7 bilhão. O valor corresponde a um crescimento de 135,6% em relação ao mesmo período do ano anterior e representa uma evolução de 93,3% no resultado operacional. Foram 5,3 milhões de operações de crédito, que cresceram 6,5% em comparação com 2018, no valor global de R$ 42,16 bilhões. Destaque para o Agroamigo, destinado a agricultores familiares, que teve 48% do valor contratado (R$ 2,51 bilhões) beneficiando, especificamente, o público feminino. Para 2020, a aplicação de recursos constitucionais (FNE) já está prevista em R$ 29,30 bilhões. Os financiamentos às micro e pequenas empresas totalizaram, em 2019, R$ 3,63 bilhões correspondentes a 43,6 mil operações, apresentando crescimento de 24,8% em relação a 2018. A inadimplência também foi a menor dos últimos 10 anos: 6,6%. O presidente do BNB, Romildo Rolim, afirmou que o banco não trabalha com plano de expansão de agências em virtude da otimização das transações digitais. “São poucas, mas com muita capilaridade. Além disso, temos agentes itinerantes”, explica. Não há, da mesma forma, previsão de fechamento de agências.

Em Pernambuco, todos os segmentos receberam recursos em 2019

Em 2019, o Banco do Nordeste aplicou R$ 4,05 bilhões em Pernambuco, distribuídos em 359,8 mil operações. Com recursos do FNE, o Estado alcançou R$ 3,2 bilhões em 64,1 mil contratações. No Crediamigo foram R$ 676 milhões enquanto R$ 171 milhões são referentes a outras fontes. Em 2018, foram R$ 5,100 bilhões no total e R$ 4, 4 no FNE. Os números menores de 2019 não significam redução de aplicações. “No ano de 2017, tivemos sobras, então “raspamos o tacho”. Zeramos o que tínhamos em carteira em 2018. Por isso, essa aparente diminuição em 2019″, afirma Ernesto Lima Cruz, superintendente do BNB em Pernambuco, complementando que no ano passado nenhum segmento ficou sem receber recursos.

Um dos destaques, no estado, foram as pequenas e médias empresas. Em 2019, houve um aumento de investimento de mais de R$ 100 milhões. De R$ 385 mi em 2018 para R$ 493 no ano passado. A expectativa para 2020, neste setor, é alta. “Nosso desafio é chegar a R$ 600 mi. Isto será possível por se tratar de um setor com velocidade de geração de emprego. Queremos investir, ainda, no setor de turismo e não apenas de sol e mar, mas do agreste e sertão do estado, em cidades como Gravatá, Garanhuns e Petrolina”, explica. A inadimplência do estado acompanhou a baixa do país. Atualmente, está em 2,3% no FNE e ainda menor no Crediamigo: 1,9%.

A meta do FNE para 2020 é de R$ 4,100 bilhões e de R$ 1 bilhão para o Crediamigo. Dos recursos do FNE, a meta é investir cerca de R$ 2,14 em segmentos tradicionais como indústria, comércio, agricultura, turismo e agroindústria e o restante nos de infraestrutura como energia renovável. A expectativa é que haja, ainda, a possibilidade de solicitação de suplementação junto ao Condel (Conselho Deliberativo da Sudene). “Queremos bater a meta em outubro ou novembro e, se for necessário, fazer esta solicitação, cabível de atendimento, até o meio do ano”, conclui Ernesto.

Diario de Pernambuco

Programa para fazer Declaração do Imposto de Renda já está disponível

O programa gerador da Declaração de Imposto de Renda (IR) de 2020, referente ao ano-base 2019, já está disponível para ser baixado na página da Receita Federal. O prazo de entrega da declaração começará às 8h de 2 de março e irá até as 23h59min59s de 30 de abril.

Deve entregar a declaração 2020 (ano-base 2019) o contribuinte que recebeu rendimentos tributáveis superiores a R$ 28.559,70 no ano passado, o equivalente a R$ 2.196,90 por mês, incluído o décimo terceiro. Também deve apresentar o documento quem teve receita bruta de atividade rural superior a R$ 142.798,50; contribuintes com rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte de mais de R$ 40 mil, e contribuintes com patrimônio de mais de R$ 300 mil em 31 de dezembro.

Também deve entregar a declaração quem obteve, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos ou fez operações na bolsa de valores; quem passou à condição de residente no Brasil em qualquer mês no ano passado e quem optou pela isenção de Imposto de Renda incidente sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais e comprou outro imóvel até 180 dias depois da venda.

Deduções
Exceto no caso das contribuições de empregadas domésticas e de fundos para direitos de idosos, os valores de deduções não mudaram em relação a 2019. O limite de abatimentos na declaração simplificada continuará em R$ 16.754,30. As deduções por dependente, em R$ 2,275,08. As deduções de gastos com educação, em R$ 3.561,30. As contribuições para a previdência complementar poderão totalizar até 12% do rendimento tributável.

Restituição do Imposto de Renda
A partir deste ano, a Receita Federal antecipará o pagamento dos lotes de restituição do Imposto de Renda Pessoa Física. Tradicionalmente paga em sete lotes, de junho a dezembro, a restituição será paga em cinco lotes, do fim de maio ao fim de setembro.

O primeiro lote será pago em 29 de maio. Os lotes seguintes serão pagos em 30 de junho, 31 de julho, 31 de agosto e 30 de setembro.

Agência Brasil

BB anuncia R$ 15 bi em crédito para pré-custeio de safra

Sessenta pessoas participaram do mutirão da colheita de arroz, na comunidade do quilombo Morro Seco.

O Banco do Brasil anunciou no último dia 19 o valor de R$ 15 bilhões para pré-custeio da safra agrícola 2020/2021. O valor é 47% maior do que os cerca de R$ 10 bilhões contratados na safra anterior. Os recursos estão disponíveis para todas as culturas, mas o objetivo principal é financiar de modo precoce as lavouras de soja, milho, algodão, café, arroz e cana-de-açucar.

O crédito de pré-custeio permite aos produtores rurais fazer compras antecipadas de insumos, como sementes, fertilizantes e defensivos, possibilitando a negociação de preços mais baixos junto a fornecedores. “Isso permite aumentar a rentabilidade dos negócios. Permite também começar a movimentar mais a economia, principalmente a economia do campo”, disse o presidente do BB, Rubens Novaes, durante o anúncio na sede do banco, em Brasília.

Novaes frisou também a capilaridade do banco, cujo financiamento ao setor rural alcança 97% dos municípios brasileiros. É possível, por exemplo, fazer empréstimos inteiramente pela internet. Para isso, foi feita uma análise de risco prévia relativa a 750 mil clientes, cujo crédito encontra-se pré-aprovado, segundo o banco.

Presente à cerimônia, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que o pré-custeio da safra é “uma ferramenta importantíssima para o produtor, porque ele se programa melhor, compra melhor”.

O custeio da pré-safra é destinado ao médio e grande produtor, em geral monocultor, e não atinge o agricultor pequeno ou familiar. Segundo o vice-presidente de Agronegócio e Governo do BB, João Rabelo, isso ocorre porque os menores plantam muitas vezes culturas diversificadas, sem um calendário específico de antecipação de compras.

Condições
Os médios produtores terão acesso ao crédito por meio do Programa Nacional de Apoio aos Médios Produtores Rurais (Pronamp), com juros a partir de 6% ao ano. O prazo para pagamento varia de 12 a 14 meses, a depender do tipo de lavoura. O teto para os empréstimos é de R$ 1,5 milhão.

No caso de grandes empresas do agronegócio, a taxa de juros começa em 8% ao ano, com mesmo prazo de pagamento e teto de R$ 3 milhões.

Um terço do total, no entanto, é disponibilizado por meio de recursos livres, isto é, dinheiro sem vinculação proveniente da carteira de crédito do próprio BB. Nesse caso, os prazos de pagamento podem chegar a 24 meses e não há teto. Os outros dois terços têm como origem a poupança rural ou subvenções governamentais, ou seja, dinheiro vinculado especificamente ao crédito rural, razão pela qual possuem condições mais restritas de pagamento.

Matemática será a principal disciplina cobrada no Pisa 2021

A edição de 2021 do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) será focada em matemática. A avaliação vai verificar, entre outras competências, a capacidade de formular, aplicar e interpretar problemas matemáticos em vários contextos do mundo real.

A última vez que a matemática foi o domínio principal da avalição foi em 2012. A prova segue a nova Matriz de Referência de Matemática do Pisa, lançada no fim de 2019. A matriz indica conteúdo programático, competências, raciocínio matemático e exemplos.

Promovido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Pisa — a cada aplicação — destaca um dos domínios (Ciências, Leitura e Matemática). Na prática, os participantes respondem a um maior número de questões dessa área de conhecimento e aos questionários que coletam informações referentes à aprendizagem desse domínio.

A aplicação do Pisa ocorre a cada três anos, em mais de 80 países participantes e parceiros da OCDE. Os conhecimentos e as habilidades dos estudantes são avaliados, de forma comparativa, entre as nações que aderem ao programa.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC) e responsável pela avaliação no país, já prepara os materiais de esclarecimento para os gestores escolares a respeito dos procedimentos para a realização do pré-teste do Pisa 2021.

O programa é aplicado em diversos países, desde 2000. O Brasil participa desde a primeira edição. O Pisa oferece informações sobre o desempenho dos estudantes, articulando fatores que moldam sua aprendizagem dentro e fora da escola.

Escolas públicas já podem se inscrever na Jornada de Educação Alimentar e Nutricional 2020

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), abriu inscrições para a quarta edição da Jornada de Educação Alimentar e Nutricional (EAN). As escolas públicas interessadas devem se inscrever até 27 de março, no portal do FNDE.

A jornada tem o objetivo de incentivar o debate e a prática de atividades de educação alimentar e nutricional no ambiente escolar.

“Essa jornada vem para somar esforços junto aos educadores. A proposta é fazer com que toda a comunidade escolar se envolva em iniciativas que promovam a discussão sobre o tema”, afirmou a presidente do FNDE, Karine Santos. Durante a jornada, as escolas desenvolvem atividades para quatro etapas temáticas:

Caminho percorrido pelo alimento: do campo à mesa da escola
Promoção da alimentação adequada e saudável: professores (as) em ação!
Escolhas saudáveis para além da escola: o que aprendemos com o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar?
Resgate de tradições alimentares da família.

Para cada tema, são selecionados cinco relatos que serão publicados em um livro em formato digital. A seleção é realizada por uma Comissão Julgadora composta por técnicos da Coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional, do FNDE. Mais informações podem ser obtidas no edital da jornada.

Ao final da jornada, serão emitidos certificados de menção honrosa nominais para nutricionistas, diretores, coordenadores da jornada e escolas que completarem todas as etapas.

A inscrição deve ser feita por diretores de instituições de ensino ou nutricionistas ligados ao PNAE, cadastrados no Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle, Módulo Plano de Ações Articuladas (SiMEC/PAR). A jornada começou nas creches e, com o passar dos anos, foi implementada na pré-escola e no ensino fundamental.