Década passada foi a pior para PIB no Brasil

A economia brasileira bateu no fundo poço e registrou a menor taxa de crescimento desde 1900 na última década encerrada em 2019. Entre os anos de 2010 e 2019, o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no País, cresceu a um ritmo de 1,39% ao ano.

O dado consta de estudo do economista Roberto Macedo, da Universidade de São Paulo, ex-secretário de Política Econômica e que foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O levantamento considera que cada década se inicia nos anos terminados em zero e vai até os anos que terminam em nove.

“A década de 2010 foi a pior para o crescimento do PIB entre as 12 analisadas”, afirma Macedo. O desempenho médio anual do período foi menos da metade do registrado na década anterior, iniciada em 2000 (3,39%). Até então, o pior resultado anual era de 1,75% nos anos 90 – época marcada por crises externas e planos fracassados de estabilização.

A crise fiscal, segundo Macedo, foi o principal fator que levou o País à recessão, que começou no segundo trimestre de 2014 e terminou no quarto trimestre de 2016. Desde então, a recuperação tem sido a passos lentos, com avanços do PIB que não saem da casa de 1%.

O fraco desempenho da economia brasileira nos anos 2010 – bem abaixo do crescimento médio do PIB de 155 economias emergentes e em desenvolvimento, que avançaram 5,11% ao ano no mesmo período de acordo com o estudo – mostra sua face mais cruel no número de desempregados e subempregados.

No trimestre encerrado em novembro, a taxa de desocupação era de 11,2%, ou de 11,9 milhões de pessoas, segundo a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE.

“O aumento do número de moradores de rua é uma consequência esperada, com a situação da economia se agravando e o desemprego altíssimo”, observa Macedo. Esse é o caso de Francisco Eduardo Lopes, de 28 anos, que veio do Ceará e há dois anos vive nas ruas da capital paulista. Ele, que cursou até a 7.ª série do ensino fundamental, prestava serviços de pedreiro e pintura e tirava R$ 2 mil por mês com as reformas. Mas desde 2018 não consegue serviço e acabou indo parar num albergue. “Existe preconceito contra quem vive em albergue e é complicado se recolocar, por não ter um endereço fixo.”

Michel Lopes Kiill, 52 anos, ex-bancário que cursou faculdade de Comunicação e não concluiu, enfrenta problema semelhante. Hoje, ele deve R$ 38 mil para bancos e financeiras e vive num centro que acolhe moradores de rua. “Quando você diz que mora em abrigo dificilmente alguém te dá emprego.” Em 2015, último censo da Prefeitura apontou que eram 15,9 mil pessoas na rua.

Na última quinta-feira, dia 9, Kiill e Lopes eram dois dos cerca de 50 moradores em situação de rua em um café da manhã comunitário oferecido na Paróquia de São Miguel Arcanjo, no bairro paulistano da Mooca, na zona leste. Há mais de 30 anos oferecendo a primeira refeição do dia para quem vive na rua, o padre Júlio Lancellotti, vigário da paróquia e da pastoral de rua da Arquidiocese de São Paulo, diz que a maior parte deles é jovem e busca trabalho.

Sem ascensão

“Essa estagnação prejudicou muito as gerações recentes. Percebi que nas gerações passadas havia muita ascensão social, ou seja, o status social dos filhos superava o dos pais. Hoje, isso se inverteu, com os filhos tendo dificuldade de até mesmo manter o status social dos pais”, diz Macedo.

Para o coordenador de Economia Aplicada do Ibre/FGV, Armando Castelar, a retomada de investimentos do País ainda depende da criação de “um ambiente de negócios favorável, no qual os empresários tenham confiança em colocar dinheiro no País”. “O problema maior é a insegurança jurídica, a estrutura tributária muito custosa e incerta. Também a infraestrutura é ruim, do ponto de vista do investidor privado”, afirma.

Colega de Castelar no Ibre/FGV, o economista Samuel Pessôa afirma que, após anos marcados pelo intervencionismo do governo, o País “tomou o caminho certo”. “Hoje, estamos infinitamente melhor do que em 2014. Só que o caminho certo é doloroso. Por isso, a lentidão para ganharmos velocidade no crescimento”, diz ele. “Estamos arrumando a casa sem destruir a macroeconomia. Isso é muito saudável e dá mais solidez.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão Conteúdo

Empresa parou de custear tratamento, diz advogado de Débora, vítima de acidente com kart

O advogado de Débora Oliveira, que perdeu o couro cabeludo em acidente de kart, afirmou que o Grupo BIG, ex-Walmart, não pagou pelo tratamento da jovem, que seria realizado a partir do dia 6 de janeiro deste ano, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Especialista em casos indenizatórios, Eduardo Barbosa afirmou que o Grupo BIG condicionou a continuidade do tratamento à renúncia de responsabilidade da empresa no acidente, o que não foi aceito.

O acidente ocorreu em uma pista localizada no estacionamento de uma loja do grupo, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, em 11 de agosto do ano passado. “O tratamento iria ocorrer em janeiro e então eles não pagaram mais, queriam que ela assinasse um documento renunciando os direitos indenizatórios que ela possui. Então nós vamos tomar as medidas judiciais cabíveis. Não vou especificar por uma estratégia jurídica”, afirmou Barbosa, por telefone. “Eles assumiram o tratamento, têm obrigação, causaram este dano e tem que pagar”, acrescentou.

Em nota, o Grupo BIG afirma que presta assistência à Débora “desde o primeiro momento em que ocorreu o acidente” e “recebeu com surpresa” o que tem sido afirmado por ela. “Vale assinalar que a equipe médica responsável pelo caso recentemente apresentou o novo cronograma, que prevê a realização de aproximadamente 10 procedimentos ao longo de 2020”, diz um trecho da nota.

Outra parte do texto afirma que Débora tem pedido “despesas que extrapolam em muito qualquer relação com a questão médica e saúde dela”, como o custeio de uma ida aos Estados Unidos e outras despesas que não foram citadas na nota.

O advogado da jovem, no entanto, argumenta que a ida para os EUA seria para o futuro e teria como objetivo o seu tratamento. “Perguntaram o que ela queria, ela disse que queria continuar o tratamento em um centro de excelência, mas ela não iria para os EUA agora, o tratamento cortado é em Ribeirão Preto, aqui no Brasil. Mas, no momento que ela iria para lá, eles negaram por ela não querer assinar uma ‘quitação’ com eles, esse é o fato. Em dois meses, ela já passou por mais de 20 cirurgias, uma moça de 19 anos que tinha uma vida saudável e plena. As sequelas e procedimentos vão seguir por anos”, afirma Barbosa.

Leia a íntegra da nota do Grupo BIG, ex-Walmart:
Desde o primeiro momento em que ocorreu o acidente na pista de kart no estacionamento da loja em Recife (PE), a prioridade do Grupo BIG foi a de prestar toda a assistência para Débora Stefany Oliveira, apesar do fato ter acontecido em uma área alugada para um terceiro, sem qualquer responsabilidade da companhia.

A empresa arcou com todos os custos financeiros do tratamento – centro cirúrgico/hospitalar, equipe médica, medicamentos, além do custeio de passagens aéreas, estadia, refeições, inclusive de acompanhantes de sua escolha. Até agora, o tratamento foi realizado com sucesso no Hospital Especializado de Ribeirão Preto, referência no Brasil em cirurgias de alta complexidade no campo de microcirurgias reconstrutivas plásticas.

Diante desse histórico, o Grupo BIG recebeu com surpresa as declarações de Débora Oliveira, pois mantém integralmente o seu compromisso de assumir todas as despesas com o tratamento dela. Vale assinalar que a equipe médica responsável pelo caso recentemente apresentou o novo cronograma, que prevê a realização de aproximadamente 10 procedimentos ao longo de 2020.

O que está sendo questionado, portanto, não é a continuidade do tratamento. Mas o seu pedido para que a empresa arque com os custos da sua ida aos Estados Unidos e outras despesas que extrapolam em muito qualquer relação com a questão médica e saúde dela.

O Grupo BIG reitera que sua prioridade sempre foi a plena recuperação da saúde de Débora Oliveira e não tem medido esforços para assegurar que o tratamento seja bem sucedido e está à disposição para chegar a um bom entendimento com ela.

Folhape

Em 2019, preço da cesta básica subiu em 16 das 17 capitais

O preço da cesta básica subiu em 16 das 17 capitais brasileiras analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 2019.

Segundo a supervisora de preços do Dieese, Patrícia Lino Costa, os dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos mostram que os alimentos são o principal gasto das famílias.

“É um resultado que preocupa por conta do peso que estes alimentos têm para as famílias de baixa renda. A gente observou um crescimento do preço da carne bovina, que a gente já vem noticiando isso ao longo dos últimos meses, mas que auxiliou nesse aumento da cesta anual, quando se compara dezembro com dezembro, e também o feijão. Mais uma vez o feijão, principalmente o grão carioquinha, impacta no valor da cesta básica”, comenta.

A única capital analisada em que o custo da cesta básica caiu foi Aracaju, onde o acumulado em 12 meses foi negativo (-1,89%).

A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente, revelou que as altas mais expressivas entre dezembro de 2018 e dezembro de 2019 ocorreram em Vitória (23,64%), Goiânia (16,94%), Recife (15,63%) e Natal (12,41%). Já a menor alta foi registrada em Salvador, onde o preço da cesta subiu 4,85%.

Segundo o Dieese, com base na cesta mais cara do país, o valor do salário mínimo em dezembro, necessário para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, seria de R$ 4.342,57, ou seja, 4,35 vezes o mínimo em vigor no ano passado, que era de R$ 998.

SPC Brasil disponibiliza aos empresários consulta ao Cadastro Positivo

O Cadastro Positivo, novo banco de dados que reúne o histórico de pagamento dos consumidores, entrará em operação na próxima quarta-feira, dia 15. A partir dessa data, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) disponibilizará ao mercado o acesso ao banco de dados. Isso significa que instituições financeiras, comerciantes e demais empresas que trabalham com concessão de crédito poderão consultar o sistema do Cadastro Positivo para subsidiar a análise de seus clientes.

Neste primeiro momento, o mercado poderá consultar cinco tipos de informações: score de crédito do consumidor (pontuação utilizada pelas empresas para avaliar a probabilidade de pagamento), índice de pontualidade de pagamento, índice de comportamento de gastos e índice de consultas que o CPF do consumidor tem por segmento de empresas. Também haverá a possibilidade de a empresa credora acessar o histórico consolidado de compromissos financeiros assumidos pelo consumidor, como valores e datas de pagamento das faturas de cartão de crédito, crediário, financiamentos e empréstimos – desde que haja consentimento do próprio consumidor.

As informações do Cadastro Positivo servem, exclusivamente, para auxiliar o processo de análise de crédito e só podem ser acessadas por empresas nas quais o consumidor busca crédito. O banco de dados não inclui dados sobre quais bens foram adquiridos, nome do estabelecimento ou instituição em que o consumidor contraiu crédito e nem informações de saldo em conta corrente ou investimentos, que nem mesmo serão enviadas aos gestores do banco de dados.

Rua São Sebastião recebe obras após mais de 40 anos

Wagner Gil

Considerada uma das vias mais importantes do centro da cidade, a Rua São Sebastião começou a receber obras de requalificação. Os investimentos da Prefeitura de Caruaru se aproximam de R$ 1 milhão e o prazo de conclusão é de 90 dias. Os melhoramentos estão divididos em três eixos.

O secretário de Obras, Rodrigo Miranda, explicou: “A via será dividida entre início, meio e fim, com o objetivo de não atrapalhar o fluxo diário da rua, que é de grande fluxo”, disse. Segundo ele, a cada trecho concluído, um novo será iniciado, o que inclui piso intertravado, calçadas mais amplas, padronizadas e acessíveis, iluminação em led, paisagismo, espaço para carga e descarga e vagas de estacionamento.

Rodrigo lembrou ainda que, durante os finais de semana e à noite, algumas equipes irão trabalhar. “Temos uma meta que é 90 dias para concluir essa obra. Nessa primeira semana, avançamos bastante e tenho certeza que nosso cronograma será cumprido”, afirmou o secretário. Segundo ele, até o início de abril as obras serão finalizadas.

A reportagem VANGUARDA ouviu também alguns comerciantes e clientes do setor. “Um sonho está sendo realizado. Sem falar de nenhum prefeito que já passou, mas é a primeira grande reforma que a Rua São Sebastião recebe”, disse Erivaldo Soares. “Vai melhorar muito para os compradores e também para nós vendedores, pois teremos locais disciplinados para carga e desgarga”, completou Ivan Silva.

A obra, que também faz parte do conjunto de melhorias do Centro, inclui ainda as ruas 15 de Novembro, 7 de Setembro e adjacências. “Realmente uma grande obra. A Rua São Sebastião tem dezenas de estabelecimentos comerciais e parecia uma rua morta, sem vida”, destacou o aposentado Sebastião Alves de Lima.

“Essa via tem a cara da Feira de Caruaru quando era no Centro. Muitas lojas vendem produtos do nosso dia a dia há décadas. É impossível ir na Feira de Caruaru e não passar na São Sebastião”, destacou a dona de casa Elisa Santos.

PRIMEIRA ETAPA EM FASE FINAL

As obras de requalificação do Centro da cidade tiveram início em abril deste ano e contemplou drenagem, recapeamento asfáltico e construção de três novos pontos de ônibus, com alguns já finalizados. Serão mais de R$ 4 milhões investidos e um retorno garantido, já que essa requalificação atingiu vários setores, incluindo a retirada dos ambulantes e a construção de algumas áreas como o Comércio na Praça e a Alameda de Alimentação.

A prefeita Raquel Lyra destacou a importância das obras para melhorar a fluidez do trânsito, o fluxo das pessoas e, consequentemente, mais geração de empregos. “O que estamos fazendo aqui foi tudo pensado, planejado e discutido com os próprios comerciantes. Os projetos que foram apresentados por nossa equipe tiveram alteração por sugestão dos comerciantes. Já está dando certo”, disse Raquel.

Más condutas a torto e à direita no trânsito de Caruaru

Pedro Augusto- Jornal Vanguarda

Elas têm por finalidade informar aos usuários as condições, proibições e obrigações no uso das vias. Suas mensagens são indispensáveis e o desrespeito a elas constitui em infração de caráter grave, estabelecida pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Embora possua uma representatividade muito grande no que se refere ao ordenamento do tráfego, não é de hoje que as placas de sinalização têm sido desrespeitadas a torto e à direita por milhares de motoristas em circulação por Caruaru. Prova disso é que bastaram apenas algumas horas trafegando pelas ruas do Centro e do Bairro Maurício de Nassau, na manhã da última segunda-feira (6), para a reportagem VANGUARDA registrar, através da sua câmera fotográfica, os mais variados tipos de caso de desobediência às mesmas – em grande parte, configurando estacionamento irregular.

A circulação do semanário teve como ponto de partida a Rua José de Alencar, que é uma das artérias movimentadas do centro da Capital do Agreste. Por lá, um automóvel encontrava-se parado exatamente ao lado da placa de proibido estacionar. A poucos metros da via, o desrespeito à sinalização caracterizou-se como ainda mais grave, com um carro não só ignorando a mesma sinalização, mas também estacionando na calçada. “Isso é rotina por aqui. Os motoristas estacionam nas calçadas mesmo e não querem nem saber! Os pedestres é que se virem para andar no meio das ruas”, criticou um trabalhador do local, que preferiu não ter o nome revelado.

Já na Rua dos Guararapes, um verdadeiro festival de infrações pôde ser captado, com automóveis estacionados em “mão dupla”, apesar das presenças das placas. Na área de acesso do Centro de Saúde e Lactário Amélia de Pontes, por exemplo, o equipamento de sinalização determina apenas as paradas de veículos em caráter de emergência, num total de duas vagas, entretanto havia pelo menos cinco carros parados e emparelhados. Ainda nesta rua, automóveis encontravam-se fazendo mão dupla com o espaço delimitado para zona azul, o que, segundo o ambulante Severino Batista, é uma frequência de anos. “É mais fácil identificar por aqui quais são os motoristas que se encontram com os seus veículos parados nos locais corretos!”, ironizou.

Na sequência do trajeto, a reportagem VANGUARDA identificou a desobediência por parte dos maus condutores na Rua da Conceição. Nela, havia quatro veículos parados de forma irregular, mesmo com duas placas instaladas de proibido estacionar. De acordo com a vendedora Fátima Silva, tal prática vem acontecendo já há um bom tempo, no espaço. “Trabalho por aqui há mais de seis anos e já cansei de ver este festival de irregularidades. A Destra até que realiza a fiscalização diária, aplica multas, mas é só as viaturas deixarem o local para tudo voltar como antes. Ou seja, um verdadeiro absurdo que tem prejudicado não só o tráfego de veículos, mas também dos próprios pedestres”, comentou.

Na via paralela à Conceição, a 15 de Novembro, a câmera do semanário registrou irregularidades cometidas não com as presenças de placas, mas de agentes da Guarda Municipal, que também têm autorização legal para manter o bom ordenamento do trânsito, através de autuações. No primeiro caso, um motorista parou o automóvel para aguardar a entrada de pessoas, que haviam comprado numa loja. Já no outro, um condutor esperou apenas a entrada de pessoas no carro. Atitudes estas nada corretas, conforme avaliou a usuária de ônibus, Camila Figueiredo. “Elas acabam prejudicando todo o trânsito daqui. Pego ônibus diariamente nesta parada em frente da Câmara de Vereadores e observo que a prática é constante. Tem motorista que não está nem aí para as fiscalizações, sejam da Destra ou da própria Guarda Municipal”, disse.

Também no Centro foram observadas infrações na Travessa Júlio Lemos, com veículos estacionados na faixa de pedestre e com a placa de proibido estacionar instalada, bem como na Rua Doutor José Mariano, onde um automóvel encontrava-se parado e sem a presença do condutor em frente a uma sinalização de proibido estacionar, exceto para ônibus. Já no Bairro Maurício de Nassau, os flagrantes ocorreram nas ruas Silvino Macedo, Visconde de Inhaúma e Rui Barbosa, com motoristas estacionando, respectivamente, em descumprimento ao intervalo de horário determinado, no entorno de uma praça, mais precisamente a Artur Peixoto, e na área para embarque e desembarque de escolares – locais todos estes, dotados de placa de sinalização.

O QUE DIZ A DESTRA?

Responsável por fiscalizar o trânsito de Caruaru, a Destra informou ao VANGUARDA que em 2020 irá intensificar as ações de combate à prática de estacionamento irregular, que é considerada uma infração grave com o pagamento de multa no valor R$ 195,23, além da inclusão de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do mau condutor.

Em entrevista, a diretora-presidente interina da Destra, Karla Vieira, destacou as medidas que serão aplicadas. “Nossa intenção como Destra não é só multar, ou seja, intensificaremos neste ano as ações educativas a fim de tentar conscientizar ainda mais os motoristas quanto aos seus direitos e obrigações no trânsito, incluindo, é claro, o respeito às placas de sinalização”, afirmou. Em paralelo às medidas educativas, neste ano, a autarquia também ampliará a instalação de placas na área urbana da cidade.

A diretora ainda classificou o estacionamento irregular como injustificável. “As placas de sinalização existem, a fiscalização por parte do agentes de trânsito também existem, a cidade ainda dispõe do sistema zona azul, além de estacionamentos privados, entretanto, sentimos que é necessário haver uma mudança de postura por parte desses motoristas. Apesar da multa ser alta, tem muito condutor que não liga, ou seja, prefere pagá-la em vez de cumprir, o que é determinado por elas. Tal prática acaba provocando consequências nada agradáveis para o nosso trânsito, que fica desordenado e engarrafado. Se enquanto cidadãos eles não derem as suas parcelas de contribuição em relação ao nosso sistema de trânsito, tal setor não conseguirá avançar”, finalizou.

Presidente do TJPE fala do atual momento da Justiça no país

O presidente Adalberto de Oliveira anunciou ainda a construção do novo prédio para a Câmara Regional do Tribunal de Justiça de Pernambuco

Wagner Gil- Jornal Vanguarda

Na manhã da última quinta-feira (9), o programa Jornal VANGUARDA, que vai ao ar pela Rádio Caruaru FM, entrevistou o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Adalberto Oliveira. Ele veio a Caruaru para dois eventos: anunciar a construção da nova sede da Câmara Regional e receber uma homenagem da Câmara de Vereadores de Caruaru.

Primeiro caruaruense a ocupar o cargo de presidente do TJPE em quase 200 anos da instituição, ele falou dos investimentos em Caruaru, no Estado e também do atual momento da Justiça no país. “Justiça é confronto, é batalha”, disse, ao ser indagado sobre os atuais conflitos entre o Ministério Público, o Poder Executivo e a Justiça.

Segundo ele, que há dois anos comanda do TJPE, essa entrevista ao programa Jornal VANGUARDA é uma das prestações de conta para a sociedade pernambucana e também para seus conterrâneos. “Tivemos ainda muitas inaugurações de fóruns em todo o Estado. Vamos concluir com a sede da Câmara Regional de Caruaru”, informou.

Doutor Adalberto Oliveira afirmou ainda sentir uma ‘grande alegria’ em ser o primeiro presidente da instituição nascido na Capital do Agreste. “Vamos fazer dois séculos daqui a dois anos. Para mim, ser o primeiro presidente caruaruense no Tribunal de Justiça é gratificante, muito gratificante. É uma honra ocupar esse cargo e ter feito alguma coisa pelo meu Estado”, argumentou.

O magistrado também falou sobre a elevação de Caruaru para a 3ª Entrância. “A elevação para a 3ª Entrância é muito importante. Só quem pode substituir o desembargador é o juiz de 3ª Entrância. Mais um fato que eleva Caruaru e demonstra a importância que a cidade tem no mundo jurídico. O juiz daqui não terá mais a preocupação de se mudar para a capital. O juiz de Caruaru já está na última Entrância que antecede a promoção ao Tribunal de Justiça (cargo de desembargador)”, explicou.

Ele destacou ainda a nomeação de 21 novos juízes, 129 servidores do concurso público realizado, entre outras obras físicas.

O presidente do TJPE foi indagado sobre o atual momento da Justiça e o conflito com o Ministério Público e o Poder Executivo em todas as suas esferas. “Justiça é confronto. Justiça é batalha. Não há Justiça sem confronto, não há Justiça sem uma decisão. É um confronto do bem, para que se prevaleça a Justiça. Você sempre terá na Justiça um confronto”, finalizou.

NOVO PRÉDIO

O prédio da nova sede da Câmara Regional terá uma área total construída de aproximadamente 3 mil m². Dividida em três pavimentos, a estrutura vai contar com salas para Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Defensoria Pública (DPPE) e Ministério Público (MPPE), além de nove gabinetes dos desembargadores, duas salas de sessão, biblioteca, espaço de convivência e um terraço descoberto.

O local, projetado de acordo com as normas de acessibilidade e sustentabilidade, terá também 82 vagas de estacionamento e uma área verde superior a 1.000 mil m². “É uma obra de porte, está orçada em R$ 13 milhões e um cronograma de construção de 14 meses. Vamos ter uma grande festa patrocinada pelas autoridades locais, prefeito, vice-prefeito, presidente da Câmara. Para que Caruaru sinta a importância que ela tem no contexto da economia, no contexto da Justiça”, disse o desembargador Adalberto Oliveira.

Trump pede a líderes iranianos que “não matem manifestantes”

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, pediu ontem (12) às autoridades de Teerã que não matem os manifestantes que participam dos protestos por causa do abate de um avião ucraniano.

“Aos líderes do Irã — não matem os VOSSOS MANIFESTANTES”, escreveu Trump na rede social Twitter, recorrendo a letras maiúsculas para acentuar o conteúdo da mensagem.

“O mundo está olhando. E, mais importante, os Estados Unidos estão olhando”, acrescentou o governante, reiterando o teor de outra mensagem, divulgada nesse sábado (11), na qual alertou o regime de que “não poderia acontecer outro massacre de manifestantes pacíficos”.

Donald Trump referia-se às manifestações contra o aumento do preço da gasolina, ocorridas em meados de novembro no Irã e que foram fortemente reprimidas pelas autoridades do país.

Mais de 300 pessoas morreram durante os protestos de novembro, segundo denunciou a Anistia Internacional.

Ontem, as agências internacionais relataram que centenas de iranianos estavam se manfestando em Teerã, gritando palavras de ordem contra o sistema e a Guarda Revolucionária do Irã por causa do abate do avião ucraniano, um Boeing 737 da companhia Ukraine International Airlines (UIA).

Todas as 176 pessoas, incluindo 82 iranianos, que seguiam a bordo do aparelho morreram no acidente.

Os manifestantes concentraram-se inicialmente na porta da Universidade de Tecnologia Amir Kabir, em Teerã, para acender velas em homenagem às vítimas, mas a vigília acabou em um protesto contra as autoridades iranianas.

A manifestação foi marcada também pela detenção, durante curto período, do embaixador britânico no Irã, Rob Macaire, por suposta participação nos protestos. Ele negou ter participado da manifestação contra as autoridades.

O protesto aconteceu após o Irã ter admitido responsabilidade na queda do avião da companhia ucraniana.

Teerã admitiu que o avião foi abatido inadvertidamente por militares iranianos, que o confundiram com um míssil de cruzeiro devido ao estado de alerta decretado por causa da recente escalada de tensão entre Washington e Teerã.

A declaração de Teerã foi dada depois de informações de alguns países, especialmente dos Estados Unidos e do Canadá, de que o aparelho poderia ter sido abatido, inadvertidamente, pelo sistema de defesa antiaéreo iraniano.

Iraque: mísseis atingem base militar norte-americana

Vários mísseis atingiram neste domingo a Base Aérea Militar da cidade de Balad, no Iraque, que abriga forças norte-americanas. Pelo menos quatro soldados iraquianos teriam ficado feridos durante o ataque.

A base está situada a cerca de 80 quilômetros ao norte de Bagdá, e os mísseis teriam caído na pista, de acordo com fontes militares citadas pela agência Reuters.

Segundo o Exército iraquiano, quase todas as tropas norte-americanas já deixaram a base, localizada em Balad, na sequência da escalada de tensão entre os Estados Unidos e o Irão.

O ataque acontece depois de, na madrugada da última quarta-feira (8), mais de uma dúzia de mísseis iranianos terem sido lançados contra duas bases aéreas que também abrigavam tropas norte-americanas em Ain al-Assad e Arbil, no Iraque.

Essa ação foi assumida pelos Guardas da Revolução iranianos como uma “operação de vingança” pela morte do general Qassem Soleimani, comandante da força de elite Al-Quds. Ele morreu dias antes, num ataque aéreo em Bagdá, ordenado pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Mourão reinaugura terça-feira base brasileira na Antártica

Estação Comandante Ferraz na Antártica

Agência Brasil

O vice-presidente Hamilton Mourão embarca nesta segunda-feira (13) com destino à Antártica, onde será o principal representante do governo brasileiro na reinauguração da Estação Comandante Ferraz, base de pesquisa do país no continente.

O novo prédio, que fica na ilha Rei George, na Bahia do Almirantado, está sendo erguido ao lado da atual base, que tem estrutura provisória. A inauguração oficial será na terça-feira (14).

A Estação Comandante Ferraz foi criada em 1984, mas em 2012 sofreu um incêndio de grande proporções. Na ocasião, dois militares morreram e 70% das suas instalações foram perdidas. O governo federal investiu cerca de US$ 100 milhões na obra, e a unidade recebeu os equipamentos mais avançados do mundo. No local, pesquisadores vão realizar estudos nas áreas de biologia, oceanografia, glaciologia, meteorologia e antropologia.

“[A estação]  vai dar melhores condições de trabalho aos nossos pesquisadores, vai manter nossa presença no trabalho que está sendo feito pela comunidade científica internacional, de buscar respostas e avanços no conhecimento, na tecnologia, outras áreas que são pesquisadas lá. Ao mesmo tempo, permite que a Marinha faça um adestramento em termos de logística, em termos de deslocamento em águas, que não são tão tranquilas assim. Nós, do governo Bolsonaro, vemos com extrema satisfação este momento de reinaugurarmos a Estação Comandante Ferraz e darmos uma nova roupagem ao trabalho de pesquisa que está sendo realizado lá”, afirmou o vice-presidente, em entrevista exclusiva à Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Estação Comandante Ferraz na Antártica
Estação Comandante Ferraz na Antártica – Mauricio de Almeida – TV Brasil

Para chegar à Antártica, a comitiva do vice-presidente embarca em Brasília e faz uma primeira parada na cidade de Punta Arenas, extremo sul do Chile. De lá, embarcam novamente, desta vez em um avião Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB), único tipo de aeronave usada para chegar ao continente gelado, já que é mais preparada para pousos e decolagens nas pistas do local. O voo de Punta Arenas até a Antártica dura cerca de três horas. A aterrissagem ocorre nas proximidades da estação chilena. De lá, o vice-presidente e assessores seguem de helicóptero até a estação brasileira. A previsão é que o vice-presidente durma na Antártica na noite do dia 14 e retorne no dia seguinte a Punta Arenas, para então retornar ao Brasil.

Inicialmente, a previsão era que o presidente Jair Bolsonaro participasse da reinauguração da Estação Antártica Comandante Ferraz, mas, por recomendações médicas, o chefe do Executivo desistiu da viagem e delegou a ida ao vice-presidente.

Estação Antártica

Ocupando uma área de 4,5 mil metros quadrados, a estação poderá hospedar 64 pessoas, segundo a Marinha. O novo centro de pesquisas vai contar com 17 laboratórios. Cientistas da Fiocruz, por exemplo, estão entre os primeiros a trabalhar na nova estação, desenvolvendo pesquisas na área de microbiologia, a partir da análise de fungos que só existem na Antártica, e no poder medicinal desses micro-organismos. A Agência Internacional de Energia Atômica (Aeia) também já confirmou que vai desenvolver projetos meteorológicos na base brasileira.

Para ficar acima da densa camada de neve que se forma no inverno, o prédio recebeu uma estrutura elevada. Os pilares de sustentação pesam até 70 toneladas e deixam o centro de pesquisa a mais de três metros do solo. Os quartos da base, com duas camas e banheiros, abrigarão pesquisadores e militares. A estação também tem uma sala de vídeo, locais para reuniões, academia de ginástica, cozinha e um ambulatório para emergências.

Em todas as unidades da base foram instaladas portas corta-fogo e colocados sensores de fumaça e alarmes de incêndio. Nas salas onde ficam máquinas e geradores, as paredes são feitas de material ultrarresistente. No caso de um incêndio, elas conseguem suportar o fogo durante duas horas e não permitem que ele se espalhe por outros locais antes da chegada do esquadrão anti-incêndio.

A estação tem ainda uma usina eólica que aproveita os ventos antárticos. Placas para captar energia solar também foram instaladas na base e vão gerar energia, principalmente no verão, quando o sol na Antártica brilha mais de 20 horas por dia.

O projeto de reconstrução da estação é todo brasileiro e começou a ser executado em 2017 pela empresa China Electronics Import and Export Corporation, que venceu a licitação do governo. A companhia de engenharia precisou dividir a obra em três etapas, porque entre os meses de abril e outubro é impossível realizar qualquer atividade externa na Antártica devido ao frio intenso, às tempestades de neve e aos ventos fortes. Por causa disso, os chineses construíram os módulos na China durante o inverno e transportaram para a Antártica nos verões de 2017, 2018 e 2019, a fim de fazer a instalação.