Empresa parou de custear tratamento, diz advogado de Débora, vítima de acidente com kart

O advogado de Débora Oliveira, que perdeu o couro cabeludo em acidente de kart, afirmou que o Grupo BIG, ex-Walmart, não pagou pelo tratamento da jovem, que seria realizado a partir do dia 6 de janeiro deste ano, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Especialista em casos indenizatórios, Eduardo Barbosa afirmou que o Grupo BIG condicionou a continuidade do tratamento à renúncia de responsabilidade da empresa no acidente, o que não foi aceito.

O acidente ocorreu em uma pista localizada no estacionamento de uma loja do grupo, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, em 11 de agosto do ano passado. “O tratamento iria ocorrer em janeiro e então eles não pagaram mais, queriam que ela assinasse um documento renunciando os direitos indenizatórios que ela possui. Então nós vamos tomar as medidas judiciais cabíveis. Não vou especificar por uma estratégia jurídica”, afirmou Barbosa, por telefone. “Eles assumiram o tratamento, têm obrigação, causaram este dano e tem que pagar”, acrescentou.

Em nota, o Grupo BIG afirma que presta assistência à Débora “desde o primeiro momento em que ocorreu o acidente” e “recebeu com surpresa” o que tem sido afirmado por ela. “Vale assinalar que a equipe médica responsável pelo caso recentemente apresentou o novo cronograma, que prevê a realização de aproximadamente 10 procedimentos ao longo de 2020”, diz um trecho da nota.

Outra parte do texto afirma que Débora tem pedido “despesas que extrapolam em muito qualquer relação com a questão médica e saúde dela”, como o custeio de uma ida aos Estados Unidos e outras despesas que não foram citadas na nota.

O advogado da jovem, no entanto, argumenta que a ida para os EUA seria para o futuro e teria como objetivo o seu tratamento. “Perguntaram o que ela queria, ela disse que queria continuar o tratamento em um centro de excelência, mas ela não iria para os EUA agora, o tratamento cortado é em Ribeirão Preto, aqui no Brasil. Mas, no momento que ela iria para lá, eles negaram por ela não querer assinar uma ‘quitação’ com eles, esse é o fato. Em dois meses, ela já passou por mais de 20 cirurgias, uma moça de 19 anos que tinha uma vida saudável e plena. As sequelas e procedimentos vão seguir por anos”, afirma Barbosa.

Leia a íntegra da nota do Grupo BIG, ex-Walmart:
Desde o primeiro momento em que ocorreu o acidente na pista de kart no estacionamento da loja em Recife (PE), a prioridade do Grupo BIG foi a de prestar toda a assistência para Débora Stefany Oliveira, apesar do fato ter acontecido em uma área alugada para um terceiro, sem qualquer responsabilidade da companhia.

A empresa arcou com todos os custos financeiros do tratamento – centro cirúrgico/hospitalar, equipe médica, medicamentos, além do custeio de passagens aéreas, estadia, refeições, inclusive de acompanhantes de sua escolha. Até agora, o tratamento foi realizado com sucesso no Hospital Especializado de Ribeirão Preto, referência no Brasil em cirurgias de alta complexidade no campo de microcirurgias reconstrutivas plásticas.

Diante desse histórico, o Grupo BIG recebeu com surpresa as declarações de Débora Oliveira, pois mantém integralmente o seu compromisso de assumir todas as despesas com o tratamento dela. Vale assinalar que a equipe médica responsável pelo caso recentemente apresentou o novo cronograma, que prevê a realização de aproximadamente 10 procedimentos ao longo de 2020.

O que está sendo questionado, portanto, não é a continuidade do tratamento. Mas o seu pedido para que a empresa arque com os custos da sua ida aos Estados Unidos e outras despesas que extrapolam em muito qualquer relação com a questão médica e saúde dela.

O Grupo BIG reitera que sua prioridade sempre foi a plena recuperação da saúde de Débora Oliveira e não tem medido esforços para assegurar que o tratamento seja bem sucedido e está à disposição para chegar a um bom entendimento com ela.

Folhape

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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