Depois de amargar três anos consecutivos de resultados no vermelho, as vendas a prazo no varejo voltaram a crescer pelo segundo ano seguido. Dados apurados pelo Indicador de Atividade do Varejo da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que as consultas de CPFs para vendas parceladas cresceram 2,15% no acumulado em 12 meses até junho deste ano. O número comprova a trajetória de recuperação do comércio, porém a um ritmo menor, uma vez que em junho de 2018, as vendas haviam crescido 3,13%.
No auge da recessão, entre os anos de 2015 e 2017, as vendas a prazo no varejo registraram quedas de -2,06%, -5,16% e -4,34%, respectivamente. O Indicador de Atividade do Comércio é construído a partir das consultas de CPFs e é um termômetro da intenção de compras a prazo por parte do consumidor, abrangendo os segmentos de supermercados, lojas de roupas, calçados e acessórios, móveis e eletrodomésticos.
Outro dado também apurado pelo indicador é o nível de atividade no comércio atacadista. Nesse caso, que não leva em consideração a venda de veículos e motocicletas, o crescimento no acumulado em 12 meses até junho foi de 3,62%, dado abaixo dos 14,20% verificados no mesmo período de 2018.
Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, embora o volume de vendas do varejo não tenha alcançado os patamares anteriores da crise, os números começam a se distanciar dos resultados negativos observados nos piores momento da crise. “O varejo exibe melhora desde meados de 2017, depois do período mais agudo da crise. Mesmo crescendo, infelizmente, ainda não vimos a melhora da confiança se traduzir em aceleração das vendas, algo que poderá se concretizar com as medidas de estímulo previstas para sair depois da aprovação da reforma da previdência”, analisa.
Metodologia
O Indicador de Atividade do Comércio é construído a partir das consultas de CPFs feitas nas bases de dados que o SPC Brasil tem acesso. As consultas de CPF indicam a intenção de compra a prazo por parte do consumidor e podem resultar, ou não, na obtenção de crédito. Para a construção do Indicador, considera-se apenas as consultas feitas pelo setor de Comércio. Os dados podem ser abertos por Comércio varejista e atacadista a de bens não duráveis e semiduráveis. Acesse a íntegra do indicador em https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos
SPC Brasil – Há 60 anos no mercado, o SPC Brasil possui um dos mais completos bancos de dados da América Latina, com informações de crédito de pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de inovação do Sistema CNDL para apoiar empresas em conhecimento e inteligência para crédito, identidade digital e soluções de negócios. Oferece serviços que geram benefícios compartilhados para sociedade, ao auxiliar na tomada de decisão e fomentar o acesso ao crédito. É também referência em pesquisas, análises e indicadores que mapeiam o comportamento do mercado, de consumidores e empresários brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento da economia do país.
CNDL – Criada em 1960, a CNDL é formada por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades que, em conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede representativa do varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre iniciativa. Atua institucionalmente em nome de 500 mil empresas, que juntas representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6 milhões de empregos e movimentam R$ 340 bilhões por ano.