ARTIGO — O fundo falso

Por Maurício Assuero

A confusão política e econômica desse país, provavelmente, não chegou ao limite, mas tudo indica que não chegamos ainda ao fundo do poço, ou seja, o fundo que alguns economistas admitem como sendo o marco da retomada do crescimento pode ser um fundo falso. O novo governo tranquilizou o mercado, mas ainda não suspendeu o “lexotan” e nem o “rivotril” por conta da instabilidade política. As revelações sobre o trio de ferro do PMDB (Jucá, Renan e Sarney), bem como a situação do deputado Eduardo Cunha, aumentam a incerteza sobre o impeachment de Dilma e mesmo o senado aprovando a qualidade do governo Temer começa a ser questionada. Ele errou feio nas escolhas e a fragilidade das decisões incomoda bastante o mercado.

As propostas anunciadas pela equipe econômica, embora no caminho certo do controle do gasto público, ainda estão longe de produzir o efeito desejado na economia. As pressões inflacionárias não se disparam; o problema da dívida dos estados é gritante e a moratória de dois anos é uma peça importante para os estados (atenua a quebradeira), mas findo o prazo é preciso saber como esta dívida será paga. Neste ínterim o governo federal deixa de receber este volume de recursos e simplesmente aumenta o déficit.

Além das ações de controlar o crescimento da dívida, o governo se propõe a trilhar um caminho mais racional que é a desvinculação da receita da união. O problema atual é que o orçamento é direcionado para determinado tipo de gastos e a margem de flexibilização é muito pequena. Os gastos sociais, por exemplo, são bancados com recursos da seguridade social que é formada pelas contribuições de PIS/COFINS, Contribuição Social sobre Lucro Líquido e os prognósticos das loterias administradas pela Caixa Econômica Federal. Recursos do FUNDEB, por exemplo, são carimbados e ponto final. Desvincular a receita pode ser um caminho que permita o governo equacionar melhor o orçamento, mas isso não faz aumentar receita. Para isso, vai ser necessário impostos adicionais ou aumento de impostos.

Não vejo argumentos para acreditar que a economia está sinalizando um PIB melhor em 2016. Há muitas variáveis envolvidas e dentre elas está a sustentabilidade do governo. O tempo é muito curto para que efeitos da política econômica sejam sentidos ainda este ano, mas qualquer ação que reduza o desemprego seria fundamental para a retomada do crescimento. Se não houver renda, o consumo cai, a produção cai e o desemprego aumenta. Precisamos reverter isso, urgentemente, para aceitarmos que este ponto é, de fato, não é um fundo falso.

PF vê indício de que o presidente do DEM lavou dinheiro da OAS

Plenário do Senado

Do Congresso em Foco

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) atribui ao presidente do DEM, senador José Agripino (RN), a realização de movimentações financeiras consideradas suspeitas no valor de R$ 15,9 milhões, entre dezembro de 2011 e novembro de 2014. A informação integra o inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o parlamentar que apura se ele recebeu propina da OAS, investigada na Lava Jato, em troca da liberação de recursos para a empreiteira na construção da Arena das Dunas, em Natal, para a Copa de 2014. A obra foi financiada com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo o jornal O Globo, a Polícia Federal vê indícios de que o senador utilizou parentes, assessores e empresas com as quais tem ligação para lavar dinheiro.

Na avaliação da PF, as movimentações são “um indício de que os pedidos de doações eleitorais feitos pelo parlamentar à OAS foram prontamente atendidos, e podem ter-se constituído em forma dissimulada de repasse de propina”. José Agripino nega irregularidades.

Os investigadores afirmam que os dados levantados até o momento fornecem “reluzentes indícios de que, de fato, as obras referentes à Arena das Dunas em Natal, entre 2011 e 2014, passou por diversos entraves perante os órgãos de controle e o próprio banco público financiador do empreendimento, o que corrobora a suspeita de que José Agripino Maia efetivamente atuou com a finalidade de auxiliar a empresa, destinatária do financiamento, na superação dessas dificuldades”. Entre os indícios citados pela PF, estão diálogos registrados no celular de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS.

De acordo com o Globo, as investigações apontam que o doleiro Alberto Youssef e os operadores Rafael Angulo Lopez e Adarico Negromonte Filho foram a Natal em mais de uma oportunidade, entre 2011 e 2014, para abastecer o caixa dois da OAS.

Em petição enviada ao ministro Luís Roberto Barroso, relator do inquérito, a defesa de Agripino afirma que não há qualquer suspeita nas movimentações do senador. O presidente do DEM atribui as operações a dividendos da rede de comunicação e de loteamentos de sua família. Alega, ainda, que recebeu doações da mãe e fez transferências financeiras para os dois filhos no mesmo período.

“Esse dinheiro se refere a um longo período da minha vida. A minha família tem loteamentos, como o Alphaville, e vários empreendimentos imobiliários dos quais eu tenho participação. Eu tenho o direito de doar aos meus filhos e também de receber doação da minha mãe”, afirma o senador.

Dinheiro vivo

Segundo o Globo, uma das movimentações que intrigaram o Coaf foi o saque de R$ 170 mil de uma das contas de Agripino. O dinheiro foi depositado de volta na mesma conta de forma fracionada cerca de 40 dias depois. O senador diz que a operação é resultado de um negócio não concretizado que pretendia realizar. Os investigadores também apontaram um depósito de R$ 90 mil em espécie em uma de suas contas. O presidente do DEM respondeu que mantinha R$ 100 mil em dinheiro vivo em sua casa e que declarou esse montante à Receita Federal no ano anterior. De acordo com Agripino, os recursos repassados pela OAS, em forma de doação à sua campanha, foram informados à Justiça eleitoral.

O senador e outras 14 pessoas, inclusive seu filho, o deputado Felipe Maia (DEM-RN), tiveram seus sigilos fiscal e bancário quebrados. Os dados foram encaminhados ao STF. Agripino afirma que os dados confirmarão que não houve qualquer ilegalidade em suas transações financeiras.

Ministério da Educação divulga hoje o resultado do ProUni

O Ministério da Educação (MEC) divulga hoje (13) o resultado da primeira chamada do Programa Universidade para Todos (ProUni). Os estudantes pré-selecinados têm de hoje ao dia 20 para apresentar nas instituições de ensino os documentos que comprovem as informações prestadas na hora da inscrição.

O resultado será divulgado na página do ProUni. Cabe ao candidato verificar, na instituição, os horários e o local de comparecimento para a aferição das informações. A perda do prazo ou a não comprovação das informações implicará, automaticamente, a reprovação.

A lista dos documentos necessários está disponível na internet. O estudante é selecionado quando a documentação é aprovada.

O ProUni seleciona estudantes para receber bolsas de estudo em instituições particulades de ensino superior com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Serão ofertadas, no segundo semestre deste ano, 125.442 bolsas – 57.092 integrais e 68.350 parciais, de 50% – em 22.967 cursos de 901 instituições de ensino superior.

O resultado da segunda chamada será divulgado no dia 27. Aqueles que não forem selecionados podem ainda participar da lista de espera, de 8 a 11 de julho.

O programa é dirigido tanto aos estudantes egressos do ensino médio na rede pública, quanto àqueles que tenham vindo da rede particular na condição de bolsistas integrais. Podem concorrer a bolsas integrais os estudantes que comprovem renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até um salário mínimo e meio. Às bolsas parciais, podem concorrer aqueles com renda familiar per capita máxima de três salários mínimos.

Mercado vê mais inflação e retração menor do PIB em 2016

Do G1

Os economistas das instituições financeiras voltaram a elevar sua expectativa de inflação para este ano e também passaram a estimar uma contração menor do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016.

As previsões foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (13), por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de 100 instituições financeiras foram ouvidas.

Previsão para o IPCA em 2016

A previsão do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 7,12% para 7,19% na semana passada. Foi a quarta alta seguida do indicador. Com isso, a taxa prevista permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5% fixado para 2016.

Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA voltou a acelerar e atingiu 0,78% em maio. De janeiro a maio, o IPCA acumula avanço de 4,05% (perto da meta central de inflação de 4,5% para este ano) e, em 12 meses, somou 9,32%.
Para 2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação ficou estável em 5,5% na última semana, informou o BC. Deste modo, permanece abaixo do teto de 6% – fixado para 2017 – mas ainda longe do objetivo central de 4,5% para o IPCA no período.

O BC tem informado que buscará “circunscrever” o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%), e também fazer convergir a inflação para a meta de 4,5%, em 2017.

Produto Interno Bruto

No caso do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, o mercado passou a prever uma contração de 3,60% para o nível de atividade, contra a estimativa anterior de um “encolhimento” de 3,71% em 2016. Foi a quarta semana seguida de melhora do indicador.

Recentemente, o IBGE informou que o PIB brasileiro teve queda de 0,3% em comparação com os três meses anteriores. Foi a quinta queda trimestral seguida do PIB brasileiro. Apesar da contração, o resultado veio melhor do que a expectativa dos economistas.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.

Com a previsão de um novo “encolhimento” do PIB neste ano, essa também será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de queda no nível de atividade da economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948.

Para o comportamento do Produto Interno Bruto em 2017, os economistas das instituições financeiras elevaram sua previsão de alta de 0,85% para 1%, informou o BC.

Taxa de juros

O mercado financeiro subiu na semana passada a previsão para a taxa de juros no fim deste ano de 12,88% para 13% ao ano. Atualmente, os juros estão em 14,25% ao ano. Com isso, a estimativa do mercado é de um corte menor dos juros em 2016.

Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa de juros ficou inalterada em 11,25% ao ano – o que pressupõe a continuidade da queda dos juros no ano que vem.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados.

As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Quando julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, o BC pode baixar os juros.

Câmbio, balança e investimentos

Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 caiu de R$ 3,68 para R$ 3,65. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar recuou de R$ 3,85 para R$ 3,81.

A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2016 subiu de US$ 50 bilhões para US$ 50,5 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a previsão de superávit permaneceu inalterada em US$ 50 bilhões.

Para 2016, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil subiu de US$ 60 bilhões para US$ 61,3 bilhões e, para 2017, a estimativa dos analistas permaneceu inalterada em US$ 60 bilhões.

‘Poderosos’ ameaçam Lava Jato, diz procurador

Do Estadão Conteúdo

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, disse ser “possível e até provável” que as investigações do maior escândalo de corrupção do País acabem. “Quem conspira contra ela são pessoas que estão dentre as mais poderosas e influentes da República”, afirmou.

Dallagnol disse que as conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o ex-presidente José Sarney (AP) e o senador e ex-ministro do Planejamento Romero Jucá (RR), todos da cúpula do PMDB, expuseram uma trama para “acabar com a Lava Jato”. “Esses planos seriam meras especulações se não tivessem sido tratados pelo presidente do Congresso Nacional”, disse o procurador.

Os áudios do delator Sérgio Machado tornados públicos pela imprensa mais uma vez revelam movimentos para tentar interferir nos andamentos da Operação Lava Jato. As investigações correm algum risco?

As investigações aproximaram-se de pessoas com poder econômico ou político acostumadas com a impunidade. É natural que elas reajam. Há evidências de diferentes tipos de contra-ataques do sistema corrupto: destruição de provas, criação de dossiês, agressão moral por meio de notas na imprensa ou de trechos de relatório de CPI, repetição insistente de um discurso que aponta supostos abusos jamais comprovados, tentativas de interferência no Judiciário e, mais recentemente, o oferecimento de propostas legislativas para barrar a investigação, como a MP da leniência (medida provisória que altera as regras para celebração de acordos entre empresas envolvidas em corrupção e o poder público). Tramas para abafar a Lava Jato apareceram inclusive nos áudios que vieram a público recentemente. A Lava Jato só sobreviveu até hoje porque a sociedade é seu escudo.

É possível um governo ou o Congresso pôr fim à Lava Jato?

É, sim, possível e até provável, pois quem conspira contra ela são pessoas que estão dentre as mais poderosas e influentes da República. À medida que as investigações avançam em direção a políticos importantes de diversos partidos, a tendência é de que os que têm culpa no cartório se unam para se proteger. É o que se percebe nos recentes áudios que vieram a público. Neles, os interlocutores dizem que alertaram diversos outros políticos quanto ao perigo do avanço da Lava Jato. É feita também a aposta num “pacto nacional” que, conforme também se extrai dos áudios, tinha como objetivo principal acabar com a Lava Jato. Não podemos compactuar com a generalização de que políticos são ladrões, porque ela pune os honestos pelos erros dos corruptos e desestimula pessoas de bem a entrarem na política. Contamos com a proteção de políticos comprometidos com o interesse público, mas não podemos menosprezar o poder das lideranças que estão sendo investigadas.

Curitiba foi comparada à “Torre de Londres” nas gravações. É justa a comparação?

A comparação é absolutamente infundada. A Torre de Londres foi usada para a prática de tortura. Na tortura, suprime-se o livre arbítrio da vítima e se extrai a verdade por meio de tratamento cruel. Na colaboração, respeita-se o livre arbítrio de quem, quando decide colaborar, recebe um prêmio. Mais de 70% dos colaboradores da Lava Jato jamais foram presos. Nos casos minoritários em que prisões antecederam as colaborações, eram estritamente necessárias e não tiveram por objetivo a colaboração, mas sim proteger a sociedade, que corria risco com a manutenção daquelas pessoas em liberdade.

O que o conteúdo dos áudios demonstra, na sua opinião?

Os áudios revelam um ajuste entre pessoas que ocupam posições-chave no cenário político nacional e, por isso, com condições reais de interferir na Lava Jato. Discutiram concretamente alterar a legislação e buscar reverter o entendimento recente do Supremo que permite prender réu após decisão de segunda instância. Eles chegam a cogitar romper a ordem jurídica com uma nova Constituinte, para a qual certamente apresentariam um bom pretexto, mas cujo objetivo principal e confesso seria diminuir os poderes do Ministério Público e do Judiciário. Esses planos seriam meras especulações se não tivessem sido tratados pelo presidente do Congresso Nacional, com amplos poderes para mandar na pauta do Senado; por um ex-presidente com influência política que dispensa maiores comentários; por um futuro ministro (do Planejamento) e na presença de outro futuro ministro, o da Transparência (Fabiano Silveira, também nomeado pelo presidente em exercício Michel Temer e já fora do governo). Quando a defesa jurídica não é viável, porque os fatos e provas são muito fortes, é comum que os investigados se valham de uma defesa política. Agora, a atuação igualmente firme contra pessoas vinculadas a novos partidos, igualmente relevantes no cenário nacional, reforça mais uma vez que a atuação do Ministério Público é técnica, imparcial e apartidária. Não vemos pessoas ou partidos como inimigos. Nosso inimigo é a corrupção, onde quer que esteja, e, nessa guerra, existe apenas um lado certo, o da honestidade e da justiça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Dirceu e Vaccari propõem acordo de leniência ao PT

Do Congresso em Foco

Presos pela Operação Lava Jato desde o ano passado, os petistas José Dirceu e João Vaccari Neto sugeriram a correligionários que a sigla faça um acordo de “leniência partidária”, informa a Folha de S.Paulo. A proposta, segundo a reportagem, foi apresentada ao menos a dois deputados do partido e a dois advogados.

“Não sei se foi o Dirceu que pensou nisso, mas ele defende. Pensamos nessa possibilidade e em outras. declarou Roberto Podval, advogado do ex-ministro, à Folha.

Pelo acordo de leniência, empresas assumem crimes e colaboram com as investigações. Em troca, pagam multas, mantêm a possibilidade de fazer contratos com o governo e seus executivos podem aderir ao acordo, com redução da pena ou até perdão judicial. É uma espécie de delação premiada, só que para pessoas jurídicas (empresas).

Conforme a reportagem, Dirceu e Vaccari defendem que outros partidos envolvidos na Lava Jato também façam o acordo de leniência. Esta é a primeira vez que petistas cogitam que a sigla assuma ter praticado crimes e faça uma espécie de autocrítica desde que surgiram as denúncias de desvios na Petrobras.

A leniência também é apontada como alternativa ao PT caso o partido seja condenado a pagar multas que o inviabilizem. De acordo com a Folha, a proposta enfrenta resistência entre petistas. “Não vejo sentido, já que não temos notícia de que políticos do PT agiram para beneficiar empresas em troca de dinheiro e vemos as atividades do Vaccari como legais”, disse ao jornal o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que esteve com Vaccari e Dirceu semana passada.

Cunha perde apoio do Planalto e do Centrão

Do Congresso em Foco

O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), perdeu apoio do Palácio do Planalto, do PMDB e do Centrão (maior bloco parlamentar informal do Congresso, composto por 220 deputados) na luta para manter o mandato. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Cunha está acuado por antigos aliados, que o pressionam a renunciar ao comando da Casa, e pela Operação Lava Jato. O peemedebista teme ser preso caso abra mão da presidência. Ele argumenta que o gesto o deixaria frágil para se livrar do processo de cassação. O deputado afastado quer evitar a perda do foro privilegiado e a consequente remessa de seus processos, hoje no Supremo Tribunal Federal (STF), para o juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato na primeira instância.

De acordo com a reportagem, Cunha foi procurado por dois parlamentares do Centrão que o aconselharam a renunciar ao comando da Casa para não prejudicar o presidente interino Michel Temer. Segundo o relato, o deputado afastado reagiu aos gritos e disse que jamais tomará essa iniciativa. Na quinta-feira passada, quando sua esposa, Cláudia Cruz, virou ré na Lava Jato, o peemedebista enviou mensagens a colegas afirmando que Moro fará um “cerco” em sua família caso ele renuncie à presidência, da qual está afastado por determinação do Supremo há mais de um mês.

Conforme o Estadão, setores do PMDB e o Planalto temem que, em ato de vingança, Cunha faça acusações contra o partido e Michel Temer. Na avaliação de líderes do Centrão, o deputado afastado enfrentará uma situação mais tranquila no plenário caso renuncie ao comando da Câmara. O Conselho de Ética vota nesta terça-feira (14) parecer que pede a cassação do mandato do deputado, acusado de mentir à CPI da Petrobras sobre a existência de contas bancárias na Suíça. Ele tenta, por meio de aliados, abrandar sua pena em estratégia em andamento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Para que a cassação seja aprovada, são necessários 257 votos em plenário. Até o momento, nove partidos já se manifestaram a favor da perda do mandato de Cunha: PT, PCdoB, PDT, Rede, Psol, DEM, PSDB, PSB e PPS, que reúnem 218 deputados.

Dilma condena intolerância e preconceito ao lamentar atentado nos EUA

Da Agência Brasil

A presidenta afastada Dilma Rousseff lamentou o atentado a uma boate gay em Orlando, Flórida, nos Estados Unidos, ocorrido na madrugada de ontem (12). “Estamos vivendo momentos terríveis, tempos de preconceito e intolerância que ceifam vidas humanas”, disse.

Pelo Twitter, Dilma manifestou seus sentimentos às famílias das vítimas, ao presidente norte americano, Barack Obama, e ao povo dos Estados Unidos. “Vamos juntos lutar contra esta barbárie”.

O guarda de segurança Omar S. Mateen, de 29 anos, entrou por volta das 2h na boate Pulse, matou 50 pessoas e deixou 53 feridos. Ele nasceu nos Estados Unidos e é filho de paquistaneses. Durante três horas, ele permaneceu na boate, onde fez reféns e foi morto pela polícia durante uma troca de tiros.

O chefe de polícia de Orlando, John Mina, classificou o atentado como “um dos piores tiroteios em massa na nossa história dos Estados Unidos.”

Edição: Juliana Andrade

Inflação projetada pelo mercado financeiro sobe para 7,19%

Agência Brasil

A projeção de instituições financeiras para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, subiu pela quarta vez seguida, ao passar de 7,12% para 7,19%. Para 2017, a estimativa é mantida em 5,50% há quatro semanas. As projeções fazem parte de pesquisa feita todas as semanas pelo Banco Central (BC) e divulgada às segundas-feiras.

As estimativas estão acima do centro da meta de inflação de 4,5%. O limite superior da meta de inflação é 6,5%, este ano e 6% em 2017. É função do Banco Central fazer com que a inflação fique dentro da meta. Um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação, é a taxa básica de juros, a Selic.

Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.

Juros

O BC tem que encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. Na semana passada, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 14,25% ao ano por considerar que a inflação acumulada em 12 meses é alta e as expectativas para o índice de preços estão distante da meta. Por isso, o comitê disse que não havia espaço para redução da taxa básica.

A mediana (desconsidera os extremos nas projeções) das expectativas das instituições financeiras para a Selic, passou de 12,88% para 13% ao ano, ao final de 2016, e segue em 11,25% ao ano, no fim de 2017.

A estimativa de instituições financeiras para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi alterada de 3,71% para 3,60%. Para 2017, a estimativa de crescimento passou de 0,85% para 1%.

A projeção para a cotação do dólar ao final de 2016 caiu de R$ 3,68 para R$ 3,65. Para 2017, a estimativa passou de R$ 3,85 para R$ 3,81.

Dida de Nan é o escolhido como vice na chapa de Edson Vieira

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Após uma reunião ocorrida na tarde de ontem (12), onde participaram o prefeito Edson Vieira, o deputado estadual Diogo Moraes, vereadores e lideranças que integram a base governista, ficou definido o nome do vereador Dida de Nan para a chapa que disputará a reeleição em outubro próximo.

Dida foi vereador por dois mandatos e atuou como líder do governo. Para o prefeito Edson Vieira, Dida é o nome de consenso e já consolida a união na chapa na pré-campanha.

“Dida tem inúmeras virtudes, soma em nosso grupo, é leal e tem a cara do povo, além de uma história de compromisso com Santa Cruz do Capibaribe que já conhece seu trabalho. Ele prontamente aceitou nosso convite para darmos início a essa longa caminhada”, disse o prefeito que pontuou ainda a qualidade dos demais integrantes do grupo que também se colocaram à disposição para concorrer ao seu lado na próxima disputa.
“Muitas pessoas também se colocaram à disposição do nosso projeto, e todas entenderam nossa decisão, cada um agrega ao nosso projeto independentemente do perfil deles, todos estão capacitados para a disputa, mas é evidente que temos que tomar uma decisão, que foi tomada com base no diálogo e no entendimento de todos que acompanham nosso grupo”.

O deputado estadual Diogo Moraes falou sobre a escolha do prefeito. “Dida é um homem integro, leal e de fibra e já provou isso em outras disputas. Além do mais, ele compõe o PSB em Santa Cruz do Capibaribe, atendendo assim o partido do Governador Paulo Câmara, o prefeito Edson Vieira e o povo de Santa Cruz do Capibaribe”, disse Moraes.

Dida recebeu a indicação com entusiasmo, e se mostrou empolgado para mais uma etapa na pré-candidatura na disputa eleitoral.
“Edson conhece minha história de lealdade, fidelidade e trabalho pelo grupo e por Santa Cruz do Capibaribe, sempre ajudei Edson como militante, partidário e também como vereador, agora vamos juntos mais uma vez enfrentar de cabeça erguida os novos desafios. E também quero agradecer os colegas que também colocaram seus nomes, e podem ficar certos que vou honrar com muita determinação todos, e vamos partir cada vez mais juntos para enfrentar toda jornada”, disse Dida de Nan.