Empregos na indústria recuam 0,4% na passagem de setembro para outubro

O emprego na indústria caiu 0,4% na passagem de setembro para outubro deste ano. Com essa, que é a sétima queda consecutiva nesse tipo de comparação, a perda acumulada do emprego industrial é 3,9%. Os dados foram divulgados hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A indústria também perdeu postos de trabalho na comparação com outubro do ano passado (-4,4%). Nesse tipo de comparação, o contingente de trabalhadores diminuiu nos 14 locais pesquisados, sendo que a maior queda foi observada em São Paulo (5%). Dezesseis das 18 atividades pesquisadas reduziram postos de trabalho, com destaque para meios de transporte (-8,1%), máquinas e equipamentos (-7,3%) e alimentos e bebidas (-2,4%).

O emprego na indústria acumula perdas de 3% no ano e de 2,8% no período de 12 meses. O número de horas pagas também caiu em todos os tipos de comparação: em outubro na comparação com setembro deste ano (-0,8%), em outubro na comparação com o mesmo período do ano passado (-5%), no acumulado do ano (-3,6%) e no acumulado de 12 meses (-3,3%).

Já a folha de pagamento real (soma dos salários pagos a todos os trabalhadores) cresceu 1,1% de setembro para outubro, no entanto, teve quedas de 2,3% na comparação com outubro do ano passado; de 0,3%, no acumulado do ano, e de 0,8% no acumulado de 12 meses.

Destra realiza seminário sobre combate às drogas

Aconteceu, na manhã desta terça-feira (09), o I Seminário Municipal de Políticas Sobre Drogas, onde foram abordados, através de palestras, assuntos relacionados ao uso de drogas e combate sobre violações dos direitos humanos.

Estiveram presentes no evento autoridades governamentais e da sociedade civil, como as interlocutoras do projeto Redes, Melissa Azevedo e Grazielle Barbosa Barreiros; o presidente do conselho estadual de políticas sobre drogas, Rafael West; e o presidente do comitê, Coronel Jailson Pacheco.

A comissão pretende tratar especificamente de prevenções quanto ao uso de drogas nas escolas, através do Projeto Redes. De acordo com o coronel, esta é mais uma iniciativa da gestão no combate às drogas. “Sabemos da importância do debate sobre as drogas dentro das escolas, onde crianças e jovens estão em formação. Já demos o primeiro passo com o Proerd, agora, será mais um instrumento a nosso favor”.

O conselho de políticas sobre drogas em Pernambuco irá acompanhar o projeto em Caruaru para que assim haja uma redução no número de usuários.

Sebá recebe homenagem em solenidade na Câmara na próxima sexta

sebá

Na próxima sexta-feira (12), às 20h, a cultura caruaruense vai estar em festa. É que a Câmara Municipal, através de propositura do presidente do Poder Legislativo, vereador Leonardo Chaves (PSD), irá conceder a Medalha de Honra ao Mérito Cultural – Musical Compositor Onildo Almeida ao artista Sebastião Alves Cordeiro Filho, o conhecido Sebá. A homenagem, instituída pela Lei Municipal n° 4.523/2006, é destinada às pessoas que prestaram reconhecidos e relevantes serviços à cidade de Caruaru na área da cultura.

Sebá é natural de Sertânia e é reconhecido como um dos ícones mais importantes da cultura popular regional. Com mais de 30 anos de estrada com sua arte, Sebá já viajou por vários estados do Brasil, tanto como ator no teatro como mamulengueiro. “Sebá é uma pessoa que sempre se dedicou em levar arte e cultura ao nosso povo em todo esse Brasil afora, merece essa homenagem”, destacou Leonardo Chaves. Para o ator e mamulengueiro, a homenagem é ainda mais especial por estar sendo feita ainda em vida. “Para aqueles que estão no andar de cima precisam ser lembrados diariamente, especialmente com orações”, comentou Sebá.

Ceias do Don Peppone são as pedidas certas

A proprietária Maria Adjani Soares recomenda o serviço Foto: Pedro Augusto

A proprietária Maria Adjani Soares recomenda o serviço Foto: Pedro Augusto

As ceias do restaurante Don Peppone, no bairro Maurício de Nassau, em Caruaru, são as pedidas certas para quem não quer quebrar a cabeça com a montagem do jantar do Natal. Oferecendo deliciosas opções gastronômicas com delivery à disposição, a casa passou a registrar as primeiras reservas desde o mês passado. De acordo com a proprietária Maria Adjani Soares, o serviço possui uma limitação a ser alcançada.

Sendo assim, é necessário que os interessados não percam tempo e procurem logo o restaurante. “Já temos sido bastante procurados, mas ainda há como atender outros clientes. O mais importante é que independentemente do número de consumidores nossa meta principal será sempre mantida, ou seja, prezamos pela qualidade na comida e no atendimento”, destacou Adjani Soares.

De acordo ainda com a proprietária, as ceias são direcionadas para um grupo a partir de 10 pessoas. “Elas contêm arroz, salada, massa, purê, macarronada, além de dois tipos de carne. Em paralelo as elas, o Don Peppone também está aberto para assar o tender, peru e outras guloseimas típicas da época”. Mais informações sobre os serviços pelos números: 3722-6262 e 9968-8562.

 

Inadimplência do consumidor em novembro registra alta, diz SPC

A quantidade de pessoas físicas inadimplentes registradas no banco de dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) no mês de novembro aumentou 3,37%, em relação a novembro do ano passado. Na comparação mensal ― ou seja, em relação a outubro deste ano ―, o número de pessoas com dívidas em atraso apresentou uma tímida alta de 0,06%.

Por conta deste resultado, o número total de inadimplentes registrados em serviços de proteção ao crédito se manteve o mesmo registrado em outubro: em torno de 55 milhões de pessoas.

Os economistas do SPC Brasil explicam que apesar da alta de 3,37% em novembro, é possível observar uma trajetória de desaceleração no número de pessoas com dívidas em atraso a partir de agosto de 2014. O resultado da comparação ano a ano representa a menor variação para meses de novembro desde o início da série histórica.

Na comparação mensal, o comportamento de alta com viés menos acelerado também se repete: apesar da ligeira alta de 0,06%, o número de pessoas com dívidas em atraso no banco de dados do SPC é o menor desde novembro de 2011.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, apesar de o fenômeno de crescimento menos acelerado da inadimplência ser, em essência, positivo, as explicações para esta tendência pertencem ao campo das más notícias. “Os dados da conjuntura são unânimes em apontar fraqueza da economia, em especial da confiança do consumidor, que tem se deparado com inflação elevada e taxas de juros em patamar alto. Esses fatores explicam o crescimento recorrente da inadimplência em relação ao que se viu em 2013”, explica.

Em novembro, o número de dívidas em atraso registradas nas bases do SPC Brasil cresceu 3,53%, em relação a novembro de 2013. Na base de comparação mensal, o indicador registrou uma pequena alta de 0,17%, o que representa uma leve aceleração em relação à variação apurada em outubro (0,06%).

Crescem atrasos de telefone, água e luz

O segmento de comunicação foi aquele que apresentou a maior alta anual na quantidade de dívidas em atraso: 14,59%. Esta foi a maior variação registrada pelo setor desde março do ano passado. O segundo maior aumento foi registrado com as pendências ligadas a serviços de água e luz. A alta foi de 11,07%, em desaceleração com relação aos 12,46% registrados no mês anterior.

Dentro deste segmento foram as contas de água e esgoto as que impulsionaram o crescimento: a alta foi de 11,74%, enquanto o outro item deste grupo ―eletricidade e gás ― cresceu somente 7,81%. Já as dívidas relativas ao comércio foram as únicas que mostraram retração na base de comparação anual, com uma variação de -0,28%.

Cerveja deve ser liberada nos estádios

Do Blog da Folha

A proibição do consumo e comercialização de cerveja nos estádios de Pernambuco pode estar próxima do fim. Nesta terça-feira (9), a Comissão de Constituição, Legislação e Justiça da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) votou, por unanimidade, pela legalidade do Projeto de Lei (PL) de autoria do deputado estadual Antônio Moraes (PSDB). Assim, existe uma expectativa para que a discussão seja levada ao Plenário da Casa Legislativa na próxima semana.

Há cinco anos, desde a publicação da lei estadual em 24 de março de 2009, de autoria do deputado estadual Alberto Feitosa (PR), bebidas alcoólicas são proibidas de serem comercializadas nos estádios locais. A única exceção durante esse período aconteceu durante a Copa do Mundo 2014. Um projeto criado pelo deputado estadual Antônio Moraes (PSDB) existia com a intenção de revogar a lei, mudando apenas um artigo. Ou seja, permitindo que a cerveja pudesse ser comercializada, mas mantendo a restrição para as demais bebidas alcoólicas.

“O que existe de evolução nesta história é o fato de o Projeto de Lei ter saído da gaveta, afinal ele já existia há um tempo. É bom ficar claro que a votação de hoje (ontem) significou a legalidade da Lei. Em outras palavras, ela está apta para ser votada no Plenário. Por conta disso, existiu a unanimidade entre os votantes”, disse o deputado Daniel Coelho (PSDB), relator na ausência do deputado Ricardo Costa (PMDB).

Os argumentos favoráveis pela volta da cerveja aos estádios de Pernambuco sustentam a justificativa de que existem dados, apresentados pela Federação Pernambucana de Futebol (FPF) e pela Polícia Militar, que comprovam a não relação da violência nas praças esportivas com o consumo de cervejas. Além disso, outros quatro estados – Rio Grande do Norte, Goiás, Bahia e Rio Grande do Sul – já liberaram a bebida alcoólica.

“Existe uma tendência entre os deputados, e isso é uma opinião minha, para a aprovação deste projeto de lei. Há hoje uma compreensão de que o grande problema nos estádios de Pernambuco relacionados à violência era proporcionado pelas torcidas organizadas”, declarou Coelho. Vale lembrar que, em caso de aprovação no Plenário da Alepe, a mudança na lei precisará ser sancionada pelo Governador do Estado – que tem a prerrogativa de votar contra a modificaçã

Bolsando repete ataque a deputada petista

Onze anos depois, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) repetiu nesta terça-feira (9) uma ofensa feita a uma colega parlamentar. Como fez em 2003 em frente às câmeras da Rede TV, ela agora usou a tribuna da Câmara dos Deputados para dizer novamente que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humanos, porque ela “não merece”.

“Não saia, não, Maria do Rosário, fique aí. Fique aí, Maria do Rosário. Há poucos dias você me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que eu não a estuprava porque você não merece. Fique aqui para ouvir”, disparou o deputado no início da tarde de hoje. Ele discursou logo após a petista no pequeno expediente da Câmara, onde as intervenções são de, no máximo, cinco minutos.

Maria do Rosário tinha feito menção ao Dia Internacional dos Direitos Humanos e à divulgação do relatório final da Comissão Nacional da Verdade, ambos amanhã (10). A petista fez referência à ditadura militar – “vergonha absoluta” na história brasileira – e criticou os manifestantes que pedem o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e defendem a intervenção militar no país.

“Eu quero me somar àqueles que se indignam na sua alma contra as manifestações que não toleram a vida democrática do país e que vão às ruas com cartazes. São poucos, na verdade, mas deveriam ter consciência do escárnio que promovem indo às ruas pedir a ditadura, pedir o autoritarismo e o impeachment. Ora, são figuras de linguagem desvalidas porque colocadas no pior lixo da história”, disse a petista.

Logo após, Bolsonaro subiu à tribuna e repetiu o ataque à deputada gaúcha. E ainda partiu para cima da presidenta Dilma Rousseff e do PT. “A Maria do Rosário saiu daqui agora correndo. Por que não falou da sua chefe, Dilma Rousseff, cujo primeiro marido sequestrou um avião e foi para Cuba e participou da execução do major alemão? O segundo marido confessou publicamente que expropriava bancos, roubava bancos, pegava armas em quarteis e assaltava caminhões de carga na Baixada Fluminense. Por que não fala isso?”, afirmou.

Os mandatos de Bolsonaro são marcados por declarações consideradas preconceituosas por integrantes de movimentos de direitos humanos. Sofreu processos na Corregedoria da Câmara, mas nunca teve punição maior do que censura por escrito. No início do ano, por exemplo, ele causou tumulto na sessão da Câmara sobre os 50 anos do golpe. Ele levou uma faixa exaltando o regime militar após ter negado pela Casa o pedido de homenagear a ditadura que começou em 1964 e foi até 1985.

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12 indiciados na Operação Lava Jato

A Polícia Federal indiciou hoje (terça, 9) 13 pessoas em um dos inquéritos da Operação Lava Jato, o que investiga a relação entre empreiteiras que têm contratos com a Petrobras. Estão na lista, entre outros, o presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho; o vice-presidente executivo da Mendes Júnior, Sergio Cunha Mendes; e o ex-presidente da Queiroz Galvão Ildefonso Colares. A polícia identificou cinco crimes, entre eles lavagem de dinheiro, corrupção ativa e fraude a licitações. Somadas, eventuais condenações podem resultar em uma pena máxima individual que ultrapassa 31 anos de prisão, além de multa.

Os indiciamentos incluem ainda o lobista Fernando Antônio Falcão Soares, enquadrado pela PF em quatro crimes, como lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Com a decisão da PF, que é uma sinalização dos investigadores de que houve a prática dos crimes, tanto Fernando quanto os outros 12 acusados dependem agora do exame do Ministério Público sobre o inquérito policial. Cabe ao MP a apresentação de denúncia ao Judiciário, na hipótese de que seja considerada a procedência das investigações.

Coube à delegada da PF Erika Mialik Marena a formalização dos indiciamentos. Ela apresentou ao Ministério Público os relatórios finais referentes a quatro inquéritos sobre a atuação das empreiteiras OAS, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia e Mendes Júnior, além daquele referente ao lobista. Novos indiciamentos devem ser pedidos pela PF nos próximos dias. As informações foram veiculadas hoje (terça-feira, 9) no site do jornal Folha de S.Paulo.

Em trecho de seu relatório, a delegada aponta “a vasta lista de pessoas que a OAS procurava agradar com presentes e lembranças de aniversário, notadamente políticos e servidores públicos e da estatal Petrobras”. A prática foi relatada em reportagem do jornal Folha de S.Paulo, edição da última sexta-feira (5), que revelou os beneficiários dos agrados da OAS.

Congressistas articulam aumento de salários

O reajuste salarial de deputados e senadores terá um novo capítulo nesta quarta-feira (10). A ideia é que o aumento seja equivalente ao acumulado do IPCA nos últimos quatro anos, o que faria os vencimentos passem dos atuais R$ 26,7 mil para R$ 33,7 mil.

Ao mesmo tempo, os projetos com os novos contracheques dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República – o teto do funcionalismo público – podem ser votados na próxima semana.

“Eu marquei uma conversa amanhã com o ministro [Aloizio] Mercadante para que a gente possa discutir o salário do Legislativo e da Presidente da República, dos ministros de Estado”, afirmou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

A conversa com Mercadante vai ocorrer por conta da atual situação das contas do governo federal. Com a alta possibilidade de cortes na ordem de até R$ 80 bilhões, o Planalto pode ser contra o aumento, que normalmente gera um efeito cascata nos legislativos estaduais e municipais.

Se chegar a um acordo com Mercadante, Henrique Alves vai apresentar à Mesa Diretora da Câmara um projeto de decreto legislativo reajustando os salários de deputados, senadores, presidente e vice da República e ministros de Estado em 26%. Para valer, ele precisa ser votado pelas duas Casas e depois promulgado – por ser um decreto, não precisa passar pelo crivo presidencial para entrar em vigor.

Ao mesmo tempo, deputados e senadores se articulam para votar, em tempo recorde, duas propostas que aumentam os salários de ministros do STF e do procurador-geral da República. Caso aprovado, a expectativa é que o efeito cascata no Judiciário e no Ministério Público da União chegue a R$ 875 milhões ao ano. Este valor, somado com os gastos do Legislativo, pode aumentar para R$ 1 bilhão.
Congresso Foco

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Congresso aprova revisão do superávit

Diante de uma oposição revoltada e em meio a protestos de alguns manifestantes do lado de fora do Congresso, parlamentares rejeitaram na noite desta terça-feira (9) a última pendência em relação o Projeto de Lei do Congresso (PLN) 36/2014, que altera a meta fiscal para 2014 e teve o texto principal aprovado na semana passada. Por 247 votos a 55 e duas abstenções na votação da Câmara, foi descartada a emenda apresentada pelo deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) querendo limitar aos valores praticados em 2013 as chamadas despesas discricionárias, que garantem ao governo gastar recursos do orçamento da forma que quiser. Sem necessidade de votação no Senado, a matéria vai a sanção presidencial.

Na última semana, as discussões em torno do assunto se estenderam por quase 19 horas, quando dois vetos presidenciais foram mantidos e três outras emendas ao texto do PLN, rejeitadas. Na noite anterior, um tumulto causado por manifestantes, com direito a agressões entre oposicionistas e policiais legislativos, impediu a continuidade da sessão em plenário – motivo pelo qual o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), determinou a conclusão dessa votação sem o acesso de visitantes. Hoje, algumas dezenas deles voltaram a protestar durante a sessão, mas foram impedidos de entrar no Parlamento.

Com seguidos anúncios de obstrução, com o objetivo de retardar a aprovação do PLN, membros da oposição se revezaram na tribuna. “Nós sabemos que, quando um governo gasta mal, mergulha na corrupção, chega ao final do ano e quer autorização para gastar mais, quem paga a conta é o cidadão. E nós, da oposição, estamos aqui defendendo o cidadão, porque sabemos que, no final das contas, além do déficit público, que é ruim para o país, que traz a inflação de volta, daqui a pouco já vai vir o governo falando em aumentar impostos. E nós estaremos aqui para dizer ‘não’”, criticou o autor da última emenda rejeitada.

Membro independente da base aliada, Darcísio Perondi (PMDB-RS) também reclamou da aprovação do projeto. “Esta Casa deu um atestado de crédito a um governo que gastou mais do que arrecadou. Olha, nem estou falando da ‘petrolambança’”, discursou, referindo-se às investigações sobre o esquema de corrupção descoberto pela Polícia Federal na Petrobras. “Estou falando que perdeu o controle do gasto público e pediu a esta Casa dar o atestado fiscal, tirá-lo do SPC sem pagar a conta. Isso foi o que fizemos. E hoje, de novo, querem que façamos novamente. Eu não acompanho isso.”

Com quórum garantido com folga no plenário da Câmara, a rejeição da emenda era questão de tempo. E, quando o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu a palavra para orientar o voto da bancada, a vitória governista ficou ainda mais clara. “Nós estamos aqui discutindo uma emenda que busca limitar as despesas correntes discricionárias ao montante executado no exercício anterior, de 2013. É uma coisa tão inusitada que não tem a menor condição de ser viável. E nós não podemos ter outra postura, que não seja rejeitá-la”, observou o peemedebista, candidato à Presidência da Câmara para o biênio 2015-2016.

R$ 748 mil

O projeto retira o teto do limite para o abatimento com despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e das desonerações tributárias, como forma de alcançar a meta fiscal prevista para 2014. O valor originalmente estipulado para o superávit foi de R$ 116,1 bilhões, dos quais R$ 67 bilhões poderiam ser abatidos da meta.

Na prática, o projeto permite ao Planalto trocar a economia prevista anteriormente pelo investimento no PAC e pelas isenções tributárias. Com a alteração orçamentária, o governo deve cumprir sem problemas a nova meta superávit, que é a economia do governo para o pagamento da dívida pública (hoje, a dívida líquida está em 33,6% do Produto Interno Bruto). Para a oposição, trata-se de manobra governista para impedir que a presidenta Dilma Rousseff seja enquadrada em crime de responsabilidade, por supostamente ter desrespeitado a Lei de Responsabilidade Fiscal. O governo se defende alegando necessidade natural de ajuste orçamentário.

Para garantir a aprovação da matéria, polêmica em sua essência, o Planalto publicou um decreto no Diário Oficial de 28 de novembro, em edição extra, liberando R$ 10,03 bilhões do orçamento federal até então contingenciados. Do montante, R$ 444,76 milhões foram reservados para o atendimento de emendas parlamentares individuais – R$ 748,7 mil para cada um dos 594 parlamentares. O detalhe é que a liberação do dinheiro ficou condicionada “à publicação da lei resultante da aprovação do PLN 36 de 2014” – justamente a matéria cuja tramitação foi concluída hoje por deputados e senadores.

“Os senhores que votarem a favor desta mudança valem R$ 748 mil. Esta é uma violência jamais vista nesta Casa”, fustigou o senador Aécio Neves (PSDB-MG), alçado à condição de principal líder da oposição depois da apertada disputa com a presidenta Dilma Rousseff (pouco mais de três milhões de votos).

Já para o líder do governo no Congresso, deputado Henrique Fontana (PT-RS), a oposição tenta “criminalizar” as ações do governo. “É interessante que, diante da nossa escolha, da nossa necessidade, que encontra o apoio da maioria deste Parlamento, a oposição tenta criminalizar uma decisão que é absolutamente democrática. E fica aqui o meu desabafo, não podemos ouvir que a liberação de emendas parlamentares – que hoje faz hoje parte do orçamento impositivo e, portanto, é liberada para todos os parlamentares, do PSDB, do DEM, do PPS, do PT, do PMDB – tenha relação com esta votação”, discursou o petista. Congresso em Foco