Por EDUARDO SOL
Da Folha de Pernambuco
Com Folhapress
Com os guias eleitorais entrando em sua segunda semana, e as propostas sendo detalhadas, os próximos dias serão agitados na disputa presidencial. A expectativa está em torno da primeira pesquisa do Ibope, depois que a ex-senadora Marina Silva substituiu Eduardo Campos na cabeça da chapa do PSB. O levantamento foi encomendado pela Rede Globo e o jornal “O Estado de São Paulo” para ser divulgado amanhã, no mesmo dia do primeiro debate eleitoral entre os candidatos à Presidência, na Rede Band.
Como é quase certo que os resultados do Ibope devem refletir os do Datafolha da semana passada, o mais provável é que a socialista continue se destacando, talvez até ampliando sua posição. Na semana passada, antes mesmo de ter a candidatura oficializada pelo partido, Marina apareceu com 21% das intenções de voto, à frente de Aécio Neves (PSDB), que obteve 20%. A presidente Dilma Rousseff (PT) somou 36%, mas a ex-senadora venceria a petista no segundo turno. Na quinta-feira, o Datafolha também divulgará pesquisa.
Na quarta-feira, dará entrevista ao Jornal Nacional, apesar de o então candidato Eduardo Campos já ter ocupado o espaço, na véspera do acidente aéreo no qual faleceu. O debate da Band também será decisivo para este início de campanha da socialista. Dilma deverá ficar mais na defensiva do legado petista, Aécio tende a seguir o caminho do “sou estadista”, mas o foco certamente será a candidata do PSB. Todos querem saber, afinal de contas, o que Marina pensa.
Entre um dos pontos, a economia é um dos mais certos de puxar polêmicas. Até agora, o discurso de Marina tem sido próximo ao de Eduardo Campos. A equipe que a assessora na área econômica é do primeiro time: André Lara Rezende – um dos criadores do Plano Real – e Eduardo Giannetti da Fonseca, outro nome respeitado. Ambos voltados para o liberalismo. Por isso, a candidata tende também para esse lado, defendendo ações que agradam ao mercado, como a autonomia do Banco Central, embora tenha enfrentamentos com o agronegócio.
Ontem, a ex-senadora falou, em São Paulo, que o controle da inflação não se dá só com juros altos, mas também pela eficiência do gasto público. “Nós achamos que é perfeitamente possível não deixar a inflação ultrapassar o teto da meta (6,5%), mantendo as prioridades sociais, fazendo as escolhas certas”, observou. De qualquer forma, será mais uma semana em que os fatos políticos devem girar em torno de Marina, já que na sexta-feira divulgará em evento seu programa de governo completo, em São Paulo.