O secretário da Fazenda de Caruaru, Carlos Veras, foi ouvido na tarde de hoje na qualidade de testemunha do Ministério Público em um processo que apura possíveis irregularidades na prefeitura em 2007, época em que os gestores eram Tony Gel (deixou o Palácio Jaime Nejaim para disputar um mandato de vereador) e Neguinho Teixeira, então presidente da Câmara e que assumiu os destinos do município por nove meses, entre março e dezembro daquele ano.
O processo, de número 0002932-30/2011, está sendo tocado pela Corregedoria Auxiliar da 3ª Entrância, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, e tem como objetivo passar a limpo possíveis desvios de recursos no pagamento a empresas que prestavam serviço ao município. O hoje deputado Tony Gel (PMDB) tentou ser ouvido em Recife por ter foro privilegiado, mas o pedido foi indeferido e ele deverá comparecer ao Fórum de Caruaru na manhã desta terça-feira (25).
Quando assumiu a prefeitura das mãos de Neguinho Teixeira, o prefeito José Queiroz (PDT) apontou um rombo de R$ 80 milhões, boa parte ligada a débitos da previdência, além de alguns pagamentos sob suspeita. Na época, a administração municipal havia detectado que alguns prestadores de serviço estavam com documentação irregular, com algumas dessas empresas sendo consideradas fantasmas.
Em parte do processo consta ainda a suspeita de irregularidades em relação a uma empresa com CNPJ voltado para o setor de confecções que havia vendido material de escritório para a prefeitura. Em outro levantamento feito em 2008, foi descoberto também que uma outra companhia, que estava com o CNPJ cancelado, emitiu várias notas e recebeu dinheiro do município.
Hoje pela manhã, o juiz corregedor decretou segredo de Justiça e impediu que a imprensa pudesse acompanhar os depoimentos. Já está certo, porém, que próximo a ser ouvido será o ex-secretário da Fazenda e atual presidente da Fundação de Cultura e Turismo, André Alexei Lyra.