Artigo: Para ter sucesso em vendas e ganhar fãs, trate todos os clientes como VIPs!

Por José Ricardo Noronha

Vivemos um tempo de aceleradas mudanças. De um lado, clientes mais exigentes e informados, além de concorrentes cada vez melhores e poderosos. De outro, muito poucas empresas e profissionais que conseguem (de fato!) surpreender, oferecendo experiências memoráveis e marcantes a seus clientes. Isso acontece principalmente em virtude da falha na customização e personalização destas experiências às reais necessidades, desejos e sonhos de quem está do outro lado.

Diante desse cenário, clientes são cada vez menos leais e fiéis às marcas e aos produtos e serviços, muito devido ao pouco carinho e cuidado dedicados para atendê-los plenamente em suas individualidades e necessidades.

Para te ajudar no tão fundamental processo de transformação dos seus clientes em “fãs”, compartilho com você mais uma “dica de ouro” das empresas e dos profissionais que têm conseguido se destacar: trate todos os seus clientes como VIP!

É bem possível que, em sua jornada profissional e até mesmo na sua empresa, você já tenha ouvido que todo cliente é VIP (“Very Important Person” – Pessoa muito importante). E tenho certeza de que irá concordar comigo que, de fato, todo cliente é mesmo VIP, pois ele é a pessoa mais importante para toda e qualquer organização. É para ele que vivemos e é por ele que existimos!

E quando falamos em excelência no atendimento ao cliente, uma empresa se destaca como uma das maiores referências: a Disney. Esta companhia mágica, além de nos brindar com seus personagens deliciosos liderados por Mickey Mouse, compartilha conosco também lições que podem e precisam ser implementadas em nossos negócios. E tudo isso sempre com foco absoluto na criação e fortalecimento de diferencial competitivo praticamente imbatível: o atendimento espetacular.

Não sei se você sabe, mas a Disney não tem clientes. Sim, você leu corretamente! A Disney, não tem clientes. Ela tem “convidados”. É assim que ela chama todos os seus milhões de clientes no mundo todo.

Convidados que, de tão encantados, se transformam em verdadeiros embaixadores da Disney pelos quatros cantos do planeta, exatamente como eu faço aqui neste artigo, sem ganhar um tostão sequer deles (até porque eu não tenho qualquer vínculo oficial com a Disney).

Além disso, eles não têm empregados. Eles têm “membros do elenco” (ou “cast members”). Isso deixa claro a todos que de um lado existem milhões de convidados e, do outro, milhares de membros do elenco. Assim, forma-se o cenário para um grande “show”. O show do atendimento, do encantamento e da superação das expectativas de todos os clientes. Repito: todos!

E eles fazem isso ao tratar todo e qualquer convidado como VIP. O VIP que já conhecemos e falamos anteriormente se relaciona à “pessoa muito importante”, mas, na Disney, o conceito é à “pessoa muito individual”. É verdadeiramente cini são todos os nossos clientes e que sempre trazem consigo necessidades, desejos, sonhos e preocupações bastante distintos.

De nada adianta você dizer e propagar pelo mercado que “atendimento ao cliente é prioridade número 1 da sua empresa”. Mais importante que dizer é fazer! Faça com que cada um se sinta verdadeiramente único para você e para a sua companhia.

Antes de falar sobre quão verdadeiramente bons são os excelentes produtos e serviços que você comercializa, busque entender profundamente as necessidades, desejos e sonhos do cliente. Busque de todas as formas que puder não apenas entender o que ele precisa, mas, principalmente, o que ele valoriza.

Faça perguntas claras, como: “O que ou quais são os elementos/atributos/características que o Sr./Sra. mais valoriza neste produto ou serviço?”. Ao entender bem o que ele valoriza, daí, sim, você irá incorporar os pontos que ele mesmo compartilhou com você no seu discurso de vendas. E será tudo customizado e personalizado para cada cliente, fazendo com que ele realmente se sinta único e com seus desejos e individualidades compreendidas. Isso o fará se sentir  realmente VIP!

Entenda as necessidades, atenda com excelência, venda grandes experiências e supere as expectativas dos seus clientes.

Busque de forma incansável transformá-lo em seu “fã”, pois “fãs” são seus maiores defensores e embaixadores no mercado. E, além disso, não cobram um tostão sequer para te “vender” aos seus amigos e familiares.

José Ricardo Noronha é vendedor, palestrante, professor, escritor e consultor. Formou-se em Direito pela PUC/SP e tem MBA Executivo Internacional pela FIA/USP. Possui especialização em Marketing, Empreendedorismo, Empreendedorismo Social e Vendas pela Owen Graduate School of Management e é Professor dos MBAs da FIA. É autor dos livros “Vendedores Vencedores” e “Vendas. Como eu faço?”. www.paixaoporvendas.com.br

OPINIÃO: Datas, significados e memórias

Por ELAINE VILAR*

Nascido como um dia de luta dos trabalhadores, o 1º de Maio foi inicialmente proposto pela segunda Internacional Socialista, reunida em 1889 na cidade de Paris, para homenagear as lutas sindicais ocorridas nas ruas de Chicago, em 1886, pela redução da jornada de trabalho de 10 para 8 horas diárias. Os primeiros de maio dos anos seguintes se destacaram devido a manifestações trabalhistas convocadas por correntes e partidos comunistas em diversos países.

Em 1891, uma dessas manifestações, no norte da França, foi marcada pela morte de dez manifestantes como consequência da forte repressão policial ao evento. O fato fez com que a Internacional Comunista de Bruxelas adotasse a data como dia internacional de reivindicação de condições de trabalho.

Em 1919, o Senado francês ratificou o dia de 8 horas de trabalho e, para inibir as manifestações “comunistas”, proclamou o dia 1º de Maio como feriado. No ano seguinte, a União Soviética transformou o dia em feriado nacional e diversos outros países lhe seguem o exemplo.

Da história e significado original da data, pouco tem se mantido nos últimos anos. Na contemporaneidade nacional, assistimos centrais sindicais que promovem verdadeiros eventos de “Pão e Circo”, com show de bandas e artistas com cachês bem distanciado do salário dos trabalhadores, premiações e sorteios que nada fazem lembrar as bandeiras e reivindicações ou sacrifícios dos homenageados.

Chegamos ao ponto de nos perguntar: comemorar o que no primeiro de maio? Dia do Trabalho? Dia do Trabalhador? A data deveria nos lembrar que tantos direitos, hoje aparentemente banais, estão na mira das letras aniquiladoras de emendas e projetos de lei, a fim de atender interesses que nem se dão mais ao trabalho de se dizerem ocultos, uma vez que guardam seus espaços legais de poder e decisão nas bancadas da Câmara e do Senado Federal, pública e publicitariamente divulgados como um trunfo.

Mas se a memória falha ou se deixa corromper, a história não abre mão de suas sínteses trágicas e episódios irônicos. Episódio como o vivenciado pelos professores do Paraná parece querer reacender nossa memória e alertar-­nos para o significado original de lutas que não podem ser relegadas às regiões mais obscuras e profundas da memória, pois os ataques contra diretos de toda natureza não cessam.

A truculência do Governo do Paraná contra os trabalhadores da educação demonstra aterradoramente a necessidade de nos manter alerta a certas ressignificações ou, pelo menos, de reavivarmos o significado histórico desta e de outras datas.

*Elaine Vilar é jornalista e servidora do Tribunal de Justiça de Pernambuco

OPINIÃO: Agora está tudo bem….

Por MAURÍCIO ASSUERO*

Devo ter perdido a noção do tempo ou as coisas estão de uma forma bem mais maleável. Refiro-me ao balanço da PETROBRAS divulgado no dia 22.04. De um modo simplista a presidente Dilma colocou que a divulgação do balanço virava a página e pronto: a partir de agora está tudo bem… diga-se, muito bem.

A empresa teve um prejuízo de R$ 21,6 bilhões decorrente da perda de ativos, da defasagem de preço em relação ao mercado internacional e, principalmente, decorrente da corrupção. Então, no entendimento de Dilma parece que a coisa é mais ou menos assim: “agora vocês já sabem o resultado dos exames do paciente, a doença que ele tinha é mais complicada do aquele que fizemos vocês acreditarem, mas vamos fazer uma “vaquinha” para comprar o remédio certo para o doente não morrer”. Em momento algum, a presidente deu uma palavra sobre o “tratamento” que o doente deve ter, ou seja, nenhuma palavra sobre qualquer mecanismo de recuperação de ativos, de modificação na política de preços, sobre as inúmeras dúvidas que pairam sobre os investimentos internacionais, enfim… agora está tudo bem!

É preciso destacar, ou reconhecer, a importância da divulgação do balanço. De fato, sem ele a PETROBRAS estaria definhando numa velocidade maior porque sempre estaria sob a suspeita de que outros danos imorais pudessem, ainda, aflorar. Por outro lado, o número divulgado está bem longe daquele encontrado no balanço do terceiro trimestres de 2014, que foi divulgado por Graça Foster, que estimava “uma baixa contábil” de R$ 88 bilhões. Entre estes dois fatores não se observou nenhum fenômeno que justificasse tamanha diferença, mas é mais simples – embora pouco crível – que a ex-presidente da estatal cometeu um erro de avaliação. No fundo, a análise de balanço acaba sendo uma mera formalidade. É uma consulta ao mercado ou como se diz mais popularmente: você finge que me conta a verdade e eu finjo que acredito. Pronto.

Um segundo ponto que merece destaque é que a PETROBRAS está no mercado em busca de crédito. Conseguiu US$ 3,5 bilhões de investidores chineses; tem proposta de crédito sendo analisada pelo Banco do Brasil, pela Caixa Econômica e pelo Bradesco. Primeiro, a entrada do Banco do Brasil ou da CEF como credor da PETROBRAS deveria ser repensada. Na verdade estes bancos deveriam declinar da análise e passar a bola para agentes privados. Estes bancos pagam as contas do governo e, por isso, ficará esquisito identificar o que dinheiro de crédito e o que é um simples repasse. Se ocorrer o governo estará institucionalizando a “pedalada fiscal”. Então, tudo se resume a transferir o “osso” para bancos privados? Não é isso! Os bancos privados sabem que não possuem a máquina do governo para socorrer e só entrariam numa proposta dessa e enxergassem retornos.

O que precisamos, realmente, é acabar com essa celeuma, mas não na base do “esqueça o que passou e eu lhe prometo…”. É estranho a PETROBRAS recorrer a empréstimos quando poderia se capitalizar via debêntures ou ações. Mas nós sabemos a razão: olha o preço da ação!

*Maurício Assuero é economista e professor da UFPE

Opinião: Seca e racionamento de água

Por Demóstenes Veras

A escassez crônica de água tem atingido moradores de várias cidades do Agreste e do Sertão de Pernambuco. Nas duas regiões, a situação atual está bem pior, em comparação ao mês de janeiro do ano passado. A informação é da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), que considera complicada a acumulação hídrica em vários municípios do Estado. Nove deles, segundo a agência, possuem reservatórios em estado de colapso – ou seja, secaram totalmente ou estão com baixos níveis de água.

A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) também informa que, no Agreste, outras três cidades vivem a mesma situação. Todas estão sendo abastecidas por carros-pipa.  Qual é a novidade deste quadro? Nenhuma. A seca é cíclica.  E a solução por parte da COMPESA? Racionamento! Em Caruaru, a partir de primeiro  de maio, teremos três dias com água e quatro sem água.

Em dezembro de 2013, tivemos a oportunidade de realizar na Câmara Municipal de Caruaru, uma audiência pública para denunciar e tratar desta questão. Mostramos na oportunidade, que a seca é um fator fundamental que afeta diretamente a economia do Estado, fragiliza as famílias no seu dia-a-dia e proporciona inclusive, fome e doenças. Tenho a clareza de que este problema não será combatido nem resolvido apenas com o  gerenciamento do Governo do Estado, mas com ele também. É necessário que as lideranças de Pernambuco pressionem o Governo Federal, porque a seca é uma questão de ausência de uma política nacional de combate e convivência com a mesma, como é o caso por exemplo, de falta de planejamento a atraso em obras importantes como a transposição do Rio São Francisco.

Na esfera municipal é importante que algumas frentes de luta sejam abertas e coordenadas pelo Poder Executivo Municipal. Os nossos irmão da Zona Rural precisam ser melhor atendidos com mais carros-pipa; que poços artesianos possam ser aberto, e que investimentos que não dependam da água possam ser planejados para propor fontes de emprego e renda enquanto a seca permanece.

Demóstenes Veras é Médico e Vereador em Caruaru.

Opinião: Dois atrasos: PT e PMDB (e todos os outros)

Por Tiê Felix

Por ser muito radical durante o fim da década de 80 e os anos 90, o PT não conseguiu o tão sonhado posto de presidente em suas disputas, através de Lula. Sem os conchavos malignos e retirando um pouco da utopia comunista, jamais Lula teria sido presidente. Existem esquerdistas radicais que até hoje acreditam na isenção moral do PT e defendem ferrenhamente as posturas tomadas por um governo dos Trabalhadores que somente prejudica os trabalhadores.

Se voltarmos a época das eleições indiretas entre Neves e Maluf, as palavras de Lula absolutamente voltadas para os interesses dos trabalhadores negava qualquer proposta que não fosse em favor dos desfavorecidos: isso ficou no passado. Hoje aquele PT teórico faliu e com ele todos os que ainda acreditam nos seus princípios. Basta ver os esquemas montados pelo Partido para se manter no poder; suas alianças por exemplo.

Já o PMDB é um partido de centro, único de oposição durante a ditadura, que aglomera em seu interior todo tipo de interesses (o famoso catch all party), desde capitalistas até esquerdistas, que é a cara dos esquemas políticos brasileiros para se manter no poder. O PT aprendeu muito com o PMDB, chegando a se unir a ele porque se não se ajuntasse jamais estaria ocupando a presidência em Brasília.

Antes ambos estes partidos se colocavam como vitimas da ditadura, como pobres coitados que somente sofreram as perseguições e, por consequência, deveriam ter a  cara do Brasil democrático que estava sendo inaugurado na década de 80.Vã ignorância de quem acredita neles. A população que pede uma intervenção militar chega a conclusão de que o Brasil é o mesmo da ditadura em termos de injustiça e de má administração, só que com cara de democracia. Chegou-se a conclusão de que nosso pais é muito pouco democrático  – quem não sabe disso – e que as vozes das ruas não serão ouvidas, porque os políticos pouco se importam com tais clamores ,assim como na ditadura.

Diante de um contexto tão difícil por ser tão cansativo temos apenas que assistir a desmoralização geral e o descaramento.

Os esquerdistas radicais criticam quem exprobra o governo, porque acreditam que a democracia tem de estar consolidada. Numa democracia como a nossa sua consolidação é apenas a manutenção do legado que a ditadura deixou. A democracia brasileira somente é um papel assinado.

Há quem acredite em ideologia e em partidos. Deve-se acreditar em canalhas mentirosos então?

Tiê Felix é professor

Artigo: Pedro guerreiro – Pedro gênio

Por Hérlon Cavalcanti

A vida e suas facetas. A cada dia que vivemos, estamos sujeitos a conviver com tanta coisa que machuca a gente e que “o tempo senhor da nossa matéria”, como diria o poeta Mineiro Carlos Drummond de Andrade, não consegue explicar. Aí chegam algumas noticias que nos abalam por inteiro.

Dia 20 de abril às 22hs recebo uma ligação de São Paulo do amigo Marcos Paulo, que o nosso companheiro Pedro Eugênio tinha acabado de falecer. Gritei, sofri e chorei bastante. Mas não poderia deixar de agradecer a Pedro sem escrever algumas linhas sobre a sua passagem aqui na terra.

Pedro era um militante histórico da esquerda brasileira. Um homem simples, sério, articulador, honesto, ético e com uma história de vida voltada para o favorecimento de um mundo mais justo e socialista.

Conheci Pedro Eugênio há 30 anos, quando na minha juventude, meu tio Romero de Figueiredo falava da sua militância politica ao lado do amigo Pedro no PCB. Acompanhei essa história por muito tempo.  As marchas camponesas e suas grandes batalhas por reforma agrária fez parte da bagagem de Pedro Eugênio. Aquilo tudo só construía em mim, um desejo de acreditar ainda mais que era possível acontecer reformas estruturadoras pra vida de muitos e Pedro era símbolo desse debate, fez parte da minha formação humana.

Fui crescendo e amadurecendo politicamente. O grande professor e economista Pedro Eugênio foi um dos meus heróis ao lado do grande Miguel Arraes no PSB. Os dois criaram o programa “chapéu de palha”, uma pintura nos quadros da minha tela de sonhos. Na direção do tempo, cada passo é uma conquista. Chegavam sempre às novas eleições e em cada uma delas, a batalha eleitoral era travada por Pedro como fonte inesgotável de luta.

Pedro foi eleito Deputado Estadual e Federal. Seus projetos de leis tinham o carimbo da sua competência. Chegou a disputar a campanha de Prefeito em Ipojuca não conseguindo se eleger. Lembro-me quando Pedro assumiu a direção do Banco do Nordeste a pedido do ex-presidente Lula em 2005. Sua gestão foi revolucionária, abrindo espaço e dando vez e voz ao homem do campo, um fortalecimento com financiamentos e linhas de créditos, dando dignidade e luz aos menos favorecidos. Nas crises politicas em nosso país, Pedro Eugênio era símbolo de equilíbrio para a construção coletiva do diálogo. Pedro chegou a ser presidente estadual do PT. Sua participação foi mola mestra do debate e nos embates políticos em Pernambuco.

Chega à eleição nacional de 2014. Pedro se coloca mais uma vez para disputa eleitoral. Mesmo com tanta fragilidade do PT e suas próprias armadilhas, o nosso grupo político, que em 2013 deixava a sigla, decide por unanimidade apoiar Pedro Eugênio para Deputado Federal, por entender, que ele representava um dos últimos homens sérios do partido, uma espécie de guru politico, uma figura extremamente revolucionária. Pois bem, fomos pra rua, levar sua história e sua luta. Por quase 60 dias de batalhas entre o querer fazer, sempre com os pés no chão, se deparando com grandes estruturas politicas rivais, realizamos ao lado de Pedro, aqui em Caruaru, Vitória de Santo Antão, Bonito e Batateiras, grandes encontros, palestras e porta a porta, e em cada momento, Pedro se reinventava nas lutas e nas propostas.

Chegamos à reta final das eleições, com Pedro obtendo mais de 60 mil votos no Estado. Não foi possível sua reeleição, mais sua marca de homem sério, valente com propostas claras, sem promessas vazias e com um discurso apurado esse sim foi vitorioso. “A morte surda caminha ao meu lado”, já dizia o poeta Baiano Raul Seixas. Agora chega a notícia da sua morte, depois de ter penado por três meses em uma luta intensa na tentativa de se recuperar de uma cirurgia no coração. As 22hs Pedro nos deixou no hospital Beneficência Portuguesa em São Paulo. Um vazio no peito de muitos amigos, eleitores, militantes e camaradas que conviveram com ele.

Vá em paz amigo Pedro Eugênio e que o céu lhe receba de braços abertos. Pedro guerreiro que plantou a semente da luta e colheu a semente do bem eterno.

PEDRO EUGÊNIO HOMEM SÉRIO
UM GRANDE GUERREIRO
HOMEM SIMPLES E LUTADOR

UM GRANDE COMPANHEIRO
UM POLÍTICO DE ALMA LIMPA
UM GRANDE BRASILEIRO.

Hérlon Cavalcanti é militante politico e jornalista.

Opinião:Familiares com cargos na administração municipal

Por causa de uma brecha na Súmula 13 do Supremo Tribunal Federal – aprovada para coibir o nepotismo no serviço público –, prefeitos estão garantindo emprego para seus parentes no primeiro escalão da administração. São filhos, mulheres, irmãos, tios e sobrinhos ocupando cargos de secretário municipal, o mais alto posto entre aqueles de livre escolha do prefeito.

Eles têm a seu favor o fato de o texto da súmula do STF não vedar expressamente a nomeação de familiares do prefeito para secretários municipais. Tem alguns casos que se baseiam ainda em algumas decisões judiciais posteriores que liberaram as contratações pelo chefe do Executivo. De acordo com alguns especialistas, o volume de parentes em cargos de primeiro escalão é resultado da falta de uma lei vedando o nepotismo integralmente, e de uma súmula mal redigida, que gera uma série de interpretações.

Os casos de nepotismo em Pernambuco estão espalhados por cidades de todas as regiões do estado, independentemente do tamanho e de qual partido é o prefeito. Em Carpina, cidade da Mata Norte do estado, a filha do prefeito Carlinhos do Moinho (PSB) já foi nomeada a secretária de Turismo e agora vai comandar a Saúde do município. Com um salário entorno de R$ 6 mil, Cássia de Moinho é estudante de Odontologia e vai ocupa uma das principais pasta da administração, responsável por planejar, desenvolver, orientar, coordenar e executar a política de Saúde da cidade, compreendendo tanto o cuidado ambulatorial quanto o hospitalar, e as ações de vigilância sanitária e epidemiológica. Sem esquecer que a Secretaria de Saúde tem dinheiro “de fundo à fundo” e outras fontes de recursos para a sua manutenção.

Por mais que tenham as brechas na lei de nepotismo na administração pública e diversas interpretações, se faz necessário e urgente mudanças colocando um ponto final neste ciclo vicioso. O Ministério Pública de Pernambuco conta com uma Promotoria de Patrimônio Público para analisar esses casos de favorecimento de familiares.

OPINIÃO: Querem acabar com nossos direitos

Por BERNARDO CAMPOS CARVALHO*

Nosso legislador foi muito feliz quando adotou na Constituição o princípio legal de que todo mundo é inocente até que se prove o contrário, ao final de um processo.

Esse princípio legal é um dos mais importantes de nossa Constituição, pois preserva o cidadão da pecha de culpado, de criminoso, sem que tenha ao menos passado pelo crivo de um julgamento, com direito de defesa.

Negarmos ao acusado a ampla defesa é o mesmo que negarmos o direito à liberdade ao ser humano, é voltarmos ao tempo da ditadura militar com a legalização da prisão arbitrária, da tortura e da morte sem julgamento, como ocorria no Brasil e ultimamente ocorria em Guantánamo, por parte dos Estados Unidos.

Só quem já sofreu na pele uma acusação injusta, principalmente da prática de um ato criminoso, sabe o quanto é dolorido e revoltante esse sentimento, e é nesse momento que mais se clama e se valoriza a justiça.

Por outro lado, a restrição ao direito de defesa, como meio de combater a violência, impondo-se da prisão do acusado, após o julgamento de primeira instância, é uma barbárie ou absurdo, é o mesmo que acabarmos com nossos tribunais, tão importantes na correção da aplicação da lei e da Justiça.

Não vamos confundir a proibição do uso do recurso como meio de celeridade, com o excesso de prazo em seu processamento, face a burocracia existente, que carece de profunda reforma, para que haja, efetivamente, maior rapidez.

Ressalte-se que a nossa Justiça é por demais lenta, seja em primeira instância, seja em nossos tribunais. Carece, como dissemos, de ampla reforma para tornar os processos menos burocráticos, usando-se mais o princípio da oralidade, com uma única audiência e decisão imediata.

Vale mais a pena, ao concluirmos, um culpado solto, ainda que provisoriamente, do que um inocente preso, pois jamais poder-se-á restituir o seu direito, e principalmente, a sua dignidade.

*Bernardo Campos Carvalho é advogado criminalista e especialista em tribunal do júri, participando dos casos Champinha e Celso Daniel, dentre outros de repercussão nacional

Artigo: Brasil, Pátria Educadora?

Por Célio Pezza

Durante o discurso de posse, Dilma Roussef anunciou seu slogan do segundo mandato: ‘Brasil, Pátria Educadora!’. Pouco tempo depois, cortou os gastos com Educação e mostrou a realidade de seu governo.

O Brasil apresenta um quadro caótico, com números que posicionam nosso País como um dos piores do mundo em termos de Educação. O estudo ‘Education at a Glance’, da UNESCO, colocou o Brasil como uma das mais baixas taxas de inclusão do ensino superior do mundo, perdendo para países vizinhos como Chile, Argentina, Equador e outros. É uma vergonha!

O slogan ‘Pátria Educadora’ está bem longe da realidade. Ao invés de aumentar os investimentos em Educação, o governo Dilma já cortou do Ministério da Educação mais de R$ 7 bilhões em apenas três meses de governo. Onde está a Pátria Educadora?

Um estudo feito pelo movimento Todos pela Educação, com base na Prova Brasil de 2013, mostrou que o brasileiro aprende cada vez menos nas escolas públicas. Por exemplo, apenas 10% dos municípios brasileiros atingiram a meta mínima para Matemática no 9º ano, ao passo que, em 2011, esse índice era de 28%. Em Língua Portuguesa, o número caiu de 55% para 29% nesse mesmo período. É essa a grande meta do governo? Afundar o Brasil na ignorância?

O Brasil avançou muito na quantidade de alunos nas escolas, mas a qualidade da educação caiu a tal ponto, que é normal um analfabeto funcional ser diplomado em algumas escolas públicas. Em outras palavras, o aluno sabe ler, mas não entende o que está lendo.

De acordo com o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) esse corte de verbas está na contramão de um projeto de melhorias na Educação. É preciso reconstruir as escolas públicas, pois algumas parecem um depósito de lixo; é preciso valorizar os professores, e o que vemos são professores em greve por falta de pagamentos.

Alunos do FIES correm o risco de parar seus estudos, pois não conseguem confirmar seus financiamentos. É uma bagunça generalizada e os alunos não sabem a quem pedir socorro. O Ministério da Educação comunicou que o início das aulas de novas turmas do tão falado Pronatec foi adiado para junho, pois faltam recursos.

Como pode um curso semestral iniciar em junho? Esse é o conceito de uma Pátria Educadora? O lema de nossa bandeira é Ordem e Progresso. Sem Educação, teremos Desordem e Retrocesso.

Célio Pezza é colunista, escritor e autor de diversos livros.

OPINIÃO: A cópia e a xerox

Por ELAINE VIANA*

(Da série “Ainda não conheci o mundo, mas há quem diga que ele começa em Caruaru”.)

Sempre acreditei que o acesso à informação, como parte do processo de aquisição de conhecimento, é condição essencial para a adaptação do homem. Por isso, devido à minha condição de recém-chegada às terras desta cidade-país (o “País de Caruaru”), venho refletindo sobre as informações trazidas pelos novos colegas e amigos destas paragens, bem como do noticiário caruaruense.

Como boa representante das angúrias atuais para conciliar as inúmeras funções reservadas ao gênero feminino, embalo as tarefas domésticas matinais com o noticiário de emissoras locais de rádio. A princípio, detenho-me nesta ou naquela displicência dos colegas jornalistas que, ora se abstêm de citar a fonte, assumindo o discurso dos representantes do governo municipal, ora esquecem de privilegiar o discurso direto na própria elaboração do texto informativo e, distraidamente, ofendem a clareza e a objetividade tão cortejadas pela comunicação social. Ultimamente, notícias e reportagens têm sido meu principal objeto de reflexão em busca de capturar a maneira de sentir e pensar deste povo, ao qual me afeiçoo um pouco mais a cada dia.

A pauta do noticiário do dia anuncia a aprovação, pela Câmara Municipal, de pleito para instalação de mirantes no Monte Bom Jesus. Até aí tudo bem, não fosse a ênfase dada pela matéria ao fato do morro ter sido “pacificado”, termo repetido três vezes em um mesmo período de poucas frases curtas. Pacificado? Como assim? Será este o Morro Bom Jesus do Alemão? Imediatamente, as estatísticas do crime organizado do Rio de Janeiro habitam minha mente, seguidas pelas imagens sensacionalisticamente veiculadas em noticiários nacionais: tiros, arsenais bélicos, fugas e perseguições.

Insiste uma estranheza materializada na pergunta que não quer calar: por que razão a utilização política da palavra “pacificação”? Que estranha estratégia de marketing esconde-se atrás do termo? A infelicidade da escolha parece-me gritante. Quantos humildes mortais, assim como eu, têm como motivação para um movimento migratório a busca por qualidade de vida? E outros tantos mortais, nem tão humildes assim, que pensam encontrar no município as condições para instalar ou ampliar seus investimentos? Por um segundo, cogito voltar à capital. Lá, apesar da violência bem mais explícita, não há regiões pacificadas. Pelo que sei constar, ainda não se fez necessário tanto.

Então, imagino a população simples de baixa renda com seus amplos sorrisos ao sentirem-se pertencentes a uma comunidade pacificada. Comungando deste pseudo marketing às avessas, tornam-se beatos de São Prefeito das Dores Eternas ou de São Deputados das Verbas Vindouras. Imagino também o apogeu quase hollywoodiano que costuma acompanhar tais ações, com direito à visita de presidentes, ministros, governantes, secretários, diretores, aduladores e bajuladores de toda natureza de poderes, órgãos e instituições.

Aqui, no “País de Caruaru”, ou lá, nos Morros do Rio de Janeiro, a pretensa pacificação guarda suas semelhanças: afasta-se e coíbe-se a escória marginalizada, sem que se extingam as causas da marginalização. Lá, o crime volta a se organizar nas barbas do Estado e com a conivência deste. Aqui? Rezemos e vigiemos para que, como diria um amigo recém-adquirido nestas terras: “Nem sempre a cópia seja igual a xerox”.

*Elaine Viana é jornalista, especialista em comunicação empresarial e servidora do TJPE (Tribunal de Justiça de Pernambuco)