De principal representante da direita a cabo eleitoral de desafeto político: O fim melancólico da carreira política de Tony Gel

A frase “faça o que eu digo, mas não faça o que faço” poderia exemplificar perfeitamente a postura de Tony Gel (MDB) no que se refere a sua recente trajetória política em Caruaru.

De representante ferrenho da direita até coadjuvante da esquerda local bastaram apenas oito anos de atuação de Gel conforme, primeiro, relembra este TBT da campanha de 2016, quando o até então candidato à Prefeitura questionou o seu adversário da época sobre o governo da presidenta do Brasil e petista Dilma Rousseff.


Passados menos de 10 anos e escanteado da disputa das eleições municipais de 2024 restou agora para Tony Gel se resumir a pedir votos para Zé Queiroz, desafeto histórico político e tradicional integrante da esquerda de Caruaru.


Um fim melancólico para carreira política de Tony Gel!

Urgente, em 24h a Justiça Eleitoral Determina novamente a Suspensão de Propaganda Irregular de Zé Queiroz

Na tarde desta quinta-feira (03), a Justiça Eleitoral da 105ª Zona de Caruaru, Pernambuco, determinou a suspensão imediata da veiculação de propagandas eleitorais da coligação “Caruaru Forte de Novo” nas emissoras de rádio e TV. A decisão, assinada pela juíza Priscila Vasconcelos Areal Cabral Farias Patriota, foi motivada pela reincidência na utilização irregular de tempo de apoiadores políticos, em desacordo com o artigo 54 da Lei 9.504/97.

A coligação “Avança Caruaru” entrou com a representação ao constatar que o tempo de fala de um apoiador na propaganda de TV ultrapassou o limite permitido, representando mais de 83% do conteúdo, enquanto a lei estabelece um máximo de 25%. Em resposta, a Justiça Eleitoral acatou o pedido liminar, ordenando a suspensão da propaganda e estabelecendo uma multa de R$ 5.000,00 para novos descumprimentos.

A decisão reforça o compromisso da Justiça Eleitoral em garantir a igualdade nas disputas eleitorais, punindo excessos e promovendo o equilíbrio entre os candidatos.

Novela QueiGel tem novo capítulo, agora, tendo como protagonistas Wolney Queiroz e Tonynho Rodrigues

Recheados de enredos dignos de uma novela mexicana, a cada raiar do dia, verdadeiros dramalhões relacionados à campanha para Prefeitura de Caruaru, que se encontra sendo encabeçada pelos ex-desafetos e agora aliados Zé Queiroz (PDT) e Tonynho Rodrigues (MDB), vêm ultrapassando os muros do Comitê da Coligação Caruaru Forte de Novo, chegando até os ouvidos dos eleitores caruaruenses, que custam ainda acreditar na composição partidária formada por ambos os grupos políticos.

O capítulo da vez da novela QueiGel teve como protagonistas as crias dos patriarcas Zé e Tony, respectivamente, Wolney Queiroz e Tonynho Rodrigues. Cenas de um bate-boca nada agradável entre os dois foram registradas, na tarde desta sexta-feira (27), devido, pasmem, a simples escolha de uma música para utilização, nesta reta final de campanha de rua.

“Eles também discutiram por outros motivos, mas o maior deles foi por causa dessa música, que Tonynho gostaria de usá-la para fazer uma menção ao seu pai Tony Gel, mas que acabou sendo barrada por Wolney, aumentando ainda mais o bate-boca”, disse uma fonte ligada à Coligação Caruaru Forte de Novo.

O novo embate ou melhor o novo capítulo relacionado à campanha dos “ex-desafetos” vêm a se somar aos demais que já foram registrados não só no passado recente, mas também no distante, que ganharam até proporções de um verdadeiro “Vale a Pena Ver de Novo”.

Quem não recorda do capítulo: Debate Zé Queiroz x Miriam Lacerda de 2012, que ainda se encontra gravado nas memórias dos caruaruenses e nas plataformas de vídeos disponíveis, quando na oportunidade, o agora candidato à Prefeitura esculachou a própria mãe de seu atual candidato a vice?

Passados mais de 12 anos, o certo é que novos capítulos da novela QueiGel foram e continuam ainda sendo registrados projetando um final nada feliz, no dia 6 de outubro, data da realização do 1º turno das eleições municipais 2024.

Rodrigo Pinheiro vence ação sobre acusação de fake news no Plano de Governo

O prefeito e candidato à reeleição Rodrigo Pinheiro (PSDB) obteve mais uma importante vitória judicial, esta semana, ao derrotar o candidato José Queiroz (PDT) em uma ação que envolvia a acusação de divulgação de fake news em seu plano de governo. A Justiça Eleitoral da 105ª Zona de Caruaru julgou improcedente a representação movida pelo ex-prefeito, que alegava a veiculação de dados inverídicos relacionados aos investimentos na educação durante a gestão de Rodrigo.

A decisão judicial destacou que as informações apresentadas no plano de governo estavam devidamente fundamentadas em fontes públicas e transparentes, não havendo qualquer prova de que os dados fossem falsos ou intencionalmente manipulados para induzir o eleitorado ao erro. A juíza Priscila Patriota ressaltou que, para caracterizar “fake news”, seria necessária a comprovação de falsidade manifesta, o que não foi observado no caso.

Este processo ganhou destaque na imprensa e foi amplamente divulgado em diversos blogs locais, reforçando o papel essencial da Justiça Eleitoral no combate à desinformação e à manutenção de um debate político honesto. Com essa vitória, Rodrigo Pinheiro segue sua campanha com a credibilidade reforçada, enquanto o uso indevido do termo “fake news” é, mais uma vez, desmascarado.

A vitória no tribunal demonstra o compromisso de Rodrigo com a transparência e sua disposição de continuar apresentando suas propostas de forma clara e verdadeira, em respeito aos eleitores de Caruaru. Agora, com esse capítulo encerrado, ele segue focado em trabalhar pelo futuro da cidade, confiando no julgamento consciente da população.

Prefeito de Caruaru Rodrigo Pinheiro é empossado vice-presidente do ‘G100’ grupo especial da Frente Nacional de Prefeitos (FNP)

O Prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro (PSDB), encontra-se em Brasília em busca de recursos e participando do 84º Encontro da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que acontece desde a última segunda-feira (13). Entre as atividades do grupo de gestores municipais, está as discursões do G100, grupo de municípios com mais de 80 mil habitantes, identificado pela FNP, por apresentar uma situação complexa de baixa receita per capita e elevada demanda por serviços públicos. Na ocasião, o Prefeito Rodrigo Pinheiro foi empossado como vice-presidente da FNP para o G100. Atualmente são 112 cidades brasileiras que se encaixam no grupo G100, onde são levados em conta quatro critérios: receita corrente per capita, proporção de crianças de até 5 anos de idade não matriculadas no ensino infantil, taxa de dependência do SUS e população abaixo da linha da pobreza.

“A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) possui várias temáticas específicas, mas o G100 se encaixa nessa transversalidade dos principais problemas enfrentados por esses municípios populosos e relevantes, como Caruaru. O grande desafio é se debruçar nesse trabalho em conjunto com esses municípios, pois são grandes as demandas pra gente trabalhar em prol de todos. Temos pela frente muito que dialogar e seguir buscando sempre o melhor para nossos municípios, principalmente junto ao Governo Federal, até por que o próprio governo já sinalizou, e vem sinalizando, várias ações voltadas a esses municípios de porte médio, com receitas não tão altas, mas populosos e com elevada demanda de serviços públicos, como é o caso da nossa cidade”, ressaltou Rodrigo Pinheiro.

FNP – Prefeitas e prefeitos de todas as regiões do país estão em Brasília/DF para a 84ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). O evento ocorre nos dias 13 e 14 de março, com mais de 520 inscritos, entre eles mais de 100 prefeitos, sendo 15 de capitais. As autoridades municipais debatem os desafios das médias e grandes cidades, com a presença do presidente e vice-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, além dos Ministros Fernando Haddad e Alexandre Padilha.

Wolney Queiroz é nomeado por Lula secretário-executivo da Previdência Social

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou o ex-deputado federal Wolney Queiroz (PDT-PE) como secretário-executivo do Ministério da Previdência Social. É o segundo principal cargo da pasta. O primeiro é o do ministro, também ocupado por um pedetista, o presidente nacional do partido, Carlos Lupi. O decreto com o nome de Wolney foi publicado no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (9)

“Com muita alegria, aceitei a tarefa de assumir a Secretaria Executiva do Ministério da Previdência Social, um convite especial do ministro Carlos Lupi e presidente Lula. Continuo trabalhando em defesa do povo de Pernambuco, e agora de todo o país, para garantir uma Previdência Social humana, célere e justa. Contem comigo!”, escreveu em suas redes sociais.

Filho do ex-prefeito de Cararu e ex-deputado José Queiroz, Wolney foi líder da bancada da Oposição ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2022, e também líder do PDT na Câmara dos Deputados em 2020 e em 2022. Depois de cinco mandatos como deputado federal, obteve 63.242 votos nas últimas eleições, mas não conseguiu reeleger-se. O pedetista também integrou o Conselho Político do governo de transição no ano passado.

OPINIÃO: S.O.S Venezuela

Por RAFFIÊ DELLON

Não há como nos excluirmos de toda essa tentativa genocida do governo venezuelano de tentar extinguir do seu território todos aqueles que pensam diferente da ditadura castro-chavista. Tudo teve início com a participação efetiva dos estudantes que, de forma democrática, criticavam a política econômica do presidente Nicolás Maduro e exigiam a libertação dos universitários detidos nos dias anteriores do 12 de fevereiro em protestos no interior do país. Com o apoio de políticos da oposição, as manifestações ganharam proporções que nem o finado Hugo Chávez teria a percepção de achar que isso poderia ocorrer em seu regime.

Graves problemas econômicos, escassez de alimentos, precariedade dos serviços públicos e uma incontestável vocação autoritária causam indignação e revolta desses que estão nas ruas diariamente pedindo a renúncia do ditador Maduro, com uma censura digna dos defensores do regime e controle do que é veiculado nas TVs, jornais, rádios e, claro, redes sociais. A confirmação da morte de alguns manifestantes foi o estopim para a disputa aumentar, tendo o presidente afirmado que seria a tentativa de um “golpe de estado”, e que na sua forma “democrática” de gestão iria mandar prender todo aquele que pensasse diferente do seu regime, que tem atrasado de forma virulenta a Venezuela.

Numa crise de loucura, o presidente boliviano Evo Morales, um dos que apoiam Maduro, chegou a afirmar que o “imperialismo norte-americano” e a “oligarquia” venezuelana financiam os jovens que protestam na Venezuela para tentar acabar com a revolução do seu colega Nicolás Maduro. E aí chegamos ao cúmulo da barbárie, uma nota de apoio do PT, partido que governa o nosso poder federal, a toda essa zona que está acontecendo aqui ao lado. Nota de apoio a uma violência fora do controle, com o governo venezuelano prendendo e torturando inocentes sem julgamento algum, atingindo uma população que protesta legitimamente contra um governo fracassado, autoritário e antidemocrático.

O momento político da América do Sul não é dos melhores. Existe uma diferença gritante entre as manifestações dos estudantes venezuelanos que estão lutando por democracia e, por exemplo, os “black blocs” no Brasil, que se mobilizam em prol da desordem, da bagunça e da morte de legítimos inocentes. E olhem que as tentativas de censura da imprensa brasileira já foram colocadas em pauta várias vezes pelo atual governo.

Restam-nos, como brasileiros, lutarmos para que nenhum milímetro de democracia seja apagado ou retrocedido, algo que se dependesse do governo federal, leia-se PT, já teria se tornado “venezuelana” há bastante tempo. Para os tais defensores, elogiar a ditadura, em tese, é belíssimo; viver nela todos os dias já é outra história.

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Raffiê Dellon é presidente do PSDB de Caruaru. Escreve para o blog todas as segundas-feiras

OPINIÃO: Novos municípios no Brasil?

Por RAFFIÊ DELLON

Nesta terça-feira (18), o Congresso votará o veto presidencial ao projeto de lei complementar que estabelece novas regras para a criação de municípios no Brasil. Dentro disso, foi implantada até entre os parlamentares uma frente de apoio aos movimentos emancipacionistas. O texto foi aprovado em outubro de 2013, com o apoio de 312 deputados e 53 senadores, e recebeu veto integral do Executivo. Como a análise do veto deverá ser feita em votação aberta, é pouco provável que o Congresso consiga rejeitá-lo, apesar do anúncio feito pelo líder da bancada do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), de que vai trabalhar pela rejeição.

Além da discussão crucial se é benéfica ou não a criação de 188 novos municípios, esse imbróglio deixa exposta a nada tímida “fominha” do PMDB por cargos, em que sua parte de parlamentares “não-ulissistas” vive choramingando nos quatros cantos do Congresso por falta de cargos e acomodações no atual aparelhamento quase que institucional que o governo do PT impregnou na Esplanada dos Ministérios, numa barganha escancarada que mostra de forma clara toda a jogatina política que quase tem quebrado o Estado.

De volta ao nosso tema de hoje, pelas novas regras, para dar início ao rito de fundação de novas cidades, é necessário o encaminhamento de um pedido para as Assembleias Legislativas com apoio de pelo menos 20% do eleitorado. O veto da atual presidente soa como uma verdadeira “autoculpa”. Depois de ter quebrado os municípios e prefeituras brasileiras, ela faz uma reflexão de que abrir essa torneira, que tem uma grande finalidade de interesses políticos eleitorais, seria, no mínimo, bastante precipitado para um país que não tem suas próprias rédeas de responsabilidade com o FPM. Sem contar que a criação dessas novas cidades representaria cerca de 30 mil novos cargos públicos no país.

Do ponto de vista prático e considerando o atual momento que estamos passando em nível federal, de que temos inúmeros municípios que estão com o seu limite de gastos totalmente ultrapassados, muitos não conseguem sequer pagar o décimo terceiro salário. Não é o melhor momento, hoje, para ser colocada em questão a probabilidade dessas novas circunscrições. Os riscos são maiores que os benefícios. A falta de autonomia fiscal torna a maioria das prefeituras dependentes de outros poderes, numa equação que transforma o próprio prefeito num legislador perante os governos estaduais e federal.

Outro ponto considerável é que os gastos para a implementação da máquina administrativa dessas novas prefeituras poderiam chegar a R$ 9 bilhões mensais vindos dos cofres públicos, um impacto altíssimo, tendo como base o número de prefeitos, vice-prefeitos, servidores do Legislativo e Executivo e vereadores com as novas Câmaras. Além de tudo isso, levando em conta o médio prazo, o aumento no número de municípios acabaria obrigando o governo federal a ampliar a carga tributária para tentar cobrir as perdas das cidades que forem desmembradas.

Num contexto geral, a criação de novos municípios, em tempos que o PT suga e depena o que é público, seria uma tragédia anunciada que beneficiaria alguns já pré-eleitos prefeitos e vereadores.

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Raffiê Dellon é presidente do PSDB de Caruaru. Escreve para o blog todas as segundas-feiras

OPINIÃO: Mais médicos, menos Cuba

Por RAFFIÊ DELLON

Vários estudiosos, respaldados por pesquisas inteligentemente bem elaboradas, constataram que o grande câncer da medicina pública no Brasil não é a falta de hospitais, mas sim a carência de médicos e, principalmente, de estrutura física para esses profissionais executarem suas teorias e práticas que levam anos de estudos minuciosos e que necessitam de muito foco no aprendizado, pois é a vida humana que está em jogo. Quem acompanha as últimas notícias sobre o governo federal também já está cansado de saber do namoro que este país tem por Cuba. É algo que nem Afrodite, deusa do amor, da beleza e da sexualidade na mitologia grega, conseguiria explicar em terras tupiniquins.

Nos portos, está mais do que claro que o governo do PT, sem explicação lógica alguma, colocou mais dinheiro na estrutura portuária de Cuba do que a nossa brasileira, que vale frisar: está muito longe de ser um modelo eficiente. Segundo o portal Contas Abertas, nos últimos três anos, por meio de empréstimo do BNDES, o Brasil teve como participação anual média o valor de US$ 227,4 milhões para construção do Porto de Mariel, em Cuba. Só em termos comparativos, no Brasil, o total de investimentos em portos em 2013 foi de US$ 15,5 milhões, levando em consideração que é preciso ser investido no país US$ 18,7 bilhões.

Você acha o valor absurdo? E se eu contasse que todos os dados acima transcorrem em segredo de Justiça? Pois é. Além de sucatear o sistema portuário brasileiro, existe um receio no namoro Brasil/Cuba de que os verdadeiros donos de todo esse dinheiro – leia-se população brasileira – fiquem sabendo sobre como os valores são empregados na ilha dos irmãos Castro. Já na temática da saúde, área que deve ser prioritária para qualquer gestor público, a relação conjugal não é diferente.

Cuba + PT + Dólares = Financiamento ilegal de campanha. É uma equação que, caso venha a ser confirmada, não será nenhuma novidade para os olhos dos mais experientes em negociatas políticas. Para termos ideia, a vinda dos médicos cubanos ao Brasil vai representar uma turbinada no caixa financeiro do governo da ilha de pelo menos R$ 713 milhões por ano, o que significa 77,01% do repasse que o nosso país investe para trazer os profissionais. É lamentável que grande parte do salário vá direto para Cuba, num modelo “neoescravista” que surpreende qualquer pessoa de bom senso humano.

Não que eu queira ser maldoso, ou algo do tipo, ou até achar que o PT seria capaz disso… Longe de mim! Mas é bastante plausível a atenção que o ministro do STF, Gilmar Mendes, citou na última semana sobre a necessidade de o Ministério Público investigar as supostas doações de dinheiro feitas para o pagamento de multas impostas aos petistas condenados no julgamento democrático do mensalão, uma vez que não há qualquer controle sobre as transferências dos “militantes”, que já ultrapassam R$ 1,7 milhão. Eu, francamente, não quero acreditar que, por trás disso tudo, exista uma “castrisma lavanderia companheira limitada”.

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Raffiê Dellon é presidente do PSDB de Caruaru. Escreve para o blog todas as segundas-feiras

OPINIÃO: Para que serve o Legislativo?

Por RAFFIÊ DELLON

As devidas importâncias ou olhares da sociedade para tais setores parecem que no Brasil só existem após prováveis escândalos, pautas pontuais e/ou repercussões nacionais. Não seria diferente no caso do Parlamento, ou, simplificando mais, nas Câmaras de Vereadores, Assembleias Legislativas e Congresso Nacional, com sua Casa Alta (Senado) e Casa Baixa (Câmara dos Deputados). Trazendo para a realidade caruaruense, alguns fatores dessa crise de identidade legislativa nos levam a perguntar: “Para que serve o Poder Legislativo?”.

Tudo tem início lá atrás, antes mesmo de Montesquieu, político e filósofo francês que deu origem à Teoria da Separação dos Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), adotada por várias constituições, entre elas a brasileira. Buscarmos o gênesis do Parlamento é nos aprofundarmos sobre a origem das necessidades da sociedade humana, de modo que, diante do convívio social, naturalmente surgem suas necessidades individuais, coletivas, que precisam de uma regulamentação, seja por regra, lei ou qualquer outra forma institucional que valide tais “proposituras” do coletivo pleiteante. Daí nasce a importância do Legislativo.

Antes mesmo da Era Comum, relatos confirmam que entre o povo hebreu Moisés, um dos líderes, buscava perante os mais idosos soluções e opiniões que o ajudassem ou facilitassem a peregrinação à Terra Prometida. No decorrer dos tempos isso foi se aperfeiçoando, dando origem ao Senado e, consequentemente, ao Poder Legislativo. Do ponto de vista prático, o objetivo do Legislativo é elaborar normas de direito com abrangência geral que são aplicadas a toda a sociedade, tendo como foco a satisfação de demandas da população e da gestão pública, algo que tem perdido o sentido nas casas legislativas de boa parte do país.

Outro fator negativo é que o fisiologismo tem se impregnado de forma voraz nessas casas que deveriam ser de grandes debates e também do contraditório – um dos princípios da democracia. Da esfera federal até a local, a diferença de porcentagem de governistas e oposicionistas é gritante. Sem falar que, logo após a eleição, boa parte desses “oposicionistas de mentirinha” acaba trocando o seu “pensamento político” por empregos ou benesses que sejam de acordo com sua estirpe, tirando e extirpando toda a lógica e os valores do Parlamento.

Além disso, há também a extinção dos grandes oradores. Podemos contar nos dedos os políticos que usam a tribuna de forma eloquente, que conhecem o sentido simbólico e atraente que este objeto tão antigo e, ao mesmo tempo contemporâneo, tem de importância para o debate no campo das ideias. Ulysses Guimarães profetizava: “Toda vez que você falar mal da Câmara, espere que a próxima será pior”. Em regimes ditatoriais, o Legislativo era exercido pelo próprio ditador ou por uma Câmara nomeada por ele. São atribuições e vícios que, apesar do fim da ditadura, ainda permanecem no Parlamento.

Durante o referido período citado acima, o Poder Legislativo acabou perdendo para o Executivo boa parte de suas funções, herança trazida até os dias atuais, o que transformou, de forma literal, parte das Câmaras existentes em verdadeiros “elefantes brancos”, contrariando a tese de Montesquieu e fazendo com que os demais poderes executem papéis que deveriam ser do legislador. Hoje, esse poder que deveria ser tão ativo e próximo da população está combalido, envergonhado de si, seja pelo pensamento dos eleitores que escolheram seus representantes ou pelos próprios eleitos para tais funções.

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Raffiê Dellon é presidente do PSDB de Caruaru. Escreve para o blog todas as segundas-feiras