Pedro Augusto
Carros estacionados com placas de várias cidades e estados, pessoas trafegando com sacolas abarrotadas pelas ruas, lojas repletas de consumidores. O cenário descrito ao lado define bem a realidade do Parque 18 de Maio, no centro de Caruaru, a cada fim de ano, e em 2016 não está sendo diferente. Na última Feira da Sulanca, antes do repasse da primeira parcela do 13º salário, um extenso fluxo de compradores foi contabilizado em todos os segmentos do espaço, proporcionando lucratividade em dobro para grande parte dos feirantes. De acordo com o presidente da Associação dos Sulanqueiros de Caruaru, Pedro Moura, apesar da crise, pelo menos até agora, a força motriz da economia caruaruense está obtendo desempenho satisfatório em termos de vendas.
“É sempre importante ressaltar que a Sulanca possui uma gama diferenciada de produtos em relação às outras feiras com atuação na região Agreste, sendo assim, costuma comportar um quantitativo redobrado de clientes nesta época do ano. Neste último bimestre, mesmo com todos esses problemas provenientes das intensificações da crise e da seca, estamos projetando ao menos igualar com os faturamentos que foram contabilizados no mesmo período de 2015. Até o presente momento, tanto o fluxo de consumidores como o registro de vendas têm sido animadores e a tendência é de colhermos resultados ainda mais positivos com o repasse do 13º e a chegada consequentemente do mês de dezembro”, analisou Moura.
É o que também espera o sulanqueiro Carlos Clayton. Dono de dois bancos no antigo terreno da Fundac, ele está reforçando o estoque de vestuários para as próximas feiras. “Tivemos um movimento bom nesta última, mas é claro que deveremos vender ainda mais nestas próximas com o pagamento do 13º salário. Vários clientes que costumam revender as mercadorias adquiridas em suas cidades aproveitaram esta e as feiras anteriores para preencher as sacolas já de olho no repasse da gratificação anual. Além disso, a expectativa também é de comercialização redobrada no sistema varejo em relação àqueles compradores que querem já se preparar para as festas. Desta forma, não poderia fazer outra coisa a não ser reforçar o meu estoque de produtos.”
Segundo as estimativas do Departamento Municipal de Feiras e Mercados, neste mês de dezembro entre 70 e 100 mil pessoas deverão estar circulando pelos setores do Parque 18 de Maio à procura das mercadorias ideais. Para a sulanqueira Rosilene Maria, que atua no setor da Brasilit, o movimento redobrado do último bimestre servirá como um alento para a difícil temporada em que todos os feirantes tiveram de enfrentar. “Não posso nem comparar com o mesmo período do ano passado, haja vista que já nele estávamos tendo de encarar a crise. Porém, em relação aos últimos meses deste ano, é claro que hoje temos registrado, sim, volumes de vendas superiores no que diz respeito às passadas. Esperamos lucrar ainda mais a partir desta segunda-feira (5).”
A data citada pela sulanqueira marcará o início das atividades da Feira da Sulanca no mês dezembro. Quem deverá estar presente no período e no local será o autônomo Manoel Cassiano. Morador do Recife, ele vem aproveitando esta época do ano para adquirir bastante vestuários para a loja da sua esposa. “Temos de aproveitar que os consumidores irão receber o 13º salário e vender ainda mais. Apesar de todos os problemas de infraestrutura, faço questão de vir até a Sulanca devido à qualidade dos produtos e aos preços praticados. Já vim nesta última e até a véspera do Natal estarei me deslocando para cá à procura de boas oportunidades de compras.”
De acordo com o novo presidente da Acic, Pedro Miranda, as ações que estão sendo empregadas através do Comando Presente também vêm contribuindo para com o bom desempenho da Sulanca. “Elas têm sido positivas, haja vista que vêm beneficiando não só os compradores, mas também os próprios comerciantes que atuam tanto no Parque 18 de Maio como nos demais empreendimentos do Centro. De forma conjunta, as polícias, a Prefeitura de Caruaru e as entidades ligadas ao Comando Presente estão proporcionando uma maior segurança e mobilidade a todos que frequentam o nosso comércio e os bons resultados estão sendo contabilizados. A Sulanca está vendendo bem num fim de ano de crise.”