CinePE abre edição com documentário sobre Frei Damião

A cineasta Deby Brennand guarda boa recordações do CinePE. Foi neste evento, em 2016, que ela lançou seu primeiro longa-metragem, “Danado de bom”, saindo com quatro troféus. Ela retorna ao festival, desta vez na condição de Hors Concours, para abrir a 23ª edição do projeto com seu novo filme. A pré-estreia de “Frei Damião – O santo do Nordeste” ocorre hoje, a partir das 20h, no Cinema São Luiz.

Considerado venerável pelo Vaticano em abril, o frei capuchinho é uma das figuras religiosas mais admiradas por católicos brasileiros. Sua biografia, com especial atenção para as mais de seis décadas de dedicação ao Nordeste, é o tema do documentário comandado por Deby. Para a diretora, lançar a obra no CinePE é um presente. “Queria mostrar o filme primeiro aqui em Pernambuco, onde Frei Damião morou e onde é a terra de quase todo mundo que fez o longa. Vamos ver agora o que as pessoas vão achar”, comenta.

Com produção da Fábrica Estúdios e roteiro de Nadezhda Bezerra, o filme remonta a trajetória do sacerdote italiano mesclando cenas gravadas por atores, imagens de arquivo e entrevistas. A produção traz à tona vídeos inéditos. São filmagens feitas entre os anos 1970 até a morte do frei, em 1997, e que estavam guardadas em fitas de VHS no Covento de São Félix, no bairro do Pina. Juntam-se a essas gravações, imagens captadas pelos cineastas Otacílio Cartaxo e Machado Bitencourt, nos anos 1960, para um documentário que nunca chegou a sair do papel.

“É difícil mexer com a fé alheia. Espero que os fiéis gostem e vejam Frei Damião retratado como um homem, porque foi isso que eu busquei fazer. Para além dos milagres e do processo de santificação, quero que ao longo do filme vejam como ele era com os outros, ouvindo não só os pecados, mas também as dores e as alegrias. Como ele não usava confessionário, o contato era direto”, aponta a cineasta.

As filmagens ocorreram no ano passado e levaram a equipe a passar por várias cidades do Nordeste e pela Itália, onde o religioso passou sua infância e adolescência. Foram entrevistados familiares, padres, freiras, fiéis e outros que conviveram com o frei, que viveu até os 98 anos de idade.

Folhape

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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