ARTIGO: A semana dos estrondos

Por MENELAU JÚNIOR

Esta semana, Caruaru  “balançou” com tremores de terra. Não foi a primeira vez. Em 1960, o Jornal Vanguarda já trazia em sua primeira página: “Quatro explosões nesta cidade fizeram a terra tremer”. O texto, que não dava como certos os  abalos sísmicos, relatava os efeitos da “explosão”

Mas foi nos anos de 1963 e 1964 que se propagou a lenda de que o Morro Bom Jesus seria um vulcão adormecido – e os tremores, claro, seriam o aviso de que ele logo acordaria. Desde aquela época, a cidade tem sentido pequenos abalos em virtude de uma falha geológica que começa no Atlântico e passa pela região. Na década de 90, os tremores se tornaram mais comuns e com maior intensidade. Em 2007, tivemos o último grande abalo, com 3.9 na escala Ritcher.

O povo, que não costuma usar a expressão “abalo sísmico”,  acabou batizando os tremores de ESTRONDOS. A origem da palavra “estrondo” é curiosa: vem de “extonitrus”, que em latim significa “grande barulho”. O vocábulo é formado por ex-, “fora”, mais o elemento “tonitrus”, que significa “trovão”.

Ou seja, “estrondo” seria o trovão que vem de fora e que faz um grande barulho.

Ah, o nome usado pelos especialistas, ABALO SÍSMICO, tem origem grega. SISMO vem do grego “seíein” e significa “mover, deslocar, mexer”. Por isso virou sinônimo de “terremoto”.

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Menelau Júnior é professor de língua portuguesa. Escreve para o blog todas as quintas-feiras. E-mail: menelaujr@uol.com.br

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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