Que o Brasil vem enfrentando uma grave crise econômica todos já sabem. Porém, se no ano passado as perspectivas para o orçamento das famílias brasileiras não eram boas, em 2016 elas não serão muito diferentes. Para driblar essas dificuldades, muitos brasileiros acabam optando por usar linhas de créditos pré-aprovadas ou os famosos cartões de crédito.
Para o professor de finanças, Carlos Alberto Ercolin, apesar de serem atrativos, os cartões de crédito precisam ser utilizados com muito cuidado e responsabilidade. Segundo o especialista, tentar conhecer todos os tipos de cartões existentes no mercado, por exemplo, faz com que o cliente adquira o que combine com os seus hábitos de consumo e evite gastos desnecessários.
Ainda assim, as coisas não são tão simples quanto parecem. Para ele, o uso dos cartões de exige cautela e organização. “Se o usuário não for disciplinado acabará por gastar mais que o que tem na conta corrente. Muita gente se esquece que terá de pagar o que gastou no cartão, agindo como se ele fosse um saldo adicional”, afirmou.
Segundo Ercolin, os cartões de créditos só devem ser usados em casos de emergência, já que sua modalidade de financiamento é uma das mais caras do mercado. Hoje, os juros dos cartões ultrapassam 439% ao ano, segundo o Banco Central. Mas, se ainda assim, o consumidor precisar usar o crédito, a principal dica do professor é sobre a pontualidade e o pagamento total das faturas. “Seja sempre pontual no pagamento total da fatura, nunca pague apenas parte da mesma, devendo quitar a totalidade dela”, comentou.
Por outro lado, se o consumidor não tomou os devidos cuidados e perdeu o controle dos gastos o especialista dá algumas opções. “A primeira é a renegociação com a administradora do cartão. O usuário precisa negociar tantas vezes quantas necessárias, pois não adianta aceitar a primeira proposta da administradora, com taxas abusivas que ele não conseguirá pagar e terá de voltar a negociar, posteriormente. A segunda são as feiras de renegociação, com os altos índices de inadimplência, muitas empresas credoras têm optado por participar delas”, acrescentou Carlos Alberto Ercolin.
Para finalizar, Ercolin recomendou ao devedor a aposentar os seus cartões, até estabilizar sua vida financeira. “O consumidor precisa pensar seriamente em aposentar o cartão de crédito, pelo menos até quitar a sua dívida atual. Já que não adianta renegociar uma dívida se os seus hábitos não forem revistos. O usuário voltaria a renegociar, dentro de pouco tempo, as novas dívidas feitas com o uso continuado do cartão”. Para o professor de finanças, os cartões devem ser vistos apenas como uma reserva que será usada somente caso necessário e não para cobrir o rombo no final do mês.