Compesa lança títulos no mercado para garantir investimentos

Continuar investindo em obras de abastecimento de água e esgotamento sanitário é a meta da Companhia Pernambucana de Saneamento-Compesa para 2016, apesar do cenário adverso da economia brasileira. Uma das estratégias usadas pela estatal para reforçar o seu caixa foi captar R$ 100 milhões com a emissão de debêntures no mercado. Debêntures são uma forma de captação de recursos por meio de títulos, de médio e longo prazo, que conferem a ao seu detentor um direito de crédito em relação à companhia emissora. As obras que receberão estes recursos ainda não foram definidas pela companhia, decisão que deverá ocorrer nos próximos 15 dias, no mesmo período da assinatura do contrato com o banco Santander, o agente financeiro que venceu o pregão presencial ao oferecer as melhores condições de taxas de juros e prazo para a quitação do empréstimo. A expectativa da Compesa é receber os recursos em 45 dias e a sua utilização será restrita aos investimentos da carteira de recursos públicos, não podendo ser usados em custeio ou em obras financiadas pelo governo federal.

Esta é a terceira vez que a Compesa emite debêntures para incrementar o seu caixa para investimentos. No pregão realizado em dezembro do ano passado, três bancos participaram da disputa. Além do vencedor da licitação, o Banco Santander, participaram ainda, o Banco do Brasil e o consórcio formado pelos bancos ABC e Fator. Segundo a diretora de Gestão Corporativa da Compesa, Simone Albuquerque, este último processo contou com uma nova metodologia de captação. “Fomos para o mercado com as especificações pré definidas no edital da licitação, com o objetivo de fechar a operação com quem oferecesse uma condição mais atrativa”, afirmou Albuquerque. O Santander venceu a disputa oferecendo as condições mais vantajosas à Compesa, se adequando ao que a companhia referenciou na licitação.

A Compesa pagará a captação em 72 meses, sendo 12 meses de carência. O custo da comissão de estruturação da operação ficou em 1,4% do montante total emitido, somado a despesas reembolsáveis, que pode chegar até R$ 220 mil, o que corresponde a um total em torno de R$ 1,6 milhão, um valor bem abaixo do valor acordado com o Banco do Brasil em 2014, que foi uma taxa de 2,5%. “ Deduzidos esses valores, a Compesa receberá em uma única parcela o montante de R$ 98,38 milhões líquidos para investir em 2016 e continuar crescendo e melhorando a sua prestação de serviços”, comemora a diretora Simone Albuquerque. Já, para o pagamento da remuneração das debêntures, a Compesa acarará com a taxa anual do CDI ( Certificado de Depósito Intrerbancário) mais 3,81%. A negociação no pregão havia iniciado com o CDI e mais 5,1%. A taxa hoje do CDI está em 14,5% e como este percentual varia, os custos com a remuneração do banco também variam.

A diretora da Compesa credita o sucesso da operação ao amadurecimento da gestão da empresa e a acentuada capacidade de investimento nos últimos oito anos. “Temos hoje um perfil de um empresa com solidez financeira e de gestão consolidada, o que nos credenciou a ir para o mercado para uma disputa para a captação de recursos. A nota A+ da agência de risco Standard & Poor’s também nos posicionou positivamente no mercado”, observou Simone Albuquerque. A intenção da Compesa é investir R$ 700 milhões em 2016, já inclusos os R$ 100 milhões dos títulos em debêntures. A meta em 2015 era investir R$ 700 milhões, mas em virtude da ausência de repasses dos recursos do governo federal, o balanço que está sendo fechado, deverá registrar uma queda para R$ 380 milhões. Dos R$ 600 milhões de repasses do governo federal em 2015, a Compesa recebeu apenas R$ 200 milhões. “Apesar da crise financeira e atraso de repasses, a Compesa continuará otimizando os recursos disponíveis e usando de muita criatividade para manter o ritmo de investimentos que a sociedade precisa. Precisamos melhorar a nossa prestação de serviços e, consequentemente, a vida dos pernambucanos”, finalizou a diretora .

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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