Confiança do micro e pequeno empresário cai 8,3%, mostra SPC Brasil

O Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa de Varejo e Serviços (ICMPE) calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) teve uma queda de 8,3% em setembro na comparação com agosto deste ano, registrando 46,0 pontos. O recuo acontece depois de quatro meses de crescimento no indicador – agosto foi o primeiro mês da série histórica em que a confiança superou o nível neutro de 50 pontos, com 50,17. A escala do indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, mais confiantes estão os empresários.

“O resultado interrompe uma sequência de quatro altas seguidas do indicador e reflete o clima de incerteza diante dos impasses políticos e econômicos que estamos vivendo. Porém, comparando-se os dados de setembro com os dados de um ano atrás, a constatação é de que otimismo avançou com relação aos negócios e à economia: em ambos os quesitos, formou-se uma maioria relativa de empresários que se dizem otimistas com o futuro”, afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. Em setembro de 2015, o indicador de confiança do SPC Brasil e CNDL marcava 37,6 pontos. Com o resultado do último mês, o dado volta a ficar abaixo do nível neutro, evidenciando uma percepção negativa do ambiente de negócios, apesar de melhor do que a verificada há um ano.

Para Pinheiro, a consolidação da confiança é componente fundamental para o rompimento do atual ciclo recessivo, mas não acontecerá instantaneamente. “Além da agenda do ajuste fiscal, o governo precisa liderar uma pauta de medidas que favoreça o empreendedorismo, retirando antigos entraves à atividade produtiva, como a rigidez da legislação trabalhista e a complexidade do sistema tributário, com o objetivo de recolocar a economia num novo ciclo virtuoso de mais emprego, mais renda, mais consumo e, por consequência, aquecimento da atividade econômica”, explica.

O Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e pelo Indicador de Expectativas. Por meio da avaliação das condições gerais, busca-se medir a percepção dos micro e pequenos varejistas e empresários de serviços sobre os últimos seis meses. Já através das expectativas, busca-se medir o que se espera para os próximos seis meses.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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