Consumidor anota despesas básicas da casa, mas se descuida das pequenas compras

Entre aqueles consumidores que fazem um controle adequado do seu orçamento, os gastos de primeira necessidade e de valores mais elevados são os que recebem um tratamento mais cuidadoso. A pesquisa aponta que 92% anotam despesas básicas, como mantimentos, produtos de higiene, mensalidades escolares e contas da casa como água, luz, condomínio e aluguel. O mesmo percentual de 92% também anota as prestações contraídas no carnê, crediário e cartão de crédito que vencem nos meses seguintes. Outros 85% sempre anotam os rendimentos, como salários, pensões e aposentadorias.

Entretanto, o controle dos pequenos gastos cotidianos e compras não planejadas ainda são deixadas de lado por parte expressiva dos entrevistados. O dinheiro que poupam dos salários ou investem (24% que não controlam), gastos esporádicos com lazer e beleza (30% que não controlam) e pequenos gastos do dia a dia, como estacionamento, despesas com taxi e com idas para bares e restaurantes, por exemplo (36% que não controlam), ficaram nos últimos lugares do ranking das principais anotações.

No momento de lidar com o controle dos gastos mensais, os perfis dos brasileiros que controlam seu orçamento se dividem: enquanto 43% planejam o mês com antecedência, anotando os rendimentos e o que esperam gastar, outros 35% preferem anotar os gastos no decorrer do mês, verificando posteriormente como ficou o orçamento. Os que só anotam os gastos depois que o mês termina somam 21% da amostra, percentual que sobe para 25% entre os consumidores da classe C.

“Anotar as despesas no fim do mês é um grande risco, pois não há um controle real do quanto se gasta. Quando chega a hora de fazer as contas, pode ser que o consumidor tenha ultrapassado o limite do orçamento, ficando no vermelho. Uma boa estratégia para evitar que isso aconteça é reservar uma quantia fixa todo mês para as compras menores e respeitar esse limite. Mas, para isso, o planejamento das contas deve ser feito no início do mês”, diz o educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli.

69% pechincham na hora das compras, mas 45% costumam parcelar em vez de juntar dinheiro para comprar à vista

De acordo com a pesquisa, 84% dos consumidores têm o hábito de fazer pesquisa de preço e 69% costumam pechinchar em busca de valores mais em conta. Mas uma das principais dificuldades do brasileiro é se esforçar para adquirir algum bem a vista: 45% admitem não ter o hábito de juntar dinheiro para realizar uma compra de valor mais elevado à vista, optando na maior parte das vezes pelo parcelamento. A falta de paciência para esperar a quantia ser alcançada com o tempo (51%) é o principal motivo para quem nunca faz esse esforço.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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