A série de privatizações defendida pelo governo de Michel Temer (PMDB) deve afetar diretamente o bolso do consumidor. Isso porque a gestão peemedebista quer mudar a regra que determina que a proposta vencedora em leilões de infraestrutura seja sempre aquela que possua a menor tarifa para o usuário dos serviços. Sem nenhum tipo de regulamentação, as empresas poderão cobrar valores bem mais altos aos consumidores.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa, criticou as mudanças nas normas de concessão e o grande número de privatizações propostas pelo gestão de Temer. “O que esse governo que aí está é alugar o Brasil e pior que isso: querem que todos paguem a conta. Estão abolindo os critérios que levam em conta o bolso do consumidor para pensar apenas no que interessa essa gestão e sua gastança descontrolada”, afirmou o senador.
Humberto também questionou os gastos do governo Temer, que praticamente dobrou a previsão do déficit primário. No início do ano, ainda na gestão de Dilma Rousseff (PT), a equipe econômica da petista previa um déficit de R$ 96,7 bilhões em 2016. Ao assumir, Temer ampliou a previsão de gastos em mais R$66,7 bilhões, somando um déficit de R$ R$ 170,5 bilhões.
“O PMDB sempre quer que a população pague as contas dos seus desmandos. Mas não vamos permitir retrocessos e nem que empresários continuem lucrando com concessões públicas e que não tenham nenhuma compensação por isso. No final, quem prejudicado toda a população, que vai acabar pagando mais caro por serviços que poderiam ter valores menores”, afirmou o senador.
O pacote de concessões e privatizações defendido por Temer é composto por 34 projetos entre aeroportos (incluindo o de Recife), rodovias (como a BR-101/), terminais portuários e ferrovias, além de ativos no setor elétrico, óleo e gás, mineral e de saneamento.