Coronavírus: Estado realiza reunião para discutir estratégias e fluxos

Atenta aos casos de coronavírus ao redor do mundo, principalmente na China, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) já deflagrou as ações de vigilância epidemiológica da doença, seguindo as orientações do Ministério da Saúde. Além disso, na manhã desta quinta-feira (30/01), na sede do órgão, no Bongi, o secretário estadual de Saúde, André Longo, e técnicos da pasta se reuniram com a rede de saúde especializada, profissionais da área de infectologia e representantes de outras entidades para discutir as estratégias e se antecipar à ocorrência de possíveis casos suspeitos da doença no Estado, além de traçar o protocolo e fluxo de atendimentos nas unidades de referência.

“Não há, até o momento, nenhuma notificação de caso suspeito do coronavírus em Pernambuco. Além disso, esperamos que as ações desencadeadas pelo Ministério da Saúde possam barrar a entrada da doença no território brasileiro. Mesmo assim, estamos nos antecipando para manter a rede de saúde em alerta para, no caso de termos um caso suspeito, as ações de vigilância epidemiológica e de assistência possam ser tomadas de imediato. Pernambuco já tem uma larga experiência na vigilância em casos de emergência em saúde e uma rede pública com excelência na área de infectologia já treinada e com expertise no atendimento à população com doenças infectocontagiosas”, ressaltou André Longo. O gestor reforçou para a importância da população se manter informada por meio de órgãos oficiais, como a SES-PE e o Ministério da Saúde, e evitar propagar rumores e fake news sobre o assunto.

 Participaram da reunião o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Pernambuco (Cosems-PE), Orlando Jorge Pereira; o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia; e representantes da Anvisa, Apevisa, Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE),  Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz-PE, Sindhospe, Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), técnicos da SES-PE e dos hospitais Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), das Clínicas (HC), Correia Picanço, Português e Imip.

SUSPEITA – De acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, são considerados casos suspeitos de  coronavírus pessoas com febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais entre outros) e histórico de viagem para área com transmissão da doença (China) OU histórico de contato próximo a caso suspeito de coronavírus, sempre nos últimos 14 dias antes do aparecimento dos sinais ou sintomas. Para quem teve contato com paciente positivo laboratorialmente nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintoma, a sintomatologia para notificação pode ser febre ou algum outro sinal respiratório.

Assim que for levantada a suspeita para o coronavírus, recomenda-se que o paciente passe a utilizar máscara cirúrgica até ser encaminhado, se necessário, para a unidade de referência, onde deve ser colocado em isolamento. Os profissionais que tiverem circulação pelo isolamento também devem utilizar os EPIs necessários para evitar contaminação. Os pacientes serão tratados de acordo com a sintomatologia apresentada, já que não existe um medicamento específico para a enfermidade. Além disso, será realizada a coleta para os exames laboratoriais, que serão encaminhados ao Lacen-PE e, em seguida, para a referência nacional para esse tipo de teste (Fiocruz do Rio de Janeiro).

Os casos suspeitos ou prováveis devem ser notificados de forma imediata (até 24 horas) pelo profissional de saúde responsável pelo atendimento, ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde PE (Cievs-PE) pelo telefone (0800.281.3041- horário institucional) ou e-mail (cievs.pe.saude@gmail.com).

As informações devem ser inseridas na ficha de notificação disponível no site do Cievs (cievspe.com) e da SES-PE (portal.saude.pe.gov.br) e a CID10 que deverá ser utilizada é a: B34.2 – Infecção por coronavírus de localização não especificada.

“Os serviços de saúde já estão habituados com a notificação imediata para diversas doenças de importância para a saúde pública. Nesse momento, nosso objetivo é que os profissionais fiquem atentos a um possível caso suspeito de coronavírus para que o Cievs seja acionado em tempo oportuno e, com isso, possamos executar todas as medidas necessárias para prestar a devida assistência ao paciente e para evitar casos secundários”, frisou o secretário André Longo.

DOENÇA – Coronavírus é um vírus que tem causado doença respiratória recentemente identificada na China. Coronavírus são uma grande família viral, conhecidos desde meados de 1960, que causam infecções respiratórias em serem humanos e animais. Geralmente, infecções por Coronavírus causam doenças respiratórias leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum.  Alguns coronavírus, no entanto, podem causar casos graves com impacto importante na saúde pública como o coronavírus SARS-CoV, identificada em 2002, e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV), identificada em 2012.

TRATAMENTO – Não há nenhum medicamento específico para conter o Coronavírus. O tratamento indicado inclui repouso e ingestão de líquidos, além de medidas para aliviar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos. Nos casos de maior gravidade com pneumonia e insuficiência respiratória, suplemento de oxigênio e mesmo ventilação mecânica podem ser necessários.

PREVENÇÃO – As formas de prevenção ao coronavírus são as mesmas recomendadas para a influenza: lavar as mãos frequentemente; utilizar lenço descartável ao tossir ou espirrar, cobrindo nariz e boca; evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos e copos ou garrafas; manter os ambientes bem ventilados; e evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de infecção respiratória.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *