Crise estimula a inadimplência, mas não é a única vilã

Pedro Augusto

Antes de se dirigirem até as livrarias em busca dos materiais necessários, os pais ou responsáveis pelos alunos precisam efetuar as matrículas na rede privada de ensino. Quem, mesmo com a crise, conseguiu deixar as mensalidades do ano passado em dia, o período atual é de apenas renovar os seus contratos com as escolas e partir em busca dos produtos. Já quem se atrapalhou com as contas do dia a dia e acabou se tornando inadimplente, a saída agora é tentar renegociar as dívidas.

E pelo o último levantamento do SPC Brasil, a tendência é que neste início de 2016 o número de renegociações em todo o país seja maior em relação ao mesmo intervalo de 2015. Isso porque, de acordo com o órgão, no ano passado a inadimplência nas escolas privadas do Brasil cresceu em torno de 11% no comparativo com 2014.

Apesar de não contar com números oficiais, a Câmara Setorial dos Estabelecimentos Particulares de Ensino da Acic também confirmou o aumento da inadimplência no âmbito municipal. “É claro que essa crise contribuiu para com o crescimento das dívidas e, consequentemente, para o acréscimo das renegociações, porém não é apenas esse aspecto que vem atrapalhando o andamento de algumas escolas locais. Na medida em que elas não procuram oferecer um serviço de qualidade e nem se preocupam também em montar parcerias com empresas de cobrança, seus problemas financeiros acabam virando uma bola de neve. E é isso o que temos observado em várias instituições daqui”, argumentou o presidente da Câmara, Hilon Melo.

Para superar as dificuldades em 2016 – ano que também promete ser tão ou até mais complicado em relação a 2015 -, a dica para as escolas privadas é tentar se planejar. “Além de oferecer uma boa qualidade de ensino, é necessário também que elas fiquem atentas as suas organizações internas, estabelecendo parcerias com empresas para que estas últimas façam o acompanhamento e realizem as cobranças devidas durante o ano letivo. Até porque deixar as renegociações somente para o final de ano nunca é recomendável”, finalizou Hilon.

Em 2016, o ano letivo nas escolas privadas de Caruaru iniciará no próximo dia 1º.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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