Cunha garante que não vota aumento de despesas antes da votação do impeachment 

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse nesta terça-feira (3), em entrevista coletiva no Salão Verde, que o Plenário não votará nos próximos dias nenhuma proposta que gere despesas. “Vamos esperar que o novo governo, se efetivamente o Senado decidir pela admissibilidade [do processo contra Dilma por suposto crime de responsabilidade], possa julgar a oportunidade ou não do impacto nas contas públicas”, explicou.

Cunha não quis comentar a possibilidade de assumir a Presidência da República como substituto de Michel Temer caso ocorra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele disse, porém, que um governo de Temer terá mais facilidade para votar propostas no Congresso e contará com a sua ajuda total: “Não tenho dúvida nenhuma de que a governabilidade dele será muito mais facilitada por esse processo de ajuntamento dos grupos políticos e dos partidos que o estão apoiando.”

Processos 

Deputados de seis partidos (PSOL, PT, Rede, PCdoB, PDT e PPS) foram nesta terça-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) para cobrar o julgamento do pedido de afastamento de Cunha da Presidência da Câmara. Um novo argumento é o de que Cunha será o segundo na linha sucessória e, como está sendo investigado, deveria ser afastado.

A deputada Margarida Salomão (PT-MG) participou do encontro com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, e disse que ele deverá pedir ao relator do processo, ministro Teori Zavascki, uma resposta rápida aos parlamentares, mas assegurou que as questões para colocar em pauta esse julgamento são técnicas, e não políticas. “Em se caracterizando a incidência no processo em que ele é réu das ações que ele pratica como presidente da Câmara, sem sombra de dúvida nós teremos o afastamento do presidente Eduardo Cunha”, disse Margarida Salomão.

O presidente alega ser inocente e afirma não ter cometido nenhuma irregularidade. Na avaliação de Cunha, as decisões já tomadas pelo STF são no sentido de que os processos contra presidentes do Legislativo devem ser suspensos enquanto durarem seus mandatos, quando forem referentes a fatos alheios aos mandatos.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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