Bastante representativo para a história do país, o Dia do Trabalho não inspira avaliações voltadas somente para os índices de desemprego nos âmbitos local ou nacional, mas também para outros aspectos importantes direcionados para a classe trabalhadora. Três deles, que já foram ou ainda estão sendo muito debatidos no Congresso Nacional, se referem à Lei da Terceirização e às reformas Trabalhista e Previdenciária. Propostas pelo Governo Federal, caso sejam aprovadas na Câmara e no Senado, e chanceladas posteriormente pelo presidente Michel Temer, elas provocarão várias mudanças significativas nas vidas dos trabalhadores.
Com o objetivo de nortear ainda mais os leitores sobre as três propostas, VANGUARDA ouviu esta semana o seu especialista em Economia, Maurício Assuero. “As reformas propostas pelo governo são inócuas e excessivamente prejudiciais para a classe trabalhadora. Tanto é que a própria base de apoio ao governo Temer está se negando a votar. A urgência da reforma trabalhista saiu na marra. A questão da terceirização com a da atividade fim é complicada e pouco operante. A questão da Previdência é a famosa pá de cal. Não atende ao trabalhador e não atende ao governo, haja vista que as emendas propostas representarão uma perda de R$ 20 bilhões ao país. Pessoas que estão entrando agora no mercado de trabalho terão pouca chance de se aposentar”, disse.
O especialista ainda fez projeções para a classe trabalhadora. “Acredito que o melhor cenário para ela virá com as eleições presidenciais. Teremos um presidente eleito com legitimidade para mudar. Não descartamos uma melhora no emprego ao longo deste ano, mas não tem como acreditar que isso se dará na proporção exigida pela sociedade. A economia não irá se resolver pelas medidas do atual governo. Se isto acontecer, será como fruto da insistência empresarial. A situação política, com tanta gente implicada em corrupção, tem se mostrado, claramente, como o grande problema a ser contornado. Estão à mesa as reformas Trabalhista e Previdenciária, mas ninguém fala da reforma Tributária. Se o governo já tivesse feito esta última, provavelmente as outras duas teriam apenas de passar por ajustes”, afirmou o economista.