Diocese faz abertura oficial do calendário 2018

Diocese (20)

Pedro Augusto

Um evento realizado na manhã da última terça-feira (30), no auditório da Fafica, no Bairro Petrópolis, marcou a abertura oficial do calendário 2018 da Diocese de Caruaru. Na ocasião, padres, diáconos, monsenhores, seminaristas, ou seja, todos os religiosos que compõem o clero da instituição, que atende as demandas de exatamente 19 municípios da região Agreste, conheceram o Anuário Diocesano, bem como a nova Campanha da Fraternidade. Com o tema “Fraternidade e Superação da Violência” e o lema “Em Cristo, somos todos irmãos”, esta última visa, segundo a Igreja Católica, “constituir a fraternidade promovendo a cultura de paz, da reconciliação e da Justiça, à luz da palavra de Deus como caminho de superação da violência”.

O engajamento redobrado por parte da igreja no tocante à promoção da cultura de paz é mais do que justificado, haja vista que nos últimos anos os índices de violência acabaram saltando de forma alarmante em todo o país. Segundo os números apresentados no evento, se no intervalo de janeiro até dezembro de 2015, 279.567 pessoas foram assassinadas no Brasil, no mesmo intervalo, 256.124 vítimas fatais acabaram sendo computadas na guerra da Síria. Já no comparativo com nações de primeiro mundo, o Brasil contabilizou, em 2014, 13% de homicídios a mais em relação à Inglaterra e 436% de assassinatos a mais no que se refere aos Estados Unidos.

No cenário local, o clima também tem sido de terror. Para se ter ideia, somente no ano passado, 262 pessoas foram mortas em Caruaru, que acabou superando o seu próprio recorde histórico no tocante aos homicídios computados em uma única temporada. Responsável por destacar no encontro não só esses números, mas também vários outros aspectos importantes, o padre da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, Zenilson Tibúrcio, sintetizou de que forma todos os cristãos devem colocar em prática o tema da Campanha da Fraternidade de 2018.

“A proposta da campanha é justamente tentar superar a violência, com a certeza de que todos nós somos irmãos.
Primeiramente, precisamos cultivar a nossa paz interior para que possamos expandi-la no cotidiano. Em seguida, devemos praticar gestos de cordialidade, seja por palavras ou por ações, até porque, atualmente, temos observado uma intolerância e uma impaciência muito grande no que diz respeito às relações humanas. Precisamos combater isso, haja vista que a violência tem aumentado bastante por causa dessas atitudes. Através da CF tentaremos conscientizar todas as pessoas de Caruaru a promover a cultura de paz melhorando os seus relacionamentos”, disse.

Embora tenha sido apresentada nesta semana aos componentes do clero, a Campanha da Fraternidade 2018 só será lançada oficialmente para toda a população na Quarta-feira de Cinzas (14). Para o capitão Farias Junior, que esteve representando a Polícia Militar no evento, o tema escolhido foi o mais apropriado para as atuais realidades de Caruaru e dos demais municípios do país. “Avaliamos a escolha desse tema de forma bastante positiva, haja vista que a Igreja Católica também possui um papel muito importante no combate à violência. A PM é parceira da igreja e estará a postos para por em prática as ações que forem necessárias para auxiliar esta instituição na expansão da cultura de paz”, afirmou.

De acordo com o bispo da Diocese de Caruaru, dom Bernardino Marchió, a busca pela paz deve ser praticada, inicialmente, no seio familiar. “Através desta campanha convidaremos a todas as famílias a cultivar o amor ao próximo, a tolerância, a fraternidade e a paz, haja vista que é a partir de dentro de casa que a violência é deixada para trás. As escolas, os órgãos públicos e as demais instituições também precisam se engajar cada vez mais para modificar essa realidade cruel e difícil, que estamos tendo de encarar devido à criminalidade. Durante esse período de campanha, estaremos atuando em conjunto com a Polícia Militar para aplicarmos as medidas necessárias”, destacou.

Anuário

Também no encontro, os participantes tiveram a oportunidade de serem apresentados ao Anuário Diocesano 2018. Produzido pela própria Diocese, o livro possui as principais informações referentes à instituição. “Nele, os católicos podem observar todas as atividades que serão desencadeadas ao longo deste ano pela Diocese. Ou seja, a agenda que será posta em prática no que diz respeito a eventos, reuniões, simpósios, confraternizações, dentre outra ações”, complementou Zenilson Tibúrcio.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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