Em apoio à luta contra o feminicídio, TJPE sedia lançamento da ferramenta “Sinal Vermelho”

Em mais uma demonstração de apoio ao trabalho realizado pelo Instituto Banco Vermelho (IBV), o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) sediou, nesta quinta-feira (2/5), o lançamento da ferramenta “Sinal Vermelho”. A iniciativa vai trazer mais visibilidade aos processos de feminicídio que tramitam no Judiciário, contribuindo para uma maior celeridade processual e dando suporte para a construção de um banco de dados inédito sobre as informações reais do feminicídio em Pernambuco. A solenidade aconteceu no Salão Nobre do Palácio da Justiça, no Recife.

A ferramenta “Sinal Vermelho” consiste em um site onde familiares das vítimas poderão preencher um formulário online e cadastrar os processos de feminicídio em tramitação. A partir daí, a Presidência do TJPE vai encaminhar as solicitações para a Coordenadoria da Mulher, que poderá fazer os pedidos de agilização junto às unidades. Após o cadastramento, haverá a sinalização do processo por cores, de acordo com o seu andamento, considerando o tempo em que está tramitando. O instrumento foi desenvolvido em conjunto com a academia V3l0z, composta por alunos e professores de Engenharia de Computação da Faculdade Uninassau. Para acessar, clique AQUI.

Em seu discurso, o presidente do TJPE, desembargador Ricardo Paes Barreto, falou da importância de se apoiar a iniciativa. “Há cerca de seis meses tivemos um primeiro contato com o Instituto Banco Vermelho onde nos foi pedido um aporte para que, com a força do Tribunal de Justiça de Pernambuco, pudéssemos contribuir para esta causa social tão importante que é a luta contra o feminicídio. E a nossa demonstração de apoio foi imediata”, destacou o magistrado.

“Tínhamos um déficit de magistradas e magistrados no estado e com a recente realização de concurso público esperamos dar um maior retorno à sociedade com a realização do julgamento desses processos de forma mais célere. Demos um enfoque especial à causa das mulheres na formação desses profissionais e firmamos um compromisso em defender essa causa”, completou o chefe do Judiciário estadual.

Andrea Rodrigues, presidente do Instituto Banco Vermelho, falou sobre o nascimento da ideia de desenvolver uma ferramenta para ajudar a identificar e acompanhar os processos de feminicídio. “Em uma conversa com o presidente Ricardo Paes Barreto falamos sobre as dores das famílias que acompanhamos e também conhecemos as dificuldades na identificação desses processos. Essa iniciativa foi construída pelo IBV e pelo nosso grande parceiro Uninassau. E estamos hoje aqui muito agradecidos por vê-la saindo do papel porque nós sabemos que só quem sente a dor dessas famílias é que pode entender o que é esse tempo para cada uma delas”, afirmou.

“Através dos cursos de tecnologia da Uninassau pudemos desenvolver essa ferramenta em um tempo muito célere, de uma forma muito simples, mas que cumpre um papel para o qual ela foi concebida que é basicamente fazer o elo de ligação entre o Instituto e as famílias, para que o Instituto possa levar para o Tribunal as informações sobre esses processos”, explicou Sérgio Murilo Júnior, diretor de Governança Social da Uninassau.

Banco Vermelho – O Instituto Banco Vermelho Brasil surgiu em novembro de 2023 e tem como missão a luta e a prevenção contra a violência de gênero e o feminicídio. O Banco Vermelho é uma intervenção urbana com o propósito de se tornar uma ferramenta de prevenção ao feminicídio e à violência de gênero. Cada banco vermelho traz uma frase de reflexão e disponibiliza um QR code que levará ao Instagram do movimento. Acesse o @bancovermelho e saiba mais sobre as ações desenvolvidas.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.