Enem, tensão à flor da pele

É fácil encontrar, entre aqueles que estão se preparando para o Enem, jovens com a ansiedade em níveis que vão do mais leve ao mais grave. Não bastasse a concorrência, os estudantes ainda precisam administrar a cobrança dos amigos e familiares. “O jovem, em ano de vestibular, fica muito ansioso, o que pode ser prejudicial no momento da prova”, explica a psicóloga do Ensino Médio Laisa Moreno, do Colégio Motivo.

Em diferentes níveis, a ansiedade pode ser positiva, pois motiva o candidato a estudar mais, por exemplo. Por outro lado, ela também pode prejudicar o rendimento, a concentração e a memorização, além de levar – em alguns casos – ao desenvolvimento de quadros de pânico, depressão ou estresse. Conforme explica Laisa, o aumento da ansiedade e da insegurança são questões que devem ser acompanhadas de perto pelos pais. “O exagero do estudo, a falta de sono e o aparecimento de agressividade também devem ser levados em consideração, pois não devemos esquecer que estamos falando de adolescentes e jovens que estão tendo que lidar pela primeira vez com a questão da escolha, com a programação de um futuro… Isso traz muita angústia”, revela.

Conforme explica a psicóloga, a família precisa estar ao lado do jovem, depositando confiança nele sem exercer cobranças. “A gente sabe da dificuldade que é isso no mundo de hoje, em que se trabalha muito e não se tem tempo, mas cada família deve encontrar uma forma de participar. Estar junto não significa apenas presencialmente, mas sim mostrando ao jovem que ele tem condições de conseguir”, afirma.

Cada estudante pode encontrar uma forma particular para lidar com a ansiedade e o nervosismo. Isso pode ser feito, por exemplo, por meio de atividades leves e prazerosas, como as práticas esportivas, a meditação ou a leitura. Outra iniciativa que conta pontos é manter uma alimentação saudável e equilibrada, bem como descansar adequadamente. Além disso, ter um acompanhamento psicológico desde os primeiros meses que antecedem o exame pode ajudar muito os alunos a aprenderem a lidar com a situação. O profissional também pode ser procurado em casos nos quais as angústias estejam sendo um empecilho para o jovem.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *