Erro Monumental

Por Maurício Assuero, economista

Já falamos, inúmeras vezes, que o governo cometeu erros primários na condução da economia fazendo o Brasil sair de uma relativa positiva de crescimento econômico para uma situação de estagnação econômica, com tendências a beirar o fundo do poço neste ano de 2015. A nova equipe econômica, com indiscutível capacidade técnica, propôs um controle fiscal, diga-se, inusitado para o governo do PT (Lula + Dilma). Qualquer medida nesta direção, obviamente, desagrada. Aumentar impostos, reduzir gastos são, e sempre serão, medidas absolutamente impopulares para qualquer governo e o Ministro da Fazenda propôs sabendo que sem este ajustr fiscal, não tem acreditar no governo.

As novas regras para o seguro desemprego são coerentes. Não podemos agir sempre com paternalismo. O país não vai crescer se não tiver um choque de aumento de produtividade, sem não houver capacitação da força de trabalho. Modificar as condições da previdência deveria ser prioritário porque não como se trabalhar com um déficit monstruoso nesta pasta e com forte consequência para a sustentabilidade econômica de várias cidades do interior por duas razões: grande parte da economia dessas cidades se sustenta com as transferências do governo; segundo, as prefeituras não gozam de condições financeiras para arcar com o pagamento do salário (cada vez que o salário mínimo sobe, a folha dos inativos vai junto).

O governo cometeu um erro crasso ao acreditar que estava imune à crise e adotar uma politica monetária expansionista ao longo desses doze anos de governo. Deveria ter pensado no longo prazo e começado, aos poucos, ajustar as contas, mas a permanência no poder falou mais alto e o sacrifício cabe, agora, para a sociedade. No entanto, cabe dizer que o governo está na linha de cometer um segundo erro e este mais drástico: a necessidade de aumentar receitas através do aumento de impostos, modificando os percentuais de desoneração da folha de pagamento da empresa, vai trazer como consequência desemprego e, sem exagero, desemprego ampliado.

Vamos lembrar que em janeiro passado tivermos a maior redução no número de empregos já observada nestes doze anos. Desempregar num momento de crescimento baixo, ou seja, quando o nível de produção já está sendo empurrado naturalmente para baixo, significa simplesmente acelerar esta queda (é como se paraquedas não abrisse num salto livre). Como resultado disso, certamente, teremos uma inflação menor, mas observe em que momento isto vai acontecer: no momento em que as novas regras para o seguro desemprego estão valendo. Assim, pessoas contratadas a um ano, por exemplo, não terão qualquer benefício de manter enquanto buscam um novo emprego. Este quadro é a pá de cal que o Brasil precisa.  Imagem uma pessoa que recebia Bolsa Família e que conseguiuum emprego de carteira assinada há um ano. Se ficar desempregada agora, nem Bolsa Família, nem seguro desemprego.  O governo está em passos largos no sentido de implantar o caos!

 

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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