Com o objetivo de reforçar as recomendações feitas pelos varejistas consolidados, VANGUARDA tratou de ouvir também o seu especialista em Economia, Maurício Assuero. Primeiro, ele ressaltou os fatores que vêm possibilitando o sucesso e maior durabilidade desses tipos de empresas.
“No caso dessas empresas interioranas, a gestão firme e a presença forte da família à frente dos negócios têm sido fatores preponderantes tão quanto os setores de atividades o quais elas vêm adotando. Quando se trata de empresas que trabalham com gêneros básicos, a chance tem sido maior para prosperar, no entanto, é fundamental que elas se esforcem para estabelecer boas relações com as suas clientelas. Por exemplo, a velha caderneta, só pode ser aderida pelo consumidor que tem palavra. Controlar os volumes de compras – comprar o que é essencial – e tentar impulsionar as vendas – giro rápido de estoque – também têm sido primordial para a longevidade dessas empresas. Existem gestores que nunca cruzaram os batentes de uma faculdade, mas enxergam as tendências do mercado melhor do que um PHD.”
“Agora vejo que tudo isso está associado com os aspectos de gestão. Baixo endividamento, vendas maiores à vista, controle financeiro, pouco esbanjamento, separação bem delineada entre o que é dívida da empresa e o que é dívida dos sócios, tudo isso faz e tem feito a diferença no tocante à durabilidade desses empreendimentos. Os maiores entraves para essas empresas, talvez, sejam a tecnologia e a legislação. Acredito que o mais importante para esses empreendedores experientes é estar atentos às mudanças tecnológicas para permanecerem no mercado, porque, querendo ou não, a tecnologia é a principal responsável pelos arranjos produtivos. Já em relação àquelas que estão atualmente em dificuldade, o básico é avaliar a mudança do mercado. Ter cuidado com os modismos e procurar renovar-se de acordo com as tendências também são recomendáveis”, acrescentou Assuero.