A reportagem convocou o mestre e o seu colunista de Economia, Maurício Assuero, para avaliar o primeiro trimestre do Governo Federal em termos financeiros. O especialista criticou a postura política de Jair Bolsonaro. “Embora não se esperasse um milagre em termos econômicos, tinha-se a ideia de que a articulação política do governo Bolsonaro fosse decisiva para provocar rapidamente o otimismo do empresário. Essa é uma das maiores dificuldades que o presidente está tendo: o relacionamento com o Congresso. A questão política tem impacto nas medidas econômicas e, com isso, o povo continua sem emprego, sem renda e, agora, com pouca esperança. As críticas e a péssima avaliação do governo são sinais importantes que precisam ser cuidados. No meu entender, não há um plano B. Ou esse modelo de governo dá certo ou vamos continuar sofrendo bastante”, disse.
O especialista também projetou o possível desempenho da nossa economia para o restante do ano. “O mercado já reduziu a estimativa de crescimento do PIB para 2019 em quatro ocasiões. Saímos de 2,80% para 2%, ou seja, uma queda de 28,57%! Se isso se configurar, o governo vai continuar com problemas de arrecadação e vai afetar os estados e os municípios que já não estão financeiramente bem. O único caminho saudável é reverter isso e se não crescermos 2,8%, que seja algo bem perto. Recentemente, tivemos a privatização de seis aeroportos com entrada de recursos de R$ 1,9 bilhão e esse mecanismo precisa ser acelerado. Mas o governo precisa ter consciência da necessidade de geração de emprego. Sem renda, não haverá consumo e sem este a economia cairá e ficará estagnada”, afirmou.
Por fim, Maurício fez recomendações para quem planeja realizar investimentos. “O momento é de contenção de gastos, mas é propensa a realização de investimentos por parte das empresas, porque a taxa de juros está baixa. Isso, infelizmente, não tem acontecido, porque o empresário ainda está reticente. Não tem motivos para aumentar a produção se as pessoas estão sem renda para comprar. Seria mais prudente poupar um pouco. Já o consumidor precisa ter cuidado com o cartão de crédito, com o cheque especial e com as promessas de empréstimos, porque são verdadeiras armadilhas”, finalizou.