Fechamento de agência gera críticas em Caruaru

Presidente do Sindicato do Bancários de Caruaru criticou atitude do BNB

Presidente do Sindicato do Bancários de Caruaru criticou atitude do BNB

Pedro Augusto

Embora tenham ficado bastante satisfeitos com a infraestrutura disponibilizada, os clientes do Banco do Nordeste, em Caruaru, não tiveram muito tempo para utilizar os serviços e atendimentos da segunda unidade da instituição, que ficava localizada na Avenida Agamenon Magalhães, no Bairro Maurício de Nassau. Apenas um ano depois de ter aberto as portas na área nobre da cidade, a agência citada acabou deixando de operar no último dia 3, concentrando, desde então, todas as atividades físicas do BNB na unidade que permanece funcionando na Avenida Rio Branco, no Centro. Tal medida não só foi questionada por alguns usuários do banco, como também pelo próprio Sindicato dos Bancários de Caruaru, que alega não ter obtido nenhuma explicação por parte da diretoria regional.

Em entrevista ao VANGUARDA, na manhã da última segunda-feira (13), o presidente do sindicato local, Francisco Lemos, enumerou os supostos prejuízos que passaram a ser contabilizados após o fechamento da segunda unidade do BNB. “Quando se esperava que houvesse uma extensão das atividades do Banco do Nordeste em Caruaru, na verdade, com poucos meses depois, fomos pegos de surpresa ao presenciarmos o fechamento desta segunda unidade. Esta última era uma agência moderna e não estava dando prejuízo, pelo contrário, estava propiciando superávit. Agora, além de ter engrossado ainda mais o desemprego na cidade, haja vista que diversos prestadores de serviço acabaram perdendo as suas vagas, esta medida acabou avolumando ainda mais as demandas a serem atendidas na unidade que fica no Centro.”

Cliente do BNB já há mais de cinco anos, o produtor rural José João da Silva foi um dos a também engrossar as críticas contra a medida do banco. Ele alega agora estar empregando mais tempo para ter de resolver as suas pendências na instituição. “Gosto de tratar tudo relacionado às minhas questões bancárias, pessoalmente, e depois do fechamento desta segunda unidade, passei há perder mais tempo para resolvê-las, já que a concentração de clientes na agência do Centro agora se encontra bem maior. É lamentável como uma instituição do porte do Banco do Nordeste tenha tido uma atitude tão retrógrada. Deixo aqui todo o meu descontentamento”, questionou.

De acordo ainda com Francisco Lemos, embora o Sindicato dos Bancários de Caruaru tenha solicitado uma explicação por parte do BNB, ele não foi atendido. “Através da nossa federação e dos demais sindicatos que têm agências do Banco do Nordeste, tentamos nos reunir com a superintendência estadual do banco, mas não obtivemos nenhuma resposta. Além da segunda agência do BNB, infelizmente a cidade acabou perdendo nos últimos meses uma unidade do Banco Itaú. Em relação a esta última, acreditamos que se deu em virtude do processo natural de reestruturação do próprio Itaú. Quanto à primeira, que faz parte do governo, ainda não sabemos se partiu baseada no possível processo de privatização das agências federais, que compreende não só unidades do BNB, mas também da Caixa e do Banco do Brasil”, finalizou o sindicalista.

Posicionamento

Em nota, o Banco do Nordeste explicou: “Foi aprovada pelo Conselho de Administração, no âmbito de um conjunto de medidas de realinhamento estratégico e de melhoria da eficiência operacional, a readequação de sua rede de atendimento, com a desativação de 19 agências distribuídas em sua área de atuação. Em Caruaru, a Agência Caruaru, do Bairro Maurício de Nassau, foi desativada, mas a cidade continuou contando com outra unidade do Banco do Nordeste: a agência Caruaru (Av. Rio Branco). Os funcionários da unidade desmobilizada foram realocados em outras agências.

Essa medida alinhou-se às demandas e desafios apresentados por nossos clientes, investidores e sociedade, e ocorreu como resposta a um cenário cada vez mais desafiador, no qual se exige a melhoria contínua da produtividade e da eficiência das instituições. Foram observadas as seguintes diretrizes: manutenção da presença nos municípios da sua área de atuação, fortalecimento da capacidade de atendimento dos clientes e o fortalecimento da estrutura e da qualidade dos serviços prestados.

O Banco do Nordeste reafirma seu compromisso em promover o desenvolvimento sustentável, o bem-estar das famílias e a competitividade das empresas da região.”

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *