HR tem aumento de 37% no atendimento a queimados no período junino

Folhape

Entre o dia 15 de junho e a manhã da última segunda-feira (2), 76 pessoas foram atendidas – entre crianças e adultos, no Setor de Queimados do Hospital da Restauração, localizado no bairro do Derby, na área central do Recife, em decorrência de queimaduras dos fogos e fogueiras do período junino. Deste total, 30 pessoas precisaram ficar internadas e 16 ainda permanecem na unidade de saúde – sendo 10 crianças, uma mulher e cinco homens.

O balanço, divulgado pela unidade na terça-feira (3), mostra que, em comparação com 2017, o número de atendimentos cresceu 37% e de internamentos, 33%. No ano passado, 55 pessoas foram atendidas e 20 delas precisaram ficar internadas – sendo 9 adultos e 11 crianças. A cada 10 atendimentos, 4 resultaram em internação.

O comerciante Valdir Expedito, de 59 anos, é um destes pacientes. Ele se preparava para acender uma fogueira na véspera de São Pedro, na casa da família, no Janga, em Paulista, quando acabou se queimando ao misturar álcool e fogo. “Eu sei que eu tiro disso uma coisa boa e uma ruim. A boa é que agora eu vou servir de exemplo para outras pessoas não se arriscarem e acabarem se queimando que nem eu. A ruim, é que nesse acidente, eu queimei minha camisa do Santa Cruz”, lamenta.

O médico Marcos Barretto, chefe do Setor de Queimados do Hospital da Restauração, classificou, pela gravidade das lesões, o período junino deste ano mais grave do que em 2017. “Ainda temos casos de homens que perderam dedos, tiveram lesões que envolvem a ortopedia e a parte vascular. Isso é ainda mais grave que a queimadura porque envolve especialidades e um maior cuidado”, explica.

As queimaduras em crianças também chamaram atenção da equipe médica. Casos como o de Wesley do Vale, de 8 anos, que pegou uma bombinha apagada que o avô havia soltado e que terminou explodindo em sua mão, em Lagoa de Itaenga; da pequena Júlia, 2 anos, que acabou caindo na fogueira da casa vizinha, em São Caetano; e do Thauann Fred, de 9 anos, que estava brincando com o primo quando um punhado de pólvora explodiu em seu rosto, em Caruaru; chamam a atenção para o cuidado com os pequenos que deve ser sempre redobrado.

Copa do Mundo
As queimaduras também podem ter ligação com a Copa do Mundo da Rússia e as comemorações pelas vitórias e classificação do Brasil na competição. “Ontem tivemos duas crianças que pegaram uma bomba que já estava sem pavio mas acabou explodindo. A menina teve queimaduras na mão e nos joelhos, o menino, apenas nos joelhos”, completou Marcos Barretto. Em 2014, durante a toda a Copa do Mundo do Brasil, 57 pessoas foram atendidas na unidade – sendo 19 desses casos, necessários de internação.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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